Ele só queria me fazer sorrir (Capítulo 4)

Um conto erótico de Eduardo
Categoria: Homossexual
Contém 1337 palavras
Data: 06/10/2015 20:25:26
Última revisão: 06/10/2015 20:36:18

Saí de lá sabendo que eu tinha conseguido uma amizade para toda a vida. Mas acima de tudo isso saí de lá sem saber de muita coisa aqui dentro.

Deu tempo almoçar. As aulas seguiram normalmente até o fim do dia. Esperei o ônibus, ele chegou e eu fui para casa.

Nem me despedi.

De ninguém. Cheguei em casa faço tudo no automático, tudo no que eu já sei que é para fazer, banho, academia, banho, janto e olho um pouco o conteúdo. Quando eu olho para o relógio dá 23:17. Tenho que ir dormir, penso.

Aquela cama só sua, me deito e me vem aquele filme do dia que passou, as emoções do dia, o corte que ainda ardia é claro ainda com o curativo, e minha amizade com Gustavo, Gustavo garoto você é ruim, ou é bom demais para ser verdade. Apago, não sonho com quase nada a não ser com minha mãe doente, muito mal. Acordei preocupado, fui até ela, ela estava lá, dormindo tranquilamente, que inveja. Queria que você me entendesse, que não fosse tão mente fechada, que eu tivesse certeza que poderia contar para você e contar com você depois. Mas não é isso que a realidade quer, e eu? Bom eu já não sou mais um adolescente confuso, eu sei o que eu quero, sinto atração por outros garotos e tenho a louca certeza que eu tenho a capacidade de me apaixonar pelo mesmo sexo. Mas é assim não é? A alma é mais importante que a felicidade… deixa eu ser feliz um pouco.

Sai desses pensamentos e fui ao banheiro, tiro a roupa, ligo o chuveiro e sinto aquela água muito fria me queimando a pele. Tinha quase certeza que meu dia seria normal, chato e como sempre só estudos… Desde aquela hora fiquei triste, sou profissional nisso.

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Gustavo (Do outro lado da cidade)

Cheguei em casa ontem tão bem, nem sei explicar o por quê. Ontem tinha enfim conversado com aquele garoto… Desde a primeira vez que eu o vi me deu uma curiosidade muito grande de conhecê-lo, não entendia nem porque... Sempre via ele, todos os dias eu observava ele saindo da sala, desanimado, cabisbaixo… Nas aulas do Circulo via os outros o elogiando, mas via aquele desanimo palpável que ele demonstrava… eu me sentia mal em ver alguém assim… Logo eu percebi que não era bem como eu pensava… não era simplesmente empatia… era algo relacionado a carinho, uma espécie de afeto… não queria mais ver ele assim. Ele parece ser alguém tão legal, inteligente, preso naquela casca amarga de quem não gosta da vida. Não sei se consigo explicar como, mais eu gosto dele. Hoje eu acordei a primeira coisa que me veio foi a imagem dele sorrindo quando falei que eu me importava com ele. Ele deveria sorrir mais, ele faz isso de uma maneira tão perfeita.

Hoje eu vou me aproximar dele mais. Ele parece ser tão solitário, tão isolado, tenho certeza que ele precisa de amigos. E eu vou ser isso.

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Eduardo

À caminho da escola tudo naturalmente normal, as mesmas pessoas no ônibus, e eu no mesmo local dentro do mesmo, me sentindo como sempre me senti, rodeado de pessoas e ao mesmo tempo sozinho, nada pior que isso.

Chego na escola entro pelo portão e não me dou o trabalho de cumprimentar ninguém, e as pessoas nos seus melhores papéis fazem o mesmo. Quando entro na sala, checo o horário e vou no armário pegar meus livros, sinto alguém me cutucar.

-Eaê? - Falou Gustavo.

-Bom dia! - Respondi calmo.

-Que bom humor, quer ajuda? - Perguntou animado

-Não obrigado… Tudo bem? - Queria ser simpático mas não tava rolando.

' - Sim e você tudo bom? - Ele tinha uma alegria que pouco a pouco ia me preenchendo.

- Tudo sim – Dessa vez sorri para ele. - Quer entrar ou está pensando em fazer algo melhor?

- Nada melhor que está perto de um amigo, e conversar com ele – Respondeu elejá entrando na sala – Principalmente se você gosta dele.

- Já vi que você manda bem em filosofia. - Falei.

- Fala isso para o meu seis. - Ele disse fazendo graça.

- Não é a nota que faz o conhecedor, o que te faz inteligente não vem de números, vem daqui. - Falei tocando sua cabeça.

Não tinha percebido o quanto aquele cabelo dele é perfeito, macio… Dá vontade de passar a mão e ficar fazendo cafuné… para cabeça… ele é um garoto.

- Quem manja das Filosofia aqui é você – Falou ele com um impercebível erro de concordância.

- Fala isso para o meu seis – Devolvi – Não é fácil a vida quando você tem que estudar Metafísica.

Era fácil fazer ele rir, e devia ser muito fácil para ele encantar as pessoas com o seu sorriso, pelo menos a mim ele encantava. Quando olhei para o relógio vi 7:08.

- Gustavo!! Corre que vai já dar a hora, você vai ganhar uma ocorrência!! - Falei preocupado, 7:10 os professores iam para as salas, e eles não perdoavam.

- Ok, ok Tchau até mais! - Ele ia saindo, mas voltou, me deu um beijo no rosto e saiu rápido rindo.

- Olha a liberdade!!! - Gritei, mas me arrependi, todos da sala olharam curiosos, não era de dar um pio, a não ser para ser o líder chato. Olhei com meu melhor olhar de desprezo para quem estava olhando… e funcionou hehe.

Ele me beijou o rosto, aquilo me arrepiou, ou melhor, isso, ainda estou sentindo, foi rápido, foi apenas um beijo no rosto fisicamente falando… Mas a metafísica, ela diz que foi muito além disso. Não gostei dessa liberdade que não lembro de ter dado para ele, nós somos amigos, mas amigos não ficam beijando o rosto do outro… ou sim… que besteira minha ficar pensando essas coisas.

Logo meus pensamentos são interrompidos pelo professor de geografia. A aula seguiu normalmente, até o intervalo, que chegou, e pela primeira vez eu estava ansioso pelo próprio. Saí da sala e olhei para um lado, para o outro, ninguém. Mentira, tinha muita gente, mas nenhum Gustavo. Fui em direção à fila, e fico lá esperando, olhando para a frente, quando de repente chega alguém atrás de mim e me abraça, por trás. Abro um sorriso e me sacudo.

- Para de graça Gustavo hahaha – Falei.

- Ah… Se quiser ser meu amigo vai ter que me aguentar, e minhas b r i n c a d e i r a s. - Falou devagar essa última palavra… Ele era chato, mas gente chata, eu sempre gostei.

- Muito infantil você hehe – falei rindo.

- Pser né… eu só fiz crescer – Ele sorriu, diferente dessa vez… Ele sorriu safado, Esse, era, de, pedir, mais.

Aquele sorriso safado me desconcertou, me senti vermelho. Ele riu.

- Tem que crescer na mentalidade – Falei batendo de leve na cabeça dele como se fosse de madeira, ele só ria.

Quando chega nossa vez, pegamos nosso lanche e nos dirigimos a uma mesa. Provavelmente com os amigos dele, já que sorria, e já ia falando. Cinco pessoas, duas meninas que eu não conhecia, a Rafaella que já foi multiplicadora do Círculo, uma menina que já conhecia de vista e um menino que estragou minha manhã vê-lo.

Continua…

Me desculpem pelo intervalo de tempo que eu estou passando sem escrever, minha escola é de tempo integral e isso consome meu dia… fora a época de provas globais, que acabam dia 8, após postarei novamente um por dia, espero que estejam gostando e muito obrigado por ler. Comentem ^^ Abraços

lucluc – Que bom que gostou ^^ obrigado.

R.Ribeiro – Muito obrigado, prometo não demorar tanto no máximo 3 dias ^^ máximo.

LC..pereira - Muito obrigado ^^

Neto M – Não há por que se desculpar o domínio da gramática em si é algo estético o alto grau da sua escrita está no lindo conteúdo que escreves. Muito obrigado pelos concelhos, eu tentei fazer e espera que tenha dado um bom resultado. Eu entendo, e de coração espero que o remédio que é o tempo possa apagar essas sombras, ou que a luz da esperança possa iluminá-las. Um grande abraço.

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Comentários

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Fico verdadeiramente grato por sua preocupação, e creio que o tempo me ajudara com essa questão, afinal, apesar de ainda ser uma ferida que me causa muita dor, ela já está muito menos profunda depois desses anos.

Fico muito contente ao saber que acha o conteúdo de meus comentários bonito, muito obrigado pelo elogio meu querido!

Não se preocupe em fazer mudanças de forma abrupta, seu conto está muito bom, caminhe vagarosamente e faça as mudanças quando se sentir a vontade para faze-las, comece fazendo algumas pequenas alterações em algumas frases e avalie-as, pergunte a si mesmo se ficou de agradavel, compreendível e de acordo com o seu gosto é claro, com o passar do tempo e a pratica você começara a fazer as pequenas alterações que achar adequadas sem ao menos notar, pois aos poucos você mudaria seu jeito de escrever, mas isso vem com o tempo, apenas continue dando o seu melhor e tudo dará certo.

Estou gostando muito da historia, foi interessante ver a historia aos olhos de Gustavo, a relação dos dois está tomando um modelo muito interessante e que muito me agrada, pois é muito fofa a forma como eles se tratam, estou muito curioso para saber quem é a misteriosa pessoa que é mencionada ao fim do capitulo e qual o motivo da reação de Eduardo ao vê-lo, apesar de ter certas suposições, elas são apenas hipóteses, as quais só serão confirmadas ou descartadas no próximo ou próximos capítulos, sendo assim lhe peço humildemente para que não demore, rsrsrs.

No momento é isso,um grande abraço de seu leitor.

Atenciosamente, Neto M.

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Adoro contos um pouco dramáticos!

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Esse Gustavo ainda não percebeu que o gostar que ele sente por Edu e mais que um gostar de uma simples amizade. . . Esperando o proximo!

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