Royals - Capitúlo 1: I Don't Wanna Grow Up

Um conto erótico de M.Sardothien
Categoria: Homossexual
Contém 2950 palavras
Data: 25/07/2015 20:27:22
Última revisão: 27/07/2015 16:20:28

Oi gente, tudo bem? Sou novo aqui e decidi postar meu conto para vocês. Essa é minha primeira experiência com escrita em terceira pessoa, sou acostumado a escrever em primeira pessoa, mas esse é um desafio que quero cumprir!

Essa estória é baseada em uma série de livros que amo desde pequeno, ainda não vou falar qual é porque perderia a graça, terá uma grande surpresa. Esse primeiro capítulo é meio parado, mas é apenas para apresentar o personagem principal e sua vida , pode ser um pouco chato, mas peço uma chance!

Vou postar três capítulos -contando com esse- até segunda, para que vocês conheçam um pouco da história, se gostarem eu vou postar semanalmente. Espero que gostem!!!

O gosto amargo era ácido na boca. Sua nuca doía pela noite dormida naquela banheira que ele nem momentaneamente nem lembrava onde era. A cerâmica fria queimava sua pele. A água que pingava da torneira não tinha o poder de despertá-lo.

Raymond levantou da banheira com seu corpo reclamando. Olhou em volta e tudo girou. Ele se concentrou no azulejo azul e rosa que estampava o chão e esperou a tontura ir embora. Logo percebeu que havia alguém martelando sua cabeça com uma bigorna. A dor remeteu rapidamente em uma súbita náusea e ele correu para o vaso colocar o que tinha no estômago pra fora, e nada havia a não ser Bile. Olhou no relógio de pulso e se tratava de meio-dia. Ele não parecia alguém que iria a um jantar na casa dos pais ás sete.

Ray lavou a boca e rosto, penteou seus cabelos desgrenhados com os dedos e saiu do cômodo. No corredor ele passou por pessoas caídas, bêbados chorões, copos, garrafas, peças de roupas... Ele só queria ir para casa tomar uma banho e descansar por algumas horas antes do jantar. Ray desceu as escadas lentamente e foi até o armário de casacos. Procurou o seu e após achá-lo, o vestiu. Pegou suas chaves no bolso e saiu da casa. Nem deu tchau para Garry o anfitrião da festa. Um cara cujo ele havia conhecido na universidade de Anchorage, Alasca.

Ele entrou no Honda City e deu partida.

Começou a se lembrar da noite anterior. Lembrou de sua amiga Emily subindo em uma mesa e fazendo strip tease, lembrou de vomitar em um vaso de flores, de beijar um cara que ele nem sequer soube o nome, e com certeza se lembra da meia garrafa de tequíla que ele tomou. Só não tomou toda porque Emily a roubou dele.

Ultimamente Ray estava sendo irresponsável. Faltava às aulas e também no trabalho, bebia mais do que devia e todo o fim de semana se embebedava até cair.

Ele nunca foi rebelde. Sempre tirou boas notas, o elogiavam na livraria em que trabalhava. A verdade é que a morte de sua avó a meses atrás mexeu muito com ele. Nada havia deixado Ray tão submerso e longe da realidade como este acontecimento.

O nome dela era Cecília, mais conhecida como Cece. A senhora sempre foi muito doce e apegada a família, mas principalmente com Ray. Quando ela foi diagnosticada com Alzheimer, Ray foi morar com ela. No começo ela estava indo bem, mas depois foi difícil ver como a doença evoluía e o tratamento falhava. O esquecimento, a troca de nomes, coisas feitas de modo confuso. Cece teve tuberculose e faleceu deixando para Ray a casa e o carro. Foi difícil para ele vivenciar a perda. E os efeitos estavam em seu cotidiano agora. Ele fingia estar bem para os pais. Mas a verdade é que ele estava se sabotando e se destruindo aos poucos... Sem nem perceber.

Estacionou na entrada da casa, pegou uma garrafa vazia do banco carona e foi para dentro de casa. Ele foi a para a cozinha e jogou a garrafa na lata de lixo. A casa era maior do que Ray precisava para morar. Limpá-la toda era um sacrifício, por isso um dia ele limpava os três quartos de cima e o banheiro do seu quarto e no outro limpava a cozinha, a sala de jantar e a sala de tv, o banheiro social e a garagem. Às vezes ele se sentia só e a única compania era Florence, a gata.

Ray colocou um anúncio de aluguel de quarto no jornal. A casa era antiga e precisava de concertos, o dinheiro que ele ganhava trabalhando na livraria não era o bastante para concertar os problemas. A casa era antiga. O pai de sua avó havia construído em 1933. A casa ficou como uso aos frutos no testamento da avó, mas esclarecido de que quem ficaria na casa seria Ray.

Ele checou a secretária eletrônica para ver se alguém havia ligado para saber à respeito do quarto, mas não houve nenhuma mensagem. Então ele subiu para seu quarto e tomou um banho. Deitou na cama e checou as horas. Era meio dia e cinquenta e dois. Ele dormiria até cinco e meia. Pretendia passar em algum lugar e comprar um vinho para levar ao jantar.

Ray havia se distanciado dos pais nos últimos tempos. Os via em datas comemorativas e aniversários, ou jantares quando sua irmã vinha de New York para vê-los. Sua mãe sempre ia visitá-lo para ver como ele estava se virando sozinho. Ray tinha vinte um, mas a mãe o tratava como um bebê por ser o caçula dos dois irmãos.

Esse jantar era para receber um amigo do pai de Ray. Ele não o conhecia, apenas sabia que o pai tinha conhecido ele no exército e viraram grandes amigos. O tal amigo havia sido dispensado e veio morar no Alasca.

Ele deitou na cama e se cobriu com as cobertas geladas. Se virou para cá e para lá até achar a posição perfeita e logo adormeceu.

* * *

Ray acordou assustado com o alarme do despetador. Ele o desligou e pensou seriamente em voltar a dormir, mas sabia que a mãe ligaria eternamente até ele atender e dizer porque não iria.

Então ele levantou e tomou um banho. A dor da ressaca havia melhorado. Preparou um café forte e tomou. Vestiu roupas quentes. Era começo de outono, e o frio já estava intenso, na verdade, no Alasca é sempre frio,

às vezes mais, às vezes menos.

Ray pegou as chaves e foi para o carro. Dirigiu até uma venda que ele sempre faz compras e passeou pelos corredores de bebidas até achar um bom vinho. Pagou, voltou para o carro e foi direto para a casa dos pais. Era um pouco longe de onde ele morava, tinha que passar por estradas, quase sempre havia um pouco de neve tomando o asfalto, e dirigir com neve era sempre perigoso, mas no fim as estradas estavam limpas e Ray seguiu tranquilamente.

Ele estacionou na frente da casa dos pais e olhou a faixada por um tempo. Às vezes sentia falta de morar ali, mas não trocaria sua liberdade por nada. A mãe dele, Sally, sempre foi muito controladora e perfeccionista. Ele puxou isso da dela. Já o pai, Joe, sempre foi calmo e inteligente. Ele também herdou isso do pai.

Desceu do carro com a sacola com o vinho, foi até a porta de entrada e tocou a campainha. Pode ouvir sua mãe falando "Será que já é ele?" O pai abriu a porta e sorriu ao vê-lo.

-Oi pai -Ray o abraçou. Seu pai cheirava à loção pós barba.

A mãe apareceu na entrada

-Olha só quem está aqui! Se não é nosso pequeno -ela disse o abraçando apertado. -Deixa eu guardar seu casaco.

Ela o ajudou a tirar e o colocou no armário para casacos. Ray os seguiu para a cozinha, o cheiro da comida tomava conta da casa, fazia tempo que ele não comia a comida da mãe.

-Não é o melhor, mas é algo. Tudo estava fechado -Ray colocou a garrafa de vinho sobre a bancada.

-Não se preocupe querido -falou a mãe.

-E como vai a vida? -O pai perguntou.

-Estressante. Conciliar trabalho e faculdade não é algo fácil. Eu ando exausto, porque estou fazendo horas extras para concertar algumas coisas em casa. E como a casa é antiga tudo é mais caro.

-Alguém ligou pra falar sobre o quarto? -Sally perguntou enquanto separava os pratos. -Me ajude a arrumar a mesa, por favor? -Ray assentiu e a seguiu.

-Sabe mãe, foi uma ótima ideia colocar o quarto para alugar, mas parece que as pessoas preferem ficar em hotéis. -ele falou arrumando os pratos na mesa. -Onde estão as taças?

-Na cristaleira, ainda não as tirei de lá. Isso é uma besteira, diárias em hotéis são mais caras do que o aluguel de um quarto. -Sally organizava os talheres como mandava a etiqueta.

-Eu apenas espero que alguém se interesse -Ray sorriu. -Você precisa de ajuda em mais alguma coisa mãe? Há algo que você ainda vai preparar?

-Não querido, sabe como sou adiantada. Só vamos esperar o amigo do seu pai chegar. E não esqueça de pôr o vinho na mesa... -ela disse indo para outro cômodo.

Ray foi para a cozinha e esperou sentado na bancada mexendo no celular. Ele estava com fome, sequer tinha almoçado. O café forte que havia preparado tinha dado certo contra a ressaca, mas ele ainda se sentia sonolento.

-E como está o namoro? -O pai perguntou enquanto checava o forno.

-Tudo muito parado. Como sempre... -respondeu Ray frustrado.

-Você está bem? E o Jake?

-Pai eu terminei com o Jake há meses.

-Acho que você procura demais pela pessoa certa. No momento em deixar de procurar,vai aparecer. Foi seu primeiro namoro sério. Durou o que? Oito meses? E além do mais, você acha que relacionamento é algo maravilhoso e um mar de rosas? Não é? Você acha que entre eu e sua mãe tudo é rosas o tempo todo? -Ele riu.

-Sei que não pai, a mamãe é neurótica e você é calmo. Há muita divergência em tudo isso.

-Não estou querendo te desanimar, mas já não é novidade que o primeiro relacionamento é só um teste, e raramente é algo que dura até o fim da vida não é mesmo?

-Eu sei, é só que é difícil de explicar...

-Entendo. -O pai estava de braços cruzados sobre a bancada.

A campainha tocou.

-Que horas são? -Joe olhou no relógio de pulso. -Ah são 19:00. Pontual como sempre.

-Como está meu cabelo cabelo? -Sally entrou correndo na cozinha.

-Está linda querida. -O pai deu um selinho nela.

Todos seguiram para o hall de entrada e o pai abriu a porta.

-Mas olha só quem está aqui! -Joe saudou o convidado.

-Senhor.- O convidado bateu em continência, Joe retribuiu e deu um abraço no outro. Eles riram.

-Faz quanto tempo? -Joe perguntou.

-Sete anos Joe -o outro respondeu.

-Muito tempo não? É um prazer recebê-lo em minha casa Andrew.

-É um prazer estar aqui senhor.

-Andrew quero que conheça minha família. -Disse o pai apresentando a esposa.

-Um prazer -Andrew beijou a mão de Sally.

-Oh que cavalheiro. -a mãe o saudou.

-Este é meu caçula. Pena que Mia está em New York.

-Seu pai fala muito de você quando me liga -ele disse dando um aperto de mão.

-Espero que bem -Ray disse sorrindo.

-Ah com certeza -Andrew retribuiu o sorriso.

-Bem meninos, vão para a sala enquanto eu e Raymond terminamos o jantar.

-Ah espere eu trouxe vinho. -Andrew ergueu o saco de papel.

-Hmm parece que bebida não nos falta esta noite. Obrigado -Sally agradeceu e foi para a cozinha com Ray atrás dela.

A mãe entrou no cômodo checando fornos e panelas.

-Aliás o que temos para o jantar? -Ray perguntou.

-Carne assada, purê, molho. De sobremesa torta de morango.

-Hmmm delícia! -Ele fez um um movimento enfático e até rídiculo com a língua.

Sally virou para ele e disse em sussurro, levando a mão na boca com se alguma palavra fosse escapar. -Você viu que bonitão o amigo do seu pai?- ela riu.

-Ah, mãe! -Ray balançou a cabeça rindo.

-Mas é verdade. Posso estar casada com seu pai, mas morta nunca estive.

O pai de Ray entrou na cozinha com Andrew.

-Eu estava mostrando a casa para Andrew querida. E já estou com fome, aposto que ele também está, não é? -Joe olhou em direção a Andrew esperando uma resposta.

-Bom, com esse cheiro maravilhoso, é difícil não ficar -Ele deu um sorriso galanteador para Sally.

Ray apenas assistia a conversa, apoiando o queixo na mão enquanto beliscava as tirinhas de cenoura que estavam junto com ele, sobre o balcão.

Ele olhou Andrew. Era alto, pele clara, um pouco bronzeada, olhos verdes com alguns riscos que davam para o azul, cabelos castanhos médios e lábios médios. Ele tinha uma postura ereta como se sempre estivesse tenso, atento à algo.

-Vão para a sala, eu e Ray serviremos o jantar em alguns minutos. -a mãe falou.

Ray já estava acostumado a ser garçom quando alguma visita vinha. Ele e Mia sempre se lamentavam quando um feriado ou alguma ocasião especial aconteciam. talvez fosse devido o fato de que eles eram sempre os últimos a sentarem á mesa e os últimos a sair.

-Vamos querido, me ajude a levar as travessas -Sally o chamou. -E pare de roer a cenouras! -Ela deu um tapinha na mão do filho, fazendo com que o pedaço que ele estava comendo caísse. Ele resmungou. Mas foi à pedido da mãe. Ray pegou a travessa de carne e á levou para a sala de jantar. O pai e o amigo estavam conversando sobre algo. Ele não prestou muita atenção, apenas deixou o refratário lá e volta para pegar mais. Depois ajudar a mãe a levar todas as coisas, ele se sentou à mesa. Era uma mesa de seis lugares. O pai se sentava na ponta a mãe à esquerda, Ray ao lado da mãe e quando Mia estava, ela se sentava á sua na direita, mas hoje que sentava lá era o convidado.

-Vocês agradecem ou algo do tipo? -Andrew questionou.

-Não somos uma família muito religiosa -Sally replicou.

-Mas agradecemos pela sua presença neste jantar maravilhoso. -o pai treplicou, e Ray se segurou muito para não revirar os olhos com toda aquela balela.

-Podem se servir. -Sally autorizou.

Depois de todos se servirem. Andrew entrou em uma conversa intrigante com Sally, a qual Ray estava entediado. Na verdade estava a todo tédio. Ele não queria estar ali. Ficou imaginado o estaria fazendo em casa. E provavelmente estaria comendo qualquer besteira que ele teria improvisado por ter tido preguiça de cozinhar, e estaria assistindo ao Netflix no sofá, na presença de Senhorita Florence. Mas estava ali.

-Você faz faculdade do que Raymond? -Ray percebeu que Andrew se dirigiu á ele e despertou de seus devaneios.

-Ah, é... Literatura e escrita. -ele se encontrou no meio do diálogo.

-Pretende ser escritor ou algo do tipo?

-Escritor, com certeza. Nunca houve dúvida.

-Eu nunca gostei muito de ler, mas eu sempre admirei as pessoas que gostam.

-Eu sempre digo que as pessoas que não gostam de ler simplesmente não encontraram o livro certo.

-Sabe, desde pequeno Raymond sempre andou por aí arrastando um livro -Joe falou enquanto pegava mais salada.

-E isso foi influência de Cece, ela sempre estava lendo algo -disse a mãe.

-Os seus preferidos eram os da Jane Austen... -Ray sorriu olhando para o nada. Lembrou-se de como a avó era uma romântica incurável. Talvez ele houvesse puxado isso dela.

Houve um certo silêncio sobre a mesa e depois voltou toda a conversa. Depois veio a sobremesa. Após todos acabarem e mais ou menos duas horas de conversa, Andrew convenceu Sally de que era seu dever lavar a louça, Ray o ajudou. Ficaram na sala de estar conversando um pouco mais. Ele olhou no relógio de pulso que marcava onze e meia.

-Meu Deus. Está tarde, preciso ir pessoal -ele disse.

-Eu também vou indo. Não conheço direito a cidade ainda, corro o risco de me perder. -Andrew se levantou -Muito obrigado pelo jantar, estava delicioso -ele agradeceu a Sally e se despediu de Joe. Ray fez o mesmo, pegou seu casaco no armário e saiu pela porta da frente. Havia uma moto estacionada atrás do seu carro.

-Esse carro é seu? -Ray perguntou para Andrew.

-Sim, comprei a pouco tempo -o outro respondeu.

-Legal -Ray respondeu brevemente.

-Hey, você vai em direção ao centro?

-Não exatamente, por quê?

-É que meu hotel fica em Anchourage e para vir até aqui eu meio que me perdi, usei o gps do celular, mas a bateria acabou.

-Ah sim. Não tem problema eu posso te guiar até lá. Onde você está ficando?

-Em um hotel. Aspen Suites Hotel.

-Ah sim, conheço. Me segue que te deixo lá na frente. -Ray falou destrancando as portas e entrando no carro.

Andrew entrou em seu carro e deu partida seguindo Ray. O lugar onde os pais de Ray moravam eram uma espécie de aldeia. Era um pouco afastado da cidade. Ray também morava em um bairro afastado do centro, já perto das montanhas. Havia algumas aldeias em volta de Anchourage. As estradas eram estranhas á noite, e muito perigosas no inverno, principalmente quando nevava em quantidades torrenciais.

Ele guiou Andrew até a frente do hotel e abriu a janela quando o outro parou do seu lado. Andrew abaixou o vidro e apertou a mão de Ray.

-Obrigado. -ele agradeceu.

-De nada -Ray replicou.

-Então tchau -Andrew sorriu.

- Até logo.

-Até -Andrew seguiu para o estacionamento do hotel e Ray foi para casaBebe Rexha - Dont Wanna Grow Up

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