Sangue Quente: O Baile de Mascaras

Um conto erótico de V.
Categoria: Homossexual
Contém 2506 palavras
Data: 20/01/2015 21:31:42

Era de noite em Nova Iorque. Um noite fria para falar a verdade. Não sei como eles aguentam esse clima, eu estava congelando.

Eu me encontrava no banheiro do meu quarto. Bem depois de algumas semanas dele, eu ja acabei me apossando. Minha imagem estava impecável. Meu cabelo um pouco penteado, porque eu nunca perco a mania de deixa-lo bagunçado. Meu smoking tinha passado pelo alfaiate, então ele caia muito bem no meu corpo. Que depois desses meses, ja podia se ver bastantes músculos, mas nada bombado. Tudo era negro, menos a camisa. Meu rosto vinha a peça principal do baile. Minha mascara.

A mascara em si era simples, mas tinha ganhado algumas modificações minhas. Agora ela era branca, com um pouco de pena cisne branco saindo. Nada espalhafatoso, mas era perfeita. Cobria só metade do meu rosto. Destacava muito bem meus olhos verdes.

Akira me esperava na sala. Ele estava tão bonito quanto eu, talvez até mais. Seu traje companhava em um blazer cinza azulado, da mesma cor da sua calça social. Vestia também uma camisa branca, porém sua gravata era normal em corte, porém seu design era preta com vários detalhes em verde água. E para prende a gravata tinha um pequeno alfinete de ouro. Sua mascara era uma perfeição.Era algo simples, o que só cobria os olhos, era da cor negra. Mas seus detalhes, também eram de um verde água lindo. O menino me encarou e deu um sorriso simpático.

A menina, Akemi veio correndo e abraçou minha perna: - Você está muito bonito, Nicco. - Disse ela.

- Obrigado. - Falei constrangido.

- Então, podemos ir já? - Falou o motorista, com calma. Akira e eu balançamos a cabeça, confirmando.

- Meninos, eu quero vocês aqui, antes das 1 da manhã - disse o Sr. Cortazar, sério. - Entendido?

- Sim pai.

Na limousine, eu ficava olhando pela janela, enquanto passávamos pelo central park e íamos para o prédio onde ia ocorrer a festa. Um segurança estava na portaria, vendo a lista de convidados. Akira e eu já conseguíamos escutar a música. Nós pegamos o elevador e apertamos o numero nove. O elevador tinha outros convidados. Uma das meninas tinha os cabelos louros e encontrava-se em uma trança embutida. Sua mascara era de borboleta, parecia tão real.

Quando as portas se abriram, eu pude ver o que é uma festa de verdade.

Foi um evento magnífico. Os candelabros reluziam e enchiam o espaço amplo de luz. Músicos em cada canto criavam uma sinfonia magicamente sombria em tempo perfeito uns com os outros, apesar da grande distância entre eles. Criados mascarados circulavam pelo salão com travesas com os canapés e os vinhos mais exóticos, servidos à temperatura perfeita. Todos os convidados pareciam ter comparecido, e os vestidos usados pelas damas transformavam até as mais sem graça delas.

Eu olhei para Akira, que esboçou um sorriso e me puxou pelo pulso para dentro do prédio. Estava enfeitado com algo meio medieval gótico, como se tivéssemos voltado a Idade Média.

As pessoas estavam conversando e bebendo vinho. Rindo e se divertindo. Todas estavam muito bem vestidas, mas não era isso que eu percebi. Não tinha visto nenhum adulto ali, tirando os criados! Estava repleto de adolescentes que pareciam adultos.

Balancei a cabeça, não era para isso que eu estava naquele local. Não podia deixar me distrair com o lugar, que era lindo.

- Oi galera. - Falou um menino com mascara branca de tigre branco. Parecia tão real que eu me assustei. Ele vestia um terno branco, porém sem gravata. - Ah desculpa. - Tirou o disfarce. Era Asad. - Ela parece mesmo real né?

- Você não sabe quanto - Falei.

- Ah, antes que eu esqueça. A sammy tava procurando você - Apontou para mim. - Acho que ela deve estar dançando com algum garoto, ou foi beber um pouco de vinho.- Akira me olhou e eu olhei para ele. - Aconteceu alguma coisa?

- Não, claro que não As- Falou Akira e sorriu. - Então, você não quer me mostrar a casa não?

- Eu pensei que você... - disse o menino em um tom desconfiado.

- Ah, não! Eu só não quero me perder por aqui mesmo, hahaha - Akira saiu com Asad, dando uma gargalhada.

Andei pela casa. Algumas garotas viravam as cabeças e alguns meninos também. Aquilo era tão estranho, porque alguns tinham mascaras de animais, contudo, o mais grotesco era a forma realista delas.

Quando vou para a escadaria, eu a vejo. Ela estava dançando com um garoto, uma dança muito formal. Seu rosto estava encostado no pescoço dele e o menino olhava para o nada.

Samantha Castellani vestia um vestido bufante preto que ia até seus tornozelos, entretanto seus brações estavam nú. Usava saltos também pretos. Foi as únicas coisas que pude ver de longe.

A menina percebe minha presença e se afasta do menino de um jeito cortês e vem ao meu encontro. Quando ela se aproxima eu vejo os outros detalhes. Samantha usava uma pulseira em forma de cobra no pulso. Seu colar de rubi se encontrava no meio dos seus seios, parecia estar brilhando. Seu cabelo estava preso em um coque, porém dos lados tinha umas mexas soltas. E em sua cabeça vinha um diadema com pedras preciosas. Sua mascara era feita de renda preta. Tudo negro, destacando ainda mais sua pele pálida e seus lábios vermelhos como sangue. Ela era digna de ser chamada de princesa das trevas.

- Nick, querido. Vejo que você veio. - Falou a menina me dando um beijo na bochecha.

- Oi Samantha. - disse.

- Bem, eu tenho notícias, não muito boas... - A menina teve um tom baixo

- O que ? - Disse curioso

- O Thomas... - A garota começou a tremer um pouco. - Ele não voltou para casa. Na verdade, me informaram que nem sabiam que ele estava voltando, ainda - Falou rispidamente.

- E-Eu tinha suspeitado...

- Como? - Agora era ela a curiosa.

- Bem, tem uma coisa que eu não contei a você...

- O que Niccolau Bennet? - Ela fechou as mãos, concentrada em meus olhos.

- Eu... Eu conheci o irmão de vocês.. - Olhei para suas mãos que se apertavam cada vez mais. - Caius... E ele falou que não sabia onde o irmão estava.

- Como assim você conheceu o Caius e nunca me falou? - A garota agora estava surpresa, mas pude ver em seus olhos algo como... Animação? - Tudo bem, vamos sair daqui. Estamos começando a chamar muita atenção. Aliás, gostei da sua mascara. - Ela tinha um puro senso para bipolaridade.

- Obrigado, porém tenho mais uma coisa para falar. - A menina levantou a sobrancelha, me perguntando silenciosamente. - Alguém aqui nessa festa, sabe como encontra-lo.

- Então... - Ela disse olhando para frente, enquanto andávamos para o salão. - É melhor nos separarmos e ver o que pode acontecer. Você sabe como é a pessoa?

- Infelizmente não. - Eu virei para um lado e a garota para outro.

Nos separamos, ela tinha ido beber algo e eu simplesmente tinha que ir para fora. Sentir um ar fresco.

A sacada estava fria, o ar era cortante. Eu estava sozinho ali vendo o mar de luzes de Nova Iorque. Passei alguns minutos olhando para o horizonte, quando sinto a presença de alguém atrás de mim. Quando me viro não encontro nada.

Eu estou ficando maluco, pensei.

Porém quando eu me viro, vejo uma figura me encarando, com um sorriso de deboche. O homem, vestia um smoking todo negro. Seus cabelos eram grandes e possuía um pouco de barba. Sua mascara escondia a parte superior do seu rosto, mas era possível ver seus olhos. Eram de uma vastidão negra, que me lembrava uma noite de lua nov, quando não se à luz. Porém sua marcara era diferente do que eu ja vi pela festa. Era uma mascara toda de penas pretas. Seu reflexo com a luz mostrava um arco-íris sinistro. Além de ter um bico de ave. Lembrava um corvo grande.

- Ora, ora. - Falou o homem. - Vejo que nunca vamos parar de nos esbarrar.

- Não to acreditando que você me seguiu até aqui... Caius!

O rapaz gargalhou e tirou a mascara.

- Pelo que eu vejo - pronunciou ele - você não me esqueceu, né? - Caius conseguia despertar, em mim, uma vontade tão grande de socar aquele rostinho bonito, toda vez que falava daquela maneira. Entretanto eu as vezes sentia vontade de segura-lo pelo pescoço e beija-lo.

- Não consigo esquecer coisas ruins. - Falei, caminhando para frente e encarando a cidade. - Aliás, o que você faz aqui?

- Ué, só você tem o direito de fazer uma viagem? Além do mais, esse ar nova iorquino me faz tão bem...

- Arg! Some da minha vida, seu cretino.

- Vamos lá Nick, eu sei o por que de você estar aqui...

- Se sabe, não me atrapalha. - Falei rispidamente. Eu senti seu hálito agora, e uma respiração na minha nuca.

- Você ao menos devia de ser sincero consigo mesmo... Cunhadinho - Disse o rapaz, cuspindo a ultima palavra.

- O que... - Pronunciei depois de um momento e me virei. Encarando aquele rosto pálido, parecendo mármore polido. Suas feições me lembravam tanto a uma daquelas estatuas, de deuses gregos, esculpidasVocê está se referindo? - Olhando naqueles olhos negros, difíceis de distinguir o que era íris e pupila.

- Ha Ha Ha, prometa a mim que não irá mentir que farei o mesmo. O que acha? - Declarou sua posição, com uma sobrancelha levantada. Isso dava a ele um ar de que estivesse interessado de verdade na minha resposta.

- Por mim, ótimo. - Concordei. - Até porque, eu nunca menti aqui. - Falei olhando nos seus olhos. Seus cílios eram tão grandes e negros.

- Aé? Então diga - Se aproximou de mim. - Diga que você não quer isso...

Caius se aproximou mais de mim. Tinha encostado sua testa fria na minha. Eu conseguia sentir seu hálito doce e inebriante. O rapaz segurou minha nuca, me fazendo aproximar. Eu simplesmente estava cedendo a ele, tudo. Conseguia sentir sua temperatura. Nossos lábios estavam para se encostar, quando:

- Caius?! - Falou uma voz feminina atrás dele. Quando eu subi minha cabeça, pude ver, por cima dos ombros dele, a imagem de uma garota com um vestido negro e braços cruzados. - Não sabia que estava em NYC. - Ela não parecia feliz em ver o irmão.

- Irmãzinha. - Disse Caius se virando calmamente e olhando-a nos olhos. - Você fica mais esplendida a cada século. - Piscou o olho para ela. A menina fechou as mãos e olhou de mim para ele. Fechou a cara ainda mais.

- Co-como pode? Eim?! - Ela parecia estar rosnando a cada palavra. - Como pode estar dando em cima do namorado do nosso irmão?

- Pelo que vejo, o nosso Thomas não está aqui para proteger o passa tempo dele... - Ele olhou para o lado e voltou a encara-la. - Aliás, essa cidade é muito perigosa para deixar garotos bonitos assim.

- A seu filho de uma - E quando eu vi, Samantha estava esganado ( se é possível esganar um vampiro.) Caius. Ela pegou a cabeça dele e bateu em uma parede. - Como - batida - você - batida - pode - mais uma batida - fazer isso? - uma ultima batida. - Bem, agora estou um pouco melhor. - Largou o corpo do irmão.

Eu apenas vi o sangue escorrendo do chão, o corpo de Caius caído sem se mexer. Samantha estava mais interessada em limpar o vestido do que com o corpo do próprio irmão. Apenas conseguia observar aquilo tudo.

Se passou u minuto e o corpo desfalecido de Caius começa a se mexer e ouço um estalo.

- Nossa maninha. - Levantou-se e coçou a cabeça, onde deveria ter uma ferida. - Essa doeu. O que Margareth ia dizer sobre suas etiquetas?

- Cala a boca! - Gritou a menina, depois se recompôs. - Vem nicco. Agora!

Comecei a andar quando Caius me puxou e falou no meu ouvido: - Eu sei o que você procura, nick. Eu também sei o que você quer. E não esqueça do nosso pequeno trato. - E me largou.

Samantha bufou e me puxou pelo braço, quase rasgando a minha roupa. Quando olhei para trás de novo, Caius estava recolocando sua mascara e rindo de modo sarcástico. Porém tinha algo nos seus olhos, algo que eu não compreendi muito. Algo misturado com dor e angustia.

Meia hora depois daquela cena, encontrei Akira beijando uma garota. E eu pensando que aquele garoto era santo.

Tinha pegado algo para beber, porém sou interrompido por uma menina que me convida para dançar. Eu olho para Samantha que balança com a cabeça me encorajando.

Eu realmente não tinha aprendido grandes passos no colégio, mas era melhor do que não saber nada. Começamos a dançar uma melodia que começava calma e rastejante. Me fazia lembrar um lugar calmo. Iniciamos a dança Cortês. Contudo quando estava no meio, a música parece ficar mais sombria, mais tenebrosa.

Uma mulher com um vestido vermelho aberto na frente vem ao meu encontro. Era uma loura e alta, porém não conseguia ver seu rosto, porque estava completamente tampado com a mascara. Ela coloca a mão no meu ombro e a menina com quem eu estava dançando se afasta, parecendo grogue. Ela coloca seu rosto perto do meu ouvido e fala as seguintes palavras:

- Você só achará aquilo que procura, quando mais baixo você estiver. - Deu um beijo na minha bochecha e saiu, sem olhar para trás.

Samantha vendo o ocorrido, chegou um segundo depois perguntando quem era a mulher, porque ela nunca tinha a visto por lá. Eu ainda estava paralisado, não sabia o que pensar. Só sai do salão, entrando em um quarto. A menina me segue para dentro do comodo e conto a ela, ainda em choque.

Akira chegou dois minutos depois, perguntando o que tinha acontecido e olhando para Samantha. A garota contou tudo para ele, enquanto o menino absorvia as informações. Ela ocultou a parte Caius da noite. O garoto ficou pensando no que seria a charada, mas nenhum de nós conseguiu entender. Eu desisti, ja estava tão exausto, só consegui beber mais um copo.

Akira me levou para casa depois disso. Eu já não tinha cabeça para mais nada. Muita coisa em uma única noite. Entramos na limousine e eu sentei do lado de Akira. Ele pronunciou depois de alguns minutos que se eu quisesse podia deitar no seu ombro. Contudo, eu recusei, afirmando que estava bem.

- Bem, chegamos... - Falou Akira. Eu apenas balancei a cabeça. Era como se minhas energias estivessem acabado. - Cansado Nick?

- Sim - confirmei.

- Bem, essa foi só mais uma noite em Nova Iorque. Ainda vai ter muitas por vir...

Fiquei pensando nisso enquanto subíamos para o apartamento/mansão.

Eu me deitei depois de tomar um longo banho quente. Mas simplesmente não conseguia tirar aquelas palavras da minha mente.

"Você só achará aquilo que procura, quando mais baixo você estiver."

O que isso significava? Será que era o paradeiro de Thomas?

Eu me encontrava tão exaurido que apenas fechei meus olhos e deixei minha mente me inundar com os meus adoráveis pesadelos de todas as noitesEspero que tenham gostado de mais um capitulo!!!! Baile de mascaras foi ó. hahahaha. O que será que esse enigma quer dizer? Será que Thomas ainda pode ser salvo? E Caius, ele terá a sua promessa cumprida? Essa perguntas serão respondias nos próximos capítulos de Sangue Quente.

Gostou? Comenta! Não gostou? Também comenta, opiniões sempre são bem vindas

Bj Bj do V.

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Comentários

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Não entendi nada. se o nick ama tanto o Thomas pq se abala tão fácil pelo caius? O Nick tá muito mole,qualquer coisa já fica paralisado com medo.

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