Paixão Secreta | 01x11

Um conto erótico de Mike
Categoria: Homossexual
Contém 2396 palavras
Data: 29/01/2015 12:25:33
Última revisão: 29/01/2015 12:26:58

Capítulo Onze

AVIÕES DE PAPEL

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Expliquei tudo para o meu pai na segunda-feira cedo, sobre o dinheiro que Xavier tinha me emprestado e com muito custo ele aceitou. Paguei o banco na segunda-feira no horário de almoço e eu e meu pai nos vimos aliviados dessa divida. Na sexta feira todos iriam viajar para New York e só retornariam na segunda de manhã.

O telefone tocou.

- Mike você pode vir na minha sala por gentileza?

- sim senhor – falei desligando o telefone.

Bati na porta assim que a abri.

- com licença – falei entrando e sentando.

- tem alguma coisa que eu deva resolver ou algum papel para assinar antes da viagem?

- não senhor. Está tudo ok.

- excelente – falou Adam. – você pode manter contato comigo ou com qualquer um dos outros quatro. Qualquer problema é só ligar, não se acanhe.

- vou sim.

- eu vou precisar de um favor – falou Adam.

- sim. – falei.

- preciso que você passe a noite aqui na empresa e atualize os contratos com a empresa que representaremos amanhã. Preciso que envie para o meu e-mail até ás 10h00min da manhã. Hoje é dia 12, não se esqueça de colocar a data de amanhã.

- sim senhor.

- você tem duas opções. Ou fica aqui e faz até terminar ou se ficar cansativo pode fazer até umas 22h00min hoje e ir embora e terminar amanhã de manhã.

- não se preocupe vai estar na sua caixa de entrada amanhã antes das 09h00min da manhã.

- obrigado – falou Adam – vou sentir sua falta sabia? Eu já me acostumei a ter você a uma porta de distância que as vezes chamo seu nome esperando você entrar.

- vai ficar muito silencioso aqui. Vou sentir sua falta também.

- qualquer coisa é só me ligar, inclusive pra jogar conversa fora.

- por falar em jogar conversa fora, com todo o respeito é claro, sua esposa me ligou ela queria mais uma vez perguntar se por acaso você ia levar alguma mulher nessa viagem além da Vanessa que ela sabe que namora o Steve.

- o que você disse?

- o de sempre, confirmei que só iam vocês mesmos, disse que eu mesmo fiz a compra das passagens e que qualquer coisa ligaria para ela.

- sabe... você merece um aumento – falou Adam com um sorriso.

- não prometa se não quiser que eu cobre – falei em tom de brincadeira.

- pode cobrar – falou Adam.

- eu vou chamar o taxi, quantos minutos antes do voo?

- 1 hora antes, e pode chamar 3 porque todos vão sair daqui.

- ok.

- olha você vai ficar encarregado de tudo, não precisa se acanhar em passar qualquer coisa para os outros departamentos especialmente o 18º andar.

- acredite, vergonha nunca me impediu de fazer meu trabalho, não é agora que vai me impedir.

- faz uma semana que você dançou grudadinho comigo.

- você lembra disso? – falei rindo.

- mas é claro, eu não estava tão bêbado. – falou Adam.

- que vergonha, minha esperança era que todos esquecessem.

- vergonha do que? – perguntou Adam rindo – você tinha esse homenzarrão todo pra você e estava com vergonha? Cá entre nós se estivesse na sua pele eu teria tirado proveito e muito.

- e quem disse que eu não tirei? – falei rindo – brincadeira.

- quase me esqueço – falou Adam – eu não estou atrapalhado sua noite não né? Ficaria péssimo em saber.

- pra falar a verdade... – falei.

- noite de filmes? – perguntou Adam.

- sim. – respondi.

- prometo de recompensar.

- não tem problema.

- tudo bem então. – falou Adam.

Me levantei e sai da sala e voltei ao trabalho. Eu liguei outra vez e disse que não compareceria, mas que Charley poderia levar os filmes e beber com meu pai, eles tinham se divertido na outra noite, no sábado eu assistiria os filmes e Charley assistiria outra vez comigo. Eles concordaram e eu voltei ao trabalho.

Por volta dás 15h00min um por um iam chegando o primeiro foi Steve com uma bermuda preta que ia abaixo do joelho e uma camiseta vinho.

- boa tarde – falei.

- boa tarde – respondeu Steve.

Logo comecei a organizar a agenda do mês seguinte.

- Mike, você ligou confirmando para saber se eles irão limpar meu quarto duas vezes?

- na verdade não, mas eu posso ligar imediatamente.

- eu esperava que você já tivesse ligado, esse é o tipo de coisa que você faz sem precisar que alguém te dê uma ordem. – falou ele olhando o relógio no pulso – Você deveria ter ligado mais cedo. Eu gostaria que eles me informassem quando eu chegar lá se o quarto foi limpo duas vezes, quando eu chegar. Um bilhete do gerente ou o gerente pessoalmente. Providencia isso pra mim, rápido – falou ele entrando na sala do Adam.

- sinto muito – falei pegando o telefone e ligando para o hotel. Enquanto eu ligava Gray chegou e foi até mim e apertou minha mão e ficou segurando ele enquanto ele falava ao celular, ele se despediu e soltou ela.

Ele ficou esperando eu terminar a ligação com o hotel.

- boa tarde – falei para Gray.

- boa tarde – respondeu ele – Mike você faz um favor pra mim?

- sim.

- você passa essa pomada nas minhas costas? Eu estou com uma alergia, acho que de uma camisa nova que eu usei ontem.

- sim.

- vamos lá para o quinto andar.

Ele foi até a porta deu duas batidas e abriu.

- Adam eu posso pegar o Mike emprestado pro uns 15 minutos?

- pode sim – respondeu Adam.

Ele fechou a porta e nós entramos no elevador e descemos no 5º andar.

- me mostre aonde ir, acho que é a segunda vez que eu venho aqui – falou Gray.

- aquela porta é a cozinha, naquela é uma sala escura com vários colchões e puffs para relaxar, aquela tem TV, e aqui ficam os chuveiros, mas nós vamos onde ficam os armários, não tem ninguém lá.

Nós entramos e ele foi até na outra ponta e tirou a camisa branca que usava e ficou de costas.

- está vermelho não está? Está coçando muito – falou ele.

- está sim. – falei espantando o quanto estava vermelho.

- eu comprei essa pomada a caminho daqui.

Ele colocou pomada na minha mão e esfreguei nas costas dele.

- haaaa – gemeu Gray me fazendo lembrar do beijo e ter maus pensamentos. – que alívio.

Eu continuei esfregando. Não devia estar fazendo aquilo afinal tinha traído Charley com ele.

- sei que é pedir demais, mas passa aqui também. – ele falou isso abaixando a bermuda e a cueca na bunda deixando ela a mostra – sei que já a viu, mas mesmo assim acho que é estranho.

Senti um calafrio quando vi aquela bunda grande com alguns pelos claros. Metade dela estava vermelha. Fiquei imaginando se ele estava de pau duro enquanto sentia meu toque.

Coloquei um pouco na mão e fui em direção a ela para esfregar.

- com licença – falei encostando a mão e esfregando de leve. Iria trata-lo como se não tivesse tranzado com ele. Como se não tivesse bebido sua porra a pouco menos de uma semana

- eu uso a camisa por dentro da calça e acabou dando alergia ai também, desculpa te usar pra isso. Sei que deve ser estranho depois do que fizemos.

- não tem problema, estou aqui para servi-lo – falei brincando.

- o que achou? – perguntou ele.

- do que?

- do que? Do meu “traseiro”.

Eu dei uma risada.

- porque está rindo? Você com certeza conhece bem minha rola, mas não prestou muita atenção no meu traseiro naquela noite.

- está me deixando envergonhado Gray.

- Desculpa – falou ele rindo – sei que é chato, mas me responde: você comeria? – perguntou ele em tom de brincadeira.

- eu não vou responder isso. Acho que é assédio sexual. – falei em tom de brincadeira.

- assedio sexual? Alguém por favor pega uma câmera e tira foto dessa cena ele me obrigou a abaixar a roupa para alisar minha bunda – falou Gray.

- engraçadinho.

Eu parei de esfregar e fechei a pomada.

- prontinho.

- obrigado – falou ele subindo a cueca verde e logo em seguida a bermuda.

- vou lá ao banheiro lavar a mão. – eu fui andando em direção a porta.

- o seu traseiro não é ruim. Eu comeria de novo – falou Gray.

- Shhh – falei chegando à porta – pelo amor de tudo, não fala isso aqui, as paredes tem ouvido – falei me segurando para não rir – abre a porta pra mim se não vou sujar a maçaneta.

- tudo bem, só estou dizendo a verdade – ele disse isso abrindo a porta.

Fui ao banheiro e lavei minhas mãos e fiquei pensando em Charley. Eu precisava ser fiel a ele e não podia dar moral as brincadeiras de Gray. Se ele se insinuasse de novo eu deixaria bem claro que a noite de sexo não se repetiria nunca mais. Depois que lavei as mãos eu voltei para o meu posto de trabalho.

Cheguei outra vez no 20º andar e todos já tinham chegado e estavam conversando. Eu fui até minha cadeira me sentei e voltei a trabalhar. Logo ouvi o toque do elevador e me levantei para receber quem chegaria e saiu um homem do elevador, alto e com uma barba rala e grisalha e veio até mim.

- boa tarde – falou.

- boa tarde. – respondi – em que posso ajudar?

- o Adam? Gostaria de vê-lo

Antes que eu pudesse pegar o telefone Adam saiu da sala.

- Leon? – falou Adam.

- Adam seu canalha – falou ele indo até ele e eles se abraçaram e cumprimentaram.

- pensei que só te veria em New York? – falou Adam.

- eu decidi vir aqui, assim podemos colocar a conversa em dia.

Depois de muita conversa eu recebi uma ligação da recepção do térreo informando que os taxis tinham chegado.

- com licença – falei interrompendo todo mundo – os taxis já estão lá em baixo.

- ok – falou Adam. – vamos indo então.

- até segunda – falou Vanessa.

- até – respondi.

- te vejo na segunda – falou Gray apertando minha mão.

- boa viagem – falei.

- boa viagem – falei para todos.

- Steve, Xavier e Leon responderam e Adam veio até mim.

- posso contar com você? – perguntou Adam

- pode sim senhor, hoje mesmo eu mando para o e-mail do senhor.

- obrigado – falou ele – qualquer coisa que precisar é só me ligar.

- boa viagem – falei.

Eles entraram no elevador e logo as portas se fecharam revelando um andar vazio e silencioso que finalmente permitia que eu realizasse meu trabalho sem interrupções a não ser a lembrança da bunda enorme e linda de Gray que me rendeu uma excitação que eu tentava controlar.

O expediente acabou e eu tranquei a sala do Adam e voltei ao meu posto para terminar o meu trabalho. Avisei em casa que só chegaria no dia seguinte.

Por volta dás 00h15min eu tinha feito mais da metade do serviço, mas eu começava a cometer alguns erros por causa do sono, meus olhos estavam embasados e eu decidi ir embora e voltar no dia seguinte.

Chamei um taxi e ele me deixou na porta de casa. Como todos estavam dormindo eu entrei em silêncio e tranquei a porta ativando o alarme.

Vi que eles tinham tomado cerveja, pois tinha latinhas espalhadas na mesa de descanso da sala além de alguns filmes espalhados.

Subi as escadas e fui em direção ao quarto do meu pai para dar um beijo de boa noite e logo vi que a luz estava acesa.

- meu pai acordado até agora? – pensei comigo.

Fui em direção a porta com a mão estendida e antes que encostasse na porta entreaberta eu ouvi um barulho e parei.

Estranhei o barulho e continuei ouvindo. Pareciam... gemidos.

- meu pai trouxa uma mulher para casa? – pensei – que milagre.

Fiquei feliz por meu pai, mas um pouco triste, pois iria me deitar sem meu beijo de boa noite eu me virei e dei dois passos em direção ao meu quarto quando ouvi.

- me fode! – de dentro do quarto do meu pai – era a voz de um homem.

Me virei rápido e bem devagar olhei para a porta entreaberta e vi meu pai deitado na cama e Charley em cima dele. Eles estavam transando. Meu pai estava fodendo Charley sem camisinha.

Aquela imagem me deu um choque. Eu nem acreditei no que eu estava vendo. Foi como se algo subisse na minha cabeça e explodisse. Ela começou a latejar e meu coração a bater em ritmos fortes.

- não pode ser – falei baixo.

Desci as escadas tremendo e fui até a porta desativei o alarme e sai da casa e sai pelo portão. Me sentei na calçada pensando no que tinha acontecido.

- não pode ser – falei sentindo meus olhos ficarem húmidos.

Não sabia o que fazer. Eu peguei o celular e disquei o número do Denny. Chamou várias vezes até cair à ligação. Eu coloquei o celular no chão e coloquei as mãos na cabeça deixando cair à primeira lágrima e foi quando meu celular tocou, era Denny.

- Mike? Aconteceu alguma coisa? – falou Denny com a voz sonolenta.

- vem me buscar – falei.

- o que aconteceu?

- por favor, Denny vem me buscar, estou na porta de casa.

- tudo bem. Logo eu estarei ai.

Esperei por longos minutos e enquanto isso eu limpava minhas lágrimas que desciam em silêncio pelo meu rosto e tocavam o chão gelado. O frio fazia com que eu me sentisse mais insignificante do que eu me sentia naquele momento.

Logo o carro de Denny parou na minha frente. Ele saiu do carro com o pijama sem camisa e descalço.

- o que aconteceu? – perguntou Denny.

- posso dormir na sua casa hoje? – perguntei.

- claro que pode – falou ele me ajudando a se levantar. – porque está chorando? – falou ele sussurrando, pelo amor de deus, fala alguma coisa.

Eu abri a porta do carona e entrei ele deu a volta e se sentou.

- o que aconteceu?

- eu não quero falar sobre isso. Eu não quero falar sobre isso nunca. Se você é meu amigo não me pergunte nunca o que aconteceu comigo hoje.

- tudo bem – falou Denny – mas pode pelo menos me responde se você está bem? Está machucado ou algo? precisa que eu te leve ao hospital.

- mas isso nem se precisasse – respondi – estou bem – falei limpando as lágrimas, meus olhos estavam inchados – fica tranquilo, não estou machucado.

- ótimo – respondeu ele ligando o carro e partindo para seu apartamento. Cada escolha que eu fazia na vida era como se eu fizesse um avião de papel e jogasse no vento e esperasse que ele planasse e que seguisse viagem. Eu tinha jogado aviões de papel toda a minha vida, e agora eu me sentia como se um dos aviões que eu tinha jogado tivesse voltado pra mim e me acertado bem no olho me ferindo de uma forma profunda.

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