A Primeira Vista [Revisado] 11

Um conto erótico de Igor Alcântara
Categoria: Homossexual
Contém 2228 palavras
Data: 08/12/2014 21:38:47
Última revisão: 09/12/2014 13:47:09

A primeira vista – Capítulo 11

_________________________________________________

EDITADO

Pessoal, foi mal! Não sei o que houve que o conto saiu incompleto.

Leiam o capítulo completo agora.

_________________________________________________

Acho que seria de praxe contar como seria meu aniversário de um mês de namoro com o Kaio. Pessoas românticas sempre dão atenção a isso. É uma espécie de ritual que sempre tem que ocorrer. O casal passa um tempo junto, troca presentes, faz juras de amor e depois vão pra cama. Pelo menos na época, era isso que eu ouvia falar. Bom... meu dia não começou bem assim.

Eu liguei pro Kaio assim que acordei mas ele não atendeu. Eu mandei uma mensagem confirmando o que havíamos combinado: passaria a manhã com Milena e nos veríamos para o almoço. Na hora marcada eu estava na casa da Milena e – nossa! – aquele lugar estava uma zona!

Tecidos diversos jogados pra todos os lados, uma menina tentava dobrá-los e empilhá-los, Klaus com uma prancheta na mão andando pra lá e pra cá e Milena de espartilho em um pedestal.

- Desculpe os trajes. – disse tímida.

- Bom dia Milena... – eu disse meio desconcertado. Eu queria mesmo fugir dalí, que zona!

- Bom dia Igor! – Klaus se adiantou e veio sorrindo alegremente me oferecendo a mão. Eu o cumprimentei.

- Igor, eu só quero sua opinião quanto ao vestido. Enquanto eu não me visto, vá escolhendo os guardanapos e as lembranças. Não quero tomar você por muito tempo do Kaio, ainda mais hoje num dia tão especial pra vocês dois. – Milena disse sem perceber o que estava falando.

Klaus assim como qualquer pessoa antenada a tudo em sua volta logo arqueou a sobrancelha e me olhou.

- Digo... – Milena falou atrapalhada. Que mancada, cara!

Klaus saiu imediatamente da sala.

Eu saí pra sala e fui fazer o que ela disse.

O tempo ia passando e eu olhando aqueles guardanapos. Eu não entendia porque tudo tinha que ser tão escandaloso. Klaus puxava papo de vez em quando comigo. Perguntava como eu estava, se eu estava ansioso para o casamento, como eu havia conhecido a Milena, se éramos amigos de longa data e se eu conhecia a família do noivo. Só que Klaus não era a única pessoa antenada alí naquela casa. Eu saquei a dele.

- Terminei, venham cá! – salvo pelo gongo.

Entrei no quarto e Milena estava no primeiro vestido. Foi o que mais gostei dos cinco que se seguiram. Era branco - claro! - na altura dos seios – muito apertado na cintura pelo espartilho e bem grande na parte de baixo deixando uma calda linda. Na parte do colo alguns raminhos da mesma cor do vestido subiam dando a impressão que o vestido era parte dela.

- Milena, eu nem preciso ver os outros... – Realmente era lindo.

- Bem, então eu acho que nem eu. – ela se virou e olhou no espelho encantada.

- Eu gostei de alguns guardanapos. Estão selecionados alí.

- Klaus, eu vou avisar a mãe do Marcos sobre o buffet. Te aviso amanhã se ela confirmar e daí marcamos pra amostra ser servida lá.

- Na casa do noivo? Claro! Vai ser até melhor.

Dona Márcia é a mãe do Kaio e do Marcos, o pais dos meninos se chama Antônio.

- Milena eu tenho que ir... – falei olhando pro relógio. Já eram mais de 10h e eu ainda iria no supermercado com o Kaio.

- Klaus, eu vou tirar esse vestido. Dá uma carona pra Igor, eu arrumo tudo aqui.

- Ah, mais é claro! Será um prazer! – ele sorriu.

- Não precisa! Eu vou... – não podia falar que era pra casa do Kaio. – vou em uns lugares antes de ir pra casa.

- Então eu lhe deixo pelo menos no primeiro destes lugares.

- Não cara... Valeu mesmo. É uma coisa particular, eu prefiro ir só.

Dei um beijo em Milena e saí. Klaus me acompanhou até a porta.

- Nos vemos no buffet Igor. Até breve. – ele deu um leve tchauzinho do portão.

Saí caminhando e ele ficou na porta... Fui pra casa a pé. Kaio me ligou no caminho.

- Eu amore, eu estou perto de casa. Mais cinco minutos e eu já chego. Vai pra lá.

- Eu tô na porta já.

Sempre assim. Imprevisível. Nem subimos o prédio, fomos pro supermercado comprar as coisas pro almoço que Kaio insistia em dizer que ele ia preparar tudo. Eu não queria nem pensar no que iria sair.

Procuramos uma vaga no estacionamento e entramos no supermercado.

O ritual de compras é o mesmo pra todo ser vivente. Você pega um carrinho e sai por entre as prateleiras. Só que tinha uma diferença sobre fazer compras com o Kaio. Eu havia feito uma lista de coisas básicas no celular pra comprar com ele. Fomos procurar os itens.

- Amor, pra que serve isso? – ele ficou olhando a embalagem do macarrão que, por ser meio óbvio, não tinha o nome macarrão tão explícito.

- É macarrão pra lasanha Kaio.

- Ahhh... – ele falava com um ar de admiração. Aquilo era tão engraçado.

- Isso serve pra quê? – Ele falava olhando um tablete de caldo de carne.

- Temperar a comida.

A compra foi toda assim.

- Molho shoio é aquele negócio que se come com sushi? Você coloca no frango? Eu já vi minha mãe colocando. – eu prendia o riso. A casa de desentendimento dele era de se pagar pra ver!

- É sim. Em qualquer carne. Fica uma delícia.

Na sessão de verduras e legumes...

- Vem cá, pimentão não arde, amor?

- Não... – eu ria. - Mas dá um cheiro e um gosto maravilhoso no arroz.

- Huuumm... Minha mãe nunca me diz essas coisas. – ele analisava a embalagem com um bico como se fosse algo super interessante. Dava os ombros e jogava o carrinho.

No fim fomos pro caixa e ele na fila de espera sempre pegando um produto ou outro do carrinho e lendo o rótulo. Ele não sabia de nada de cozinha mesmo.

- Tem certeza que eu vou aprender usar isso tudo?

- Vai sim. Cozinha é mais prática...

Acho que conversamos alto demais porque a Caixa ficou nos olhando. Com certeza imaginando coisas...

Saímos pro carro com as sacolas e fomos pro meu apartamento. Agora a ação começa!

- E aí? O que eu faço? Começa fazendo o que?

- Kaio, antes de tudo higiene. Vamo lavar tudo que a gente trouxe!

Organizamos as compras e eu fui ensinando o passo a passo pra ele. Corta, pica, desfia, liga o fogão, fogo baixo, coloca mais água, tempera, prova, coloca mais sal, lava isso aqui... Pra minha surpresa Kaio fazia tudo atentamente, ele estava empolgado mesmo. Eu pensei que quilo fosse só zoação dele.

- Prova aqui. – ele disse. Colocou a colher na minha boca, eu estava agachado do lado dele acendendo o meu forno que infelizmente não tem acendimento automático.

- Tá ótimo. Tá vendo? Não é difícil.

Ele mexia numa panela, mexia em outra, apagava o fogo de uma coisa e aumentava de outra. Aquilo tava uma confusão pra ele.

- Amor, calma. Tá ficando bom. – Abraçando ele por trás. Ele ria nervoso.

- Tomara que fique mesmo.

Eu fui preparar uma batata frita.

- Pra quê isso? – ele olhava confuso pra mim jogando farinha de trigo na batata crua.

- Pra não sugarem o óleo e nem apegarem umas nas outras.

- Nunca comi batata frita natural. Minha mãe compra um pacote enorme de batata congelada.

- Nunca? Aff... Eu não gosto de batata congelada de supermercado. Batata frita caseira é a melhor batata frita do mundo! Aquelas congeladas não tem gosto de nada.

E não tem mesmo... Depois de um tempo saíram uma senhora lasanha, uma carne a molho, arroz, feijão, salada e as benditas batatas frita.

Fomos pra mesa, eu o servi. Elogiei a comida, que ele tinha feito tudo certo. Ele todo orgulhoso dizendo que ia cozinhar mais vezes. Comecei a contar pra ele da casa da Milena mais cedo e quando toquei no nome do Klaus, Kaio mudou.

- Igor, eu não acredito que ele queria te trazer.

- Eu não aceitei.

- Eu não falei pra você ficar longe?

- Ele já estava lá quando cheguei. E eu recusei!

Ele me olhou sério e segurou minhas mãos.

- Meu amor... – parou um pouco e respirou... – por favor, não fale mais com ele. Só isso que eu quero. Klaus não é confiável e só a ingênua da Milena não vê isso. Não quero você perto dele. Isso não é algo a se discutir.

- A empresa dele está dando o casamento. Eu tô envolvido com a Milena.

- Eu sei, mas por favor Igor... eu vou acabar sendo contra essa ideia de você ajudar a Milena.

- Qual o seu problema com o Klaus?

- É que ele deu encima de mim de uma forma bem escrota. Eu não quero falar sobre isso hoje. Não agora, nem aqui. É nosso primeiro mês junto, o primeiro de muitos e eu não quero pensar em coisa ruim. Hum? – me deu um selinho. Eu ia protestar mas ele foi mais rápido. – Vamo cuidar da louça. – Já se retirando da mesa com o prato.

Eu fiquei pensando naquilo... Lembram que eu disse que sou antenado, né? Pois bem.

Cuidamos da louça e fomos pra sala ver TV. O meu plano era passar o dia todo com ele em minha casa.

- Eu comprei algo pra ti. – Entreguei o embrulho que deixei na estante da sala.

- Ôh amor não precisava! – Kaio praticamente rasgou o embrulho numa puxada só. – Cara, que massa! Eu adorei! – já foi logo colocando o relógio no braço e abotoando.

- É legal pra você que corre e tudo mais. – Tentei lembrar das palavras do vendedor da ótica. – É ideal pra quem pratica esportes porque ele tem medidor de press... – não terminei. Me deu um beijo que me deixou sem ar no sofá.

- Obrigado! Eu também comprei algo pra você, mas está no carro. Pera, que eu vou buscar! – ele desceu e voltou também com um embrulho bem maior que o meu. Deu até vergonha de ter dado “só” um reloginho. Reloginho muito caro, aliás! – Abre!

Era uma caixa com o perfume e o desodorante Carpe Diem do Boticário. Sempre foi meu perfume preferido. Eu lembrava mesmo de ter dito uma vez que era meu perfume favorito mas saiu de linha e por isso migrei pra outros. Junto à caixa do perfume havia outra caixa. Tinha um conjunto de carteira e cinto de couro lindos de morrer. Sou louco por couro.

- É um Carpe Diem???? Como você conseguiu? – falei histérico. Quem já assistiu um episódio de “Tomo mundo odeia o Cris”, quando a Rochelle recebe um perfume que ela queria muito no dia das mães? Então, acreditem, eu estava daquele jeito. – Oh meu Deus! Saiu de linha, Kaio! Eu procurei até na internet pra comprar e não achei! – ele prendia um sorriso.

- Não posso falar das minhas fontes... mas são as melhores, acredite!

- Ah e eu adorei a carteira e o cinto amor. São lindos. – continuei observando a embalagem do meu perfume com as obras de arte todo bestão... Me joguei encima dele e agradeci com aquele beijo.

Eu fiquei abobalhado com meu perfume e o Kaio apertando todos os botões do relógio pra saber como funcionava.

- Igor, tem mais. Eu quero que você conheça pra os meus pais.

- É verdade! Temos um mês juntos e sei mal o nome dos seus pais.

- Não... Você não entendeu. – ele riu. – Eu quis dizer te apresentar aos meus pais. Formalmente. – Aí que a ficha caiu. A cena “pai, mãe, esse é o Igor meu namorado” não saia da minha cabeça.

- Espera... Você diz “formalmente” tipo...

- Tipo “pai, mãe, esse é o Igor meu namorado”. – eu tentei não rir.

- Seus pais sabem de você?

- Sabem de muita coisa. Sabem da gente. Sabem de tudo.

- Então, se eles não dizem nada por mim tudo bem... – Forcei um sorriso. Claro que eu tava pirando por dentro. Nós íamos casar no próximo aniversário?

- Ótimo! – ele levantou do sofá radiante! – Vamos lá pra casa!

- Agora?

- Vamos, eu falei pra eles que ia te convencer!

- Kaio, assim? Agora? Do nada?

- Vamos! – ele na frente da porta ansioso.

Eu fui no banheiro e me olhei no espelho.

- Você está muito ferrado.

Lavei o rosto, joguei água na nuca, escovei os dentes, engoli um seco e segui pra forca...

No caminho o Kaio dirigia sorrindo e eu? Os dentes cerrados de medo. Em pleno o dia de hoje, aniversário de namoro o Kaio inventa uma loucura dessas?

- Nem liguei o som do carro porque é pertinho, mas se quiser escutar música pra ficar cantandoVamo logo. – eu tentei sorri e neguei.

Chegamos na casa dele. Apesar de já ter entrado lá, agora me parecia um lugar totalmente estranho. Entramos e com quem eu dou de cara do lado do portão no jardim? A mãe dele.

“Vamos lá, o seu melhor sorriso, Igor. Não pode ser tão ruim assim.”

______________________________________________

Vou tentar responder de novo os comentários do conto passado:

Junynho Play: Momentos nada agradáveis, infelizmente!

Kevina: Cheio de intimidade e metido.

Felipe RN: Que ótimo! Isso me tranquiliza! haha

LUCKASs: Muitíssimo obrigado! Espero ver seus comentários mais frequentes então.

Drica (Drikita): Klaus vai ter o sacode que merece. Você vai ver.

Takahashi: Pra mim ele é um mistério até hoje.

Obrigado aos comentários de Agatha28, Irish, Ru/Ruanito, guhs, Alê8, Joshuacdc, Drica Telles(VCMEDS) .

Pra avisar: Kaio e eu estamos viajando. Mas logo logo já estaremos em casa e aí as postagens voltam a ficar mais frequentes. Obrigado por avisarem do erro no conto. Abraço a todos!

kazevedocdc@gmail.com

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 6 estrelas.
Incentive Igor Alcântara a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários

Foto de perfil genérica

Amei. Vcs são muito fofos juntos. O amor de vcs é muito lindo. Esse Klaus é muito cara de pau, viu que vc estava com uma aliança mesmo assim ficou assediando. Perfeito o cap. Aguardando o próximo. :)

0 0
Foto de perfil genérica

Amei, amei, Amei simplesmente divinal. Um grande beijão.

0 0
Foto de perfil genérica

Adorei, mas acho que está incompleto, não?

0 0
Foto de perfil genérica

Amei-como sempre, mas to achando muito pequeno, e as datas de postagem estão muito distantes!

0 0