“Será que eu sou bom pra você?”
Mais uma vez me encontro em minha cama chorando por mais uma decepção amorosa, eu disse que isso iria acontecer, mas realmente não pensei que fosse acontecer tão rápido, novamente eu me apaixonei e para que? Para novamente sofrer por amor? O que tem de errado comigo? Porque todos com quem me relaciono acabam me traindo? Eu me pergunto mais uma vez, será que eu fui feito para estar sozinho? Os meus olhos queimam e as lagrimas não param de escorrer pelo meu rosto. Com milhares de pensamentos em minha mente eu acabo adormecendo, acordo não sei quanto tempo depois com minha mãe me chamando.
- Ben? Ben? Acorda se não você vai se atrasar para a escola – falou me balançando.
- Que horas são? – pergunto coçando os olhos.
- Já são 6h30, eu estou preocupada, você se trancou no quarto ontem a noite e não saiu mais, o que aconteceu lá na casa do Alex? – perguntou.
- Não aconteceu nada, eu só estava com muita dor de cabeça, então decide vir para o quarto, depois acabei dormindo. – menti
- Porque você não me falou? Eu teria te dado um remédio pra passar a dor – falou passando a mao em meus cabelos.
- Obrigado mãe, mas não era necessário, o que você fez pro café? Estou morrendo de fome, ontem eu nem jantei – perguntei mudando de assunto.
- Fiz tudo o que você gosta, vai tomar um banho e desce pra gente comer – falou saindo do quarto.
Vou para o banheiro tiro toda a minha roupa e entro debaixo do chuveiro, opto em tomar um banho frio, para despertar completamente. O Alex não sai da minha cabeça, lembro de tudo o que ele me disse ontem a tarde, as lagrimas começam a descer involuntariamente, se misturando com as gotas de que caem do chuveiro, porque ele fez isso?
Eu logo termino o banho, me visto com o uniforme da escola e desço para tomar café da manha, minha mãe esta sentada à mesa, e eu me sento de frente para ela, pego um suco e me sirvo, pego também algumas torradas e um misto quente, como rapidamente estou com muita fome, minha mãe me olha surpresa e com a maior naturalidade eu pergunto.
- O quê? – pergunto ao ver ela me olhando surpresa por eu estar comendo assim.
- Nada, é que você nunca comeu assim antes, com tanta vontade – fala.
- É que eu estou com muita fome – falo dando uma mordida no misto quente.
Sim é fome, porem eu como para tentar amenizar a dor que eu sinto, a comida é o meu refugio. Termino o meu café e saio em direção à escola, caminho despreocupadamente pela causada, quando alguém que eu não sei quem surge atrás de mim me dando um susto.
- BOM DIA FLOR DO DIA – a pessoa falou gritando.
- Fabio? O que tá fazendo aqui louco? – pergunto assustado. – não era pra você estar no trabalho?
- Me deram folga hoje, e como tá o meu moleque favorito? – falou me abrasando de lado.
- Moleque? Eu já tenho quase dezoito anos e você ainda me chama de moleque, seu chato – falei dando um soco em seu braço.
- Pra mim você sempre vai ser um moleque, afinal vai ter festa no seu aniversario? Faltam só alguns dias.
- Acho que não, não tenho animo para festa nesse momento – dei de ombros
- Você é chato!
Paramos na frente da escola.
- cheguei ao meu destino, até mais Fabio.
- até mais – falou e continuou a andar.
Entrei na escola e fui direto para a sala, o Fabio é uma figura, foi com ele que tive minhas primeiras experiências gays, ele que me mostrou esse mundo, eu gosto muito dele, é uma pessoa muito legal e me ajuda quando eu estou passando por momentos difíceis, é um bom amigo sem duvida. Ele quase não mudou desde que tivemos o nosso lance, ele é alto, magro, olhos escuros, cabelo liso que era cortado bem baixo, corpo magro mais com alguns músculos, era e ainda é lindo pelo menos eu acho.
As três primeiras aulas passam normalmente e já é a hora do intervalo, eu estou morrendo de fome e meu estomago pede por comida, compro um sanduiche e um refrigerante,o refeitório esta muito movimentado e eu não estou com cabeça para aturar barulho, então descido ir para a quadra de futebol, me sento em um dos baços da arquibancada e começo a comer, na minha cabeça vem a imagem do Alex, eu tento conter as lagrimas mas é quase impossível, lembrar da sena que eu vi, lembrar do que ele me falou, ele disse que me amava, mais será que o que ele dizia era verdade? As lagrimas descem dos meus olhos involuntariamente, eu estou confuso muito confuso.
Já são 14h da tarde eu tento não lembrar do Alex, mais eu não consigo, ele se infiltra em meus pensamentos e não sai, eu não posso evitar eu o amo e o que junto a mim, ele ainda não deu sinal de vida, provavelmente esta com aquele garoto, o que será que eles tem? O que o menino desconhecido tem haver com o Alex? Aquela frase vem em minha mente.
“ O que você tem que eu não tenho?”
Não pode ser, será que aquele garoto é o ex do Alex? Essa ideia não parece tão ruim, mas se ele é seu ex, o que ele fazia lá? Talvez uma reconciliação? Agora eu não entendo nada, o fato daquele garoto estar pálido com olheiras e com aparência de doente não fazem sentido, o Alex havia me dito que seu ex-namorado havia o traído, ele vai ter que me explicar isso, porque eu não consigo entender absolutamente nada.
Algumas horas depois escuto a campainha tocar, todos os músculos do meu corpo se erigissem, fico ofegante e minha boca esta seca, meu coração esta saindo pela boca, será que é ele? Se eu ficar aqui parado não vou descobrir, imediatamente me dirijo até a porta e sem delongas abro a porta e no momento em que o vi quase desmaio. Ele está lindo, vestindo um regata azul marinho, um short e uma havaiana, simples e perfeito são as palavras para descrevê-lo.
- Alex?
- Oi, eu posso entrar?
- Por mim tudo bem – falo seco.
Ele entra e fica em pé do lado do sofá, eu faço sinal para que ele sente e assim o faz, sento-me do seu lado e o olho fixamente nos olhos, ele parece tranquilo, seus olhos dizem milhares de coisas, mais eu definitivamente não sei decifra-las.
- A gente precisa conversar, eu preciso te explicar o que aconteceu lá em casa ontem a noite, e eu preciso de dizer a verdade, eu não quero mais mentir para você, você não merece que eu minta.
- O que? Vai me dizer que aquela declaração era mentira? Que o que você me disse era uma farsa, assim como o amor que você disse sentir por mim? – falei com indiferença.
- Não, isso é verdade, eu nunca mentiria sobre uma coisa assim, eu te amo e tudo o que eu te disse é verdade. Eu acho que eu não menti, eu omiti algumas coisas que você precisava saber.
- Então, estou ouvindo, pode começar.
- Aquele garoto,o nome dele é Leandro, meu ex-namorado.
Agora faz todo sentido, mais ainda não faço ideia do que aconteceu para ele estar daquele estado, pálido, magro, abatido, será que devo contar que aquele garoto me parou na rua no outro dia para me perguntar o que eu tenho que ele não? É melhor eu não falar nada e ouvir o que Alex tem a dizer.
- Continue – falei com indiferença.
- Bem...
* SEIS MESES ANTES NARRADO POR ALEX*
O meu relacionamento com Leandro está indo de mal a pior, ele se mostra uma pessoa obsessiva e ciumenta, sempre pergunta onde eu estou e com quem estou, ele já disse uma frase que não sai da minha cabeça.
-Eu mataria e morreria por você Alex – diz Leandro
E isso me assusta, eu tenho medo do que ele pode fazer se eu decidir terminar com ele, eu tenho medo do que ele seria capaz de fazer.
E eu realmente não sei o que fazer.
Continua...
Olá galera, mais um capitulo postado, quero agradecer pelos comentários, tem me motivado muito, espero que sigam lendo e comentado, abraços a todos.
Respondendo aos Comentários.
gatinho02 – Que bom que está gostando, obrigado pela força mano! Abs.
prireis822 – Obrigado por amar e obrigado por comentar, abs.
Digos2 – Vai ver que foi um mal entendido e o Alex é inocente? Obrigado por comentar, abs.
Ru/Ruanito – Sim, um pouco triste. Obrigado por comentar, abs.
Vitinho'66 – Wow! Muito obrigado, fico lisonjeado de que um dos meus autores favoritos tenha lido e comentado no meu conto, espero que esteja gostando, e não vejo a hora de continuar lendo o seu conto, e que bom que voltou, fico muito feliz. Abs.
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