Royals - Capítulo 9: Run Away With Me

Um conto erótico de M.Sardothien
Categoria: Homossexual
Contém 4467 palavras
Data: 05/09/2015 13:33:18

Oi gente, me atrasei mas cheguei. Aqui está mais um capítulo e no fim tem uma nota, leiamSe mexendo um pouco, Ray sentiu um peso ao lado da cama. Abriu os olhos o mínimo que pôde, mas não foi surpresa ao ver Matt sentado ao seu lado, encostado na cabeceira da cama enquanto mexia concentrado no celular . Provavelmente estava esperando ele acordar. Mas por que não o acordou como sempre fazia? Ele fechou os olhos novamente e se preparou para lidar com qualquer coisa que viesse a seguir. Sua cabeça latejava, isso sempre acontecia quando ele passava por algum estresse.

-Parece que alguém se acostumou a invadir meu quarto... -acusou o príncipe com a voz sonolenta. -Se veio me chamar pra correr, nem perca seu tempo, hoje não vai rolar. -Ele virou de barriga pra cima e encarou o dossel.

-Estou aqui faz uma hora -falou Matt. -Seu sono é realmente muito pesado. E sobre correr, relaxa, não vou correr hoje. Vim aqui porque quero te fazer um convite.

-Seja qual for o convite, eu passo. Minha cabeça está explodindo...

-É para isso que existem remédios -disse Matt. -Estou de folga hoje, queria fazer alguma coisa com você.

Ray sentiu um fiapo de alegria. Ele realmente queria passar o dia de folga com ele? Então como um balde de água gelada, a cena de Matt beijando a garota na noite anterior lhe quebrou qualquer sentimento feliz que havia no garoto.

-Você não cansa de olhar pra minha cara? -indagou o príncipe se apoiando nos cotovelos e apertando os olhos.

-Até canso. -Sorriu o mais velho. -Nos últimos meses passei a maior parte do tempo com você, senão, todo o tempo. Estou tão acostumado com sua cara feia, que acho que se eu ficasse um dia sem ser sua babá sentiria falta.

-Obrigado pela parte que me toca -falou Ray beliscando levemente a coxa de Matt sobre a calça de moletom que ele usava. -O cara feia aqui iria amar passar o dia na cama, de preferência dormindo. Não quero sair desse quarto e ter que lhe dar com Eleanor. No meu estado atual é praticamente impossível não mandar ela ir... -ele hesitou. -Você entendeu.

-E que tal se nós sairmos do castelo? -Matt olhou para Ray com a sobrancelha arqueada.

O príncipe imaginou como seria inclinar e beijá-lo, mas o sentimento lhe escorregou da mente como água entre os dedos ao lembrar que aquele era o mundo real.

-Estou ouvindo... -falou Ray.

-Quero ir visitar minha tia Elisa e Rachel -disse Matt. -Estou com saudades delas. Já faz meses que não vejo elas. Seria legal se você pudesse vir, vai gostar delas. E também tem o fato de que está aqui há uma semana e não saiu pra lugar algum.

-Este lugar é gigante -comentou o príncipe. -Poderia ficar trancado aqui por cinquenta anos, e mesmo assim teria a sensação de que não conheço tudo -ele pensou um pouco e por fim falou: -Não sei Matt, parece inadequado eu ir com você, acho que rever sua tia e sua irmã depois de quatro meses parece meio pessoal... Não me sentiria confortável invadindo esse momento.

-Quero que você vá. Conheço quase toda sua família. As duas famílias quero dizer -corrigiu Matt. -Seria legal se viesse. Quando estava no Alasca e conversava com minha tia pelo telefone, ela sempre dizia que gostaria de conhecer você, o momento é este. Precisa decidir logo, saio daqui em uma hora.

Ray pensou por um longo tempo, suspirou e falou:

-OK... Vou me arrumar.

* * *

O príncipe se sentiu um pouco mal por sair com Matt e deixar a mãe "sozinha" com Eleanor Psicopata -esse era o novo apelido que ele dera à avó-, mas ele pensou que realmente se sentia preso no castelo, sair um pouco lhe daria mais conhecimento sobre o país que ele... governaria.

Ele olhava para a vista da cidade enquanto Matt dirigia o seu Jeep que estava guardado na garagem do castelo. As ruas da cidade eram todas de paralelepípedo, isso dava um ar extremamente antigo ao lugar. As pessoas se vestiam de modo tão elegante mesmo no calor do fim da primavera. Para a visitar a tia de Matt, Ray escolhera usar algo descontraído, fuçou o closet para achar algo casual, seu amor por camisas xadrez gritou quando ele achou uma preta e turquesa, que complementou a calça azul e o All Star vermelho. Ele agradeceu a quem fez as compras para seu closet. Já Matt, trajava uma camiseta azul marinho com os dizeres "I drink to remember, I smoke to forget", bermuda caqui, tênis, e por fim o toque final que fez com que o coração sofrível do jovem Ray se derretesse como gelo ao meio dia no verão: óculos escuros. Isso tornava o rapaz tão sexy e misterioso que o príncipe se pegou evitando olhar para o rapaz, principalmente quando ele sorria...

-Eu nunca te vi usando óculos escuros -comentou Ray, enquanto zapeava pelas rádios.

-Não tenho o costume, mas hoje está tão sol -disse Matt. -Tenho que confessar que estou feliz por não ter que usar terno hoje, é sério, usar aquilo de dia é uma tortura.

-Então faça que nem eu -falou Ray. -Use calça jeans, sapato e camisa social. Não é tão quente.

-Você é o príncipe, tem que estar vestido confortável em sua própria casa. Sou seu tutor, estou trabalhando, preciso estar apresentável a qualquer situação.

Matt parou de falar, prestou atenção na estrada e continuou:

-E por falar nisso, achei que a rainha não iria deixar você sair comigo.

-Por quê não? -questionou o mais novo.

-Porque você é alguém da realeza e herdeiro de Garnies. Se algo acontecesse à você seria de inteira responsabilidade minha -respondeu Matt parecendo óbvio demais.

Ray revirou os olhos e disse:

-Traduzindo: você é minha babá. Acho que não há nada pra se preocupar por enquanto que ninguém sabe como eu sou. Estou salvo de paparazzis.

-Se você se tornar como os Kardashian eu juro que te mato -falou Matt parecendo sério, mas rindo em seguida.

-Hmmm não tenho a bunda que a Kim tem -falou Ray, pensativo.

-Realmente não tem. Aliás, quem tem uma bunda daquelas? Sem cirurgias é claro -falou Matt.

Ray caiu na risada.

Depois de um longo tempo em silêncio com apenas o rádio tocando alguma música indie, finalmente Matt se pronunciou:

-Ontem você estava me procurando, queria me falar algo?

Com a cabeça encostada da janela e sentindo o vento acariciar seu rosto, Ray suspirou baixinho. Havia esquecido do acontecido brevemente, mas rever a cena em sua mente foi como um soco no estômago.

-Não... -ele respondeu. -Só estava preocupado, você tinha desaparecido.

Depois de outro silêncio só que muito mais constrangedor, Matt falou:

-É complicado... Lillian me pegou de surpresa.

-Lillian? Esse é o nome dela -perguntou Ray tentando parecer confortável com o assunto.

-Sim -respondeu Matt. -Nós já tivemos uma coisa, mas ela foi uma das piores coisas que já me aconteceu.

-Ela trabalha no castelo?

-Não. Ela trabalhava como cozinheira em uma empresa de eventos. Não fazia ideia de que estaria lá ontem.

-Mas vocês reataram? -perguntou o príncipe com medo da resposta.

O mais velho balançou a cabeça.

-O que tive com ela durou uns dois meses, mas foi intenso, então ela percebeu que eu não servia pra ela, me jogou fora, e ontem queria parecer a melhor pessoa do mundo. Já superei, não sinto mais nada por ela além de mágoa -relatou Matt.

Ray daria tudo pra ver que olhar se escondia atrás dos óculos escuros, quem seria capaz de machucar alguém como o rapaz, era cruel, pensou o príncipe.

-Mágoa não é algo bom de se guardar Matt -murmurou o príncipe olhando para o outro. -Por mais difícil que seja, precisamos perdoar, guardar rancores é como alimentar a si mesmo com veneno. Nada melhora.

-É por isso que gosto de você -disse Matt. -Você é tão maduro em relação a tudo, gosto de aprender com você.

Nem tão maduro assim, pensou Ray. E aquele sentimento imaturo ele carregava dentro de si. Faça o que eu falo, mas não faça o que faço. Mas e se as pessoas desconhecem como você é por dentro?

-Tenho minhas qualidades, assim como você tem as suas -comentou o príncipe com um sorriso.

-Gosto mais das suas qualidades do que das minhas -replicou Matt.

Ray um pouco corado aplicou:

-Eu gosto das suas qualidades...

-Eu gosto que goste das minhas qualidades. -O rapaz olhou para o príncipe que mesmo não podendo ver seus olhos, congelou.

Onde ele queria chegar?

Entrando com o carro no estacionamento de um prédio ele disse:

-Chegamos.

* * *

O príncipe se olhava no espelho do elevador para ver se tudo estava no lugar, e graças aos deuses estava. Matt olhou para ele e riu.

-Relaxa, ela deve estar mais nervosa do que você. Aliás, por quê está tão nervoso?

-Sei lá, só sei que estou -respondeu Ray.

Quando a porta do elevador se abriu, eles seguiram por um corredor e pararam em uma porta branca com o número 81. Ele viu Matt procurar algo nos bolsos e logo entendeu que eram as chaves.

-Espera, não vai tocar a campainha? -perguntou o príncipe surpreso.

-O quê? -questionou Matt. -Eu moro aqui, tenho as chaves.

-Mas eu achei que... Argh deixa pra lá -suspirou Ray.

Entraram no apartamento. O lugar tinha uma decoração oriental e cheirava a incenso. Eles seguiram para uma sala que se matinha na decoração e Ray se perguntou se a tia de Matt seria budista. Ao entrar na cozinha, uma mulher de cabelos castanhos mexia algo sobre a bancada ao lado da pia, ela percebeu a presença dos dois e se virou. Ela estava com um avental manchado.

-Meu Deus, que susto! -exclamou a mulher. -Não sabia que chegariam agora. Nem tive tempo de me trocar, que vergonha.

-Não esquenta Tia -falou Matt indo abraçar a mulher, que parecia mínima perto dele.

-Oh meu querido, estava com tanta saudade de você -Ela retribuiu o abraço tentando não tocá-lo com as mãos sujas do que parecia massa.

Eles se separam e a mulher olhou para Ray.

-Você deve ser o príncipe -falou Elisa. -É um prazer tê-lo em minha casa alteza -Ela fez uma reverência e depois se virou para limpar as mãos. -Peço desculpas pelas minhas roupas. Sou Elisa.

-Me chame de Ray -corou o príncipe. -Não é necessário reverência. Eu que agradeço por me receber em sua casa, ela é linda.

-Tia, Ray é muito simples, não precisa tratá-lo como uma celebridade, ele se sente incomodado -explicou Matt, e se sentou sobre a bancada central.

-Bem, nesse caso -falou Elisa. -Se sinta a vontade. Quer algo para beber? Refrigerante, suco, água? Tem cerveja também.

-Não obrigado, estou bem -agradeceu Ray.

-Senta aqui -Matt deu tapinhas no banco ao lado dele.

Ray se sentou e ficou balançando ao perceber que a cadeira era giratória.

-Onde está Rachel? -perguntou Matt.

-Ela saiu, foi comprar algumas coisas pra mim. Já já estará aqui -respondeu Elisa.

O príncipe ficou calado enquanto Elisa e Matt colocavam as novidades em dia. Um barulho de alguém batendo a porta de entrada foi ouvido, e logo surgiu uma garota de cabelos azuis, usava calça jeans, uma camiseta que deixava toda a barriga a mostra e um piercing no umbigo, e calçava coturnos vermelhos. Ray percebeu que os olhos verdes claros eram algo de família. A garota largou as sacolas sobre a bancada e correu para abraçar Matt.

-Maninho! -ela exclamou.

-Achei que nunca chegaria -respondeu Matt dando um beijo na bochecha da garota.

Ela notou Ray e se virou para ele.

-Então foi você que roubou meu irmão por todo esse tempo? -ela perguntou sorrindo.

-Culpado -respondeu Ray.

-Prazer, Rachel. -Ela estendeu a mão para o príncipe que a apertou.

-Raymond, mas me chame de Ray.

-Agora que estão todos aqui, podem me ajudar a terminar o almoço -falou Elisa, que recebeu gemidos exagerados de protesto vindo de Rachel e Matt. Ray riu.

* * *

A família de Matt parecia ser carinhosa e unida, algo que Ray sempre enxergara nele. Agora ele sabia de onde vinha aquele lado tão humano e protetor que o rapaz sempre demonstrava. De vez em quando o príncipe se pegava olhando o mais velho com admiração, por tudo o que ele era, aquele cara que simplesmente era maravilhoso e com certeza não sabia disso, mas as pessoas em volta dele sim, aquela pessoa que você odiaria perder e faria de tudo para tê-la ao seu lado para o resto da vida, seja como for. Isso parecia perigoso aos olhos de Ray, ele sentia que cavava a própria sepultura a dedos, cada vez mais fundo, tirando sua visão da luz, mas ele estava tão extasiado por aquela sensação. Um toque era igual a um tremor.

Há algumas pessoas que têm este dom, o de fazer você se encantar por eles. Eles possuem algo próprio em cada fala, gesto ou ação que deixa qualquer um hipnotizado. Eles vão indo e levando os outros com eles, e quando alguém percebesse já estaria lá, em sua teia. Sem arrependimentos.

* * *

-Vem conhecer meu quarto -chamou Matt.

Ray apenas balançou a cabeça e seguiu o rapaz. Não foi surpresa ao ver posteres de bandas colados na parede logo na entrada, o lugar era minimamente mobiliado com uma cama de solteiro, uma escrivaninha com um computador e um som, um guarda roupa e uma estante com vários discos de vinil e cd's.

-Você é bem metódico -comentou Ray examinado a estande de discos.

-Gosto das coisas no lugar -respondeu o outro. -Sinto um pouco de falta daqui. -Matt passou os dedos pelo edredom da cama com o pensamento distante.

O príncipe caminhou até a cama e sentou ao lado de Matt que olhava o quarto.

-Há quanto tempo não dorme aqui? -indagou Ray.

-Há uns cinco meses -respondeu o rapaz. -Mesmo quando fui para o castelo vinha aqui toda a semana, mas não há lugar como nosso lar.

-Não mesmo, estou aqui tem uma semana e sinto saudade de casa -disse o príncipe. -Fora o fato de que ainda não me acostumei com o calor daqui.

-No inverno aqui faz muito frio, mas não chega a nevar. Verão e Outono são os meses que mais chovem.

-Preciso me acostumar com todo esse clima -falou Ray.

-Essa semana você nem vai ter tempo de reparar no clima -contou o outro. -Terá todos os tipos de aulas. Se prepare.

-Quais as línguas que vou ter que aprender? -perguntou o príncipe.

-Francês, espanhol, alemão e italiano -respondeu Matt. -Pra começar.

-Acho que preferia a faculdade -suspirou Ray. -Lá eu aprendia o que me interessava e não por obrigação.

-Eu gostaria de fazer faculdade -disse o rapaz, pensativo.

-Você gostaria de fazer faculdade do quê? -indagou o príncipe, se encostando no travesseiro de Matt que exalava o seu perfume. Ray teve vontade de enfiar a cabeça sobre o tecido macio e cheirá-lo, mas se conteve.

-Não sei direito, tenho dúvida entre veterinário e biologia -respondeu Matt.

-Biologia? -Ray se surpreendeu com a resposta, nunca acho que o rapaz gostasse de assuntos assim.

-Você realmente acredita que sou uma pessoa muito rasa, não é? -disse Matt, tentando parecer ofendido.

-Não... -protestou o príncipe. -É que, por mais que você fale de si mesmo para mim, sempre há algo que me surpreende, sempre há um mistério envolvendo você.

Elisa surgiu na porta do quarto.

-Hora do almoço meninos. Venham.

Os dois seguiram para a mesa na sala.

Elisa serviu a todos na mesa e eles começaram a comer.

Por mais que a comida no castelo fosse maravilhosa, tudo o que havia ali tinha um gosto especial, como um gosto que só se tem quando se está em casa.

-Então Ray -começou Rachel. -Como é descobrir ser um príncipe de uma hora para outra?

-Exaustivo -respondeu o garoto. -E inacreditável. Acredito que a ficha ainda não caiu completamente, estou vivendo cada dia como se fosse acordar a quaquer momento e pensar que tudo isso é um sonho. Ou pesadelo. Não sei o certo ainda.

-Deve ter sido difícl mesmo -falou Elisa. -Toda essa coisa de "Hey, sua mãe governa um país!".

-Posso perguntar uma coisa? -questionou o príncipe.

-Claro -respondeu a mulher.

-Em seu ver, como é minha mãe como rainha?

Elisa franziu o cenho ao ouvir a pergunta, mas relaxou completamente antes de responder:

-Ela é maravilhosa. Tanto em questões políticas quanto em questões humanitárias. Além de governar um país, ela se preocupa muito com nós que vivemos aqui. Assim como seu pai fazia, ele era um grande homem. Enfrentou a guerra de cabeça erguida e com grande inteligência.

-Agradeço pela resposta sincera -disse o príncipe.

-Você vai começar a aprender sobre Garnies essa semana -comentou Matt.

-Acho que vou gostar disso -falou Ray. -Como posso ser príncipe de um reino que mau conhece a história do próprio país?

Todos concordaram e voltaram a a atenção para seus pratos.

-Alguém aí está afim de ir à praia? -se pronunciou Rachel com a boca cheia de macarrão, ela estava com a atenção voltada para o celular. -Frankie acabou de me chamar, querem ir?

-Não gosto de sol -respondeu Elisa.

-Não sei, depois daqui devemos voltar para o castelo -replicou Matt olhando para Ray como se perguntando a ele se queria ir.

-Eu nunca fui para a praia -contou o príncipe. -Essa sempre foi uma das minhas vontades. Saí uma ou duas vezes da minha cidade no Alasca, conheço bem pouco o mundo.

-Então vamos realizar esse desejo agora mesmo -falou Matt se levantando.

-Mas você nem acabou de comer - disse Elisa.

-Não há tempo -explicou o rapaz. -Que horas são agora? 14h00 ou 15h00? Se formos agora podemos aproveitar a tarde e ainda assistir ao pôr do sol.

-Então vamos -Rachel se levantou também. -Tem certeza de que não quer ir tia?

-Obrigado, mas vou ficar por aqui. Não gosto de sair no domingo -respondeu Elisa.

-Ok então, vamos arrumar as coisas e cair fora. Já falei para o Frank e ele está vindo -disse Rachel.

Ray e Matt ajudaram Elisa a arrumar a mesa, mesmo com os protestos dela. Eles arrumaram algumas coisas para levar. Quando Frank, o namorado de Rachel chegou, foram todos no Jeep de Matt. O príncipe sentou no banco carona, enquanto Matt dirigia, Rachel e o namorado se sentaram no banco de trás.

Ele estava com uma certa ansiedade, nunca tinha visto o mar pessoalmente, somente em fotos e na tv. Sempre que lia algo que descrevia o mar, se pegava imaginando como seria estar diante dele. Enquanto desciam a serra, Ray pôde sentir a brisa úmida e quente que corria pela estrada, e logo em seguida viu o brilho prateado da água ao longe. Estava próximo.

* * *

Quando Ray saiu do carro e viu aquela vastidão de água azul, ele ficou hipnotizado, era tanta água, o brilho do sol refletindo nela era um toque à mais.

-Quero muito tirar uma foto da sua cara nesse instante -falou Rachel cutucando ele.

-Wow -disse Ray, ainda parecendo espantado.

-Agora acorde para vida e ajuda a gente levar essas coisas pra lá -Rachel arrastou ele para o porta malas.

Quando seus pés descalços tocaram a areia, ele fincou os dedos sobre todos aqueles grãozinhos macios. Nunca havia visto nada como aquilo.

Eles arrumaram um lugar para ficar e estenderam uma toalha. Ray e Matt saíram para procurar gravetos ou qualquer coisa para que pudessem fazer uma fogueira.

O príncipe estava adorando caminhar descalço pela areia molhada e sentir a água molhando suas pernas quando uma onda quebrava ao longe e água era empurrada até a margem. O final da tarde proporcionava um vento forte e úmido.

-Acho que vai ser difícil achar madeira ou algo assim por aqui -comentou Ray.

-Tem algumas árvores aqui perto, lá deve ter alguma coisa -disse Matt.

Eles seguiram para um penhasco com algumas árvores e pegaram o máximo de gravetos que podiam carregar. Antes de voltar para onde estava Rachel e o namorado, eles se sentaram na ponta de uma pedra e assistiram o pôr do sol.

-É lindo -falou Ray observando o laranja rosado do céu.

-É sim -respondeu Matt se apoiando na pedra e colocando a mãos atrás da cabeça parecendo confortável.

Depois de um tempo em silêncio o príncipe falou:

-Obrigado por me trazer aqui Matt.

-Era minha obrigação te mostrar o mar -o mais velho respondeu.

-Às vezes tenho a sensação de que te devo muito -disse Ray olhando o outro em seus olhos.

-Você não me deve nada além de sua amizade -respondeu Matt. -Eu que agradeço por você ser quem é.

Ray assentiu com um sorriso e voltou a olhar o sol sumir no horizonte. Seu coração estava aquecido por aquele sentimento chamado amor.

* * *

O grupo estava em volta da fogueira conversando sobre coisas aleatórias. A noite já havia caído, e o som das ondas quebrando relaxava a todos. Frankie puxou um violão e começou a tocar uma música lenta. Rachel puxou uma mochila que ela havia trazido e tirou um saquinho com algo que parecia bolo de chocolate.

-Alguém quer? -ela perguntou.

-O que é isso? -replicou Matt.

-Brownies -a garota respondeu inocentemente.

-Eu quero -falou Ray, pegando o saco que Rachel estendera para ele depois de retirar um pedaço. -Estou morrendo de fome. -O príncipe colocou o alimento na boca, mas achou o gosto diferente de qualquer bolo que tinha comido, estava um pouco seco, mas ele comeu mesmo assim.

Rachel começou a rir impiedosamente e Ray e Matt olhou para ela.

-O que foi? -questionou Matt, olhando curioso na direção da irmã. Ele já havia pego o saco de Brownie da mão de Ray para se servir.

-Ele nem sequer percebeu! -ela gritou gargalhando.

-O que eu não percebi? -Ray pareceu confuso.

-Esse Brownie é de haxixe -ela respondeu ainda rindo.

-Rachel! -reprendeu Matt olhando irritado na direção da irmã.

-Meu Deus... Eu nunca usei drogas! -disse Ray para Rache um pouco preocupado. -Por que você não disse?

-Sei lá, tava afim de zuar com a sua cara -respondeu a garota.

-Isso não foi legal maninha, você devia ter dito pra ele -falou Matt com a sombra de um sorriso no rosto. -E aliás, devo me preocupar por você ter isso na sua bolsa? Não quero uma irmã viciada.

-É haxixe, uma propriedade da maconha, que é algo natural. Sem neura, por favor, não curto nada mais pesado que isso. E não banque o moralista maninho -retrucou Rachel. -Não foi você que ficou bêbado aqui nessa mesma praia e saiu correndo de cueca para todos os lados?

Ray olhou para Matt com o cenho franzido e falou:

-Você? Como eu disse, você sempre me surpreende.

-Ninguém está a salvo das alegrias que o álcool nos dá -respondeu Matt. -Você está bem com isso? Não quer surtar?

-Estou bem. Sempre quis experimentar algo assim -respondeu o príncipe. -Só peço que quando os efeitos começarem, se certifique de que eu não saia correndo de cueca pela praia.

Matt riu com o comentário e respondeu:

-Tudo bem, vou ficar de olho.

-Espere por uma brisa forte -falou Rachel. -Você comeu um pedaço bem grande.

Ray suspirou e fechou os olhos, apenas esperando qualquer indício de que estava alto. Depois de alguns minutos, uma sensação de que seu corpo flutuava começou a invadi-lo, quando ele abriu os olhos as cores e sombras que a fogueira dava ao lugar pareciam mais vividas, uma sensação de liberdade lhe percorreu a mente, tudo estava em câmera lenta, ele queria voar e sentia-se tão relaxado que o corpo parecia flutuar. Olhou para a água prateada que brilhava sob o luar. O príncipe se levantou e foi cambaleando em direção ao mar.

Ao perceber a ação do mais novo Matt se levantou e o seguiu. Ray tinha uma expressão tão leve no rosto como se estivesse sonhando. Quando a maré alta molhou os pés do mais novo e ele não deu indícios de que iria parar, Matt se jogou em sua frente e segurou seus dois braços gentilmente, ele olhou no olhos do mais novo e riu da cara que fazia.

-Hey acho que é melhor pararmos por aqui -ele falou, ainda segurando Ray.

-A água parece tão macia -respondeu o príncipe com a voz tão calma que ele parecia estar quase dormindo.

-E é, mas vamos ficar aqui ok -assegurou Matt puxando Ray para longe. -Que tal darmos uma caminhada?

Ray assentiu, Matt passou o braço em volta do corpo do mais novo e começou a andar pela areia. Às vezes o príncipe piscava e gargalhava do nada. Aquilo sem dúvidas era cômico.

-O que tem tanta graça? -perguntou Matt.

-Seu braço -respondeu Ray ainda rindo um pouco. -Parece um tentáculo em volta de mim. Seria legal se você fosse um polvo, eu gostaria de ter uma amigo polvo.

-Você gostaria que eu fosse seu amigo polvo? -Matt riu da ideia do príncipe. -Tudo bem, eu posso ser seu amigo polvo.

-Sim... Acho que sim. -Ray parou, deu uma abraço apertado em Matt e ficou ali com a cabeça enterrada no peito do mais velho. -Obrigado Matt, por ser meu amigo polvo. -Ele disse sem se afastar de Matt, fazendo com que sua voz ficasse abafada.

Tudo aquilo estava sendo hilário para Matt, ver o príncipe agir tão estranho era algo único.

Depois de um tempo abraçando o mais velho, Ray olhou para ele e falou:

-Eu te amo Matt, de verdade. -Então o príncipe se jogou no chão e começou a fazer um anjo de neve que na verdade era de areia.

Matt se deitou ao lado dele, com um sorriso bobo nos lábios. Ele olhou para Ray, que estava de olhos fechados e com os braços entreabertos e respondeu:

-Também te amoYay, mais um capítulo postado. Sei que esse ficou meio bosta, mas é que tô meio sem inspiração. Quer dizer, sei o que vai acontecer nos próximos doze capítulos, mas não sei como escrevê-los, entendem? Aliás, essa série irá até o capítulo 30, então muita água vai rolar ainda. Como eu disse ando meio sem inspiração e também sem tempo, mas esforço o máximo para escrever. Não tenho preguiça de escrever, é mais falta de tempo e vontade, porque a tal da inspiração é algo raro de acontecer, e é por isso que falo para você comentarem, porque quando vejo um comentário fico mega feliz e tenho vontade de escrever e quando começo não paro mais. Poxa escrevo seis ou cinco mil palavras sem chorar, será que vocês não podem comentar algo além de "gostei, continua" vocês não têm ideia de como isso dá um puta gás para um escritor.

Wharever, talvez o próximo capítulo atrase um pouquinho, depende da minha inspiração.

Até o próximo e C-O-M-E-N-T-E-M!!!

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Comentários

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Interessante, vc tinha uma puta de uma estoria magnifica e nao levou avante. Fico muito triste por vc. Por mim tb que amei o conto ate aqui, mas vc deve estar muito pior que eu. Enorme abraço, parabens pelos capitulos e obrigado. Vou dar 10 pq no nota maior que essa

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Não para de postaaaaa..... sério, teu conto é ótimo, esse capitulo faltou algo mesmo, mas mesmo assim gostei muito. Continua logoo

Beijos

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