Thithi et moi, amis à jamais! Capítulo 18

Um conto erótico de Antoine G
Categoria: Homossexual
Contém 2749 palavras
Data: 04/02/2015 17:23:52

Boa tarde, gente linda!

mille***: Eu também acredito nisso tudo o que tu falaste. O câncer é uma doença horrível, mas nos faz olhar para a vida de outra maneira. Beijuuu

M/A: Quanto maldade nesse coraçãozinho, rapaz? Querendo me matar? Mon Dieu! 😱😱😱😱😱 Kkkkk Abraço !

ale.blm : Não, não é nada fácil enfrentar uma doença dessas. Só eu sei o que eu passei. Beijo

Rafagyn: Não está sendo fácil escrever esses capítulos, lembrar de tudo isso me faz chorar toda vez que eu sento para revisar ou escrever um novo capítulo. Beijooo

Talys: Pois é, não foi fácil, mas hoje estou aqui. Ainda vai ter muita coisa aí pela frente. Beijuu

Boa leitura, gente!!!!!!!

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- Seu maluco! – Eu falei assim que ele entrou no quarto.

- Maluco por ti! – Ele falou com um sorriso

- Como tu falaste tudo pra ela?

- Na verdade eu não ia falar nada, mas tu conheces minha mãe. Eu disse que aquilo era só uma brincadeira, coisa de amigos. Mas, como ela já estava com um elefante atrás da orelha, ela não me deu margem para continuar com a mentira. Ela me olhou séria e me perguntou desde quando nós estávamos juntos. Eu fiquei sem reação e ela pegou na minha mão e disse que eu podia confiar nela. E então eu abri o jogo de uma vez. Eu estou me sentindo muito bem com isso. – Falou ele deitando junto comigo.

- Eu não sei, ela pareceu assim aqui, mas eu sei que ela está sofrendo. Ela levou duas porradas muito fortes em um só dia. Ela estava se fazendo de forte por minha causa.

- Não, ela não faria isso!

- Claro que faria, esqueceu? Eu estou com LEUCEMIA.

- Mas ela disse que sempre suspeitou.

- Amor, suspeitar é uma coisa, ter certeza é outra.

- Não vamos nos preocupar com isso agora, tá? – Ele falou deitando comigo na cama.

- Eu tô com medo! – Eu confessei.

- Eu estou aqui, vou estar sempre aqui. Vamos vencer essa juntos. JUNTOS, me ouviu?

Eu só fiz colocar a cabeça no peito dele e chorei, eu podia sentir ele chorar também. Nesse dia, eu chorei até adormecer. Quando eu acordei ele estava deitado no sofá, deve ter me deixado assim que eu adormeci. Eu fiquei pensando: como isso tudo foi acontecer logo agora? Por que? Por que comigo? Por que conosco? Logo agora que a gente estava se entendendo? Por que? Por que? Essas duas palavrinhas não saiam da minha cabeça “Por que?”. Eu não conseguia aceitar essa doença, isso não era para acontecer comigo. Eu sempre fui muito religioso, eu sou espirita desde criança, pois eu acompanhava meus pais às reuniões do centro. Eu sempre tive muita fé, mas naquele momento, eu não aceitava, eu não entendia.

Depois de vaguear profundamente em minha mente, o doutor Bruno entra no meu quarto.

- Bom dia, Antoine!

- Bom dia, doutor! Nossa o senhor não foi pra casa, não? – Fiquei morrendo de vergonha com a minha pergunta, eu só poderia ser doido para fazer uma pergunta dessas.

- Como você sabe?

- Bom, o senhor está com um rosto abatido, cansado.

- Ah, e eu estou mesmo, tive que cobrir o turno de um amigo, mas graças a Deus meu plantão encerra às 15h.

- Nossa, tudo isso? Eu não aguentaria!

- Ossos do oficio – ele disse rindo.

- Cruzes, prefiro meus planos de aula.

- Você é professor?

- Não, ainda não. Eu estou estudando, faço Letras.

- Bela profissão.

- Olha quem fala, não?

Ele começou a rir.

- Mas e você? Como se sente?

- Aí é que está, eu não me sinto. Eu estou com um sentimento estranho, eu não consigo entender essa doença, eu nunca fui doente, sempre fui saudável, sempre pratiquei esportes, sempre tive uma alimentação saudável. Não entendo como eu peguei essa doença.

- Você não “pegou” essa doença. Ela pode ser genética. As células do seu corpo já podem ter vindo programadas para falhar, e é isso que elas estão fazendo: falhando. Os glóbulos brancos do seu sangue, que são os responsáveis pela proteção do seu corpo começaram a falhar, com isso outras células começam a sofrer, seu corpo começa a ir paralisando. O seu tipo de leucemia é a aguda, essa é bem preocupante pois ela espalha as células malignas de forma muito rápida pelo organismo e interfere na produção das células sanguíneas, por isso você precisa começar urgentemente a quimioterapia. Sua primeira sessão já está marcada.

- Pode deixar, doutor. Ele virá, nem que eu o traga amarrado. – Disse o Thi despertando.

O médico ficou rindo.

- Posso fazer uma pergunta muito pessoal a vocês?

- Sim! – Eu respondi.

- Vocês são namorados?

Ele perguntou assim, na bucha. Nem respirou nem nada, jogou a merda no ventilador e sorriu. Thi e eu ainda ficamos um pouco vermelhos, mas ele respondeu.

- Sim, somos! Algum problema?

- Não, não! Imagina! É que eu olho para vocês e me lembro muito do início do namoro com meu parceiro.

- Oi? ParceirO? O senhor é do babado, doutor? – Eu perguntei rindo.

- É – ele ficou sem graça – sou sim!

- Deixa a Jujuba saber disso! – Eu disse caindo na gargalhada.

- Não, não, não falem nada, por favor!

- Tô brincando, doutor. Eu jamais falaria algo.

- Obrigado! Bom, você já está livre, Antoine. Eu vim aqui falar isso. – Ele sorriu – Me permitem falar mais uma coisa.

- Sim! - Thi e eu falamos juntos.

- Não deixem essa fase de turbulência afetar a relação de vocês. – Ele sorriu novamente.

- Pode deixar, doutor, nada vai estragar o nosso amor. – O Thi falou e me deu um selinho.

- Isso aí! – Disse o médico – Antoine, te espero na próxima semana, viu? Eu estarei presente na sua quimioterapia.

- Obrigado, doutor! Por tudo!

O médico sorriu e saiu do quarto me deixando a sós com meu amor.

- Amor, vamos nos arrumar, eu quero sair daqui o quanto antes. – Eu falei.

Nós nos arrumamos rapidamente e fomos pra casa, assim que fechamos a porta a campainha toca e o Thi vai atender.

- Meu filho, o que foi que aconteceu? Era pra você estar no hospital eu vim aqui somente para te liberar – Falava minha mãe com aquele sotaque francês que eu amava.

- Salut, maman! (oi, mamãe!) – Falei retribuindo o abraço que ela me dava

- Salut, tata! (oi, titia!) – Disse o Thithi.

- Salut, chéri! Tu vas bien? Tu es malade aussi? (oi, querido ! tudo bem ? você está doente também?)

- Non, j’suis bien. (não, eu estou bem !)

- Maman sente aqui, nós precisamos conversar.

- Não estou gostando disso, Antoine!

- Calma, a senhora já tomou o remédio hoje?

- Non, pas encore! (não, ainda não!)

- Thi pega um copo com agua lá para ela! Cadê seu remédio?

- Na minha bolsa.

- Espere aí, eu vou lá pegar.

Eu fui até o carro e peguei a bolsa com o remédio de pressão alta da minha mãe, eu voltei para a sala e dei o remédio mais o copo com agua que o Thi trouxe, ela tomou e eu esperei um pouco. Eu tinha que esperar o remédio primeiro agir no corpo dela, depois eu dava a notícia.

Eu só falei depois de uns 30min, nesse meio tempo ela ficou me contando algumas coisas sobre Guyane e enfim ela me perguntou.

- O que está acontecendo, chéri?

- Maman, eu acabei de chegar do médico, na verdade o Thi contou uma pequena mentirinha para a senhora?

- Et pourquoi est-ce qu’il a fait ça? (e porque ele fez isso ?) – Ela esbravejou olhando para o Thi que se encolheu na poltrona.

- Por que ele não podia contar a verdade para a senhora por telefone, a senhora precisava vir pra cá.

- Antoine, Antoine, o que vocês estão aprontando?

- Calma, maman, como eu disse eu acabei de voltar do médico. Eu só fui parar lá por que o Thi me arrastou para fazer alguns exames, eu estava desmaiando, estava com um cansaço fora do normal, tinha muitas náuseas e vômitos, meu corpo doía e de ontem para hoje começaram a aparecer algumas manchas no meu corpo eu falei mostrando para ela.

Ela colocou as mãos na boca ao ver meu corpo todo manchado. Pelo visto a doença estava evoluindo rápido demais, nesse momento eu pude entender a pressa do doutor Bruno.

- Eu não sabia dessas manchas, Antoine! – O Thithi disse meio bravo comigo.

- Desculpa, Thi, eu só vim ver hoje de manhã.

- Chéri, mas o que foi que o médico disse?

Eu peguei nas mãos dela e comecei a chorar. Ela me puxou e me abraçou, nesse momento eu senti todo aquele peso sair das minhas costas, não há nada no mundo melhor que colo de mãe.

- Maman, eu estou com leucemia. – Eu falei chorando.

Ela me abraçou mais forte e começou a chorar também.

- Isso não é possível, chéri. Não é possível.

- O médico disse que pode ser genético.

- Só se for por parte de pai, parce que (por que) (é gente, minha mãe vai misturando as línguas, na verdade é bem pior, eu que retirei algumas palavras.) na minha nunca teve doença como essa.

- Isso não importa agora, maman. Eu vou começar a fazer a quimioterapia semana que vem. A primeira sessão já foi marcada.

- Chéri, isso é muito perigoso. Eu vou ligar agora pour ton père (para teu pai), il va rentrer à l’instant à Macapá (ele vai voltar agora para Macapá).

- Mas ele está trabalhando lá, maman. Deixe ele lá!

- Non, chéri, ele não me perdoaria nunca. – Ela falou isso levantando e indo telefonar para meu pai.

Minha maman ficou um tempão falando com meu pai e eu percebi que ela ainda chorava. Do nada ela se vira e vem falar comigo, ela me entrega o telefone e diz:

- Ton père veut parler avec toi. (teu pai que falar contigo)

- Salut, papa! (oi, papai!) – Eu disse ao pegar o celular

- Oi, bebe! (É, gente, é vergonhoso mas é assim que ele me chama, até hoje ele me chama assim, na frente de qualquer pessoa, #MÓVERGONHÁ), como você está?

- Tô bem! A maman já lhe contou tudo? (com meu pai eu falava só português, ele não gostava de falar em francês comigo, francês eu falava somente com minha mãe. Imaginem a confusão que ficava minha cabeça quando eu era pequeno. Kkkk)

- Já sim! – Ele começou a chorar – Eu já estou indo pra Macapá.

- Calma, papa, não venha correndo, não! Eu não vou fazer nada, a quimioterapia vai ser só semana que vem.

- O QUÊ? Quimioterapia? Eu não vou correndo, eu vou voando, meu filho! Isso é muito sério. Espera o papa, eu já estou chegando.

- Papa, calma, tem os meninos também. Venha com calma, não vai acontecer nada daqui para terça feira, e mais a mamãe já está aqui. Se acalme, ok?

- Meu filho, um pai jamais vai ficar calmo com um filho nessa situação. – Ele já chorava muito.

- Eu sei, papa, mas o senhor tem mais dois filhos aí, cuide deles primeiro, a maman já está aqui.

- Tudo bem, meu filho! Mas no máximo depois de amanhã, nós já estaremos aí.

- Tudo bem, beijo papa! Vou passar pra maman!

- Tchau, filhote! Daqui a pouco o papa já está aí!

Eu passei o telefone para minha mãe e ela foi lá pra fora conversar/chorar com ele. O Thi sentou do meu lado.

- Amor?

- Xiuuuu! Esqueceu que foi assim que a tia Joana descobriu tudo?

- Era sobre isso que eu ia falar, não seria melhor falar logo pra eles?

- Amor, meus pais estão sofrendo, seria muito difícil eles aceitarem uma coisa dessas. Calma, no momento certo nós falamos.

- Tudo bem! Mas eu não sei se aguento ficar perto de ti sem poder cuidar de ti. – Ele falou com uma carinha tão triste, ele sabia que com minha mãe na parada, ele não iria mais tomar conta de mim.

- Ooo amor, não faz assim...

- Ela vai querer te levar pra tua casa, e eu vou ter que ficar sem ti aqui.

- Ei, ela não vai me levar pra lugar nenhum, eu vou ficar aqui. Aqui é minha casa e não lá.

Mas foi dito e certo, minha mãe foi entrando e falando.

- Antoine, arruma tuas coisas, nous allons chez nous (nós vamos pra casa).

- Non, maman! – Ela me olhou assustada – eu vou ficar aqui.

- Mais pourquoi, chéri? (mas por que, querido?)

- Maman, aqui é minha casa, aqui eu tenho minhas coisas, tudo o que é meu está aqui, não tem mais nada meu lá em casa, eu só vou me sentir confortável aqui, na minha casa.

- Non, chéri! Tu vas avec moi! (Não, querido ! Tu vais comigo!)

- Non, maman! Je vais rester chez moi! (não, mamãe ! Eu vou ficar na minha casa !)

- Chéri, quem vai cuidar de você?

- O Thi, oras!

- Mas ele não vai saber cuidar de ti!

- Maman, ele vem cuidando de mim todo esse tempo que a senhora estava ausente, ele vai continuar cuidando agora, não se preocupe. E mais, eu tenho certeza que a senhora vem todos os dias aqui, não é?

- Oui, bien sûr! Mas ele teria que se mudar pra cá.

- Tata, isso não é problema, eu já me mudei.

Ela ficou nos olhando.

- Como assim? A Joaná (é, tem esse acento aí mesmo, ela chama minha tia de JoanÁ, minha tia sempre lotou para ela falar o nome dela normalmente, mas minha maman não consegue de jeito nenhum. Kk) já sabe disso?

- Na verdade, foi ideia dela. – O Thi falou – ela disse que eu passava mais tempo aqui do que lá em casa, então que eu me mudasse logo pra cá, e foi até bom, tata, por que se eu não estivesse aqui, eu não teria levado esse teimoso no médico.

- ANTOINE, JE NE CROIS PAS (eu não acredito), TU NÃO QUERIAS IR CHEZ LE MÉDECIN (ao médico) ? TU ES FOU (tu és louco)?

- Non, maman ! A senhora sabe que eu tenho pavor de hospital.

- Antoine, não começa. Agora tu vais em todas as consultas, e eu vou avec toi (contigo), não quero saber si tu as peur (se tu tens medo) ou não, tu vas (tu vais)!

- D’accord, maman!

Minha maman ficou em casa até umas 21h, eu dormi bem cedo, pois no outro dia eu tinha que ir à universidade conversar com os professores, eu não queria ter que trancar minha matricula, mas eu com certeza não teria condições de frequentar assiduamente as aulas.

Assim, que minha maman saiu, eu fui me deitar, o Thithi foi tomar banho e fazer todo aquele ritual que todo ser vivo faz antes de dormir (ou devia fazer, né?). Ele saiu do banheiro e veio deitar comigo.

- Obrigado, amor! – Ele disse

- Hum?

- Por ter ficado aqui, eu sei que parece um pouco de egoísmo meu, mas eu não poderia dormir sem ti. – Ele disse me abraçando por trás.

- Amor, tu sabes que haverá dias difíceis, não sabes?

- Eu sei, amor, e eu quero encarar todos eles ao teu lado.

- Eu estou com medo, e se os tratamentos não derem certo? Eu... eu...

- Nem completa essa frase! É claro que darão certo.

- Caso aconteça algo comigo, me promete que tu vais seguir tua vida?

- Eu não prometi antes e não vou prometer agora. A minha vida é contigo ao meu lado.

- Amor, mas...

- Não, Antoine, não tem nenhum “mas”.

Ele me abraçou e ficamos de conchinha, quando nós íamos dormindo meu celular toca.

- Alô?

- Oi, amigo! Tô só ligando pra saber como tu estás.

- Oi, Ju, eu estou bem!

- Que bom! Amanhã tu vais à universidade?

- Vou, sim! Vou tentar conversar lá com os professores. Tomara que dê tudo certo, eu não quero ter que trancar.

- Vai dar certo, eu te ajudo a conversar com eles. Ah, a tia Ange já chegou?

- Já, sim! Ela chegou praticamente junto conosco aqui em casa.

- Ela deve ter feito aqueeeeeeleee drama.

- Sabe que ela até se comportou.

- Nossa, a tia Ange? Se comportando? Só tu amigo, só tu! – Ele disse rindo

- Eu não, Ju, as circunstâncias. Meu pai queria vir voando de Guyane, acreditas?

- Claro, ele é louco por ti! Que pai não faria isso.

Enquanto eu falava com a Jujuba o Thi não parava de me cutucar.

- Verdade! Espera aí rapidinho, Ju.

- Mas o que é? – Eu perguntei pra ele.

- Pergunta pra ela se ela quer carona.

- Atah!

- Oi? Ju?

- Oi, amigo!

- Ah, era o Thi me chamando, ele quer saber se tu queres que ele te busque ai amanha de manha.

- AIIIIIIIIIIIIII É CLARO QUE EU QUERO!

- Tá, obrigado! Ele já conseguiu ouvir tua resposta.

- Amigo, eu vou desligar tá? Amanhã a gente se fala.

- Tudo bem, beijos.

- Beijos.

Depois que eu terminei de falar com a Jujuba, o Thi me envolveu nos braços dele e nós dormimos abraçados.

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Comentários

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O Thii é um homem como poucos viu, + sabe que vc esta compartilhando a historia da vida de vcs aqui? Espero que tenham seguido direitinho o conselho que o Dr deu a vcs! Beijos :)

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Muito bom mesmo, só de imaginar já da aquele aperto no coração. 10

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Perfeito! Também sou espírita, mas da Umbanda... Percebi que você era quando disse de outros planos no capítulo anterior... Bjos querido.

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