Style. 1

Um conto erótico de Swift <3
Categoria: Homossexual
Contém 1527 palavras
Data: 31/12/2014 16:55:18

Era o casamento do meu pai, Alberto. Depois de 4 anos separado da minha mãe, Marina ele finalmente iria se casar. A igreja estava muito cheia, ele convidou toda a alta sociedade da cidade. Ele era o melhor juiz da cidade, tinha 45 anos, é, definitivamente meu pai me deixou de lado. Bom, eu não sou filho único. Meu irmão mais velho, Fernando, tem 22 anos, eu, Federico, tenho 18, acabei de terminar o colegial. Minha mãe era uma produtora de eventos, muito requisitada na cidade. Foi uma separação amigável, e eu, eu chorei mais do que quando cai de bicicleta, mas depois superei e aqui estou eu na porta da igreja conversando com Luana pelo Whats.

“Se vc se atrasar eu te mato. Não me deixa sozinho numa situação dessas.” Digitei.

“N vou te deixar só. Eu sei que vc não aguenta a cara daquela nojenta.” Digitou.

“Então chega logo. Tchau.” Digitei.

- Ei Fed, não vai entrar? – Era meu irmão. Ele estava acompanhado de sua namorada. Minha cunhada preferida.

- To esperando a Luana. – falei. – Você ta linda Julia.

- Obrigada. – falou minha cunhada. – Foi você que desenhou, claro que tá lindo.

- Obrigado. – falei.

Sim. Eu desenho e meu sonho é ser estilista. Vou cursar moda na faculdade. E sim, eu sou gay. Meu pai sabe, minha mãe sabe, meu irmão sabe, a cidade toda sabe. Eu nunca escondi de ninguém. Me assumi as 15 anos e meus pais aceitaram numa boa. Meu irmão continua me mimando do mesmo jeito.

Luana chegou mais rápido do que eu previ. Ela era minha melhor amiga. Minha irmã de outra mãe. Ela estava linda com um vestido preto justo.

- Tá linda amiga. – falei.

- E você tá um gato. – falou.

- Peguei qualquer roupa no armário e vesti. – falei.

- Então essa qualquer coisa ficou muito linda. – falou rindo.

- Eu tenho que ir no banheiro. – falei. – Se quiser entrar pode ir.

- Te espero lá dentro. – falou me dando um abraço e entrando na igreja.

A noiva não tinha chegado ainda. Fui no banheiro lavar o rosto. Olhei no espelho e vi meu reflexo pálido. Definitivamente eu estava deprimido. Meus cabelos negros não eram mais os mesmos. Cortei. Meus olhos azuis estavam mais escuros que o normal. Meu corpo magro era definido. Não exageradamente. O motivo da minha tristeza, meu namorado sofreu um acidente de carro a um mês atrás morreu. Foi a pior dor de todas, mais do que a separação dos meu pais, e de quando eu cai de bicicleta. Ele era perfeito, romântico, divertido e inteligente. Queria ser medico. Ele não morreu subitamente. Foi levado para o hospital e quando eu estava me preparando pra dormir meu irmão entrou no quarto e me abraçou, muito, muito forte. Patrício era o melhor amigo do meu irmão, nos conhecemos através dele.

- O Pat sofreu um acidente de carro e foi pro hospital. – falou ele.

Meu mundo desabou. Chorei. Soluçava de tanto o chorar. O ar me faltava.

- Me leva pro hospital. – falei. – Por favor Fernando.

Eu me levantei apressado e nem troquei de roupa. Meu irmão ligou o carro e fomos pro hospital. Mamãe nos acompanhava. Ele me consolava no banco de trás do carro e dizia que ficaria tudo bem.

Todos os parentes dele estavam na sala de espera. Mãe dele me viu e correu pra me abraçar. Seu pai chegou perto da gente e ficamos os três abraçados chorando.

- O estado dele é grave. – falou a mãe dele.

O médico entrou na sala e todos olhamos pra ele.

- Ele está consciente e quer falar com um garoto chamado Federico. – falou. – Quem é?

- Sou eu. – falei.

- Me acompanhe. – falou o médico. Olhei pros pais de Patrício e eles assentiram.

Eu acompanhei o médico até a UTI. Eu entrei e ele nos deixou a sós. Vê-lo daquele jeito me fez chorar ainda mais. Ele estava muito machucado, muito mesmo. Cheguei perto dele e apertei sua mão. Ele abriu os olhos.

- Eu te amo tanto. – falou. Ele falava bem baixo. – Mais do que a mim mesmo. Com todas as minhas forças.

- Eu também te amo, muito, muito, muito. – falei. – Vai ficar tudo bem.

- Só promete que não vai se esquecer de mim. – falou. – Mas vai seguir em frente e enfrentar tudo de cabeça erguida.

- Não fala isso. – falei chorando. – Você vai ficar bem e nos vamos ter uma família, você vai ser um grande medico e vamos ter três filho e um cachorro. – ele riu fracamente. Dei um selinho demorado nele.

- Eu te amo. – falou. Foram as ultimas palavras dele. O aparelho apitou e eu gritei. Os enfermeiros entraram e me mandaram sair.

Fui pra sala de espera. Todos me olharam. Eu chorava tanto. Minha mãe me abraçou. Minutos depois o médico entrou na sala.

- Nós tentamos de tudo. – falou.

Meu mundo caiu. Todos choravam. Tudo foi ficando escuro e eu desmaiei. Acordei de madrugada no meu quarto. Chorei baixinho. No outro dia era o enterro. A família não quis um velório. Doeria demais vê-lo dentro de um caixão. Luana estava do meu lado. Eu segurava um buque de rosas brancas. Meus olhos estavam inchados. Não usei óculos. Mostrei de cara lavada o tamanho da minha dor. Sabia que não era mais do que a dos pais dele mais era de certa forma uma dor muito forte. Ele foi tudo pra mim. Meu primeiro beijo, meu primeiro namorado, meu primeiro homem. Quando começaram a descer o caixão a Luana me abraçou forte. Beijei as flores e joguei. Os pais dele vieram me abraçar. Eles eram ricos e tinham um único filho. Imagina perde-lo. Ele era da idade do meu irmão. Uma vida toda pela frente.

Ouvi a marcha nupcial e enxuguei minhas lagrimas. Entrei na igreja pela porta da frente. A noiva estava entrando, na metade do altar, passei por ela e todos os olhares se voltaram pra mim. Passei na frente dela e fui andando imitando ela. Devagar e lento. Finalmente ela conseguiu o que queria. Ela era secretária do meu pai. Foi por causa dela que meus pais se separam. Podia ter sido uma separação amigável mais eu ouvia todos os dias o choro da minha mãe. Quando papai pediu o divorcio e mamãe aceitou, no outro dia fui conversar com ele. A secretaria que ficava do lado de fora tentou me barrar. Cheguei perto da porta e ouvi um estouro de champanhe.

“- Finalmente podemos ser felizes. – Falou Sabrina.”

Entrei com tudo na sala e ela estava encima do colo do meu pai. Eles estavam se beijando quando eu entrei. Bati palmas.

- Lindo casal. – falei. – Eu sabia que a separação de você e da mamãe era por causa de um vadia. – Na época eu tinha 14 anos, mas já sabia me defender.

- Não fala assim. – falou meu pai. – Mais respeito.

- Eu tenho nojo de vocês. – falei. – Você é minha maior decepção pai. – Sai daquela sala correndo. O elevador estava demorando. Vi meu pai saindo da sala. Corri pra escada. Acabei tropeçando e desmaiei. Acordei no hospital com um braço quebrado. Ele entrou no quarto e virei o rosto. “Sai daqui”, foi o que eu disse. Escutei a porta fechar.

Fiquei do lado de Fernando. A noiva tinha chegado ao altar. Ela me fuzilava com olhar. Olhei ao redor e todos estavam rindo da minha cara de pau. Luana segurava um risada. O padre começou a falar e aquilo me deu um tédio, bocejei alto.

Todos me olharam. De tanto tédio eu sai do altar e me sentei do lado da Luana. Me encostei em seu ombro e fechou os olhos. Senti muitos olhares pra mim. Lembrei do dia que eles marcaram a data.

- Vocês poderiam marcar pro ano que vem. – falei.

- Porque? – perguntou meu pai.

- O Patrício morreu semana passada. – falei. – Vocês deveria ter mais consideração. Os pais dele são seus amigos.

- Não vamos deixar de nos casar porque seu namoradinho morreu. – falou Sabrina. – Vai ver ele tá no inferno e você ai chorando.

Foi a primeira vez que bati em uma mulher. Minha mão ardeu. Meu irmão me olhava de olhos arregalado.

- Nunca mais fale assim dele vadia. – falei e sai.

Luana me cutucou.

- já ta acabando. – falou no meu ouvido.

- Graças a Deus. – falei alto. Mais uma vez todos olharam pra mim.

A palhaçada do casamento acabou e os convidados foram pra casa do meu pai. A festa seria lá.

Aquela chatice toda estava me matando. Eram quase duas da madrugada e a Luana já tinha ido embora. Meu pai chegou com um amigo dele no sofá onde eu estava, perto da piscina.

- Filho, esse é o meu amigo, João Macedo. – falou. Olhei com tédio pra ele.

- Prazer. – falei.

- Seu pai fala muito de você. – falou.

- Bem o mal? – falei. Ele me olhou e nada falou.

- Ele trouxe o filho dele. – falou meu pai. – Ele vai faz faculdade junto com seu irmão.

- Medicina? – falei.

- Sim. – me arrepiei todo. Um rapaz apareceu. Ele era lindo. Loiro e forte. Da idade do meu irmão. – Prazer João filho Macedo.

- Federico Lopes Amorim. – falei. – PrazerOi?

Bom, esse conto é fictício. Chorei muito escrevendo a parte da morte do Patrício. Espero que gostem. Vou tentar publicar um por dia. Beijos e Feliz Ano Novo!

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Comentários

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Como eu deixe de reparae um conto tão linfo ja me indentifiquei com ele

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Acompanharei porque me chamou atenção e você é incrível escrevendo! Da uma olhada nos meus depois se quiser...

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Legal, se descreve melhor e o gato também, tu ainda foi no casamento, eu não perdova?

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