Sangue Quente: O Resgate

Um conto erótico de V.
Categoria: Homossexual
Contém 3593 palavras
Data: 24/02/2015 19:54:11

Eu passei por um deserto escaldante. Viajei por um país inteiro para aquele momento. Outro grito me fez voltar a vida. Arregalei os olhos e comecei a andar na frente, não me importando com a escuridão. Mas tudo começou a ficar estranho

Tochas na gruta começaram a se acender e quando eu estava chegando perto do próximo corredor alguém puxa meus cabelos e me joga contra uma parede rochosa. Minha cabeça bateu com muita força em uma pedra. Começou a sair sangue dela.

- O que foi isso Samantha? - Gritou Caius para a garota. Ela assumiu uma carranca horripilante e deu uma risada monstruosa. Samantha lambeu os lábios e nos olhou com certo entretenimento. Ela tirou os óculos escuros que ainda usava. Seus olhos tinham uma tonalidade totalmente diferente. De cinzas como a neve agora pareciam ouro de tão amarelos estavam.

- Que comece a diversão! - Falou a garota e deu outra risada. Caius tentou agarrar a menina, mas ela deu um giro se desviando dele. Ela olhava para mim, com seus olhos de assassina. Como eu não percebi isso antes? O pior, ela vinha se alimentando continuamente com sangue humano a vários dias. - Você não vai chegar até meu irmãozinho. Ele precisa aprender uma lição.

Eu olhei para Caius, que estava tão confuso quanto eu. Eu me levantei com um esforço, e Samantha veio ao meu encontro. Por minha sorte, Caius segurou o cabelo da irmã e puxou para trás, dando um soco. Sua cabeça afundou o chão de pedras. O corpo ficou sem vida por apenas um segundo. Ela estava poderosa, não ia desistir tão fácil. Mas não era só ela que havia bebido sangue humano essa semana.

- Nicco! - Gritou Caius. - Mantenha o foco. Samantha já estava de pé e correu para Caius. Ela o segurou no pulso e o puxou para seu corpo. Quando eu percebi, a menina tinha levantado o seu irmão por cima da cabeça e deu um belo giro, jogando o corpo dele no chão.

Eu tentei não ligar para o sangramento na minha cabeça, que já latejava. Eu segurei firme a minha lamina e corri para o encontro da vampira. Mas foi em vão. Ela percebeu minha investida e jogou o corpo de Caius para cima de mim. Eu acabei largando a lamina com a falta de ar que tive ao me chocar com o chão.

Tentei tirar Caius de cima de mim. O garoto já começou a ficar fraco, pude sentir pela sua áurea. Entretanto Samantha ficava forte a cada segundo, e seu colar brilhava ainda mais. A menina deu um sorriso triunfante para nós e veio andando até nossa direção. Mas um outro brilho chamou sua atenção. Era a luz da minha lâmina. Tinha uma tonalidade azul, feita um raio. Ela foi andando calmamente e se agachou e tentou segurar a arma. Então o inacreditável ocorreu.

Um raio azul percorreu o seu braço e lhe deu um imenso choque, chegando a arrepiar os seus cabelos escuros. Ela foi jogada por uma força invisível para outra parede, colidindo fortemente e se arrastando para o chão, com uma grande mancha de sangue na parede.

Caius se levantou, meio zonzo e me ajudou a levantar. Ele verificou o machucado na minha cabeça e deu um pequeno beijo.

- O que foi isso? - Perguntei me afastando, perplexo.

- Saliva de vampiro cura qualquer ferida... - Disse ele. - Bem, quase todas.

Fomos para o corpo de Samantha, que estava a muito tempo imóvel. Caius se abaixou e colocou um dedo no coração da menina. Ele ficou menos tenso, pois nada grave ocorreu a ela. Eu soltei o ar.

Entretanto, o jogo estava apenas começando. Ela abriu os olhos e agarrou o pescoço de Caius e tentou morder. Eu dei um pulo para trás e me afastei o máximo. Caius a segurou pelos pulsos, mas ele não ia resistir por muito tempo. Ele estava fraco. Corri para onde estava a minha arma e segurei no seu cabo.

Caius foi jogado para o outro lado da gruta, mas caiu em pé. Seu pulso sangrava constantemente, porém já começou o trabalho de cura.

Samantha olha de mim para a espada e dá um pequeno sorriso. Ela lembrava um demônio possuindo um corpo de uma garota e era isso o mais perturbador das coisas. Saia sangue da sua ferida na testa, quase já sarada. Meu cabelo começou a grudar na minha testa, graças ao suor.

Eu tentei entrar na outra caverna, mas a menina parou na minha frente e me deu um tapa. Contudo, eu me abaixei no momento exato e a segurei pela cintura e a empurrei para sair do meu caminho. Ela me deu um chute com as botas com salto fino e rasgou a carne perto da minha costela, mas não foi um corte profundo.

Caius estava já perto de mim, segurando a irmã pelos braços e a puxando para si. Ele ia morder o pescoço da irmã!

-Não! - Grite, interrompendo-o no momento em que seus caninos iam encontrar a pele dela. - Não é a Samantha, ela parece incorporada.

O rapaz ficou imóvel, calculando o que eu tinha dito. A luz do colar de Samantha ficava forte a cada momento. Foi quando eu e ele nos olhamos e entendemos o jogo. Ele acenou com a cabeça e gritou:

- Corre, eu cuido disso!

Entrei na caverna escura. Ela ficava fria a cada passo e gotas caiam do teto. Depois de alguns segundos andando na escuridão, escuto um grito animalesco. Vinha da garganta de uma menina. Samantha! Caius conseguiu salvar sua irmã. Uma coisa a menos para eu me preocupar.

Continuei andando pelo corredor, escorregando em certos pontos, arranhando meu braço em outros. A temperatura agora era considerável e pingos do teto caiam, enquanto eu entrava mais fundo daquele labirinto escuro. Entretanto, meu coração para quando escuto um grito pelo meu nome no fim do corredor. Eu corri para lá, não importando com as pedras, machucados ou o sangue escorrendo pelas minhas costelas.

Uma outra gruta se mostrou para mim quando eu quase perdi o folego de tanto correr. Essa era muito maior que a outra. Tinha estalactites grandes e estalagmites pelo chão. De cima caia várias gotas de água. Mais à frente tinha um grande lago, com a mais profunda e clara água que eu já tinha visto. Dela vinha uma luz azul celeste que iluminava a caverna toda. O chão era coberto de uma areia também clara, mas minha atenção foi para a figura largada mais a frente.

Meu coração parou quando eu reconheci quem era. Thomas! Parecia com o Thomas e usava as roupas dele, porém acabava as semelhanças. O corpo estava muito mais magro que o de meu namorado. Quase esquelético. Era uma das piores visões que eu já tive na minha vida.

- Thomas! - Gritei. Só vislumbrei uma cabeça se movendo.

- Ni-Nicco? - Falou o menino do outro lado do lago. - Nicco?! Sai daqui, ela quer você! - Gritou com suas ultimas forças e desmaiou. Eu não suportava mais aquilo. Segurei mais firme o cabo da lamina e corri para seu encontro.

Então minhas pernas param no meio do caminho e uma risada feminina soa. A parede de pedras se abriu e de lá sai uma figura feminina vestida em trajes um pouco sensuais de mais para o momento.

A mulher vestia uma calça de couro apertada, junto com botas com saltos. Vestia um corpete, também apertado, porém mostrava a sua barriga sarada, e tinha luvas, que vinham até metade do braço, tudo preto. Seus cabelos eram curtos, tinham altura no maxilar, na cor de bronze escuro. Seus olhos, cor caramelo eram contornados por delineador e seus lábios eram finos e vermelhos.

- Finalmente você chegou Nicco! - disse a mulher. - Eu ja estava cansada de esperar.

- Quem é você e o que você quer? - Perguntei, tentando mover minhas pernas.

-Acho que você já ouviu falar de mim. - Ela se aproximou de mim. - Acredito que você até conheceu meu adorável pai...

- Não estou entendendo.

- Meu nome é Elizabeth. - Falou ela, mostrando um sorriso sedutor. - Elizabeth Silas.

A mulher era a filha do feiticeiro que eu matei ano passado! Mas isso não era possível, por a sua filha tinha sido morta. Isso não era possível.

- Co-Como?

- A coisas nesse mundo que ninguém pode compreender. - Falou ela. - Eu ressuscitei! Alguém fez isso por mim, e me deu um objetivo. Eliminar os Castellanis filhos. - Riu ela. Elizabeth tinha sido ressuscitada por alguém... E esse alguém com toda certeza era poderoso. Eu precisava tirar mais informações, sendo assim, preciso mante-la falando.

- O que você ganha com isso?

- Bem, a minha liberdade para andar por esse mundo... E muitas diversões

- E para que você quer matar eles? - Perguntei qualquer coisa que vinha a minha mente. Ela me olhou com desconfiança mas continuou jogando.

- Isso não é importante...

- Por que? O que você sai perdendo? Você vai me matar de qualquer jeito mesmo.

- Tem razão... Uma guerra está por vir... Por isso que eles precisam morrer. - Então era isso! Akira estava certo, uma guerra está a caminho.

Eu permaneci calado, tentando bolar um plano. Tudo parecia estar ocorrendo de novo. Thomas do outro lado, fraco, sem conseguir se proteger e eu tentando bolar algo para salvar. Mas tinha algo diferente. Eu não estava armado!

Eu tinha colocado a lâmina para trás de mim. Tentando esconder, porém eu já sabia que seria estupidez acreditar nisso. Ela já sabia. A mulher foi até Thomas e disse algo em seu ouvido que não consegui escutar.

- Cruciaris. - Disse Elizabeth, fazendo seus olhos ficarem cor de ouro, igual aos de Samantha. Por um segundo eu não senti nada, mas depois eu senti dor, muita dor. Como se meu corpo estivesse em chamas, ou eu ficando sem ar. Eu parecia explodir. Segurei minha cabeça, que parecia explodir. Só uma risada ecoou pelas paredes. Mas depois parou tudo. - Gostou? Eu posso fazer muito pior, caçador.

- Foi você, não foi? - A mulher agora parecia confusa. - Foi você que possuiu Samantha! - Ela deu uma gargalhada fria.

- Até que você não é tão burro. - Ela se aproximou de mim, e pegou a minha arma que eu larguei com a dor. - Vejamos o que é isso... - Eu torci para ela receber um choque mas nada aconteceu. - Como você conseguiu isso? - Perguntou perplexa.

- Não é da sua conta!

Ela fez uma carranca e largou no chão. Eu tentava mexer as minhas pernas, mas a cada segundo minhas pernas afundavam cada vez mais.

Elizabeth veio até mim e me puxou pelo cabelo. Eu não Conseguia mover meu corpo. Ele parecia estar petrificado, ou pertencer a outra pessoa e não a mim. Eu tentei suportar a dor do puxão de cabelo e meu corpo sendo arrastado pelo chão e sendo esmurrado na parede de pedra. Minha ferida na costela se abriu mais e mais sangue saiu. Comecei a ficar meio zonzo, porém me mantive consciente. Não ia deixar tudo acabar assim.

A bruxa me joga para longe, entretanto, com uma sorte inacreditável cheguei perto da lâmina. Tentei mover alguns dedos da minha mão. Eu consegui! Minha mão estava suja com meu sangue. Meus dedos se aproximavam a cada passo que Elizabeth dava, vindo ao meu encontro. Ela parecia se deliciar com o modo que eu sangrava. Só faltava só mais um impulso.

Quando ela estava na minha frente, eu consigo encostar na arma. Um luz azul incandescente e forte surge da espada. Aquilo pareceu me fortalecer e me equilibrei ficando de pé. Palavras surgiram na lâmina, uma por uma. E então tudo fez sentido. Eu li aquelas palavras algumas vezes, vendo se era minha imaginação que criara aquilo. Mas não era. Aquela era a mais poderosa arma já criada.

''Eu sou a Amada e Poderosa Astrea. Feita para servir a Miguel e somente ao seu sangue eu sirvo"

Elizabeth deu passos para trás, inconformada com a cena. Esbocei um sorriso sínico para ela e fui ao seu encontro. A mulher pareceu saber lutar muito bem. Desviava no momento exato e tentava contra atacar com um feitiço, só que era repelido pela luz de Astrea. Não foi uma luta justa, nem difícil. Em menos de cinco minutos eu havia surpreendido-a. Contudo, quem me surpreendeu foi ela, com as palavras:

- Você pode achar que me matou, caçador. - Falou ela, com a lamina enterrada na sua barriga. - Mas esse jogo apenas começou, e será o meu mestre o grande ganhador disso tudo. - Depois sua forma brilhou e virou a mesma areia que tinha a gruta.

Astrea caiu da minha mão. Eu sentei, ainda abalado com aquilo e sem conseguir acreditar. Mas não pude me dar ao luxo daquilo, eu corri para o lado de Thomas e vi o quão fraco o rapaz estava.

Se seu corpo estava esquelético, fazendo suas roupas ficarem super folgadas. Parecia roupas de outra pessoa. Seu rosto se encontrava em um estado pior. Cadavérico. Só havia pele e osso. Seus olhos tinham olheiras tão profundas e escuras e não tinham vida, nem brilho de antes. Seus lábios, que sempre estiverem rosados agora estavam rachados e brancos. Ele não lembrava nem um pouco o menino por quem me apaixonei. Thomas estava no fundo do poço.

Eu tentei acorda-lo, porém foi uma tentativa perdida. Peguei a espada e dei um pequeno corte acima do meu pulso. Começou a escorrer sangue e coloquei os lábios de Thomas ali. Por um segundo nada aconteceu, meu sangue apenas escorreu por ali. Só que depois os olhos dele se abriram e ele começou a beber.

Não foi o suficiente, mas bastou por um momento. Thomas ficou me encarando por um momento. Seus olhos tinham a mesma luz que antes. Aqueles olhos que me faziam lembrar de lugares claros e calmos. Uma calmaria em uma tempestade. Ele levantou a sua mão escaveirada, onde os ossos pareciam romper a qualquer minuto a pele, e tocou em meu rosto sujo de areia e sangue. O garoto esboçou um sorriso e sussurou:

- A minha estrela voltou... - Voltou a dormir.

Gritei por Caius que veio correndo ao nosso encontro, junto com uma Samantha diferente. O rapaz tentou me carregar enquanto sua irmã pegava Thomas, mas algo naquele lugar ainda emanava poder. Eu podia sentir e Astrea também.

Encarei as paredes procurando por algo, até perceber uma luz vermelha saindo de umas pedrinhas à leste de onde estávamos. Andei cambaleando, sendo seguido por Caius, porém ele tentou andar mas não conseguiu. Suas pernas haviam parado, somente as minhas continuaram a se mover. As pedrinhas caíram nos meus pés, e depois várias outras.

Quando percebi, tinha uma grande passagem na minha frente, mal iluminada. Adentrei a escuridão por alguns minutos, até ser desembocado em mais uma câmara. Não havia muitas tochas no local, sem contar que era úmido e frio além de ter um cheiro de algo podre. Algo chamou ainda mais minha atenção, era o som de correntes e um baixo gemido.

Dei mais passos e quase cai em cima das pernas que estavam na minha frente. Era um corpo! Respirava com grande dificuldade. Cada levantada do seu peito parecia doer ao corpo. Essa não era a pior parte. Seus pulsos estavam em carne viva e sangrando. Seu rosto, pouco iluminado, era maltratado e sujo. Não parecia ter muitas roupas, apenas algo tampando seu sexo. A nossa volta tinha restos de comida e vomito. Eu tive que prender minha respiração para não vomitar naquele lugar ou em cima da pessoa.

Cortei suas correntes e carreguei o corpo para fora daquele lugar imundo. O corpo estava tão leve de fraco e frio que chegava a ser assustador. Aquele poder que eu sentia vinha daquele corpo. Eu quase cai quando cheguei até Caius. Para minha sorte Samantha já tinha levado Thomas para o carro, então ela pode carregar o corpo.

Quando Caius tocou em meu ombro, depois de eu entregar o ferido para Samantha eu simplesmente desmaiei.

Minutos depois, só lembro de ter sido levado por Caius para uma pequena pensão. Não era grande mas era o necessário. Acordei no dia seguinte com dores, mas nada que eu não pudesse aguentar. Lembrei do que ocorrera ontem. Eu tinha salvo Thomas. Parece que tudo se repetia: Eu salvando o meu príncipe, as pessoas usando o meu único ponto fraco para me quebrar. Quando isso ia acabar? Pelo jeito, não por um longo tempo. Mas me permiti um pouco de alegria e conforto.

Ninguém estava por perto, me encontrava em um quarto sozinho. Tentei me levantar mas uma perna minha doía e a dor na costela parecia insuportável. Me mantive firme. Fui andando até a porta, porém alguém mexe na maçaneta e entra.

- Ah - Disse Caius. - Você já acordou! E tá péssimo. - Ele esboçou um sorriso. - Vamos descer, você precisa comer alguma coisa. - Eu não queria descer. eu queria o meu Thomas!

- Onde ele está? - Perguntei, me afastando do rapaz.

Caius suspirou e tentou manter a calma na voz: - Calma nick, ele está bem. Está dormindo no quarto ao lado. - Eu tentei passar por ele e ir ver Thomas. - Mas primeiro você precisa comer. Ele está descansando. - Agora Caius levantou uma sobrancelha, mas não de modo sexy e sim inquisidor. - Você não quer perturbá-lo agora, quer? - Ele tinha jogado sujo. sabia o estado do irmão e que essa seria a ferida certa para ele cutucar. Eu balancei a cabeça e ele sorriu triunfante. - Ótimo, agora vamos.

O desjejum foi bastante farto. A mesa era composta de frutas, iogurte, ovos, torradas e várias outras coisas. Eu já estava farto quando Samantha apareceu a mesa e se sentou do meu lado. A menina tinha fortes olheiras, mas seus olhos ainda eram os mesmos que eu conhecia. Idênticos a do irmão.

-Hey nick - começou a falar. - Eu quero pedir desculpas, pelo que eu fiz... Aquela... Aquela coisa não era eu. - Ela olhou para baixo, com vergonha de me encarar.

- Eu entendo Sammy. Foi Elizabeth que estava te controlando. Esse era o plano dela. - Disse tentando acalmar.

- Eu não devia de ter aceito aquele colar de presente. Mas era tão bonito... - Ela parecia estar remoendo tudo na cabeça. - Me perdoa.

- Samantha, minha querida. Você está mais do que perdoada. - Eu dei um abraço na menina. Ela tinha cheiro de tulipas. - E eu espero, que sejamos amigos...

- Nicco, você sempre será meu cunhado favorito. - Samantha me deu um sorriso entusiasmado. - E se quer saber... Thomas já acordou e chamou por você - sussurrou a menina.

- Sério? - perguntei e ela confirmou com a cabeça.

Eu subi correndo as escadas e me acalmei no corredor. Não podia parecer desesperado se não tudo ia pelos ares. Abri a porta e entrei calmamente no quarto silencioso de Thomas. O menino dormia despreocupadamente. Seu rosto já ganhara alguma massa. Sangue humano. Tentei não me importar com aquilo, isso era necessário para ele, se não, Thomas morreria. Me sentei na cama, olhando para seu rosto. O meu rosto. O rosto que eu conhecia mil vezes melhor que o meu próprio. Thomas abriu seus olhos devagar e deu um leve sorriso. Meu coração pareceu acelerar.

- Eu pensei que fosse um sonho. - Falou ele com uma voz áspera, rouca. - Pensei que fosse mais outra ilusão.

- Eu sinto tanto. - Disse, me aproximando dele. - Eu devia ter percebido aquilo. Me perdoa meu amor. - Segurei minhas lágrimas.

- Não se culpe por algo que não de sua autoria. - Me aproximei mais dele e encostei meu queixo em seu ombro. - Minha estrela...

- Como assim Thom? - Perguntei curioso.

- Quando aquela bruxa criava ilusões suas, eu me lembrei de estrelas. - Thomas parecia fazer grande esforço enquanto falava. - Porque posso ama-las, mas nunca posso toca-las e te-las. Era assim que eu via você. A minha estrela que nunca conseguia alcançar.

- shh - coloquei um dedo em seus lábios, fazendo o calar-se. - Então pense em mim como algo alcançável. Pense que sou a sua pequena estrela que você conseguiu alcançar. Eu fechei meus olhos e beijei seus lábios.

Ainda tinha o mesmo gosto de sempre. O gosto de algo doce e calmo. A minha calmaria. Nossos lábios se encaixavam perfeitamente. Uma eletricidade passou pelo meu corpo todo. Velhas e maravilhosas lembranças voltaram a minha mente. Ele era o meu coração.

Eu me afastei e levantei o pescoço. Thomas ficou me encarando, como se estivesse pedindo permissão. Balancei a cabeça em concordância e ele veio para cima de mim. Me deitou na cama e deu uma leve mordidinha no meu pescoço. A dor de dois alfinetes entrando no seu pescoço. Thomas bebeu muito pouco e depois me beijou, fechando a ferida.

- Nunca se esqueça que dentro de mim, bate um coração que ti ama. - Falei. Thomas me beijou de novo. Com mais vontade, suas forças voltando bem aos poucos. Eu estava tão feliz. O menino deslizou para o meu lado e deitou-se. Coloquei minha cabeça em seu peito, onde nenhum coração batia.

- Thomas! - Disse Caius entrando na porta entusiasmado. Porém, seu rosto fechou em uma leve carranca quando me viu ali. - Bem... Temos um problema.

Meu coração acelerou de leve, levantei a cabeça tentando entender qual era o próximo desafio. Mas foi Thomas quem teve a coragem de perguntar:

- O que houve?

Caius ficou em silencio por um tempo, tentando calcular as palavras. Depois deu um de seus sorriso sarcásticos e levantou a sobrancelha, que só ele conseguia fazer, sem parecer esquisito.

- Papai quer nos ver! - Falou CaiusEntão galera, mais um capitulo da temporada!!! Gostaram? Coisas ainda estão por vir, e não percam os proximos capitulos porque serão os ultimos da 2º temporada. Além de ter uma grande surpresa no final, esperando por vocês... hahaha Quem gostou comenta e quem não gostou também comenta. Amo os comentarios sobre as atitudes dos personagens !!!

Bj Bj do V.

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 0 estrelas.
Incentive vbp a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários

Foto de perfil genérica

Poxa, o Nicco perdeu uma bela oportunidade de matar a cunhada chata. Tsc, que pena! Rs. \o/ finalmente ação!

0 0