Thithi et moi, amis à jamais! Capítulo 19

Um conto erótico de Antoine G
Categoria: Homossexual
Contém 2554 palavras
Data: 05/02/2015 21:39:59

Boa noite!

Gente, gostaria de agradecer imensamente a todos pelos comentários. Muito obrigado mesmo!

Beijo em todos!

Boa leitura e até amanhã.

*********************************************************

No outro dia eu fui acordado com o cheirinho de café que estava por toda a casa. Eu realmente não estava acreditando que ele tinha acordado cedo. Era uma luta, todos os dias, para ele acordar. Eu fui até a cozinha e me deparei com ele fritando ovos.

- Bonjour! – Eu disse

- Bonjour!

- Fritando ovos? HuuuPois é, acredita que eu acordei cedo hoje?

- Só tô acreditando por que eu estou vendo. – Falei rindo

Ele veio até mim me deu um beijo e foi me levando para onde ele estava. Ele me encostou no balcão e começou a me beijar, ele pegou na minha cintura e me levantou, peguei um baita susto. Ele me colocou sentado no balcão. Eu fiquei lá até ele terminar de preparar nosso café.

Quando ele terminou eu desci e nós fomos para a mesa para tomarmos café, quando eu coloquei os ovos mexidos na boca a vontade de vomitar foi maior do que qualquer outra coisa, eu saí correndo para o banheiro e o Thi veio logo atrás de mim. Ele ficou comigo dentro do banheiro até eu terminar de vomitar. Eu olhei pra ele, me levantei e o abracei.

- Desculpa! – Falei controlando ao máximo o choro.

- Pelo quê?

- Por ter estragado nosso café. O café que tu preparaste.

- Amor, não te preocupas com isso. Vem!

Ele me levou para a sala e eu fiquei sentado no sofá.

- Espera aí, eu vou buscar teu remédio.

Ele voltou do quarto com dois comprimidos e um copo de água. Eu tomei e me deitei no sofá. Ele foi para a cozinha. Acho até que eu adormeci, pois eu acordei com ele me chamando.

- Amor! Amor! Tu não vais para a universidade?

- Hã? Ah, vou sim!

- Então, vem, vamos tomar banho.

Ele me levou para o quarto, eu estava meio tonto, então ele foi me segurando. Ele me ajudou a tirar minha roupa e depois ele tirou a dele, nós entramos juntos no banheiro para tomar banho. Ele cuidava de mim com todo o amor do mundo. O amor do Thi era palpável, eu podia sentir. E isso começava a me incomodar. Eu tinha medo de acontecer o pior e deixar ele aqui desnorteado, sem rumo, pois era essa a imagem que ele me passava.

No meio do banho eu abracei ele, sem nenhum motivo aparente. Mas, a verdade era que eu estava morrendo de medo, por ele, por nós, por mim. Ele só me olhou e sorriu. O sorriso mais lindo do mundo, ao mesmo tempo que ele era meu porto seguro, ele era minha fraqueza, minha kriptonita.

Terminamos de tomar banho, nos arrumamos e fomos buscar a Jujuba. Quando chegamos na casa dela, ela já estava na frente esperando por nós. Eu abaixei o vidro e ela me deu um beijo na bochecha. Eu poderia não ter muitos amigos, mas a Jujuba valia/vale por um batalhão.

- Buenos días! – Ela disse ao entrar no carro.

- Je parle seulement français, Jujuba! (eu falo somente francês)

- Ah, Antoine, tu sabes que eu não entendo francês.

- E eu não entendo espanhol.

- Ah, amigo, “buenos días” todo mundo conhece!

- Bonjour, então!

- Ah, vai te catar!

- Ah, “qualé” “bonjour” todo mundo conhece – Falei imitando ela.

- É, já vi que hoje tu estas ótimo, tá até implicando comigo.

- Só porque eu te amo. – Eu disse sorrindo e olhando pra ela.

- Eu também te amo, meu viadinho.

- Mas sempre esquecem de mim, né? – Thi falou sorrindo.

- Claro que não, eu jamais esqueceria do meu amor. – Falei todo bobo.

- Eu jamais esqueceria do meu viadinho nº 2.

Todos nós rimos bastante. Nós fomos cantando até a universidade. Sim, minha gente, cantando. O Thi colocou no rádio e foi tocando aquelas músicas estilo “passadão”.

Chegando na universidade eu me deparo com todos os meus amigos nos esperando. Ele vieram me abraçar e foram me levando para a sala de aula. Eu teria que contar tudo para eles, então resolvi despejar a notícia de uma vez só. Na sala, todos se sentaram em seus lugares e eu fiquei em pé próximo a mesa do professor.

- Gente, - eu comecei a falar e o Thi colocou a mão no meu ombro – hoje infelizmente eu não vim para assistir as aulas. Bom, vocês ficariam sabendo de qualquer jeito, então eu resolvi dar a notícia de uma vez só. Como vocês sabem, eu fiquei alguns dias internado desacordado, quando eu sai do hospital eu fui para casa e lá eu passei mal novamente, e eu retornei para o hospital, dessa vez eu fiz mais exames que da primeira vez que estive lá. – meu coração estava acelerado – Bom, num desses exames os médicos descobriram... – Eu comecei a chorar.

Eu senti a mão do ti mais forte no meu ombro.

- Se não quiser falar não precisa. – Ele me disse.

- Não, eu quero. – Falei enxugando as lagrimas.

- Força, Antoine! – Eu ouvi alguém gritar lá do fundão.

- Bom, gente, o médico descobriu que eu tenho um tipo de leucemia, ele disse que se chama leucemia aguda. Com isso, eu terei que fazer um tratamento de quimioterapia, e bom, eu não poderei frequentar mais as aulas – Eu já chorava demais nessa hora.

Todos se levantaram e vieram me abraçar, algumas pessoas até choravam, me falaram várias coisas positivas. Eu realmente me senti amado pelos meus colegas de classe. Eu não esperava essa atitude deles.

- Pode contar conosco! – Me disse a Pamela – para qualquer coisa.

- Obrigado, Pam!

- O que está acontecendo aqui? Por que estão todos chorando? Antoine, Thiago, vocês estão de volta? Que bom, garotos!

- Professor, será que eu poderia falar com o senhor lá fora?

- Claro, meu filho, vamos lá.

Eu contei toda a história para ele e ele disse que me daria todo o apoio, eu poderia fazer as lições em casa. Ele também disse que me ajudaria a conversar com os outros professores. Ele me disse que como eu era muito aplicado, eu não encontraria nenhum problema.

Ele me abraçou e foi ministrar a aula dele, eu disse que ficaria esperando por ele próximo à sala dos professores. Ele tinha combinado comigo que na hora do intervalo nós conversaríamos com alguns professores. Quando terminou a aula ele veio junto com a Thi e nós fomos para a sala dos professores.

Por incrível que pareça, nesse dia teria reunião de colegiado e todos os meus professores desse semestre estavam na sala dos professores. O professor me ajudou a conversar, quase todos concordaram com meu professor, no entanto um professor nojento lá de Sintaxe II não aceitou e disse que na disciplina dele eu ficaria reprovado. Bom, melhor ficar reprovado em uma disciplina do que ter que trancar a matricula. Esse professor era uma bichinha, sabem aquelas bichinhas pão com ovo? Aquelas que pela cara a gente sabe que dá para todo mundo? Pois é, esse professor era exatamente assim. Os outros professores tentaram convencê-lo, mas não surtiu efeito nenhum.

Alguns professores liberaram até o Thi, como ele disse que estava morando comigo para poder me ajudar no meu tratamento, os professores ficaram tão comovidos com a atitude dele que acabaram liberando ele também. Eu fui contra, mas fazer o que? Um bando de professores contra mim era perda na certa!

Não era que eu não queria ele comigo, mas eu realmente tinha medo do futuro. Eu tinha medo dele se prender 100% a mim, assim como ele estava fazendo, e depois que acontecesse o pior ele não consegui se desvincular. Eu aceitaria morrer numa boa, nunca tive problemas com isso. Como eu disse eu sou espirita, então eu acredito na vida após a morte. Acredito que nós estamos aqui, neste plano terreno, somente para aprimorar nossos espíritos para que assim nós possamos alcançar novos degraus na jornada evolutiva espiritual. Mas, morrer e deixar a pessoa que eu mais amo sofrendo me incomodava profundamente.

Eu precisava fazer com que ele ganhasse novas perspectivas, ele não podia se prender a mim, e pelo o que tudo indicava, ele faria exatamente isso. Se prenderia a mim, ele cuidaria de mim até o fim, disso eu não tenho dúvida nenhuma.

Quando eu terminei a conversa com os professores todos, menos a bichinha, vieram me abraçar e me desejar coisas positivas. Eu disse para o Thi ficar e assistir a aula normalmente, mas o professor já o tinha liberado. Então, ele foi me deixar em casa. No caminho, alguém liga pra ele.

- Amor, pega meu celular ali e atende, por favor.

- Alô?

- Oi! Thiago?

- Oi, Loh! Não, sou eu Antoine!

- Ah! Oi Antoine, eu queria mesmo falar contigo. Eu já soube de tudo. Eu queria ver se o Thiago não poderia me dar uma carona, eu queria ir ai na tua casa.

- Claro, nós vamos passar ai. Tu já estas pronta?

- Já, sim! Podem vir! Obrigada!

- Tá, já estamos chegando.

- Ok. – Ela falou encerrando a ligação.

- Amor, vamos buscar a Loh lá na casa dela.

- Unrum.

Nós rumamos para a casa da Loh, era um pouquinho longe da minha. Chegando lá o Thi foi chamá-la e eu saí do carro e me encostei nele. Quando eu vejo, a Loh vem correndo chorando me abraçar.

- Ah, amigo, por que vocês não me falaram nada.

- Desculpa, Loh! É que foi tudo muito conturbado.

- Tu estas bem?

- Na medida do possível, sim!

- Que bom! Eu quero que o senhor me conte essa história direitinho.

Nós entramos no carro e eu fui contando toda a história para a Loh, ela chorava de verdade. Gente, essa doença serviu para me mostrar o quanto eu era querido pelas pessoas, sabe? Nesse dia eu me senti a pessoa mais amada do mundo, meus colegas, os professores e a Loh me abraçaram e falaram palavras reconfortantes sinceras. Eu sentia que era verdadeiro o que eles me falavam.

Chegamos em casa e conversamos bastante, a Jujuba chegou lá pelas 16h e nós ficamos conversando e brincando. O Thi foi deixa-las em casa lá pelas 21h. Enquanto ele havia saído, eu fui tomar banho.

Quando eu me olhei no espelho eu me assustei com a minha própria imagem. Meu corpo estava todo manchado, irreconhecível. Eu estava emagrecendo, olheiras começavam a se formar abaixo dos meus olhos. Se eu estava assim no “inicio” da doença, imagine depois da quimio?

O resto da semana passou muito rápido e quando eu dei por mim já era terça-feira, o dia que eu menos esperava em toda a minha vida. Quando eu acordei naquela manhã, o Thi já estava se arrumando. Ele viu que eu tinha acordado e ele foi me dar um beijo de bom dia, mas eu virei o rosto. Ele me olhou confuso, mas parece que entendeu que eu não queria isso, não naquele dia.

- Vem, amor! Deixa eu te ajudar a te arrumar. – Ele falou me ajudando a me levantar.

Gente, essa doença é uma peste, a gente sente o corpo todo doer, parece que as articulações são feitas de gelatina, tudo doía em mim. O Thi tinha todo cuidado do mundo ao me levar ao banheiro. Nos últimos dias eu comecei a acordar com muita tontura, então ele sempre tinha que me ajudar.

Eu me arrumei e “tomei” café. Assim que eu terminei de tomar café eu botei tudo pra fora. Eu via o quanto o Thi estava sofrendo e isso era uma adaga no meu coração. Eu não conseguia vê-lo assim.

Quando nós já estávamos no carro minha maman me liga.

- Chéri, tu já estás vindo?

- Bonjour, maman! Oui, já estou indo.

- Que bom, ton père est déjà là ! (teu pai já está aqui)

- Ah, que bom! Ele chegou quando?

- Hoje de madrugada.

- A Anne et o Guillaume vieram com ele? (Entre mim e a Anne há 4 anos de diferença, ou seja ela tinha, na época, 15 anos e entre ela e o Guillaume há 4 anos de diferença, na época ele tinha 11 anos)

- Oui! Ils sont venus! (sim, eles vieram!)

- Que bom !

- Maman, já estamos chegando nos falamos aí no hospital.

- D’accord, chéri!

Nós não demoramos muito para chegar. Quando eu entrei no hospital meu papa veio me abraçar, ele levou um grande susto quando me viu.

- Meu bebe! Que saudade que eu estava de ti!

- Oi, papa! – Ele me abraçava chorando e eu sabia que minha maman também chorava ao nosso lado.

Quando ele me soltou Anne veio correndo me abraçar, ela quase me joga no chão, sorte que o Thi me segurou. Depois da Anne, o Guillaume veio, ele me abraçou e chorou muito no meu colo. Ele pedia para que eu não morresse. Nessa hora eu não aguentei e chorei tudo o que eu estava tentando guardar. Vocês já perceberam o quanto minha família é unida, não é? Sem eles eu não saberia o que teria sido de mim durante os meses de tratamento. Gente, esse capítulo eu escrevo chorando, pois não é nada fácil lembrar dessas coisas, mas por outro lado me sinto feliz, vitorioso por saber que eu dei a volta por cima. Não foi fácil, não foi nada fácil, mas para Deus nada, NUNCA, é impossível.

Bom, nesse dia eu fiquei horas na tal da quimioterapia. O coquetel de drogas que me deram era tão forte que eu apaguei enquanto ele era aplicado. O Thi ficou o tempo todo ao meu lado, não saiu um segundo sequer, nem mesmo quando minha mãe o chamou para lanchar.

Quando enfim eu terminei de receber todo aquele coquetel, eu não me sentia muito bem. Me sentia fora do meu corpo, mas ao mesmo tempo eu sentia frio e calor, sentia enjoo, sentia vontade de me deitar e não levantar nunca mais.

O Thi me levou até o carro e me levou pra casa, quando nós já estávamos chegando eu mandei ele parar o carro e comecei a vomitar. Depois que parei de vomitar nós seguimos viagem, cheguei em casa e meus pais com meus irmãos já estavam lá. Eles queriam a todo custo me levar para a casa deles, mas eu recusei, disse que me sentiria melhor na minha casa.

Nesse dia eu não prestei para mais nada, eu vivia vomitando. Os dias foram passando e meus cabelos começaram a cair, não só os da cabeça, mas todos os pelos do corpo. Eu fui emagrecendo, as olheiras foram ficando cada dia mais fundas. Não sei se ocorre em outras pessoas, mas comigo aconteceu tudo isso e um pouco mais, o meu médico disse que a leucemia já estava bem avançada, por isso eu sofri um pouco mais que o normal, os efeitos das drogas no meu organismo foram muito fortes.

Depois de uma semana após a primeira sessão de quimio, eu já não me reconhecia, o Thi sempre esteve ao meu lado, mas eu já não aguentava mais vê-lo sofrer, ele estava morrendo junto comigo, a cada dia ele se matava um pouco mais e isso estava me destruindo. Então, em uma tarde de quinta-feira eu liguei para a Jujuba para a Loh e pedi para que elas viessem aqui, eu dei um jeito do Thi sair um pouco de casa, eu fiz ele passar o dia na casa dos pais.

Quando as meninas chegaram eu já estava decidido sobre o que eu ia fazer, eu só precisa.... eu só precisava de apoio.

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 6 estrelas.
Incentive Antoine G a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários

Foto de perfil genérica

Ah, la vie! Lorsque nous sommes faibles, elle se propose de renforcer, par ceux qui nous aiment.

0 0
Foto de perfil genérica

Vc pode até tentar afasta ele.mas tenho certeza não vai conseguir além de que o amor nessa hora só faz ajudar

0 0
Foto de perfil genérica

As lágrimas caíram aqui também. Você é um guerreiro. Você falou no inicio do conto que estão juntos, ainda bem, mas tentar afasta-lo de ti é bem mais sofrimento para ele, do que permanecer ao seu lado, mesmo se viesse a acontecer o pior. ; (

0 0
Foto de perfil genérica

Nossa cara q tenso, fiquei realmente triste de so de imagina o q vc pasou! Cara não acredito q vx vai termina com o Thiago!?

0 0
Foto de perfil genérica

Eu chorei lendo, imagino você que passou por isso... Você terminou com ele? Te entendo por tomar essa atitude, mas foi pior do que mantê-lo ao seu lado né?! Bjos.

0 0