Duração do Amor CAPÍTULO ÚNICO

Um conto erótico de samuel
Categoria: Homossexual
Contém 1877 palavras
Data: 11/05/2015 04:14:39

CAPÍTULO UNICO

- Vocês são loucos ?

- Qual é Samuel, vai ficar defendendo a bicha agora ?

- Saiam daqui agora ou eu vou reportar isso a direção ! - falei, vendo aquele pessoal ir embora. Estávamos numa escola de natação. Eu e todos esses garotos eramos competidores que treinavamos juntos, sempre em busca da melhor forma pra que possamos ganhar as competições. Meu nome é Samuel. Tenho 19 Anos, sou alto, tenho 1,84m , cor branca, e corpo bem atlético por todos os esportes que prático - ei ! - havia um garoto jogado no chão do banheiro. Ele era um garoto muito tímido, ligeiramente afeminado que havia começado a nadar com a gente. Já viram, um grupo de homens e um garoto meio desvirtuado, óbvio que daria em Bullyng. Mas eu não achei que chegaria aquele ponto. Haviam batido no garoto. Ele estava cheio de marcas, sangrava, parecia que havia sido atropelado.

- Sai ! Você vai querer me bater também !

- Não... Eu já os tirei daqui ! Eu não sou igual a eles, confie em mim ! - aos poucos vi o garoto erguer o olhar. Ele estava com o rosto ligeiramente inchado, com os olhos cheios de lágrimas. Acho que a emoção por ver alguém que o entendia fez com que ele me abraçasse - ei... Kkkkk - RI, pois ele me abraçou com tanta força que eu acabei caindo no chão.

- Obrigado !

- Pelo que ? Eu apenas os afastei.

- Por não ser igual aos outros !

- Vem, tome um banho e eu ajudo você com esses ferimentos.

TEMPO DEPOIS

Enquanto eu passava álcool em algumas das feridas, ele fazia cara de dor.

- É a primeira vez que eles fazem isso ?

- Não. Eles já me bateram, mas fora da escola.

- E porque você não conta pra alguém ?

- Porquê eu não quero parecer um garoto afeminado que não consegue se defender.

- Que besteira ! E ia continuar apanhando ?

- Acho que sim... Ai !- ele gemia, enquanto eu limpava os ferimentos

- Posso saber o seu nome ?

- Carlos Eduardo, mas todos me chamam de Duca.

- Tá bom, Duca ! Quantos anos você tem ?

- 15, mas faço 16 mês que vem.

- Que legal !- coloquei alguns band-aids e logo ele estava bem melhor. Ainda dava pra ver alguns hematomas, mas já estava melhor

- Ei, porque Você me ajudou ? Você não é igual aos outros ?

- Não entra na minha cabeça tudo o que eles dizem. É uma besteira julgar alguém pelo seu jeito.

- E se eu for mesmo ?

- Eu não ligo. Você me parece ser legal, e isso basta.

Isso era mentira ! A verdade que estava se aproximando de mim é que eu sabia que era gay. Só não conseguia me assumir, talvez nem assumir pra mim mesmo. Esse era um segredo que eu guardava no fundo do meu coração e do meu pensamento. Um segredo que ninguém poderia tocar e nem descobrir.

TEMPO DEPOIS

- E então você deve passar esse X pra cá, dizia eu, o ajudando com sua lição de casa.

- Assim ?

- Isso mesmo - adorava vê-lo escrever. O modo como sua mão segurando a caneta deslizava pelo papel era hipnotizante. Sim, eu havia percebido uma aproximação entre nós. Primeiro, um sorvete. Depois, uma tarde cinematográfica. Agora, ajuda na lição. Já podíamos nos considerar amigos. Sim, eu sei que ele era menor de idade, e que pra alguns isso poderia ser considerado pedofilia (pra conservadores, pra ser mais exato) . Mas era legal estar na presença dele. Ele me fazia bem. Ele não era nada feio. Um pouco mais baixo que eu, com apenas 1,70m de altura, tinha um corpo estilo "magrelo encorpado" que o deixava bem bonito. Tinha um rosto afilado. Cabelos lisos. Olhos castanhos e usava um óculos que eu achava bastante charmoso. Sim, eu o achava bem interessante. Ele não era hiper afeminado, apenas não era másculo. Era mais delicado mas ainda assim bem interessante.

- E agora ?

- Você só precisa... - naquele momento perdi a vontade de estudar - esqueça isso !- falei, fechando o caderno - vem comigo ! - segurei o seu braço e sai puxando.

- Espera... Mas pra onde ?

- Apenas vem ! - saímos correndo em direção ao horizonte.

TEMPO DEPOIS

- Como achou este lugar ? - dizia ele, olhando ao redor. Estávamos num pequeno riacho, que existia nas redondezas de onde eu morava, e que mantinha sua água limpa e despoluída.

- Eu sempre vinha aqui quando era criança !- falei, me pendurando em uma das árvores que existiam na região.

- E ficava se pendurando nos galhos assim ?

- Não. Antes eu não alcançava os galhos !- falei, descendo da arvore e bagunçando seu cabelo - vamos nadar.

- Agora ? Mas eu tô sem roupa pra nadar.

- Nada de cueca !- tirei rapidamente meu short e minha camisa e me joguei na água - UHHUUU, isso aqui tá ótimo.

- Calma ai !- falou, pulando logo depois de mim - seu desunido, nem me esperou !

- Você é que é lento demais !- falei, jogando água nele.

- Mas eu ganho você na corrida !- falou, me jogando água.

- Ganha nada !

- Ah não ? Me diz, quem tem o melhor tempo entre nós dois ?

- Você ! Mas só por dois segundos.

- Ha ! Não importa, eu sou mais rápido que você !

- Vamos ver se é rápido pra fugir do tubarão ! - só quem já brincou de tubarão na água sabe o que é ter infância.

- Ei, não vale, você não tá nadando ! - dizia ele, tentando fugir de mim.

- O tubarão vai te pegar !

- Não vai não !

- Vai sim ! - falei, tentando alcançar o pé dele, mas mais uma vez ele escapa - e ele vai caminhando sorrateiramente em busca da sua presa, se preparando pra dar o bote !- desta vez pulei em cima dele, foi indefensável. Ele acabou sendo pego.

- Ei, tubarões não pulam !- falou, quando eu o empurrei pra margem do riacho.

- Mas eu pulo !- falei, me escorando ao seu lado.

- Só você mesmo pra me fazer entrar na água a essa hora !- falou, virando o rosto e olhando nos meus olhos. Naquele momento, pude ver muitas coisas em seus olhos, menos o pensamento dele. Não sabia o que ele pensava, nem o que sentia, muito menos o que pretendia naquele momento. Não me assustei quando ele se aproximou, muito menos quando colocou a mão em meu rosto. Eu já não me assustava mais com os toques dele. Pelo contrário, queria mais. Não me assustei quando ele se aproximou e nossas bocas se encontraram. Pelo contrário, eu gostei. Era a primeira vez que eu fazia aquilo com um homem, e estava sendo ótimo. Aquele magrelinho estava conquistando o meu coração. Assim que ele parou de me beijar, me olhou. Parecia não acreditar. Me deu um abraço tão ou mais gostoso que da primeira vez.

- Te Amo, Samuel !

- Também te amo, Duca - pude sentir o sorriso de ponta a ponta que seu rosto continha quando eu disse aquilo.

TEMPO DEPOIS

- Duca ?

- Oi amor !- falou ele, assim que eu entrei na casa dele - o que faz aqui ?

- Vim trazer uma coisa e uma notícia.

- Que ótimo !- falou, me dando um selinho - quer comer algo ?

- Sim, mas acho que isso é mais importante.

- Tudo bem, então diga !

- Olha o que eu comprei pra nós.

- O quê ?- quando tirei a caixa do bolso, o sorriso se formou de um lado ao outro no rosto dele - eu não acredito, Samuel !

- Eu disse que compraria, não disse ?

- Eu pensei que você não ia gostar de usar.

- Lógico que eu quero ! Quero mostrar pra todo mundo o quanto te amo - vi lágrimas se formarem nos olhos dele - olha, mandei colocarem nossos nomes nelas. A que está com meu nome, é sua. A que está com o seu, é minha.

- Ah, querido. Eu não sei nem o que dizer... Apenas te amarei cada vez mais.

- Eu que te amarei, bobão !- peguei a mão dele, a mesma que eu havia segurado quando o conheci, e coloquei o anel no dedo dele. Entrou perfeitamente.

- Ficou lindo... Posso colocar em você ?

- Claro que pode - dei a minha mão a ele, e então ele colocou o anel. Nos beijamos. O beijo mais intenso de todos - mas, eu tenho uma notícia ruim pra te dar.

- Ih, espero que não seja bombástica.

- Eu tenho certeza absoluta que você vai detestar.

- O que você aprontou, Samuca ?

- Você sabe que eu já vou fazer 20 anos não é ? E que eu preciso fazer a minha faculdade. Pois bem, eu fui aceito numa universidade nos Estados Unidos e precisarei mudar pra lá.

- Estados Unidos ? Quer dizer que você vai ficar longe de mim ?

- Infelizmente...

- Mas e nós, como nós ficaremos ?

- Nós continuaremos juntos, mesmo a distância. A prova disso é essa aliança, que eu estou deixando pra você como prova de que meu coração e seu e que eu não vou deixar de pensar em você nenhum segundo enquanto estiver lá fora.

- Mas... Quanto tempo você vai ficar lá ?

- 5 Anos.

- Tudo isso ? - pude ver o quanto ele ficou triste.

- Não fique assim OK ? Eu não vou esquecer você, prometo !

- Você está certo ! Você tem que cuidar do seu futuro. Eu prometo pra você, Samuel, que assim que você voltar eu continuarei aqui, te esperando com o coração na mão de saudades - ri. Adorei sentir aquele abraço que eu não iria sentir por meses - te amo.

- Eu te amo muito mais !

5 ANOS DEPOIS

Agora com 25 anos, na idade da decisão, eu estava de volta ao Brasil. Depois de muitos anos de estudo e saudades eu estava de volta ao meu pais. Não tirei a aliança do dedo um segundo que seja. Não parei de pensar nele um minuto. Duca ocupou meus pensamentos do início ao fim da minha jornada no Japão. Como ele estaria ? Eu sabia que ele continuava quase ao mesmo de rosto, mas não sabia como ele estava de jeito. Será se ele tinha mudado ? Será se tinha me esquecido ? Será se tinha encontrado outro e agora éramos apenas amigos ? Será se ele não aguentou os hormônios da adolescência e me trocou ? Bati naquela porta com um pouco de receio do que veria. Eu estava um pouco diferente. Agora usando terno, era um engenheiro formado. Havia deixado a barba crescer um pouco, e isso me deixou um pouco mais velho. Será se ele continuava do mesmo jeito. O mesmo menino inocente e charmoso de sempre ?

- Ah... Samuel ! Nossa, abandonou de vez a figura de adolescente ein ?

- Foi necessário, Dona Cida. Agora eu sou engenheiro !- esta era a minha sogra.

- Duca me avisou que viria. Você não sabe o quanto ele estava afoito esses dias. Não parava de falar de você um minuto que seja. Também, 5 anos longe não é pouco !

- Então, ele não me esqueceu ?

- Te esquecer ? Era mais fácil ele me esquecer do que te esquecer, Samuel !- abri um largo sorriso quando ouvi aquilo - aliás, é o que ele já está fazendo, depois que decidiu sair de casa.

- Mamãe, pare de encher o saco do Samuel ! - meu coração disparou só de ouvir aquela voz ao vivo mais uma vez. Assim que ele abriu a porta, pude ver um rosto mais másculo. Um corpo menos magro. Um cabelo maior. Mais ainda inocente e infantil como sempre.

- Eu sabia que você não ia me esquecer !

- Eu sabia que você voltaria ! - corremos e matamos aquela saudade do corpo um do outro assim que cheguei. E ai, pergunto. Existe duração pro amor ?

FIM

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Comentários

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Amei esse conto é perfeito vc escreve muito bem parabens obga por compartilhar bjos Pri :)

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Gostei! Daria uma bela historia divida em capítulos.

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