Minha musa gótica. PARTE I

Um conto erótico de Bruno
Categoria: Heterossexual
Contém 704 palavras
Data: 01/03/2015 17:27:04

Os fatos aqui narrados, caro leitor(a) de meia idade, hão de fazer-te sentir nostálgico de suas primeiras e inconsequentes fodas. Já para ti, jovem leitor(a), quero que desperte a atitude, posto que o desejo é inerente a ti, de quebrar essas inúteis amarras sociais e entregar-se ao gozo.

Sexta-feira. Depois de uma cansativa semana de trabalho e estudos para o vestibular, resolvi sair um pouco da minha zona de conforto e ir à rua Augusta, no centro de SP. Trajado de casaco de couro e coturno, eu e meus recentes 18 anos completos sentamo-nos numa mesa de bar, quando já passava-se da meia noite.

Os faróis dos carros a buzinarem, o burburinho daquela massa de desconhecidos caminhando com cigarros nas mãos e o tímido som de uma voz cantando Legião ao fundo do bar, constituíam aquelas noites em que só são possíveis quando se é jovem, caro leitor.

A esta altura você deve estar resmungando mentalmente de como minha narrativa já começa com rodeios. Pois bem, será assim do começo ao fim. Já pensou se a tradição oral da ilíada condensasse-se apenas em cem versos? Ou mais, se a tradição do sexo oral levasse-nos ao gozo apenas em dez segundos? Paciência, caro leitor. A ejaculação precoce, nos âmbitos literário e sexual, é frustrante.

Retomando o fio da meada... Assim que o primeiro copo de cerveja foi colocado na mesa, ergui a cabeça para saborear o primeiro gole, quando meus olhos paralisaram-se numa visão de uma moça que até então só havia sido descrita pelos românticos em suas obras. Olhos negros de uma predadora encontraram-se aos meus e controlaram-me. Num surto de coragem, levantei-me da cadeira e fui em direção a ela, que acompanhada estava de mais uma moça na mesa. A cada passo que dava, a coragem desfalecia e minhas pernas relutavam em conduzir-me de volta à mesa. Mas já era tarde, ela havia me dominado.

Se pensas que foi por conta de uma daquelas paixões à primeira vista, estás enganado. Convenhamos que nós homens somos seres visuais, só de olharmos para algumas mulheres já as imaginamos sendo fodidas por nós. E quanto a você, leitora, és assim também? Não esperes respostas de mim quanto a isso, sou do sexo oposto e jovem.

Minha relutância dava-se devido à beleza dela, que concomitantemente a imagem de uma mulher de atitude, era a receita certa para amedrontar qualquer moço novo e inexperiente na nossa sociedade permeada pelo machismo. Quando finalmente cheguei à mesa dela, tratei de puxar a cadeira e sentar-me, sendo recebido por dois delicados e deliciosos lábios que desenhavam um amistoso sorriso.

– Boa noite, moças. – Disse eu com o cu na mão de vergonha.

– Olá, moço. O que está fazendo sozinho num bar como este? – Perguntou a amiga franzina a qual pouco me agradava o fenótipo.

– Combinei de sair com meus amigos, mas na hora eles deram para trás. Depois de ver aquela dama gótica pela qual tenho fetiche, cagando e andando estava para meus amigos. Agora os agradecia mentalmente por não estarem comigo.

– Que pena. Mas já que está aqui, vamos, conversar. Aliás, gostei do seu estilo. – Cada palavra que ouvia vindo daquela linda moça magra de cabelos negros era um uma súplica do meu corpo para entregar-me sem nenhum impedimento moral e pega-la na primeira esquina escura em que estivéssemos.

– Obrigado, gostei muito do teu também, qual é o seu nome? – Disse eu antes de fitar aquele pequeno par de seios (feitos na medida certa para serem acariciados e chupados) que acomodavam-se sobre os finos e pálidos braços cruzados em cima da mesa.

– Sofia, e o seu?

– Bruno.

Nessa hora, a amiga parecia saber que estávamos quase flertando e dali a pouco seria deixada de lado. Cochichou algo no ouvido de Sofia e disse-me:

– Minha amiga aqui estava te olhando desde que você chegou e eu não ficarei segurando vela para ninguém. Moramos próximas daqui, já vou indo e deixarei vocês em paz.’’ Falando num tom infantil de quando se está na escola.

Eu, que acredito numa energia criadora mas não em Deuses como são cultuados, rezaria mil Ave Marias para agradecer tamanha sorte que estava tendo. Despedindo-se brevemente de nós, nosso cupido ganhou à rua e logo ficamos sozinhos.

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