Um Conto Medieval XXII

Um conto erótico de tavinhoo
Categoria: Homossexual
Contém 2074 palavras
Data: 15/10/2015 00:12:58
Assuntos: Gay, Homossexual

Naquele momento não tinha o que falar, aliás lógico que eu diria sim, minha resposta não poderia ser outra.

- Eu tenho certeza que você sabe a minha resposta.- eu disse rindo e ele me devolveu com o seu melhor sorriso.

Trocamos os colares e ele deu um beijo na minha testa e voltou a sentar no seu lugar, aquela mesa de madeira super pesada me lembrava do meu pai,pois ele a fez e me lembrar dele me trazia um peso e medo, como ele reagiria se soubesse isso? Com certeza ele não aceitaria. O jantar estava ótimo e nos quatro conversávamos normalmente a não ser na hora que minha mãe me perguntou como e onde eu encontrei Jonathan,e eu não pude lhe falar porque aprendi varias coisas com essa viajem, e não era correto eu passar as informações de onde eu fui, isso alteraria várias coisas.

Desconversei e acho que ela entendeu que eu não poderia falar a respeito, ela me entendia melhor do que ninguém. Até que me veio uma curiosidade,com certeza Bell como melhor amiga de minha mãe sabia dos meus poderes na verdade eu acho que todos sabiam, então não tinha o porquê eu me privar de falar algo na frente dela a respeito.

-Porque eu e não a senhora?- eu questionei a ela.

Ela me olhou por um instante, respirou bem fundo e continuou a me olhar fixamente.

- A senhora era filha dela, então a logica seria os poderes serem seus.

- Sim, porem no momento da minha transição, no momento do amadurecimento dos meus poderes eu estava grávida de você,e meus poderes de alguma forma haviam passado para você, todo ele.- ela disse me olhando séria. - não sei como,mamãe disse que era pra ser assim, e foi a única coisa que ela me disse.

- Papai sabia de você?- eu quis saber.

- Não sabia, seu pai não odeia você filho.- ela segurou na minha mão nesse momento e a alisou.- ele so tem medo do que possa acontecer com você, ele só quer o seu bem, as pessoas fazem coisas terríveis contra outras com dons, você sabe disso.

Eu nada respondi, apenas me levantei da mesa e segui em direção a porta. Quando sai senti novamente a presença de alguém nos arbustos, será mesmo que esse enxerido não dorme? Aquilo estava me dando raiva, já que ele queria ficar plantado ali, ele iria ficar a noite inteira, apenas parei na frente da minha casa, fechei meus olhos e me concentrei, abri novamente e eles estavam marrom, olhei em direção ao arbusto onde Renan estava,e fiz o que ele queria, seus pés ficaram presos ao chão como raízes.

Satisfeito, segui o meu caminho para o estabulo a noite estava realmente fria, e ainda nem era inverno. Quando cheguei na frente daquele enorme lugar empurrei as grandes e pesadas portas de madeira que rangeram, ali só havia feno e os estábulos vazios,sentei-me no chão e comecei a pensar.

Não que eu estivesse culpando a minha mãe por algo ou mesmo zangado com ela, é que as vezes eu só queria ser normal e não ser tachado de estranho ou ter pessoas me perseguindo com tochas. A porta foi aberta e trancada nessa sequencia,olhei pra trás e Jonathan vinha com as mãos nos bolsos vagarosamente em minha direção, o ambiente estava escuro,mais eu conseguia o ver pela claridade da lua que entrava por algumas frestas. Ergui minha mão e acendi todas as lamparinas que tinha ali dentro,ele se assustou e logo sorriu e agora eu podia o ver nitidamente com a claridade.

- Não me acostumo com isso.- ele disse sentando-se na minha frente.- não fica assim amor.

Baixei a cabeça e uma lágrima escorria do meu olho chegando rapidamente ao meu queixo.

- É que as vezes eu só queria ser normal.- eu disse.

Ele segurou no meu queixo e ergueu minha cabeça, olhou nos meus olhos.

- Mais você é normal, você só é especial.- ele disse com aquele lindo sorriso.- e eu amo você desse jeito.

Eu olhei pra ele e segurei o seu queixo da mesma forma que seu polegar e indicador estavam posicionados no meu, olhei no fundo dos olhos dele e entrei na sua mente.

"Agora eu vou te mostrar o quanto eu te amo também, Vamos inverter os papéis." Eu disse isso no seu pensamento. Fechei meus olhos e fiz com que ele entrasse na minha mente eu iria lhe mostrar todas a memórias, abri meus olhos novamente e olhei nos dele. Ele viu o dia em que nos conhecemos, viu o dia em que ele tentou me beijar, quando começamos a treinar, nossa primeira vez, novamente ele estava me ensinando a lutar " segura a espada dessa forma Brian.- ele disse e se posicionou atrás de mim, seu corpo colou no meu, ele segurou minhas mãos e posicionou a espada corretamente." Eu estava frente a frente com Melok e ele se pôs na minha frente com sua espada, e sumiu como pó, ele viu minha raiva, ele me viu no estabulo chorando até o momento em que consegui chegar na dimensão que ele estava.

E de repente ouve um esbarrão assim que eu cheguei. Aquele rapaz de cabelos loiros espetados me era familiar, aquele cheiro, aqueles olhos.

- Era você? Eu fiquei te olhando depois que você se virou, tive a impressão de que te conhecia de algum lugar. - ele disse sussurrando e escorria uma lagrima em seus olhos.

- Shiiiiiiii.- coloquei o dedo indicador em seu lábios para que ele ficasse em silencio e então continuei.

"- raios vó, não tem como ser mais – eu ia concluir o que eu havia começado a falar mais esbarrei em alguém e cai no chão.

- E como se meu dia já não estivesse péssimo eu esbarro em um maluco, que ainda por cima fica conversando sozinho. – disse o estranho que eu esbarrei me olhando ali caído no chão.

- sinto muito, é que eu sou novo aqui e...

- Caipira so pode ser. – disse ele sem ao menos me deixar terminar de falar, mais eu concordei, eu já vi aqueles olhos verdes em algum lugar.

- Sim, desculpa, eu sei que deveria estar olhando pro onde ando, mais é tudo muito novo pra mim- e realmente era –meu no é Brian. – disse estendendo minha mão para um cumprimento.

- Pode me chamar de Jonnhy todos os meu amigos me chamam assim – disse ele me puxando fazendo com que eu me levantasse rapidamente com um impulso que quase quebra o meu braço.

Estranho, ao tocar a mão dele eu senti um choque bem leve, mais não pude deixar de sentir.

- Então Brian,eu vou indo, vê se não esbarra em mais alguém por aí..."

Então as memorias começaram a ficar mais rápidas. Quando nos vimos no elevador, as varias horas que ele me olhava no escritório. - nesse momento ele riu.- nosso primeiro encontro, nosso " Primeiro beijo", nossa "primeira vez" até chegar no galpão onde Melok nos deixou presos e a água subia rapidamente " eu te amo" ele disse antes que ficássemos totalmente submersos.

E nesse momento fiz ele sair da minha mente rompendo a ligação que eu fiz.

- Viu como você é especial? Nem mesmo em outra dimensão e até mesmo sem lembrarmos um do outro eu escolhi você, eu amei você, e vai ser sempre assim. - ele disse me beijando.

*************

- Onde você estava Vera? Estou a quase uma hora lhe esperando aqui sentado nesse degrau, acho que entrou até farpas na minha bunda de tanto tempo sentado.- eu disse dramatizando para ela que só riu.

- Não seja exagerado Brian, o dia estava bonito e eu resolvi sair pra andar um pouco, fui no reino.- ela disse pasando por mim e indo em direção a porta.- vamos entre! Tenho coisas a lhe contar.

Eu apenas a segui, e quando passei pela porta pude ver os mesmos símbolos que haviam na porta da casa da Vera, a casa estava deslumbrante por dentro, sentei-me em uma cadeira de madeira bem rústica e apoiei meus cotovelos na mesa por fim repousei meu queixo nas minhas mãos e observava Vera atentamente que estava na minha frente.

- Então, fui ao reino e descobri que irá ter um baile de máscaras no castelo do rei daqui a três dias.- ela dizia servindo duas xicaras do que eu imaginava ser um chá que tinha uma cor verde meio transparente.

- E o que isso tem haver? É só mais um baile do rei, que só irá Burguesia, os poderosos.- eu disse soprando aquele líquido super quente.

- Deixe-me terminar que você saberá.- ela disse ainda com olhar sereno.

- Pois diga então.- eu disse agora bebendo um pouco, tinha gosto de hortelã.

- O rei vai presentear seu filho "o príncipe" com um anel super raro e valioso pelo seu vigésimo aniversário.- ela disse agora bebericando o seu chá.

E eu quase me engasguei com o meu.

- Não me diga que é o seu anel? - eu disse com os olhos totalmente abertos, quase saltando.

- Sim.- disse ela.- temos que ir a esse baile e pegar esse anel antes de Melok.

- Como assim antes de Melok?- eu questionei.

- Oras, você pensa que ele também não sabe sobre o anel?

- Ok, mais como vamos entrar se não fazemos parte da alta sociedade e não temos convites.- eu disse agora sem ânimo algum.

- As vezes você parece que tem vento nessa cabeça, seu pai o proíbe tanto que você até esquece que tem poderes.- ela disse debochando de mim. - Você poderia ter deixado aquele menino preso no chão, ele não para de te seguir, sua sorte é que eu camuflei a casa e ele não consegue a ver, volte pra casa, seu pai já está chegando.

Eu lhe dei um beijo na testa e corri rumo ao vilarejo. Chegando lá eu mal pus os pés na porta de casa que escutei o som das patas dos cavalos e meu pai parou bem atrás de mim.

- De onde você estava vindo? - ele disse sério.

- Na verdade eu estava indo esperar o senhor chegar.- eu disse sorrindo para ele.

- Tudo bem então, vou guardar o cavalo, daqui a pouco passo pra lhe pegar pra você ir cortar lenha.- ele disse movendo as rédeas do cavalo o fazendo se movimentar até o caminho do estabulo.

Eu mereço mesmo, ir cortar lenha. É mais fácil eu cortar um pedaço do meu braço do que cortar um tronco daquele, falando nisso, não vejo Jonathan desde a noite passada, foi uma noite ótima, quando me lembro dos nossos beijos, dos seus toques pelo meu corpo. Bom, entrei em casa e mamãe estava cozinhando.

- Oi filho, onde esteve?- disse ela mexendo um caldo com uma colher de madeira na mão e um lenço amarrado em seu cabelo.

- Papai chegou, não posso falar.- eu disse sentando-me na cadeira e ela entendeu.-mãe, o papai disse que vai me levar pra cortar lenha, me salva dessa tenho uma coisa muito importante pra fazer essa tarde.

Nesse momento meu pai entrou em casa e foi até minha mãe, ele a abraçou e deu um beijo em sua testa.

- Vou dormir um pouquinho, me acorde daqui a pouco, irei levar Brian pra cortar lenha.

Olhei pra minha mãe com a cara mais penosa que consegui fazer.

- Não vai dar William, ele vai colher alguns temperos pra mim mais tarde, não posso sair daqui pois você sabe que o leitão precisa de atenção pra não queimar.

- Anabela, eu nem vou discutir com você pois estou cansado, mais tudo bem, o levo outro dia.- ele disse virando se costas.- espero que tenha se comportado Brian.

- Obrigado- eu disse baixinho e rindo pra minha mãe, que também ria.

Peguei minha bolsa e fui pro meu lugar preferido, aquele tronco caído me trazia tantas lembranças, chegando lá fiz como Vera havia me ensinado, peguei um pozinho e fiz um grande círculo pra camuflar boa parte do local onde eu ficaria, liberei a realidade apenas para os olhos de Jonathan caso o mesmo viesse me ver. Sentei-me naquele tronco e fiquei vendo as folhas no chão de varias cores, eu tentava fazer com que elas flutuassem e consegui,logo elas já estavam dançando no ar.

Eu estava bem distraído até que sinto a presença de alguém.

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