UM HOMEM PARA CINCO MULHERES

Um conto erótico de Ehros Tomasini
Categoria: Heterossexual
Contém 2391 palavras
Data: 25/06/2015 08:07:19
Última revisão: 25/06/2015 22:11:21
Assuntos: Anal, Heterossexual, Oral

COM O DIABO NO COURO – Parte Nove

- Deemon haarab kuni keha ja jõuab sulle mind!

Era a terceira vez que Astrid pronunciava a frase naquele idioma estranho e não acontecia nada. As outras mulheres, todas totalmente nuas, sentadas com as pernas cruzadas em cada uma das pontas do pentagrama traçado com giz no chão, não escondiam sua apreensão em participar daquele ritual profano. A jovem bruxa tinha em mãos seu precioso livro, recuperado pela dona da casa funerária, Diolinda, quando recebera a encomenda de pegar um defunto num hotel. Espantara-se ao reconhecer o mais novo inquilino de Dona conceição, ali também presente. Coincidentemente, o morto era justamente aquele que povoava seus sonhos devassos, noite após noite, dia após dia. Ainda incrédula, chamou a síndica até seu estabelecimento, que ficava do outro lado da rua, próximo ao condomínio onde morava. Dona Conceição reconheceu o bonitão ao qual alugara dois dias antes o apartamento 333. Não satisfeitas, chamaram a evangélica Leila para o reconhecimento do corpo e ela confirmou o que todas temiam: o belo macho, objeto dos desejos de todas, estava morto.

Aí, lembraram-se da reunião que tiveram com a doida Astrid, e sua sugestão para terem um homem só para elas. Chamaram-na às pressas e, ao reconhecê-lo, a primeira coisa que a jovem de madeixas azuis perguntou foi pelo seu velho livro de magias. Diolinda entregou-o, dizendo que tinha vindo junto com os pertences do morto. Mostrou também a bengala com a grande joia rubra na empunhadura, mas a maluca não demonstrou nenhum interesse. Ela apenas disse o que todas estavam esperando: de posse do livro, dava para fazer um feitiço para reviver o defunto e torná-lo escravo sexual delas. Foi o bastante para que todas se empenhassem em fornecer tudo o que a jovem bruxa precisasse para o encanto. A primeira coisa que ela pediu foi um altar de mármore negro, onde deveria ficar o féretro. Isso era com Diolinda. Precisava também de um lugar onde não fossem incomodadas. Sem problemas. Havia o apartamento 333, agora novamente desocupado. Era imprescindível que houvesse cinco mulheres para realizar o ritual. Astrid ficou encarregada de convencer Lillu a participar da “festa”. Fácil. A própria Lillu havia pedido ajuda a ela para conquistar Selem. E havia aqueles sonhos eróticos que ela vinha tendo...

Marcaram para se encontrar depois da meia-noite, longe de olhares curiosos. Dona conceição limpou o apartamento. Dona Diolinda levou para lá o altar de mármore e o féretro, com a ajuda de seus dois funcionários. Leila costurou em tempo recorde um terno cinza de corte perfeito, depois de tirar as medidas do morto. Lillu deu o toque final, colocando a bengala dentro do caixão e conseguindo uns óculos escuros, que dava um aspecto felino ao belo defunto, tal qual ela vira em seus devaneios. Todas voltaram aos seus lares, mas Astrid ficou no apartamento 333 traçando os riscos cabalísticos a giz, necessários para o encantamento. No entanto, escondeu das amigas que preparava um ritual de conjuração. Um demônio haveria de possuir o corpo do belo defunto. Desde que perdera seu livro, vinha tendo sonhos com Astaroth, o demônio do erotismo e dos prazeres. Pelos relatos das amigas, todas vinham recebendo mensagens do Incubo.

- Deemon haarab kuni keha ja jõuab sulle mind!

Dita pela quarta vez, novamente a frase não causou nenhum efeito. Aos poucos, a tensão foi se desfazendo no grupo. Intimamente, nenhuma daquelas mulheres acreditava que a maluca Astrid fosse capaz de reviver o defunto. No entanto, quando aquelas palavras foram ditas pela quinta vez, o cadáver abriu os olhos. Estava nu, pois não permitiram que a evangélica o vestisse com o terno cinza que havia costurado. Pra quê, se o melhor era admirar aquele falo duríssimo que o cadáver mantinha em sua rigidez de morte? Ela, Leila, foi a primeira a abandonar a sua posição no pentagrama traçado a giz no chão. Estava em pânico. Astrid pediu para que ela não quebrasse a corrente e permanecesse em seu lugar. Em vão. Os olhos do defunto agora estavam vermelhos como brasa. Ele soltou um urro medonho, erguendo-se do féretro. No entanto, não havia mais sinais de sua encantadora beleza. Levantou-se corcunda, pele toda enrugada, quase sem cabelos. Foi tudo muito rápido. Aquele ser estranho saltou de sobre o altar negro e estendeu a mão em direção a Astrid. Ela foi erguida do chão e projetada de encontro a ele. Beijou-a na boca, por um breve instante, e ela sucumbiu ao seu toque, caindo sobre o livro.

Diolinda desmaiou. Leila tentou correr até a porta. No entanto, foi arremessada com violência contra a parede quando a estranha criatura apontou a mão para ela. Dona Conceição, mais afoita, partiu para cima do sujeito. Ele pegou-a pelo pescoço e suspendeu-a do chão. Então soltou outro urro e seus olhos ficaram mais vermelhos, quase negros. Passou um tempo estático, depois a largou no chão. A pobre desmaiou, sufocada. Então o demônio olhou para Lillu. Ela se arrastou para trás, de bunda no chão, apavorada, até ficar acuada contra a parede. A criatura demorou uns instantes olhando fixamente para ela, então soltou um som rouco:

- Eeeeeeeeevaaaaaaaaaa...

Lillu estava paralisada pelo medo. Ela viu o pênis da deformada criatura ficar ereto e tentou cobrir sua nudez com as mãos. O ser arrastou-a pelos pés até o centro do pentagrama e deitou-se sobre ela. Apontou o membro para a vagina dela, de forma apressada, e enfiou-o de vez. Ela deu um grito de dor, recebendo em suas entranhas aquele falo deformado, grosso, enorme, cheio de veias. Mas a criatura fodia sua xana de forma urgente, como se sentisse dor. Tentou empurrá-lo de cima de si e conseguiu que seu pau escapasse de sua boceta. Mas este voltou com mais ímpeto e aquela trolha enorme resvalou, enfiando-se em seu rabo. Aí se ouviu um estrondo na porta e esta quase veio abaixo. Só não fez porque estava apenas encostada.

A figura salvadora de Selem apontou na soleira, apenas de cueca. Partiu para cima do estranho que estuprava sua amada, mas foi violentamente repelido por uma tapa, indo parar perto do caixão. Sem lhe dar atenção, a criatura voltou-se para Lillu e continuou copulando com ela. Selem percebeu a bengala com a enorme joia rubra e pegou-a. Pretendia usá-la como porrete contra o estranho. Apressou-se em se postar por trás da criatura e golpeou-a com força na cabeça, causando uma explosão de luz rubra ao impacto. Lillu sentiu o ser desmoronar sobre si. Aí, desmaiou também.

********************

Selem havia tido momentos de intenso prazer com sua amada, adormecendo depois do coito. Não percebeu quando ela se levantou e saiu de perto dele, pois tinha um encontro marcado com as amigas e não queria que ele soubesse do que se tratava. No entanto, Lillu sentiu um torpor no corpo e voltou para a cama, tornando a adormecer quase que imediatamente. Foi quando ele começou a ter de novo aqueles sonhos estranhos. Os mesmos que tivera enquanto se dirigia ao supermercado para buscar Lillu, e terminaram voltando para o apartamento dela apenas com alguns cachos de uva. Mais do que suficientes.

Depois caiu num sono profundo, atormentado por cenas de estupro com sua amada. Acordou suado, dando pela falta de Lillu ao seu lado, na cama.

Estendeu o braço, tateando, e tocou num corpo nu. Voltou-se sorrindo, mas deparou-se com outra mulher ao seu lado. Era mais jovem que Lillu e tinha cabelos pintados de azul. Não lembrava o nome dela, mas a conhecia do condomínio. Conversara com ela, brevemente, certa vez, quando se encontraram por acaso no elevador. Ela demonstrou intenso interesse por ele, mas não lhe dera atenção.

Agora aquela mulher estava ali, nua, ao seu lado. Ela acordou com seu toque e voltou-se para ele, beijando-o na boca. Perguntou se ele estava preparado para mais uma. Mesmo estranhando aquela situação, Selem se viu excitado. Seu pênis cresceu num instante e ficou pulsante, louco de vontade de ser devorado por uma gruta apertada.

Então ela pegou em seu pau e cochichou ao seu ouvido que estava louca para realizar os seus desejos mais safados com aquele cacete gostoso...

Selem, por ter estado durante muito tempo no “jejum” do sexo, estava com algumas vontades que Lillu ainda não havia realizado. Tinha receio de pedir-lhe certos feitos, pois imaginava que assim sucumbiria aos domínios de Lillu. Ficou confuso pela visão da vizinha na cama, porém, excitado, não pensou duas vezes e disse:

- Quero comer-te a bunda!

Ela safada, virou-se para o criado mudo onde estava um gel lubrificante, e pediu a ele: “passa esse gel no meu buraquinho”. O homem estimulado obedeceu à ordem, encolhendo os dedos dos pés, respirando profundamente, com o coração acelerado enquanto melecava os dedos com o gel.

Desceu lentamente pelo corpo possuído da amada, beijando e lambendo até chegar à xaninha e lambê-la também. Passava a língua por toda a extensão, já completamente molhada. E não parou. Introduziu um dos dedos lambuzados. Sugou o clitóris e deu mais algumas lambidelas. Mas Astrid, alucinada, virou-se de costas e pediu para que ele metesse logo. Queria sentir seu cuzinho arrombado e não podia esperar mais. Primeiro ele lhe alargou as pregas com os dedos. Lambuzou de gel também a extensão do pênis e, com ela de quatro segurando seu mastro em posição de entrada, foi enfiando bem devagar nas preguinhas que não davam sinal de ceder. Uma breve parada. Novamente forçou a entrada e não olhou, senão gozaria assim mesmo na entradinha do ânus. A cada movimento dele ela encolhia sua bunda e as pernas tremiam. Sentia certa vertigem, porém também forçava sua anca para senti-lo todo. Selem pediu para ela rebolar devagarzinho. Excitava-a com uma mão na xaninha e a outra forçando a entrada. Até que percebeu o mastro totalmente tomado por sua bunda. Aos poucos se movimentou e o orifício foi se adaptando às investidas. Ela gemia de início numa mistura de prazer e dor, enquanto ele investia em fortes estocadas.

Selem também parecia possuído. Usava de força nos dedos, segurando a cintura, às vezes puxando o cabelo de Astrid como se a estivesse domando. Xingou-a enquanto ela pedia mais. Havia um prazer enlouquecedor entre eles, aumentado pela pressão do cuzinho sobre a pica.

E assim seguiram. Colocando e tirando, rebolando e gemendo, coxas batendo nas nádegas, seguiram por longos minutos. Com o puxão de cabelo recebido ela envergou-se, recebendo lambidas na orelha. Já não sentia dor. Apenas prazer. Até que ele anunciou o gozo, meteu forte e manteve-se dentro dela, inundando seu reto.

De onde eu estava não conseguia entender o que falavam os dois. Mas é claro que podia observá-los. Via-o possuindo meu corpo onde eu não estava só. Percebia que ela estava satisfazendo seus desejos também. Sentia-me envolta pela luxúria de ambos. Havia certo formigamento em minhas extremidades, e os movimentos eram lentos. Não entendia como Astrid havia se apossado de meu corpo. A última coisa de que lembro foi da tentativa de levantar-me da cama e cair novamente em letargia. Agora o que eu mais desejava era tornar a voltar a mim novamente, porém não sabia como.

Estava ali, espremida num lugar desconhecido. Percebendo milhares de imagens distorcidas ao mesmo tempo. Eu estava só entre as figuras enevoadas, não sabia precisar a quanto tempo. Então senti frio e chorei. No entanto, raciocinei um pouco e cheguei à conclusão que, se a outra podia usar meu próprio corpo, eu também conseguiria. Apelei para estar certa. Pedi ajuda a Selem. Disse que estava em perigo e que ele devia ir imediatamente ao apartamento 333.

Selem deu um pulo da cama. A voz da amada em sua cabeça pareceu-lhe bem real. Viu que não tinha mais ninguém ao seu lado e acreditou haver tido mais um dos seus sonhos estranhos. A voz se repetiu, pedindo socorro urgente. Vestiu apenas uma cueca e correu em direção ao apartamento 333. No entanto, por mais que impusesse velocidade às suas pernas, sentia uma estranha letargia e parecia que corria em câmera lenta. Era como se algo o impedisse de chegar até lá. Mas lutou com todas as suas forças e conseguiu. Quando se preparava para arrombar a porta com um pontapé, essa se abriu de repente, como se tivesse sido impelida por uma forte ventania. Foi quando viu, dentro do apartamento, aquela figura grotesca sobre sua amada. Sem nem pensar, lançou-se sobre ela e finalmente conseguiu dominá-la com um golpe de bengala encimada por aquela pesada joia rubra. Os raios de luz que a pedra emitiu clarearam todo o condomínio.

Selem não entendia o que estava se passando. A mulher de cabelos pintados de azul jazia nua sobre um velho livro, aos pés do sinistro altar de mármore tendo um caixão fúnebre encima. Além de sua amada Lillu, havia outras mulheres desacordadas na sala, caídas sobre desenhos cabalísticos riscados de giz no chão. No entanto, estas se levantaram como se estivessem sonâmbulas e caminharam nuas em direção à porta de saída, desaparecendo pelos corredores. Selem tomou Lillu nos braços e já ia carregá-la de volta ao apartamento dela quando a figura disforme caída ao chão começou a estremecer-se. Para seu espanto, foi tomando uma bela forma humana. Depois se levantou e caminhou até o esquife, deitando-se nele. Cruzou as mãos sobre o peito e fechou os olhos totalmente vermelhos, sem retinas. Então Selem fechou a porta atrás de si, como se selasse aquele apartamento e tudo o que tivesse acontecido nele.

Lillu acordou com os raios de sol invadindo seu quarto. Tateou a mão pela cama e alcançou seu amado ao seu lado, que ronronou ao seu toque. Espreguiçou-se satisfeita. Finalmente tivera a sua grande noite de prazer com o namorado. Beijou-o carinhosamente na face e foi ao banheiro. Espantou-se ao se olhar no espelho. Sua cabeleira estava totalmente colorida de azul. Não se lembrava de tê-la pintado daquele jeito, mas sorriu satisfeita com o resultado. No entanto, sua mente parecia como se faltasse algum pedaço. Sabia que havia tido um sonho ruim, mas não lembrava nenhum detalhe. Olhou-se no espelho de novo e achou seu corpo mais formoso que nunca. Ficou um tempão admirando-se. Então sentiu uma intensa vontade de se masturbar. Fez isso com fervor. Conseguiu o primeiro orgasmo em segundos. Depois levou os dedos lambuzados de gozo às narinas. Tinham um curioso odor de... Eva?

FIM DA NONA PARTE

Escrito por Ehros Tomasini e Diana Aventino

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