UM TRIÂNGULO AMOROSO DIFERENTE

Um conto erótico de Ehros Tomasini
Categoria: Heterossexual
Contém 1970 palavras
Data: 17/06/2015 08:21:11
Última revisão: 17/06/2015 08:50:39
Assuntos: Anal, Heterossexual, Oral

COM O DIABO NO COURO – Quarta Parte

Maluca total. Era essa a impressão de todos que conheciam Astrid. Cabelos azuis, roupas extravagantes e corpo cheio de piercings. Morava sozinha em um dos apartamentos do condomínio e carregava sempre um velho livro, escrito num idioma desconhecido, debaixo do braço. Dizia que era o seu Livro dos Feitiços. Não era levada a sério por nenhum dos moradores do prédio. Até que um dia um vizinho, senhor já idoso, ameaçou suicídio por estar muito endividado. Ela abriu seu velho livro em duas páginas distintas, combinou os números dessas páginas e pediu que o homem apostasse no milhar, no Jogo do Bicho. Até emprestou-lhe um dinheiro, dizendo que ele pagaria quando recebesse o prêmio. A milhar deu na cabeça e repetiu-se no terceiro e quinto prêmios. Então o povo fez fila para anotar seus palpites. Ela atendeu somente mais quatro pessoas. Todas ganharam uma bolada. Não aceitou nenhum dinheiro em troca. Em compensação, ganhou o respeito de todos...

Depois disso, era chamada sempre que alguém adoecia, no seu condomínio. Lia algum trecho do seu livro, naquele idioma esquisito que parecia dominar perfeitamente, mesmo insistindo em dizer que não sabia que língua era aquela, e a pessoa enferma logo demonstrava franca melhora.

Sabia que a chamavam de bruxa, às escondidas, mas ela não ligava. Até gostava de ser tratada como tal. Também não se lembrava muito de sua infância. Tudo que sabia era que havia sido abandonada junto a sacos de lixo, tendo ao seu lado o tal livro, quando criança. Um gari a encontrou e levou para casa. A esposa não podia engravidar e ficou felicíssima com o achado. A Justiça, no entanto, impediu que ele e a mulher adotassem a criança, dando a guarda para um jovem casal de ricaços. Seus novos pais adotivos sofreram um acidente fatal no dia em que se desfizeram do livro velho e estranho, que não se rasgava nunca. Passou a ser criada por seus avós adotivos, que também tiveram mortes violentas. Desde os cinco anos de idade, então, viveu pelas ruas, apesar de ter herdado grande fortuna das famílias que a adotou.

No dia em que cansou das ruas e decidiu morar no condomínio, já com seus vinte anos de idade, teve a certeza de ser bissexual. Acabara de alugar o apartamento quando cruzou com Lillu e o namorado no elevador. Apaixonou-se primeiro por ela, e teve inveja de Selem, o namorado. Até que sentiu seu olhar em suas pernas grossas e roliças, mesmo discretamente. Ficou ofegante quando ele iniciou um papo sobre seu livro em idioma desconhecido. Conversaram menos de três minutos, mas foi o suficiente para ela desejá-lo tanto quanto a Lillu. Passou a ter sonhos eróticos com o casal, sempre numa gostosa mènage a trois.

Certa noite preparava-se para dormir totalmente nua, como sempre fazia, quando sentiu o forte cheiro de cânhamo. Pouco depois, bateram à porta do seu apartamento. Olhou para seu próprio corpo com um olhar guloso, desejando com todas as forças do seu pensamento que fosse Selem, pois vira quando ele chegou acompanhado de Lillu.

Mas era um desconhecido quem batia. Um belo desconhecido, por sinal. Vestia-se todo de negro, da cor dos seus longos cabelos. Sua figura atlética e viril se apoiava em uma elegante bengala, coroada por uma joia rubra. Sua voz grave e potente emitiu uma seqüência de sons que foram entoados como uma pergunta. Seus seios ficaram imediatamente eriçados. Não entendia o idioma que ele falava, mas algo lhe dizia que conhecia aquele homem. Sem mesmo saber por que, pediu para que ele entrasse. Ele falou novamente em um linguajar esquisito, dessa vez apontando o volume que ela deixava sempre sobre a mesa da sala. Compreendeu que ele queria o livro para si. Negou-se a dá-lo. Então, o desconhecido falou como se diretamente à sua mente, num idioma que ela entendeu muito bem. Disse-lhe que realizaria seu desejo escondido mais safado em troca do velho livro.

Astrid resolveu negociar. Cederia seu manual de bruxaria em troca de TRÊS desejos realizados. O estranho nem titubeou, aceitou sua oferta. Ela ficou temerosa de que ele a enganasse, por isso abriu o livro em uma página específica e proferiu um encantamento em língua estrangeira. O estranho entendeu muito bem que ela se garantia de que seus desejos seriam realmente satisfeitos, fossem quais fossem eles. O ser enigmático aquiesceu com a cabeça, concordando com as condições do trato. Só então falou com sua voz grave, no idioma conhecido por ela:

- Diga-me então qual o seu primeiro desejo escondido mais safado!

- Quero transar com Lillu e Selem!

O ser estremeceu ao ouvir o nome de Lillu. Já conhecia a mulher assim denominada e detinha por ela um estranho fascínio. Sempre que estava sob a forma imaterial era com ela que desejava estar, pois era somente assim que conseguia fazer com que ela o sentisse, em sonhos. Era através dela que percebia deleitosas sensações desde que se perdeu de Eva. Seguia-a por diversos lugares. Tornara-se seu objeto de desejo e não gostaria de dividi-la. Porém, sendo o livro sua maior necessidade, teria de atender o desejo.

- Se houver mais algum que tenha ligação com esta mulher, que fale agora!

Astrid não entendeu o porquê da curiosidade sobre os demais desejos, sem que ao menos o primeiro tivesse sido realizado, mas pensando que talvez não houvesse problemas concluiu:

- E também quero que os dois não fiquem juntos a não ser que eu esteja presente!

- Então, que seja assim.

Selem havia ido ao restaurante TAARAB depois de semanas ausente. E Lillu, ao avistá-lo do palco onde dançava, contorceu-se, fez inúmeros gestos com as mãos. Bailando a saia colorida, soltou, mexeu, sacudiu e rebolou como há dias não o fazia.

Enquanto ela dançava os outros exclamavam:

- Zaghareet, zaghareet!

E Selem pensava: vagabunda. Estava enfeitiçando a todos como a uma serpente no cesto e eu, maravilhado, sou mais um à mercê dos encantos de Lillu.

Não entendia como se havia tanto desejo entre eles nunca haviam conseguido transar. Havia refletido muito por todos estes dias. Sempre que o desejo entre eles tornava-se forte, algum mau pensamento invadia sua mente e ele afastava-se. Geralmente, buscava outras mulheres. Tinha algumas amantes fixas trazidas de relacionamentos anteriores, mas desejava verdadeiramente Lillu. Possuíam os mesmos costumes, ela era bela, de família tradicional na comunidade libanesa e, além disso, o relacionamento dos dois traria grandes benefícios aos seus negócios.

Percebi a chegada de Selem junto de meu babi Charif, que jogava xadrez, tão desinteressado da música ou das danças e tendo a testa enrugada. Selem juntou-se aos homens, observando inicialmente a partida e depois se voltando para mim.

Após o fim da dança, enquanto os garçons estavam naquele frenesi, como formigas no mel, para servir o chá, tendo que lembrar quem havia pedido verde ou preto, fiz um gesto com a cabeça e sai. Selem esperou alguns minutos e partiu atrás.

Encontrou-me no mezanino, onde eu estava fumando. Ele detestava este meu novo hábito, assim como não gostava de sair às escondidas.

- Porque não conversou comigo lá dentro?

- Meu pai cortaria meus dedos se soubesse que estou fumando – disse olhando de um lado para o outro antes de sentar-me. E você não iria contar, não é mesmo?

- “Pode contar seus segredos ao vento, mas depois não vá culpá-lo de contar tudo às árvores” – respondeu Selem, batendo com os dedos em minha cabeça – Vamos, me dê um cigarro! Arrematou rindo e sentou-se também.

- O que anda fazendo? Muitas mulheres em sua vida?

- Oras halewa... Mia aiuny, sabes bem que só me interesso por ti...

Então ele apagou os cigarros, puxou-me pelas mãos, com alguma hesitação. Mas deixei. E ele inclinou-se para perto também hesitante e pediu desculpas, e eu aceitei. Nos braços de Selem qualquer indulgência era facilmente desculpável. Com o coração aos pulos, o rosto queimando, um fogo ardendo dentro de mim, partimos para meu apartamento.

Enquanto isto me acontecia, pensava: – será hoje!

Já em casa, no sofá, ele reclinou-se, colando os corpos em um beijo apaixonado e cheio de desejo. Línguas se entrelaçavam, absorvendo almas. Ele, totalmente excitado, foi me acariciando, passeando a mão pelo meu corpo arrepiado, sugando meu pescoço. Jeitosamente, desatou-me o sutiã e passou a lamber os mamilos enrijecidos de excitação. Sugou deliciosamente, senti dedos por entre a calcinha explorando minha buceta. Havia meses que eu esperava por isso e não resisti a tanto prazer. Acabei gozando, tendo meu gemido sufocado por nossas bocas ainda coladas.

Levantei-me e tornei a mexer, rebolar, sacudir, gingar, livrando-me da saia. Somente ela, colorida, completava meu feitiço. Ao vê-lo hipnotizado em meu corpo, compreendi a força terrível que pode fazer um homem abandonar seu caminho e percebi que eu tinha o poder sobre ele. Pedi que retirasse a camisa e fui atendida.

Totalmente nua, comecei a beijar-lhe a face, pescoço, peito, deslizando minha língua por seu corpo, até chegar a seu mastro rijo. Sem pressa, o coloquei para fora e, ainda sem libertá-lo por completo, lambi e deliciei-me no orvalho que escorria dele. Minha xaninha estava melada e pulsante. Despudorada, brincando com lábios e língua, ora engolindo, ora passeando aquele instrumento pelo rosto, esfregando aquela gosma que saia da cabeça pelos meus seios. Ele, alucinado, bateu em meu rosto, meteu na minha boca, me sufocando, devido à fúria que empurrava, querendo que eu engolisse tudo.

Antes que gozasse, me puxou para cima e, depois de me beijar, se atracou na minha xaninha, encaixando minhas coxas sobre seus ombros. Usando dos fortes músculos dos braços levantou-me e alternou a língua entre as grutas. Eu sentia meus seios queimando, como se sugado e mordido ao mesmo tempo. Então sentado sobre o sofá juntei-me de costas pra ele, enfiando tudo na minha xaninha, deixando-lhe o bumbum à mostra, que imediatamente começou a me bater bem gostoso. Adorei levar aqueles tapas. Intercalando entre pulos e rebolados, na dança do fogo que em mim queimava, sentindo um dedo alargando meu anel, ele gozou e eu novamente gozei, por tê-lo feito gozar. Havia finalmente me entregado a Selem e encostei-me em seu peito fazendo reverências e caríciasEu estava no apartamento de Lillu. Fui transportada imaterialmente para lá. Vi Selem e Lillu sobre o sofá, entregues a deliciosas carícias. O ser enigmático havia realizado meu desejo, mas não da maneira que eu realmente desejara. Por mais que lambesse e chupasse Selem, não consegui sentir o gosto do seu sexo. Enfiei os dedos no cuzinho apertado de Lillu e ela pareceu nem notar meu toque ali. Só quando me meti entre os dois e fiquei de costas para Selem, enquanto ele fodia a xana de minha adorada rival, é que ele gemeu gozando, como se estivesse comendo a bundinha apetitosa dela e não a minha. Tanto que, depois que ficaram abraçadinhos, extenuados, ela comentou que seus dedos machucaram seu anel. Ele pareceu não entender o comentário, pois não havido tido a ousadia de tocar nessa parte do seu corpo. Compreendi que qualquer que fosse a carícia a mim dirigida no sexo a três, quem as gozaria seria Lillu. Eu não tive nem sequer um orgasmo. Isso me deixou frustrada e zangada.

Senti-me enganada por aquele estranho misterioso e quis me vingar dele. Sem pensar, exigi que meu terceiro desejo realizado fosse a sua morte. Assim, eu poderia recuperar a posse do meu velho e adorado livro de bruxarias. Mas não queria que ele morresse ali, no meu apartamento. Por isso, ordenei que ele voltasse para onde veio e lá me satisfizesse o desejo que estava faltando. Ele novamente estremeceu, ao adivinhar meus malignos pensamentos. Depois deu um sorriso enigmático e partiu de junto de mim, sem proferir uma só palavra. Levou meu estimado livro. Mas de alguma forma eu sabia que não iria ficar muito tempo sem ele!

FIM DA QUARTA PARTE

Escrito por Ehros Tomasini e Diana Aventino

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