Desprotegido - Reborn: Bom Samaritano

Um conto erótico de David Ferraz
Categoria: Homossexual
Contém 1286 palavras
Data: 05/10/2015 00:13:53
Última revisão: 05/10/2015 00:34:30

E agora? Será que daqui a 7 dias seria meu o corpo a ser encontrado em um poço? Será que Renato chegaria a esse ponto?

_ E agora cadê toda sua marra? _ Ele pergunta em meu ouvido.

Tento lembrar por que todo esse ódio dele contra mim, mas é lógico que eu já sabia o motivo de sua antipatia pela minha pessoaHoje é dia 7 de fevereiro, primeiro dia de aula e por mais que eu me esforce não consigo ficar confortável nessa carteira idiota. Vejo um garoto se aproximando, acho que nunca vi ele antes, mas sei lá eu ando esquecendo tudo sobre a minha vida. O psicólogo não tá me ajudando tanto quanto deveria. Mas não o culpo, eu não baixo a guarda perto dele.

_ Tem alguém nessa carteira? _ O garoto pergunta sorridente.

Simplesmente o ignoro, cruzo meus braços sobre a carteira, deito minha cabeça na direção oposta ao garoto e lanço meu olhar sobre janela. Olhar completamente desinteressado, diga-se de passagem, eu estava numa situação que não via graça em nada e minha vida simplesmente parecia não ter um sentido.

_ Então tá! _ O garoto diz e sinto que ele senta na carteira ao meu lado. _ Meu nome é Renato, e o seu ‘garoto simpatia’?

Continuo o ignorando. Não me entendam mal, eu não sou um garoto metido. Só não quero falar com ninguém. Sinto ele suspirar.

Depois de algum tempo passar, ouço uma voz adulta. A professora está na sala e vejo que ela está incentivando os alunos incentivar. Um garoto que me parece familiar se levanta e começa a se apresentar.

_ Meu nome é Adriano, tenho 14 anos e moro aqui em Nova Friburgo desde sempre. Frequentei a escola Salesiana Aparecida, mas saí por causa de umas tretas que ocorreram com alunos de lá ano passado.

Tretas com alunos? Salesiana Aparecida era minha antiga escola, será que aconteceu algo a mais além da morte de Mateus?

_ Você de blusa azul, interaja com a turma. Diga seu nome, sua idade e de onde veio. _ A professora diz com a voz meio impaciente.

Eu olho ao redor e vejo que Renato está com um sorriso zombeteiro no rosto e que Adriano do outro lado da sala está me fitando com aparente curiosidade.

_ Meu nome é... David e eu tenho 14 anos e vim do colégio Salesiana Aparecida. _ Eu falo o mais baixo que posso, mas a professora passa para o aluno atrás de mim que se chama Carlos.

Renato inclina para meu lado e diz:

_ Vai ser muito divertido estudar com vocêPresenteSinto a boca de Renato sobre o meu pescoço, não nego que está bom, mas eu não quero perder minha virgindade em um beco. Na verdade não quero perder minha virgindade em lugar algum. Sinto as investidas de cacete que, por eu estar assustado, parece ter a largura de um braço contra meu buraquinho.

_ Por favor, Renato... _ Eu digo soluçando e claro ele não me dá atenção.

E quando parece que ele irá conseguir alcançar a meta de me penetrar e depois dobrá-la várias vezes, ouvimos passos. Uma sombra surge no começo do beco e Renato rapidamente se veste. E eu escorrego pela parede me perguntado o que vem agora.

_ Garoto você está bem? _ Uma voz grossa e preocupada pergunta.

Fico arrepiado ao ouvir essa voz, que me parece tão familiar.

_ Es-estou! _ Digo subindo minha calça.

_ Quem te chamou aqui, mané? _ Renato pergunta irado, indo pra cima do meu bom samaritano.

_ Não é da sua conta otário! Eu ouvi soluços e vim ver o que era. Quer que eu te acompanhe até uma delegacia? _ O cara pergunta pra mim.

_ Pra que, panaca? Ele não precisa da sua ajuda. _ Agora Renato está frente a frente com o rapaz e eu vejo que os dois tem a mesma altura.

Vejo que o clima vai pegar fogo e apesar de querer muito ver o Renato apanhando não sei se isso irá acontecer, então pretendo parar essa briga antes que ela comece.

_ Ei, parem com isso! _ Eu peço enquanto passo a mão nos olhos para tirar os últimos resquícios que ainda havia no meu rosto.

_ Vamo, Neném. Eu te levo pra casa. _ Renato me pega no meu braço com força, mas antes que ele possa me arrastar eu tento me soltar.

_ Eu não vou a lugar nenhum com você!

_ Para de graça Neném e anda logo. _ Ele diz insistindo em querer me levar.

_ Solta ele! _ O carinha consegue me livrar do aperto e me passar pra detrás dele.

Fico muito agradecido com essa atitude, ele nem me conhece e tá tentando me defender.

_ Cara, cê quer mesmo ficar de olho roxo, né? _ Vejo que Renato está cada vez mais irritado.

_ Antes de você querer arranjar uma briga inútil, já que eu vou ganhar de você, eu tenho recursos pra que você fique muito encrencado. _ O desconhecido diz isso com uma voz bem ameaçadora, até eu fiquei com medo. Depois ele continua em um tom irônico: _ Mas já que tu tá tão preocupado, eu deixo ele ir contigo se ele quiser.

Renato estende a mão para mim e solta um ‘bora’ sem sucesso, já que eu me recuso a sair de trás do meu herói.

_ Então vá te fuder, viado! _ Ele esbraveja e sai andando.

Depois que ele se afasta eu resolvo agradecer ao garoto que já estava de frente para mim.

_ Obrigado mesmo por isso! Eu nem sei o que teria acontecido se você não tivesse chegado!

_ Eu tenho alguma ideia. _ Ele diz sério.

Eu enrubesço.

_ Você não deveria andar com esse cara. Ele é pirado! Também deveria ir à delegacia prestar queixa. Por que será que ele se preocupa tanto comigo?

_ Eu não ando com ele e não quero ibope, na verdade só quero tomar um banho e torcer pra não ter pesadelos a noite. _ Eu respondo.

_ Se você quiser eu posso dar um jeito nele... _ Ao dizer isso, um sorriso estranho brota em seu rosto e, confesso, me assusta um pouco.

_ Eu agradeço mesmo por me ajudar e não precisa fazer nada contra ele! Mas agora eu tenho que ir.

Eu me afasto um pouco e ele me chama:

_ Ei!

_ Sim? _ Pergunto.

_ Meu nome é Raphael!

_ O meu é David.

Ele solta uma risada e fala:

_ Eu sei! Nos vemos em breve...

Eu aceno para ele e sigo meu caminho. Antes de virar a esquina eu viro para trás e ele está no mesmo lugar, me observando. Não sei porque, mas sorrio. O que será que está destinado a mim agora? E peraí como assim, ele já sabia meu nome? E por que ele me parece tão... familiar. Bem, talvez eu devesse esquecer isso. Provavelmente eu nunca mais verei esse ruivo dos olhos cor de mel que me atraiu e me fez ter um frio na espinha ao mesmo tempo. Será?

ContinuaBem pessoal, meu plano inicial era postar essa série de contos com o nome Segredos e Mentiras, porém essa série é o reboot de outra série que eu postei aqui em janeiro de 2013 que tinha como nome Desprotegido (por isso o Reborn agora) sobre a alcunha de EscritorNegro. Agora se vocês querem ver como ficou na minha cabeça os personagens entre no link a seguir e veja: http://davidferrazautor.blogspot.com.br/personagens-do-conto-desprotegido.html. Espero que meus antigos leitores comentem aqui o que estão achando dessa repaginada. Beijos e até amanhã!

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Comentários

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Espero que o Renato seja um louco rsrs... Só para deixar a historia mais interessante

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O conto está bom, mas tome cuidado para não exagerar nos clichês. Abraços.

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Gostei demais, mais esse cara novo não me cheira bem, e o Renato é apaixonado pelo David. Ansioso para continuação.

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