Confesse Que Me Ama | CAPÍTULO 27 | O Caixão Vazio

Um conto erótico de Xixi Mijurina
Categoria: Homossexual
Contém 1264 palavras
Data: 07/07/2015 01:59:10

Cauê acelerou o carro antes que o policial pudesse dizer qualquer coisa. Logo se arrependeu do que estava fazendo:

- Cauê, o que você foi fazer? - Cauê sussurrava para si mesmo. - Bom, agora vou ter que ir até o fim.

Corria como um profissional quando alcançou um caminhão enorme que estava na sua frente. A mão contrária estava limpa. Cauê resolveu podar o caminhão.

Quando estava quase terminando, faltava pouco para conseguir voltar para a mão certa, um carro na sua direção contrária apareceu:

- NÃO! De onde esse carro apareceu? - disse virando com tudo o volante quando:

PÁH!

***

- Como vocês têm coragem de aparecer aqui juntos? - Abel estava possesso.

- Podemos ir a onde nós quisermos, Abel. - disse Leonardo se aproximando de Antônio.

- Vocês me enojam. Fiquem sabendo que vou entrar na justiça pra tirar o Lélio de vocês. Não quero que meu irmão se contamine.

- Você cuidar do Lélio? Por favor, né, Abel? Eu é quem não quero que ele fique perto de você. Vai que ele tem o mesmo fim da sua avó? - disse Leonardo.

- Cala a boca! Seu viado de merda! Você não sabe de nada! - gritou Abel esmurrando o pai.

Todos no velório ficaram perplexos. Antônio ajudou Leonardo a se levantar e disse:

- A sua avó estava desesperada. Ligou pro seu pai pedindo ajuda porque estava pressentindo que algo ruim iria acontecer.

- E esse idiota nem apareceu. Mandou a putinha dele.

- Eu não quis vir porque você nunca me escuta ou quer me ver. - Leonardo limpava o sangue da boca.

- Uma porcaria de pai, você. Espero que você saiba que o culpado de tudo isso é você. A morte da minha mãe, agora a da minha avó.

- Cresce, Abel! Arque com as consequências dos seus atos. - revidou Leonardo.

- Se eu tivesse tido um pai de verdade, talvez eu não fosse assim. - Abel saiu.

No meio de toda aquela gente de preto um homem discou alguns números no celular. Alguém atendeu do outro lado:

- Mangalô, o nosso alvo está bem vulnerável.

- Ótimo! Escolha o ponto mais fraco que ele tiver e ataque sem pestanejar... Comigo é olho por olho e dente por dente.

- Sim, senhor. - o homem desligou o celular e voltou para o velório.

***

Cauê conseguiu passar entre o caminhão e o carro que vinha na sua direção. Apenas parte do para-choque traseiro foi danificada pelo carro que vinha na direção contrária:

- Ufa! Essa foi por pouco. Mas, quer saber? Até que foi divertido! - continuou em alta velocidade até que conseguiu despistar a polícia chegando à cidade.

Desceu do carro e usou uma fita para alterar a placa e distrair a polícia.

***

Abel caminhava por entre os túmulos do cemitério quando avistou o de sua mãe junto da qual, logo mais, sua avó seria enterrada:

- Desculpa, mãe! Me perdoa... - ajoelhou-se.

- Abel... - uma voz lhe chamou.

Abel virou-se e viu Felipe:

- Você... Quer o quê aqui? Se você não sabe a minha avó...

- Eu sei o que aconteceu com a sua avó. É por isso que estou aqui. Eu também tenho culpa.

- Do que você está falando? - Abel levantou-se.

- Quando você me soltou no meio do nada ontem eu encontrei um cara, um tal de Antônio que estava vindo pra sua casa. Ele disse que você corria perigo e eu estava tão cego de ódio que ensinei um caminho errado só para me vingar de você. Quando ele finalmente chegou toda a tragédia já havia acontecido. Eu me arrependo muito.

Abel estava sério. Fechou a mão com força e veio na direção de Felipe que fechou os olhos eRecebeu um abraço de Abel:

- Nunca mais se culpe por algo que eu fiz. Se vocês tivessem chegado mais cedo talvez nós estivessemos velando três corpos.

- Então você não está bravo? - perguntou Felipe.

- Não. Eu fui horrível com você. Justo você que sempre gostou de mim, que disse que eu era especial... Nunca me esqueci disso. Sabe todas aquelas cartas que você me mandava?

- Sim... - Felipe estava sem graça.

- Antes de jogá-las fora eu lia várias vezes. Lembro cada palavra de cada uma.

- Uau! Eu não imaginava isso.

- Precisava dizer. Não sei o que pode me acontecer. Não queria morrer antes de te dizer obrigado. Obrigado e me perdoe por tudo o que eu fiz.

- Como assim? Abel, você precisa parar com essa sede de vingança. Isso vai acabar te destruindo.

- Pode até ser, mas até me destruir eu vou ter feito um grande estrago.

- Você não pode morrer.

- Ninguém vai sentir falta.

- Eu vou. Eu, a Janaína e principalmente...

- Principalmente quem?

- A Janaína está grávida. Eu fiz as contas e não acho que o Joaquim seja o pai. Você é.

- Como assim?

- Aquele dia que vocês fizeram sexo no banheiro do mercado. Eu vi. Não faz muito tempo.

- Meu Deus... - Abel estava pensativo. - Essa criança pode muito bem ser minha.

- Talvez seja a sua chance de corrigir o erro do seu pai.

O mesmo homem que falava com Mangalô no velório estava agora atrás de um dos túmulos e ouvira tudo:

- Achei seu ponto fraco, Abel...

***

- Mãe, só tô ligando pra dizer que eu tô bem. Tá... Tá, mãe. Quando eu chegar a gente conversa. Tchau. Beijo. - Cauê desligou o celular. Estava em frente a um parque aquático.

- Então é aqui que você trabalha, Joaquim!

Entrou mas não sabia o que Joaquim realmente fazia. Procurou por todo o lado e não o viu no meio de tanta gente. Tentava passar entre eles, mas estava quase impossível. Viu um espaço bem na beira da piscina e não pensou duas vezes. Porém, quando estava passando alguém acidentalmente o empurrou e ele caiu na piscina. Começou a se debater:

- Socorro! Eu não sei nadar! - Cauê estava engolindo muita água, a piscina era funda.

***

Janaína, que ainda estava no velório, recebeu uma ligação e foi para uma sala vazia para poder conversar melhor:

- Alô? Oi, mãe! O quê? Meu carro foi roubado? Eu emprestei ele pra uma amiga... O quê? Uma perseguição com a polícia? Tá, tô indo pra casa! – desligou o celular. – Cauê, o que você fez?

***

Uma senhora, ao ver quatro homens saírem do velório carregando um caixão perguntou:

- De quem é o corpo?

- Ninguém, senhora! Estamos indo trocar o caixão que está vazio...

- E Precisa de quatro homens pra carregar um caixão vazio?

A curiosa senhora ficou sem resposta, os homens já estavam do lado de fora colocando o caixão no carro.

- Alô, chefe! Estamos levando a encomenda. - disse um deles que estava no celular.

***

Cauê sentiu um braço forte lhe puxar e o tirar da piscina. Estava tudo muito embaçado, se sentia sufocado com a água que havia engolido. De repente sentiu lábios tocarem os seus, alguém estava lhe fazendo respiração boca-a-boca. Podia jurar que aqueles lábios eram...

- COF! COF! – Cauê estava vomitando toda a água que havia engolido. Apertou os olhos e conseguiu reconhecer o seu salvador:

- Joaquim?

***

A avó de Abel havia acabado de ser enterrada e todos já estavam voltando do cemitério quando alguém muito depressa entregou um envelope grande a Abel e sumiu na multidão. Dentro do envelope havia um celular que estava tocando. Abel atendeu:

- Oi, Abel!

- Mangalô! – Abel estava com os dentes cerrados.

- Que bom que já me conhece, assim me poupo das apresentações.

- O que você quer?

- O que eu quero? - Mangalô riu. – O que você quer, Abel?

- Não tô entendendo.

- Estou com duas pessoas aqui que muito te interessam.

Abel ouviu gritos no fundo:

- Janaína? Deixa ela em paz! O seu problema é comigo.

- Claro! Então venha buscá-la e poderemos acertar as nossas contas.

- Onde te encontro?

- Você vai fazer exatamente o que eu mandar.

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