Ele me salvou - Capítulo 01

Um conto erótico de SSLeitor
Categoria: Homossexual
Contém 1204 palavras
Data: 10/08/2015 22:45:05
Última revisão: 10/08/2015 22:54:08

Você já se sentiu abandonado? Bem, eu me sinto assim o tempo todo. Se você estiver pensando que sou daqueles garotos problemáticos que vive apenas para brigar com a família está enganado. Quem me dera ter uma família com quem brigar, a vida simplesmente achou certo tira-los de mim. De uma única vez perdi meus pais e irmão, uma grande fatalidade, como eu me senti? Senti toda minha vida ser sugada por um enorme buraco negro, nada tinha mais graça, nada mais tinha sentido.

O que me restou? Uma grande herança, investimentos, imóveis, ações em algumas empresas, mas do que adianta um montante de dinheiro se você não tem nem razão para viver? Meu pai era filho único e minha mãe não tinha parentes próximos, estava sozinho, ainda não havia alcançado minha maior idade, faltava dois anos. Os advogados e amigos dos meus falecidos pais cuidaram para que eu tivesse do bom e do melhor, tinha uma espécie de babá que morava comigo, ela era responsável por cuidar da casa e tecnicamente de mim, somos razoavelmente amigos, mas ela não era alguém com que eu me abria ou buscava carinho.

O que pode ser pior que um adolescente que vive de luto? Um adolescente que vive de luto no ensino médio, estava finalmente no terceiro ano e logo poderia me ver livre, tentar recomeçar bem longe, não ter que andar pelos corredores e sentir o olhar de pena dos outros, o garoto órfão, podia ser pior? Podia ser pior, claro que podia, mas mesmo assim era cansativo.

Mais um ano letivo iniciava e graças a Deus o último, o despertador anunciava o início do meu dia e para começar essa nova batalha um banho gelado se fazia necessário, decidi que esse ano eu tentaria sair do luto, vesti uma camiseta gola polo branco, mas a calça e o tênis ainda seriam pretos, por parte porque a maioria das cores foram sumindo do meu guarda-roupas no último ano e por parte que o preto combina comigo, minha pele era branca e pálida, o sol foi algo que também sumiu da minha vida, meus cabelos e olhos não eram castanhos escuros, mas sim negros, escuros como meu mundo. Penteava o cabelo e me dava conta de como cresci no último ano, tentei descarregar toda a raiva que eu sentia nos sacos de areia em uma academia de lutas próxima a minha casa, fazia três diferentes modalidades e com isso meu corpo tomou forma. Mesmo com apenas 16 anos já tinha uma barba fechada que deixava sempre bem aparada e me davam um ar de mais velho, meus lábios eram de uma tonalidade rósea o que dava muito contraste por conta da minha cor.

Desci e me encaminhei a cozinha onde Sofia já me esperava com o café pronto, tentei esboçar meu melhor sorriso e ela pareceu se surpreender.

-Bom dia Lucas, vejo que acordou de bom humor - Ela era sempre feliz e sorridente, Sofia tinha pouco mais de 27 anos, era uma mulher linda, longos cachos loiros adornavam seus olhos verdes e sorriso que era capaz de fazer qualquer um se apaixonar, estava em forma, os treinos de luta foram idéia dela e eu concordei em fazer se ela também fizesse.

- Parece que sim - Me sentei a mesa ficando de frente a ela e comecei a me servir.

- Preparado para mais um ano?

- Sinceramente? Não!

- Não se preocupe, algo me diz que esse ano te fará muito bem.

- Deus te ouça Sofia - Terminamos de tomar café e Sofia foi retirar o carro da garagem para me levar a escola enquanto eu pegava minha mochila.

Tranquei a casa e entrei no carro e seguimos para o colégio, Sofia foi o caminho inteiro com o rádio ligado e cantando, eu apenas revirava os olhos com seu ritmo desafinado. Dez minutos depois estava na porta do colégio, desci do carro e escutei Sofia me desejando sorte, agradeci e entrei.

Nada tinha mudado excerto as caras novas dos alunos do primeiro ano, vi no mural em que sala eu iria ficar e segui direto para lá, já conhecia esse lugar como a palma da minha mão. A turma continuava praticamente a mesma do ano anterior, alguns acenaram para mim quando entrei e eu acenei de volta, sentei no canto esquerdo, coloquei meus fones de ouvido e fiquei esperando a aula iniciar, passei alguns minutos inertes perdido em pensamentos até que fui surpreendido por alguém pegando no meu ombro, virei o rosto e então senti meu mundo caindo. Um garoto que eu nunca tinha visto estava parado do meu lado com uma mão no meu ombro e outra estendida na minha direção, ele tinha um sorriso estampado e caia entre nós, que sorriso. Era mais ou menos da minha altura 1,75, tinha o cabelo escuro penteado para o lado e os olhos castanhos.

- Prazer, meu nome Vinicius!

- Praz... Er.. Sou Lucas - tentei não gaguejar, mas foi em vão, apertei sua mão e senti meu coração disparar. " O que diabos estava acontecendo comigo?"

- Tem alguém sentado aqui? - Apontou para a cadeira ao lado.

- Creio que não - Falei mais seguro desta vez, ele tirou a mochila das costas e pude perceber que ele era todo trabalhado, aqueles garotos que descobrem a academia no bairro de casa e malham desde cedo - É novo aqui?

- Me mudei semana passada, ainda estou tentando me acomodar nessa cidade.

- Legal - Para minha infelicidade o professor entrou na sala iniciando a aula e encerrando nossa conversa, tentei focar na aula, mas de vez em quando percebia Vinicius olhando para mim e eu o olhava de volta, de forma nada discreta ele desviava o olhar até tempos depois voltar a olhar de novo.

Naquele dia íamos ter apenas duas aulas e seriamos liberados, mandei uma mensagem para Sofia vir me buscar, peguei minha mochila, levantei e fui caminhando em direção a saída. Vinicius para minha surpresa veio andando ao meu lado.

- Ei, não sei se é pedir de mais, mas você pode me mostrar a cidade qualquer dia desses? - Falou com um sorriso de tirar o fôlego.

- Claro, quando?

- Quando você puder!

- Vamos hoje então, as 16 hrs pode ser?

- Claro, mas onde te encontro? Não sei onde fica nada aqui.

- Sabe pelo menos seu endereço?

- Sei, não sou tão burro - Ele me disse o endereço e eu marquei de passar em sua casa.

- Encontro marcado então? - "Eu tinha um encontro?" Pensei e assenti. Para minha surpresa Sofia já estava no portão.

- Veio voando? - Sorri para ela.

- Estava aqui perto - Ela pareceu desconfiada com minha alegria, mas para minha sorte ela não disse nada - Vamos?

- Claro, até depois Vinicius! - Apertei sua mão e nos despedirmos, entrei no carro e Sofia deu partida, estava tocando uma música bastante popular no rádio e claro Sofia começou a cantar junto e para surpresa dela e para minha também eu percebi que gostava daquela música e comecei a cantar junto.

- Que bicho te mordeu? - Perguntou Sofia rindo.

- Nenhum - Respondi rindo.

- Sei, ai tem, parece que está apaixonado!

- Sem chances! - Falei da boca para fora, mas tinha alguma coisa que me dizia o contrário. Engoli em seco e percebi que estava completamente ferrado.

Continuo?

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Comentários

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U.u já achei minha próxima sequência viciante...rs 😍👏

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Você me pediu pra ler e dar minha opinião e aqui vai:

Meu amigo seu conto é maravilhoso, bem escrito, envolvente e ainda deixou aquele gostinho de quero mais, o tamanho tá ótimo o dialogo também, simplesmente maravilhoso, fiquei muito feliz em saber que você queria minha opinião e ela é: Continue logo viu, bjuuus seu fofo...

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Oi carinha, nao tenho o que dizer, nota 10

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