A menina do corredor

Um conto erótico de Paulo Souza
Categoria: Heterossexual
Contém 637 palavras
Data: 30/12/2014 19:45:20
Última revisão: 10/01/2015 14:38:37

Era quase fim de ano. Coisa de outubro ou novembro. Estava para ocorrer o congresso anual promovido pelo corpo docente do meu curso: Administração.

No horário da aula de Sociologia Econômica, uma disciplina optativa na qual inscrevera-me naquele semestre, eu estava na fila de inscrição para o tal evento.

Havia diversos colegas na fila, que era imensa e circundava metade do longo corredor. Ah, e a maioria dos futuros inscritos, claro, compunha-se de mulheres.

Muitas meninas em seus vinte e poucos anos. Diversas delas vestindo blusa de malha, ou até blusa-polo as que estavam estagiando. A blusa-polo era parte do uniforme de várias empresas da região. Os únicos elementos que mudavam eram a cor e o logotipo costurado.

Quanto aos calçados, via-se muitas sapatilhas... ah, sim... sapatilhas de todos os estilos. Bateu-me até curiosidade de apreciar o perfume produzido pelos pezinhos de suas donas.

A fila andava em um ritmo razoável: rápida demais para ser considerada lenta, deveras vagarosa caso seja vista como célere.

À minha frente, estudantes extraterrestres (aqueles que eu, assim, chamava por desconhecê-los, sabendo somente que estudavam na mesma instituição do que eu).

Todavia, atrás de mim vinham os estudantes conhecidos, majoritariamente falando. Detentoras de óvulos com as quais eu estudara em três ou mais disciplinas. Imediatamente atrás de mim, estava Larissa, uma dessas detentoras. Deveria medir entre 1,58m e 1,62m de altura, imagino, com uns pezinhos de 34 a 36.

Larissa enquadrava-se nas descrições anteriores fielmente: blusa-polo com logotipo costurado,calça "jeans", sapatilhas. Cabelos presos por piranha.

Em determinado momento, os avanços na fila rarearam. Uma onda de cansaço e sono dominou alguns dos interessados no congresso. Larissa sucumbiu ao cansaço. Disse-me que deitaria ao fundo do corredor (a um metro atrás de nós). Pediu que fosse acordada assim que a fila começasse a andar.

O desejo dela foi atendido. A fim de acordá-la, decidi tocar, levemente, no peito de seu pé direito, parte desprotegida pela sapatilha graciosa que estava calçando.

Com as costas rentes à parede e as pernas totalmente esticadas, Larissa cruzou estas, permitindo que minha atenção fetichista ganhasse ainda mais estímulos: a sapatilha afrouxara-se do pé um pouco, o que rendeu-me a contemplação do arco um tanto oblíquo e saliente entre o seu calcanhar redondo e a sola do dedão.

Minha reação foi uma só: um tesão crescente e latejante. Imaginava-me já descalçando Larissa e pondo o rosto ante seus dedinhos para sentir todo o perfume ainda não revelado. Preencher minha boca com o calcanhar redondo e, por isso, belo da estagiária seria meu próximo ato fantástico-fetichista.

Fechando a janela da fantasia, retornei à realidade ao pensar qual resposta Larissa daria-me se tocada no pé. Com raciocínio um tanto pragmático, calculei risco e retorno presentes nessa ousada tentativa. Como Larissa reagiria? Mostrar-se-iria receptiva à abordagem podólatra? Ou rechaçaria tal traço de minha sexualidade?

Findos os cálculos, decidi seguir com a inclinação fetichista: agachei próximo a Larissa (propositalmente colado a seus pés, rsrsrs...).

E, então, aconteceu: os dedos indicador e médio de minha mão direita esfregaram, levemente, o peito do pé direito de Larissa, cujos olhos abriram-se subitamente e com tons desaprovadores.

Histeria é ótima caracterização para o comportamento dela. Após identificar a rejeição vociferante da colega, fiz-me como se tudo fosse muito corriqueiro, evitei fitar alguém e olhei para o teto, paredes vazias... enfim, para o nada nos próximos 90 segundos.

Mesmo assim, muitos naquela longa fila estavam com olhares para mim: a histérica disse meu nome em suas vociferações, o que fez com que as colegas conhecidas fitassem-me com um sorriso ao canto da boca.

Mais focado em estar invisível e desapercebido do que em reagir ao ataque histérico, nem me lembro do que Larissa reclamou, exceto pelo final do ataque, em um som bem, bem, bem alto, claro e nítido: "SÓ PORQUE VOCÊ GOSTA DE PÉ!!!"

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