Entre dois corações - PT 2

Um conto erótico de Lucas_junino
Categoria: Homossexual
Contém 2205 palavras
Data: 26/06/2015 17:56:36
Última revisão: 26/06/2015 18:17:46
Assuntos: Gay, Homossexual

Respondendo a Irish. Pode ser invasiva, sim. Sou Bi. É sempre bom conversar.

Então, continuando o conto...

Chegamos, finalmente, à festa. A festa era bem alegre, com bastantes pessoas, acho que, pelas minhas contas, deviam ter ali, naquela praça, umas 13 mil pessoas ou mais. Acho que todo o agreste foi participar daquela festa.

Camila – minha prima – e o Bruno – quase namorado da minha prima -, mal chegaram ao forró que estava tocando a uns 10 metros da gente e já começaram a dançar, parecia dois pintos molhados, uma alegria só. Quanto a mim, só ficava a olhá-los. O Bruno era bem conhecido na cidade, acho que pela beleza dele e pelo seu jeito carismático. A cada dois passos uma menina ou outra chegava perto dele e o cumprimentava. Minha prima, pela sua cara, não tava gostando daquela fama toda que o Bruno tinha, ficava vez ou outra, emburrecida. O Bruno, visando amenizar a situação, a abraçava e dizia: meu amor, não fique com raiva, eu sou todo seu. Mesmo ele dizendo isso, ela ainda continuava com sinais de emburrecimentos.

Procurei um lugar com menos gente, já que cada metro quadrado daquele local parecia habitar 20 pessoas, gente pra caralho. Encontrei, finalmente, um local com menos gente e nesse local tinha um rapaz vendendo doses de bebidas – aqueles vendedores que se instalam, geralmente, em festas, com standers –. Já prevendo o saco que ia ser ver aqueles dois a noite toda com beijinhos para cá e para lá, comprei uma dose de vodka para tentar, pelo menos pra mim, alegrar aquela noite. Tomei a primeira dose como se fosse água e logo pedi a segunda, e da mesma forma, tomei a segunda num piscar de olhos. A noite já estava começando a ficar animada, acho que era o efeito da bebida, certeza. Só sei que a primeira menina que passou e me olhou a chamei para dançar. Dancei umas duas músicas com ela e, sem cerimônia alguma, taquei um beijo nela.

Enquanto tudo isso acontecia, o Bruno me olhava atentamente, como se estivesse querendo perguntar algo. Eu, pelo contrário, já com cana nas veias, tava nem aí para nada. Parei de dançar com a guria e pedi mais uma dose. Porra cara, dessa vez tu colocou pra foder, dose forte da porra [disse eu ao dono do Stande]. Mas, sem voltar atrás, a tomei de uma só vez e fiquei lá sentando em um banco próximo ao local que estávamos.

Levantei do banco e a menina que eu tinha beijado parecia me rondar como se quisesse me beijar novamente. Eu a olhava, mas um olhar em que ela percebia que eu não tava mais a fim, fazendo-a a recuar. Por mais que parecesse contrário, dessa vez eu queria andar pela festa e não importava para mim se o local tinha 20, 30 ou 40 pessoas. Eu queria mesmo era me aventurar. Chamei Camila e Bruno para dar uma volta e, claro, antes de sair para dar uma volta pedi outra dose para me fazer companhia. Dessa vez o Bruno também pediu. Fomos juntos até o estande e pedimos as doses. Porra Lucas, tu bebe pra porra [Disse Bruno]. Ir pra uma festa sem beber não rola Bruno, a bebida é a alegria da noite [Disse eu].

Pegamos as doses e seguimos no aperto danado, ora ou outra pedindo desculpas de ter pisado nos pés das pessoas. Camila não largava um só momento o pescoço de Bruno e ele parecia, ao mesmo tempo, gostar e não gostar. Vez ou outra eu percebia que ele queria se soltar. Paramos em um local lá, um pouco amontoado, mas deu, pelo menos, para chamar outra moça que passou ao meu lado quase me levando e ainda pegou na minha bunda, convidei-a para dançar. Ela aceitou e ficamos quase meio hora, juntos, dançado. E, claro, nos beijamos na primeira música.

Enquanto eu dançava, eu via a Camila e o Bruno parado me olhando, percebi que o Bruno me olhava mais que Camila. Eles estavam abraçados, só que dessa vez o Bruno estava na frente de Camila e ela agarrava-o por trás, segurando em seu peitoral. Eu estava a dois palmos deles, dançando com essa menina que hoje nem lembro o nome, mas que era muito linda.

Uma música calma e romântica, finalmente, foi tocada pela banda que se fazia presente naquele forró. O lugar que estávamos estava um pouco escuro. Eu, claro, ainda estava com aquela moça linda, dessa vez a beijando vagarosamente, acompanhando o ritmo da música. Parei um pouco e notei que Camila não estava com Bruno, foi então que perguntei:

Cadê Camila Bruno? Disse eu.

Foi ao banheiro, mas volta logo. Disse ele.

Ah, beleza. Disse eu.

Vai passar a noite toda dançando com essa menina? Disse ele, num tom agressivo.

O quê? Disse eu.

Nada não, deixa para lá. Disse ele.

Eu tinha entendido perfeitamente o que ele disse, mas eu não estava entendendo o porquê ele tinha dito aquilo. Resolvi deixar para lá e voltei a dançar aquela música calma, pois eu estava tentando aproveita a noite, quando fui interrompido:

Lucas, bora, Camila não está mais aguentando ficar aqui, tem muita gente. [Falou Bruno, por trás de mim – quase colando em mim –, nos meus ouvidos, já que a música estava muito alta].

Beleza Bruno. Já estou indo. Pode ir na frente. Encontro vocês logo logo. [Disse eu]

Cara, vamos logo, faz 30 minutos que tu tá com essa menina. [Disse ele]

Tá ficando doido é? Pra que essa grosseria toda? [Disse eu]

Ah velho, tchau tchau. Voltaremos para o mesmo local que estávamos. Se quiser ir, beleza, se não quiser, beleza. [Disse ele]

Ainda passei alguns minutos com a menina linda e depois fui lá, deixando-a com uns colegas dela. Fui com certa raiva, na verdade, pois eu mal conhecia aquele cara para ele vir me tratar com grosseria. Mas relevei e tentei ser amigo, já que a minha prima gostava dele, embora eu estivesse puto da vida. Pedi outra dose, dessa vez bebi um pouco mais devagar, pois eu já estava notando que eu tava rindo demais. Quando bebo rio com tudo, parece até que eu peguei uma Cannabis, KKK.

Foi, então, que o Bruno, tentando se aproximar, enquanto Camila tinha ido encontrar umas amigas dela:

Lucas, bora comprar outra dose? Disse ele.

Obrigado cara, mas a minha nem acabou. Disse eu.

Eu pago, vamos. Disse ele. [Acho que queria se desculpar pelo o ocorrido]

Notando a sua boa vontade, resolvi aceitar.

Cara, me desculpa pelo jeito que falei com você. Disse ele.

Relaxa velho, de boa. Disse eu.

É que você não entende. Disse ele.

Hã? Não entendo o quê meu? Disse eu.

Ah cara, melhor deixar isso pra lá. Disse ele.

Oxe cara, tá louco, diz aí, o que eu não entendo? Disse eu.

É complexado demais. Queria te dizer o que senti, mas tenho medo. Disse ele.

O quê? Tais falando do quê? Disse eu.

Ah, deixa, deixa. Pega a dose aí. Disse ele.

Camila chegou e eles, novamente, se grudaram. Fiquei encabulado com o que ele havia dito. Tudo parecia me levar a uma hipótese, embora ele, vendo-o com a minha prima, parecessem estar apaixonados. Como a bebida já tava começando a surtir um efeito grande em mim, já que eu havia bebido umas 6/7 doses, eu me encabulei e, no pensamento, mandei aquele cara tomar no cu. Cara estranho da porra [passava pelo meu pensamento]. Acabaram as doses e eu fui novamente comprar. Se tem uma coisa que eu tenho problema é de me controlar com relação a bebida. Se eu beber a primeira dose, já era, beberei o máximo que eu puder. Se eu não beber, tranquilo. Mas se eu beber, já era.

Eu já tonto para caralho e pensando em tudo aquilo que o Bruno havia me falado, naquela verdadeira incógnita. Eu já não estava aguentando ficar em pé, foi então, que, na primeira calçada que vi, decide deitar. Por essas horas, a festa já tava próximo de acabar. Eu abria os olhos e via tudo girando e girando, mas eu não conseguia esquecer o que o Bruno havia me falado.

Quando menos espero, sinto alguém chegando perto de mim, olho pra ver quem é, e é o Bruno. Fico emburrado, não aceitando a sua ajuda de me levantar. Ele parecia notar a minha raiva, mas mesmo assim não desistia de mim. Camila, entendendo que eu estava realmente pra lá de Bagdá, ficava sentada e rindo daquela situação.

Depois de tanta insistência, o Bruno conseguiu me colocar no carro. Camila ria e dizia que eu era bêbado pegador. No caminho, meio sem entender nada, mas entendendo: vi que o Bruno tinha dito a Camila que achava melhor eu dormir na casa dele, já que era ele que tava levando meu carro e ele não tinha como ir pra casa, pois já estava tarde demais para ele ir a pé sozinho. Camila concordou, claro, pois não queria cuidar de um primo bêbado e também não queria deixar o quase namorado dela correndo perigo.

Eu, com a cabeça encostada no banco do carro e olhando para as inúmeras casas que havíamos passado, finalmente vi que tínhamos chegado à casa de Tia. Camila desceu e ficou da porta nos olhando. Eu quis descer do carro, pedindo para o Bruno me deixar sair.

Lucas, não po, melhor você dormir lá em casa, não se preocupa não, eu cuido de você. Disse ele.

Não cara, vou ficar aqui mesmo. Disse eu. Mas em tom bêbado, quase sem conseguir se mexer.

Lucas, por favor, durma lá em casa, você não tá com condições de descer do carro, imagina andar até a casa da sua tia. Disse ele.

Voooooocê me ajuda a ir. Disse eu.

Ele ignorou o meu pedido e deu partida no carro, sinalizando para a prima com a mão que tava indo embora. Ela parecia rir com a situação e também sinalizou dando tchau.

Não demorou muito e chegamos à casa de Bruno. Ele ria e pedia que eu fizesse silêncio, pois os pais estavam dormindo. Ele, me segurando pelo ombro, me guiou até seu quarto. Assim que chegamos ao seu quarto, ele me colocou em sua cama e parecia ir atrás de um colchão em outro quarto. Ele apareceu com um colchão de solteiro e o colocou ao lado da cama dele.

Lucas, vai tomar banho po, é melhor, assim a lombra passa. Disse ele.

Tá bem. Onde fica o banheiro? Disse eu.

Aqui ao lado, ao lado do meu quarto. Não faça barulho, lembre-se. Quer ajudar? Disse ele.

Não, precisa não. Disse eu.

Em seguida me levantei e na primeira oportunidade meti a cabeça na quina da cama. Ele ria sem parar com a situação, reconhecendo que eu precisava de ajuda. Ele veio até mim, me pegou pelo ombro novamente e me levou até o banheiro. Eu, meio envergonhando com a situação, tentei fechar logo a porta do banheiro, mas ele a segurou com a mão, pedindo que eu me acalmasse.

Levanta os braços. Disse ele.

Levantei-os e em seguida ele tirou a minha camisa. Ligou o chuveiro e me deu uma toalha.

Precisa de mais alguma coisa? Disse ele.

Não, não. Obrigado Bruno. Disse eu.

Fechei a porta, tirei as calças, cueca e me deleitei naquele chuveiro por 20 minutos. Enquanto eu estava no banheiro, disse:

Bruno, você pode me emprestar alguma bermuda, fica ruim dormir de calça jeans?!

Claro, Lucas. Disse ele.

Saí do banheiro de toalha em direção ao seu quarto. Chegando lá ele ficou me olhando e pedindo a toalha, pois ia tomar banho também. Antes de ele me dar à bermuda ele pediu a toalha e eu meio sem graça fiquei só de cueca em sua frente. Ele pareceu admirado com o meu corpo.

Porra, Lucas, o que tu faz pra ter um corpo desses em? Disse ele.

Academia e esporte, po. Disse eu.

E essa bunda empinada aí em? Disse ele.

KKKKK sai fora, Bruno. Disse eu. Já quase caindo, por conta da bebida.

Em seguida ele foi ao banheiro tomar banho. Demorou uns 10 minutos, só que em vez dele vir de bermuda, ele veio de toalha, tirando-a no quarto e ficando apenas de cueca.

Lucas, eu durmo de cueca, tem problema? Disse ele.

Não, não. Relaxa. Disse eu.

Beleza então. Disse ele.

Virei-me e coloquei o lençol na minha cara, tentando dormir. Ele ficou no colchão e eu na cama dele. Acho que ele cedeu a cama dele por educação.

Então cara, deixa eu te dizer. Disse Bruno.

Dizer o quê? Home vá dormir. Já tá tarde da noite. Disse eu.

Ah velho, agora você vai ter que me ouvir. Disse ele.

Diga, então. Disse eu.

É que, não sei nem como explicar. Fiquei a fim de tu desde o dia em que Camila nos apresentou. E, fiquei meio enciumado te vendo dançar com aquelas meninas. Disse ele.

Fiquei em silêncio total. Senti, embora a luz tivesse apagada, que ele tinha se levantado. Ele sentou na cama, perto da minha cabeça, e começou a alisar meus cabelos e meu pescoço. A mão dele procurava a minha boca. Ele a achou e começou a acariciá-la com seus dedos.

Devo continuar ou parar?

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 0 estrelas.
Incentive Lucas_natação a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários

Foto de perfil genérica

Uau! Amei a atitude dele. Gosto de gente assim, que vai direto ao ponto. Continua que fiquei mega curiosa agora!

0 0