Me apaixonei por Caio! Meu brother do Orkut. 17 (b)

Um conto erótico de Fernando
Categoria: Homossexual
Contém 5449 palavras
Data: 10/11/2015 23:07:46

Antes de mais nada, queria agradecer a todos vocês pelo carinho tanto aos que comentam, como aos que simplesmente acompanham na surdina. Mano do céu, Cês são muito lindos. Queria dar um beijo e uma nota de um real a cada um de vocês ♡♥

loirinha25: Vi que você é de Moc *-*. Amo o jeito dos mineiros falar. Amo mineiros, afinal, eu boy é um. Obrigado pelos carinhos seus e vamo tirar sarro do Galo kkk. Abraços, beijos e fique bem.

Renan46a: Normal se perder, acontece. Desculpa pela escrita complexa. E estamos juntos sim. Uso no passado para deixar claro que tudo aquilo aconteceu antes de tantos outros eventos futuros na história. Enfim, até hoje eu aturo esse lekão sem noção. Abraços, man.

Querido606: Querido, qual teu nome? Fala ae. E muito obrigado pela sua gentileza, amo ler seus comentários e respondê-los. Inception é massa, amo de mais. Passou sábado no sbt o/. Grande abraço mano, e vamo ver se eu saio com vida dessa casinha aí kkk. Ou se morri e agora sou um espírito que curte escrever contos. Quem sabe haha.

Ivy SB: Fique aflita não. Já posso lhe dá o entender que pelo menos saí vivo dessa armadilha kkk. Aqui se faz e aqui se paga. Grande abraço e milhões de beijos.

Bruns: Tô com raiva de você então nem vou responder seu comentário, seu cretino. Como desculpas pelo o que você fez eu aceito chocolates wonka u.u kkk Brinks, mas tô mesmo com raiva de ti, seu cabelo de Hobbit u.u </3

Kevina: Esse conto é uma merda mesmo. Sugiro que leia outra. Nem eu leio. kkk ♥

Digos2: Vamos ver se Caio tem um sexto sentido e me salve com seus super poderes de macho alfa. Vai saber né kkk. Mas o ruim é admitir que ele estava certo o tempo todo com relação a Ricardo. Fazer o que né. O namorado tem quase sempre a razão. Abraços e beijos ♡

Pablo Rick: Paia é eu não receber meu pedaço de bolo, seu cretino. Me diz, como foi o niver? Me conte tudo e não me esconda nada. Ganhou muito presente, como a sandália do Seninha ou do Ben10? Ainda bem que me perdoou, não estava nem conseguindo ter paz na minha vida. Agora posso respirar novamente kkk. Minha mãe nunca me jogou uma praga, grazadeus, mas meu pai... bem. Olha aí né. Abraços, e que você mande meu bolo u.u

Vitinho'66: Opa, obrigado pelo seu elogio. Não é pra tanto kk. Terei sim o prazer em ler seu conto... vou até marcar nos favoritos para acompanhar, ok? Grande abraço e fique bem.

Jardon: Engraçado vcs falarem de mim na terceira pessoa kk. Pois é, a perda do filho não justifica a retaliação de outro. Que mãe maluca. Que bom que esteja curtindo e muito obrigado pelo o carinho seu. É muito bom saber que a gente escreve algo que as pessoas curtam hue. Grande abraço, man. Fique bem e até a próxima ♡

LC..pereira: É aquele velho ditado se mostrando verdadeiro "pau que nasce torno, morre torto", ou é algo assim kkk. Até eu na época acreditei no leke, mas veja só. Enfim, grande abraço e fique bem :)

FASPAN: KK tu sendo simpático sempre heim. Obrigado pelo recado que cê deu num capítulo anterior sobre não confiar muito nas pessoas e tals. E olha aí, o exemplo vivo de que confiar de mais é algo perigoso. Pois é, Helson talvez tenha sido um anjinho mesmo que veio na terra só pra mostrar que a vida é bela não importa em que situação estejamos. E que devemos sempre agradecer pela nossa saúde e nossa vida no todo. Grande abraço e espero que curta o cap. de hoje. ♡

prireis822: Olha, quanto Helson ser um anjinho eu tenho certeza disso. E outra, eu nunca tinha fé nisso de pressentimento ou algo do tipo, mas o sonho do Caio mostrou que isso é real. Eu já fiquei pasmo com pressentimentos que minha mãe tinha com relação a mim e confesso que até dava medo. Hoje eu acredito mais no meu crush do que na minha bondade desmedida. Ajudar sim, confiar muito não. Grande abraço ♡

Geomateus: Continuando ♥

afonsotico: Que sirva de lição mesmo. Confiar nos outros de mais só da merda kkk. Abracos.

Helloo: E eu também acreditava. Mas as pessoas sabem disfarça sua maldade e sabem serem más. Enfim, espero que ele tenha encontrado a luz kkk. Abraços

esperança: Um cretino ele. Muito babaca.

Irish: Pois é. Psicopata nem tanto, um maluco mesmo que sabe ser ovelha em pele de carneiro. Pra isso de vingança né. Até hoje não entendo. Mas tudo que se faz aqui, paga aqui. Os pressentimentos são algo maluco, eu particularmente não colocava fé nisso, mas existe. Ahh se existe e são poderosos, sério mesmo. Vamo ver como saí dessa chibata que eu tomei kkk. Obrigado pelo carinho e grande abraço.

Targaryen: Pow mano!!! Casar!!! Que coisa boa, mano. Meus parabéns a você e ao Ramon. Se ele ler isso, diga à ele que eu o ameacei a te fazer feliz sempre heim. Quando vai ser o casório? Vai ter comida? Se sim me convida ♥. Estou mega feliz por você, espero que cês se amem por muitos e muitos anos e se pá pra vida inteira. Quero meu convite, fica a dica. E eu li seu conto... cadê a outra parte uai? Grande abraço a você. E Ramon, você mesmo querido, faça esse leke aí feliz heim. Se não eu lhe capo kk. Abraços.

Monster: Pois é. Caio sempre se dizia feio e nunca explicava o porquê. Ta explicado a ficção dele por bonés e o cabelo raspado, ele não quer se parecer com o irmão pra não magoar ou deixar a mãe triste. Coisa de louco né. Essa armadilha do Ricardo foi algo tenso... mas saí bem, grazadeus. Vamo ver como foi? Grande abraço :)

Malévola: Oi, linda. Posto agora. Ja tô postando kkk. Nem eu esperava, eu sou o tipo de pessoa que sempre acredita no lado bom das pessoas, no que elas tem de melhor. Nunca gosto de olhar defeitos e por isso muitas das vezes acabo me ferrando. Olha o exemplo disso aí. Enfim, ser bom de mais as vezes é ruim kkk. Beijos e grande abraço :)

Lytah: Lariiiiiiiiiiiiiiii, minha nega linda. Sdds também, mas cê sabe que só volto pra vc no fim do mês. Como foi no Enem? Diga aí. Banheira de gel? Prefiro numa de mel pra eu lamber você inteirinha, çua linda. Beijao em você e grande abraço por trás. ♥♥♥♡♥¤♥

matt777: Eu não sabia. Por que você não me falou? <\3 Kkk brinks. Abraços.

R.Ribeiro: Coisas ruins lhe acontecendo? Quais cara? Até fiquei aflito aqui. Vou adc você no meu email pq face eu não tenho.

Mr. John: Obrigado pelos elogios, muita gentileza sua, mano. O povo sabe que morro de medo de moto e fazem isso comigo. Empinar pneu de moto é mesmo que me por na beira de um precipício, eu morro de medo kkk. Hoje eu sei andar mas ainda com receio. Pois é, confiei de mais pensando que o cara estava passando por um momento ruim, mas na verdade ele estava era tramando. Enfim, vamo ver se ele se deu mal ou se apanhei de mais kkk. Grabde Abraço, mano.

Amygah22: Opa, amiga. Curiosidade matou o gato, ou melhor, a gata kkk. Postando logo por você ♡ Beijos.

LUCKASs: Muito obrigado. Grande abraço ♡

Nara M: Pode até ter tido algumas poucas verdades no que Ricardo tinha me falado, mas acho que muito poucas. Mas verdade em meio de mentiras não valem de nada. Confesso que fiquei muito decepcionado quando descobri as reais intenções do cara para comigo, coisa mais besta isso de vingança, cê não acha? Eu saí quase bem dessa. Quem vê pelo que passei não acredita mas todos temos uma vida cinematográfica kkk. Grande abraço e fique bem ♡♥

Junior21: Apaixonado pelo André né, seu safado. Cê é muito louco, mano kkk. Um fã psicotico na minha vids hauahu. Quando André tiver disponível eu te mando o face dele. Grande beijo, seu infarento.

Anjo Apaixonado: 2012 foi um ano bem tenso pra uma pá de gente, heim. Geral achando que ia acabar tudo kkk. Mas para mim foi um ano com seus altos e baixos, teve mais altos com toda certeza hehe. Se saí vivo eu não sei, mas que foi bem chatinha essa casinha aí isso foi. Grande beijo e teremos uma bela história pra contar ao nossos filhos de que sobrevivemos ao fim do mundo em 2012 kkk. Abraços.

Hogu: Macomassim mais de um ano? Oshe, do episódio da praia até o dia dessa armadilha, tinha se passado 3 meses uai. Ta perdido na cronologia do história? KKK | Acho muito engraçado chamar de "Menino Caio", tenho um tio que me chama assim e sempre racho o bico. Acho engraçado hue | Essa piada do alzheimer foi bem sagaz, devo admitir. | Eu gosto do Dropbox, mas essa última atualização dele ficou bem chata. Escrevo tudo pelo celular, nem sei se os textos saem certos aqui, pq pelo note chama muita atenção de curiosos e curioso, aí opto pelo cel que dá pra digitar de qualquer lugar. Vou dar uma olhada nesse onedrive, gosto muito do AOO (AndrOpen Office) também. Enfim, grande abraço ♡

Dpeace: Eita, cara. Você falando assim até fico meio sem jeito. Muita gentileza sua gostar dessa história maluca kkk. Terceiro travesseiro? É boa essa história? Eita que fico lisonjeado com suas palavras, sei nem o que dizer. Vou ligar sim, pode ser a cobrar? Com essa crise os autores estão pobres kkk. Grande abraço, cara. Muito obrigado mesmo pelo seu carinho e fique bem. ♡_♡

J_P: Muito obrigado.

Demônio do bem: Eu também acreditei. E que nick é esse rapaz? Hum... Abraços.

Meigo e abusado: Kkk. Pronto. Voltei. Espero que curta o cap.

VAMOS AO QUE REALMENTE IMPORTA.

AVISO: Tudo de fato aconteceu e eu vou relatar violência física e talvez moral. Aos que não apreciam tal tipo de leitura, sugiro que pulem alguns trechos até se sentirem confortáveis o suficiente para prosseguir sem nenhum dano. Mas um aviso "Não confiem nos seres humanos."

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Lutar ou fugir. Como bom aluno de biologia, eu conhecia bem as enormes mudanças fisiológicas que ocorriam quando um organismo sentia que estava em perigo. A adrenalina inundava o córtex cerebral, aumentando os batimentos cardíacos e ordenando ao cérebro que tomasse a mais antiga e mais profundamente enraizada de todas as decisões biológicas: lutar ou fugir.

O instinto me dizia para fugir, mas a lógica me lembrava de que Ricardo estava bem na porta de saída. De qualquer forma, não havia para onde fugir. O único abrigo possível seria a própria casa, me mantendo escondido em algum quarto até que desse tempo de avisar ou ligar por socorro, mas o Bombado estava bem na escada e atrás dele, um cara de boné bloqueava a passagem para o que supus ser a cozinha. Lutar. Bom, eu não sabia lutar e o moreno tinha quase o drobro da minha massa corporal, e eles eram 3 só para completar a minha situação crítica. Eu estava numa enrascada a qual eu tinha toda a culpa. Acreditar que Ricardo estava mudado e que queria minha amizade assim, de uma hora pra outra

O bombado: Ricardo demorou até te trazer desprotegida aqui heim. Valeu a pena toda aquela ladainha que ele te falava, não valeu Primo? - ele falou e olhou pra Ricardo que tracava a porta.

Olhei frio pra Ricardo e minha vontade era de quebrar toda a cara de viadinho dele, me segurei para não cuspir tudo o que eu queria nele com palavras vis. Ricardo falou enquanto olhava pela janela: Mano, eu inventei história de mais. Na boate, quando teve a briga lá que te falei, tive até que salvar a marica aí (ele apontou o queixo pra mim, mas não me encarava) para somar pontos. Agora ele tá aqui desprotegido, né Nandinho?

Eu: Tu podia me quebrar na porrada naquela noite do shopping. Por que não fez isso?

Ricardo olhou para mim e vi ansiedade nos olhos dele ou era nervosismo: Eu ia fazer isso no estacionamento, quando a gente ia pros nossos carros. Até liguei pro Roger (ele apontou pro outro cara de boné que me olhava rindo) pra me ajudar a pelo menos te levar pra um lugar mais discreto. Só que aí apareceu aquele teu amigo bombado lá, tal de Mário, e eu fiquei com medo de ter mais deles. Resolvi esperar.

Eu: Nossa, eu sou o viado, mas tu que tem as atitudes de uma florzinha, querendo bater com ajuda de outros - fiz cara de falsa indignação. Se fosse pra apanhar, eu apanharia zombando daqueles maricas.

Ele riu: Nada... queria fazer tudo direitinho. Do jeito que viadinho como você merece. Você não é todo certinho? Pois então, estou indo com calma e organização. Não concorda, Nandinho?

Eu pilhado de ódio: Vai se fuder, tu e teu primo.

O de boné, que estava mais distante, se aproximou mais e eu pude vê-lo melhor. Ele tinha a pele parda e os músculos bem visíveis por causa da camiseta regata que usava, mas não eram muito grandes. No braço esquerdo via-se uma suástica - claro que muitos pensam que esse é um símbolo inteiramente nazista, mas não é bem assim; mesmo porque o mesmo representa vários tipos de coisas ligadas há uma gama de culturas, religião etc, só que a julgar pelo olhar do cara, pude notar que o dito cujo aderia àlgumas ideologias nazistas. Socando uma mão em punho, na outra aberta, ele falou: Ahh, a florzinha é valente. Vamo logo cabar cum a cara dele.

Ricardo: Tu não imagina o quanto isso é valente.

Eu: Sério, Ricardo, ou seja lá teu nome, que tu tá nessa de vingancinha?

Ricardo: Oh, cala a boca, marica.

Eu: Mano, sei que nem tudo o que tu falou foi mentira. Talvez tu esteja nessa mas motivado por alguém.

O bombado: Vamo logo cuidar dele, ué. Vão ficar de papinho a tarde inteira?

Eu cético: E pra mostrar que vocês são os fodas heteros, vão me bater? Bater no viadinho aqui?

O de boné: É isso aí. Só pra descontar o que tu fez com nosso primo na praia.

"Todos eles eram primos, legal, tudo viadinho", pensei com meus botões.

Eu ainda corajoso, pois era difícil acreditar que eu me encontrava naquele tipo de situação: Bom, se for isso, então reavaliem seus conceitos sobre gay, porque isso que vocês tão fazendo é mó coisa de frutinha.

Aí veio o primeiro de muitos, o bombado acertara um chute no lado esquerdo da minha barriga e eu caí de lado, derrubado pelo choque da sua perna torneada. Com a queda eu apoiei as mãos no chão e bati a cabeça num sofá velho, o qual soltou uma nuvem de poeira. O ar tinha me deixado e eu estava em busca de algum; e a dor então... era algo meio que bastante ruim. Eu sentia medo, medo pelo o que eles fariam comigo, não vou dizer que banquei um de durão enquanto eles me quebravam na porrada porque não seria verdade. Fiquei no chão uns dois minutos enquanto ouvi Ricardo dizer algo e se dirigiu para o cara de boné. O bombado não me bateu mais e então presumi que eles iriam brincar um pouco comigo antes de talvez me matar. O bombado discordou com algo que Ricardo tinha falado e então foi até eles me deixando só. Olhei para a porta, ela estava sem ninguém, mas presumi que estivesse trancada. Mesmo assim o desespero venceu a razão e eu corri pra ela. Chegando lá eu a forcei a se abrir, não abriu e então um tapão na minha orelha esquerda me fez cambalear pro lado. Um soco no meu ombro, outro bem na minha nuca e uns xingamentos do tipo "quer fugir, vadia?/Já quer ir Nadinho? A festa mal começou/vamo logo tacar uma pêia nesse bicha". Eu me encolhi a cada golpe que me acertava e doía. Ricardo, pelo que percebi, deu uns dois socos nas minhas costas, o de boné atingiu meu queixo com seu punho esquerdo e o bombado chutou no alto da minha cintura umas duas vezes. E eu? Eu disse uns "pa..para, porra. Não precisa isso e... au!"

Em meio a tudo aquilo, eu percebi que Ricardo não batia forte, não o bastante para me machucar, e isso confirmou minhas suspeitas de que ele estava sendo forçado a fazer aquilo. Doía cada golpe, mas eles poderiam fazer um estrago maior. Minha cabeça deu um giro quando levei outra mãozada perto da minha orelha e vi estrelas explodindo diante dos meus olhos. Naquela hora eu pensei nos meus pais, em Caio, no seu Cá, em André, Lise, nos meus vizinhos e tantos outros parentes e conhecidos meus. Pensei neles todos bem, sorrindo e aproveitando o domingo sem imaginar que eu estava sendo espancado por um bando de filhos da puta. Eles pararam de me bater, tudo levou menos de um minuto e ouvi Ricardo falar "calma, Jão e Gus, não vamos acabar com a florzinha tão rápido". Eu não fiquei jogado no chão, só meio que encostado na parede perto de uma mesinha de cabeceira totalmente velha, encolhido e esperando mais. Eles se afastaram e eu vi que aqueles caras queriam algo mais que uma simples surra. Senti algo escorrer pelos meus lábios e descer pelo meu queixo, as dores não eram tão intensas por onde os socos atingiram, contudo me deixaran dolorido.

Ricardo: Tenta fugir não, Fêr-Fêr. Tem nem pra onde correr - olhei pra ele com desprezo e tentei ver algo nos olhos dele. Vi alguma coisa semelhante a confusão. É, já que ele estava sendo forçado, ou indo por vontade própria, eu não podia fazer nada a não ser desejar ver a cara daquele infeliz toda quebrada.

O bombado: Ah, já ia esquecendo - ele tirou algo do bolso e pude ver que era um soco-inglês dourado. Colocou o objeto nos dedos e deu um beijo. - Isso aqui é bom que é uma beleza.

Ricardo: Melhor não, cara. Assim vai fazer ele desmaiar rápido - falou ele meio que apreensivo.

O bombado: Ihh, Rick, ta com pena da donzela, é?

Ricardo aparentemente desconcertado: Não é isso. É que, bom... ah, é bom deixar ele bem acordado.

O de boné: Se quiser a gente te deixa desacordado antes. Nera isso que tu tava com medo, de levar uma corsa nossa?

Ricardo: Eu fiz o que tu me pediu, cara (ele falava pro bombado). Tu disse que só ia ser um susto e tals nele aí - falou apontando para mim.

Então eu tinha entendido, Ricardo me trouxera alí para ele não apanhar. Claro, depois do incidente na praia ele deve ter falado pro bombado que tinha me visto na boate e esse por sua vez pediu para que ele me levasse até o mesmo, se Ricardo não fizesse isso "ele" que apanharia. Por isso que Ricardo estava abatido, nervoso e apreensivo. Não era excitação nos olhos dele, era medo por mim e por ele talvez. E outra, eles estavam esperando alguém, isso era bem visível. Mas quem? Por quê não acabar logo com isso e me dar uma surra bem dada.

Ricardo falou algo a mais para o bombado moreno e aproveitei e apalpei a calça discretamente em busca do meu celular. Ele estava alí, agora eu tinha que discar para alguém. Mas então meu coração se encheu de alegria quando ouvi barulho de veículo parando bem na porta da casa. Imaginei que fosse Caio e os amigos dele, vindo salvar a mim e quebrar o pau nesses otários. Mas então vi quando Ricardo foi até a porta e a abriu sorrindo e percebi que era gente deles. O bombado veio mais perto e pegou meus cabelos, eu estava apavorado agora com a possibilidade de sofrer mais nas mãos daquele cara que me olhava desejoso. Como se quisesse me comer... Aí meu coração deu uma parada quando percebi que talvez eles fizessem um serviço completo e me estuprassem sem nenhuma piedade depois de me destroçarem na porrada. Ele me jogou no meio da sala e eu fiquei de joelhos com as mãos apoiadas no chão. Esperei por mais golpes, mas ele não deu e olhei para porta e vi dois caras entrando. Meu coração parou quando vi que um deles, que usava um capacete, era André. Meu amigo estava com eles? Ele iria me bater junto com aqueles babacas? Quando ia abrir a boca para falar o nome de André o cara tirou o capacete e eu percebi que não era meu amigo, era um homem mais velho o qual eu nunca vira na vida - os golpes estavam me fazendo ver coisas. O homem usava umas roupas de rodeio, parecia ser algum fazendeiro, mas sem o costumeiro chapéu. Ao seu lado estava outro cara com rosto de mal, seblante cruel e olhos frios azuis; era branco e loiro, a cara de Ricardo. O fazendeiro me olhou com olhos de deboche e perguntou.

Ele: É esse aí? Pensei que fosse mais afeminado.

O bombado foi até a porta e a fechou: É tio, ele que se acha o fodão. Tem o outro maricão grandão, mas aquele a gente já ta formando o esquema de hoje para pegar ele de jeito.

O tio de Ricardo: Esses são meus sobrinhos - elogiou. - Temo é que dar lição nessas bichas. Todas elas são a mesma bosta. Não podem ver um macho que o seus cus já piscam. Tudo fúteis, uma sujeira. E tu, Ricardo, quero ver tu virando homem de verdade hoje.

Eu escutei isso e logo pensei o quão aquilo parecia com um conto Gay onde os homofóbicos espancavam o mocinho gay, mas antes fazem todo um discurso ante-homossexual mostrando que são superiores. Se não fosse tudo verdade e não estivesse de fato acontecendo comigo, eu teria rido da situação. O outro cara que tinha chegado com o tio de Ricardo sacou uma câmera e apontou para mim com ela, depois paras os outros.

O sujeito da câmera falou para mim: Leke, pode crer, Deus não olha pra viados não. Tu vai sacar isso hoje da pior forma.

O tio de Ricardo se aproximou, ficou de cócoras na minha frente, pegou no meu queixo e o puxou pra cima fazendo eu encarar ele. O cara tinha os mesmos cabelos loiros de Ricardo, os mesmos olhos e possivelmente a mesma vontade do sobrinho em fazer algo ruim comigo. Ele devia ter lá seus 40 anos, um tiozinho já, fazendo coisa de moleque.

Ele: Cuspiu no meu sobrinho, garota?

Eu respondi fazendo outra pergunta: Com o pau o com a boca? - e ri.

Ele riu e vi diversão nos olhos dele: Rapaz corajoso. Já ouvi falar dos skinhead?

Eu: É de se comer?

O cara que filmava deu um chute na minha barriga e eu me encolhi no chão em posição fetal, abraçando meu abdômem em busca de ar. Ele falou: Zoando a gente é, menininha?

O tio de Ricardo: Podem se divertir, garotos. Se der algum problema depois eu pago o advogado. E Ricardo, mostre pra viado qual o lugar deles.

Era agora ou nunca. Apalpei a calça em busca do celular e consegui apertar o botão de ligação, pressionei umas duas vezes e rezei para que chamasse e alguém atendesse, para que eu pudesse falar pelo menos a palavra "socorro". Então um celular tocou alí naquela sala e eu senti aquele frio na barriga de terror e pânico. O bombado foi até uma mesinha e pegou um celular que tocava.

Olhou o visor do aparelho e riu: Olha lá. O viadinho ta ligando pra ti Ricardo. Atende aí, talvez ele queira chupar ter pau. - eles riram e eu me senti tão inferior a eles. O último número que eu tinha ligado fora o de Ricardo, e como pressionei duas vezes o botão de ligação rápida, obviamente que a chamada seria pro número dele.

O de boné veio ate mim, passou a mão nos meus bolsos até encontrar meu aparelho celular. Riu e jogou ele na parede fazendo-o em pedaços.

O tio de Ricardo sentou no sofá e parecia se divertir: Ligando para o teu namorado, rapaz? Aliás, tentando ligar?

Todos riram de Ricardo que parecia envergonhado: Namorado?, quê... nanmm. Que isso tio, respeita.

O tio dele: Ligando pro socorro? - perguntou pra mim.

Eu: Para o Batman, coroa.

Eles riram, até o bombado e eu pensei "bom, talvez eles parem com essa palhaçada se eu mostrar meu bom humor", mas não era assim que as coisas funcionavam.

O da câmera: Lembra daquele... acho que o nome era Franck..., que a gente quebrou a cara? - ele falava com o Bombado e o mesmo negou com a cabeça -, aquele, porra. Pois é, dizem que ficou de cadeira de rodas. Quebramo o pau com aquele mariquinha. Agora é a vez dessa.

O de boné veio até mim e eu rezei a Deus para que fosse rápido. Que me deixassem inconsciente depois do segundo golpe. Na minha rua, no Jurunas, uma vez uns cara fizeram casinha para mim depois que comi uma das irmãs deles e vi que ser espancado era ruim. Eu tinha 14 anos e eles também, fiquei apenas com hematomas, só que naquele instante, era quatros caras, dois em forma física de dar medo e dois normais (Ricardo e o cara da câmera). Fiquei meio sentado no meio de todos eles, submisso àqueles caras brutamontes, idiotas e possivelmente homofóbicos. O bombado notavelmente puxou meus cabelos para trás deixando meu rosto visível e deu um soco. Tudo explodiu e a dor foi imensa que eu quase desmaiei, mas senti algo quente escorrer das minhas sobrancelhas. Com o soco-inglês dele, o golpe abrira uma fenda na minha testa. O de boné pisou forte na minha coxa duas vezes e eu gritei meio que engasgando, e o da câmera deu outro soco, na minha testa. Eles não batiam forte para me fazer perder a consciência, eles batiam para que eu sentisse dor, com dor eu ficava ciente e me deram uma série de golpes por todo meu corpo. Eu tentei me defender, quando o da câmera veio chutar perto do meu peito, peguei a perna dele e o joguei para trás, o mesmo caiu de costa numa mesinha que se partiu sobre seu peso. Tentei me levantar para ficar em pé, vi que algo caía sobre meus olhos e logo percebi que era a pele da minha sobrancelha onde o bombado acertara o soco. Eu iria me defender deles, lembrei dos ensinamentos de Caio na hora e a adrenalina me fez sentir coragem. Porém, eu não era o Jack Chan e quando resolvi por os ensinamentos de Caio de como-se-defender em prática, fracassei miseravelmente. Senti o soco-inglês do bombado acertar minha costa, e depois outro soco de Ricardo bem na minha clavícula e o de boné soqueou meu braço direito. O que eu tinha derrubado ficou irado e partiu pra cima de mim com uns socos bem dados na minha cabeça. Ouvi o tio de Ricardo falar para ele "vamo, rapá!, bate também e não fica só olhando.

O da câmera: Toma viadinho - e deu um soco na minha nuca e eu não aguentei, caí no chão de assoalho velho e vi que meu rosto estava quase todo banhado com meu sangue quente. O tio deles, eu acho que era o tio de todos alí, com exceção do bombado moreno que não tinha cara de pertencer a família de Ricardo, talvez fosse somente simpatizante, disse algo com relação ao tempo e vi os caras se afastarem de mim e me deixarem em paz. Eu sentia dores horríveis no corpo inteiro, agora elas estavam intensas e meu maxilar parecia travado, como se estivesse grudado com cola e toda vez que eu tentava mexer ele, uma dor fazia eu tremer por inteiro. Minha cabeça girava lenta e eu me sentia zonzo, possivelmente alguma coisa estava quebrada perto da minha coluna e era agonizante as lesões. Eu estava bem no meio de dois sofás, com o tio de Ricardo sentando em um deles assistindo tudo de boa, como se aquilo fosse o futebol dos domingos. Nunca me imaginei numa situação daquelas, por causa de uma briguinha besta numa praia, a qual eu não lembrava mais. Eu deixei meu orgulho de lado e comecei a chorar baixinho, até chorar doía.

O bombado: A marica ta chorando?

Eles riram e alguém me deu um chute bem na minha virilha, e eu soltei um grito estridente. O olho esquerdo já estava quase todo tapado por causa do inchaço e eu não tinha visto quem era. Falei um "por favor, caras... por favor. Pára" e chorei gemendo feito um cachorro ferido.

O bombado falou: Ah, parar pra quê. Tamo indo pro segundo roynd.

Ouvi a voz de Ricardo falar: Acho que batemos de mais nele. Vamo deixar ele ir.

O de boné em tom de deboche: Eu levo ele no colo. Melhor não, vai que ele vira o cu pra mim no caminho e pede pra eu socar rola nele.

Eles riram e Ricardo falou nervoso: Tio, já chega. Ele tá todo fudido já... - aí ouvi um baque surdo e algo caindo no chão. Pelo que parecia, alguem dera um soco na cara de Ricardo.

O de boné: VIADO DO CARALHO! TA DO LADO DELE É?

Eles riram alto e eu falei desesperado olhando pra Ricardo que estava de joelhos alisando o queixo por causa do soco: Ricardo, mano... - era difícil falar com tanta dor e minha voz falhava, - pra quê isso? Eu te pedi desculpas. Eu fui sincero. Eu fui verdadeiro... (tossi e isso me causou pontadas cruéis no peito).

Ricardo: Vai te fuder e para de falar comigo.

O bombado: Tu te achou de mais naquela praia, ô viado. Só tá aprendendo a se por no teu lugar.

Eu já me agarrando a todas as esperanças: Por favor, me perdoem, peço... Desculpas. Não aguento mais apanhar... por favor... - eu comecei a chorar copiosamente desesperado por ajuda ou clemência.

O tio deles falou: Piedade? - ele chegou perto e cuspiu na minha cara. - Olha aí tua piedade.

O Bombado: Vamo logo acabar com isso?

Eu olhei pra ele e disse em desafio: Vai me matar?

Ele riu e disse aos outros: Tirem logo a roupa dele.

O desespero foi ainda maior quando entendi o que eles fariam, senti ser puxado pelos pés e me debati. Um pé pousou na minha barriga e foi pressionado me deixando mais uma vez sem ar. Enquanto era arrastado eu falava "por favor, não... Não faz isso", e chorava já entregue a desgraça eminente. Ninguém viria me salvar. Ninguém viria a tempo. Caio viria me buscar só quando eu ligasse, então eu estava realmente perdido. Vi que quem tinha me puxado era o cara de boné. Eu estava bem perto da porta, onde não tinham móvel algum por perto. Foi aí que senti minha calça ser puxada para baixo de forma bruta. O outro sujeito da câmera ainda filmava com avidez. Quanta gente doente junta, eu pensei.

O bombado falou: Não vou botar ele pra pagar um "Quete" na minha rola não. Se ele morde aqui,... ah mermão, eu mato.

Ricardo: Tio, currar o cara não, não vou fazer isso.

O tio dele: Mas é muito menininha mesmo. Se não fizer os teus primos fazem. Mas te aviso logo, tu vai aprender a virar homem de verdade depois que acabarmos aqui.

Foi então que alguém bateu palmas do lado de fora e todo mundo ficou estático. Ouvi uma voz baixa que parecia falar no celular e mais uma vez o bater de palmas acompanhado de um " Ô Fernando?". Eu fiz algo sem pensar e gritei um "Caiooo, socorr", mas aí o cara da câmera chutou minha cabeça e eu apaguei de vez.

Continua...

Terminar nessa parte, quanta maldade minha heim. E eu sempre falando que não gostava enrolação... puf, sou muito contraditório kkk. Eu possivelmente me livrei dessa surra aí, mas prevejo outra por parte de vocês heim kkk. Queria mandar um grande abraço pras pessoas que me mandam email, as quais não costumam comentar aqui, e as quais eu demoro a responder. Gente, não faço por mal, e respondo todos sempre que posso. É incrível com a quantidade de recados que recebo a cada cap e o quão as pessoas falam comigo, algumas pedem conselhos e outras são meninas que elogiam o conto, sério... é espantoso. To conhecendo muita gente bacana e fazendo amizades incríveis. Forte abraço à todos vocês no geral. Fiquem bem e postarei a outra parte se puder amanhã. Beijinhos e fique bem ♡♥

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Comentários

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Sinceramente, eu nunca vi tanta violência assim, cara fiquei chocado ao ler isso, mds como pode existir pessoas assim?

Tabta gente bia doente, morrendo e esses seres repugnantes vivos ainda?

Como pode?

Mds será q não vê isso?

Esse crueldade sem precedentes?

Como seus filhos se tornaram isso?

Como?

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essa é a primeira vez q eu comento aqui,seu conto ta mt bom.eu sei bm oq é essa situação q vc passou...

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cara, sobrevivemos a dois apocalipses, o de 2000 e o de 2012 rsrs mas parece que com você foi a 3 mesmo, muito tensa essa narrativa, puta merda, admirei demais tua coragem e o teu bom humor nessas horas, tomara que Caio tenha metido a porrada nesses nojentos ><

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Muito bom. Mas cara não curto muito violência por isso o nove

Mas amo seus contos!!

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To me sentindo aquele cara que tava dormindo na aula e acordou no susto, como assim 3 meses?? Então não tava tão frio assim não... | Não vou mentir não, odeio essas partes e costumo ler pausadamente, alguns eu até pulo. Fiz uma força pra dar uma moral, mas é de cortar o coração. Só espero que dê tudo certo, porque a balança não tá favorável pro team Fernando :( | Todo personagem masculino que eu prezo eu acabo chamando de menino titulo. Um dos casos é que eu chamo o Peeta do HG de "Menino Berserker" pelo oq aconteceu no terceiro filme rs. | Por falar em conto apagado, o que mais me dói até hoje e me faz salvar todos que eu prezo pra uso pessoal, foi um do Imperadorcelta, o "Nós quase fomos por completo", o final foi triste e até entendo que se aquilo foi real, era dificil manter uma lembrança escrita.

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Muito tenso! Volta logo. Ansioso para o próximo capítulo!

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Ain, Chessus, espero que tudo dê certo... mds to com o coração na mão aqui... OMG

Espero que o Ricardo morra que nem um cara em "Doce Vingança"

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isso me fez pensar que nesse exato momento que alguem deve ta eaperando um caio para se salvar de uma sifuacao dessumana dessa.

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Oi Fer tudo bem amando se conto amando ate os erros e os pontos mô bem quando vc vai pegar o o caio de jeito e deixa ele sem andar???

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Ki horror, chorei horrores e terrores lendo tudo isso! Me imaginei no lugar do Nando e me senti agoniado... poxa nando ki horrivel... sei la um sentimento ruim dentro de mim agora de dor, desespero... lamento por vc amigo...

ah infarento eh tu que usa precata kkkkkkkkkk...

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Aim nem tive estômago amigo... Mas está muito bom o conto... Parabéns vc superou 😄❤

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Oi fer nossa fiquei triste ao ler essa parte da sua historia isso foi de uma covardia sem tamanho e o pior de todos é esse tio ai que devia ter vergonha do que fez. Espero que o caio tenha chamado a policia pra prender essa quadrilha de preconceituosos e espero ansiosa o proximo. Queria ler a versao do caio dessa covardia. Se ele puder nos contar é claro. bjos

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