CAPITULO A02 – Riacho do Curimatã

Um conto erótico de Anjo
Categoria: Heterossexual
Contém 1431 palavras
Data: 07/11/2014 23:21:13
Última revisão: 26/11/2014 16:11:18

(Sexta-feira, há 38 anos)

Apesar do nome – Riacho do Curimatã – nem de longe deveria ser chamado assim, as águas calmas desciam chiando por entre as pedras formando uma pequena queda d’água depois de uma curva.

- Porque chamam esse rio de riacho mãe? – Maria Clara sentia o baque na água nas costas.

- Sei lá filha, teu pai gostava daqui... – mergulhou nadando por debaixo da água até sentir os pulmões arderem.

Desde crianças iam sempre pra Quinta do Pé de Serra, uma quase fazenda que foi a menina dos olhos de Sebastião.

- Acho que é porque no verão as águas baixam – Ana Júlia tomou ar – Onde está teu irmão?

- Deve de estar passarinhando... – sentiu vontade de sorrir, Jorge deveria estar às voltas com Das Dores em algum lugar – A Pé de Serra sempre foi da gente? – não queria que a mãe botasse muita atenção na falta do irmão.

- Era do teu avô... – tornou mergulhar nas águas quase geladas.

Tinha perguntado por perguntar, sabia que o filho deveria estar dando uma com a pretinha. Às vezes achava estranho pensar essas coisas do filho, mas a verdade é que lá bem no fundo sentia um pouco de ciúmes.

Até Maria Clara remoía um tiquim de ciúmes do irmão, mas não sabia ao certo o porque desse sentimento danado de safado que tinha por Jorge. É verdade que ele conseguia atiçar coisas gostosas que só sentia com ele e isso lhe estava atormentando muito mais depois que descobrira as escapadas dele com a pretinha de olhos amendoados.

- E o Abelardo? – Ana Julia se aconchegou à filha que parecia perdida em pensamentos – Esse silêncio é por ele?

- Que Abelardo que nada mãe, eu tava só pensando numas coisas...

- Vocês brigaram outra vez? – jogou a cabeça para traz arrumando os cabelos sedosos, Maria Clara suspirou espanando aqueles pensamentos da cabeça.

- Dá mais não... – também arrumou os cabelos, cada dia ficava mais parecida com a mãe – É um crianção, mandei catar milho em outra freguesia...

- Vocês vivem como cão e gato... – sorriu, os dentes alvos pareceram tilintintar – Teu irmão...

- Já sei, o Ginho deve de ter falado que a gente...

Parou, Jorge corria descendo a ribanceira como um desmiolado. As duas suspiraram aliviadas ao ver o rapaz de físico bem delineado se jogar de ponta cabeça.

- Tua tá doido Ginho? – tentou se livrar do abraço, mas se deixou abraçar quando sentiu aquele treco duro imprensado em sua bunda – Onde tu tava?

- Dando umas voltas pelo mato... – beijou o cucuruto da cabeça da irmã que se jogou mais para ele - Por que vocês não falaram que iriam vir pro riacho?

Não queria de verdade, nunca quis, que a irmã continuasse com aquele jogo de sedução, tinha medo que a mãe percebesse alguma coisa e tentou de desencostar.

- Onde tu vai... – sussurrou sentindo aquele negócio gostoso – Fica aqui Ginho...

- Para com isso Clarinha... – assoprou em seu ouvido – A mamãe pode notar...

- Então fica, tá bonzinho – a xoxota parecia zunir.

A mãe parecia absorta demais em seus pensamentos, porém já havia notado aquele esfrega-esfrega, bem já tinha pensado em tentar coibir aquele estranho jogo entre os irmãos, mas as lembranças dela própria lhe eram freios.

- Vem cá filho... – nem se deu em conta que falara – Esfrega minhas costas...

Jorge respirou aliviado e se descolou de vez da irmã mergulhando enquanto Ana Clara continuava sem entender aquela sensação gostosa que lhe corria o corpo e também mergulhou, se deixou afundar com aquelas imagens fortes e lembranças de como tudo parecia ter mudado depois daquele final de semana na praia da Pipoca que teimava em ficar preso em sua memória.

Nem sabia ao certo como tudo tinha sido e nem o porque de ter querido ir acompanhar o irmão naq1uela noite de lua cheia.

- Tu vai pra onde mano? – Clara sentou no colo do irmão.

A mãe tinha saído para visitar a amiga Mundica que estava adoentada, Tatiana estava pensativa sem saber se poderia contar, para a prima, o que tinha visto na cachoeira dos macacos.

- Tava pensando em dar uma passeada nas pedras – abraçou a irmã acariciando a barriga ponteada de montículos – Topas?

- E a Tati?

- Chama ela...

- Não... – se apressou em responder – Só a gente mesmo ou tu quer que ela vá? – torcia para que ele dissesse que não.

- Tá bom, tu vai assim mesmo?

- Porque, a gente não só vai passear? – levantou e puxou o irmão pela mão – Se a gente fosse na cachoeira... – calou, a imagem de Das Dores voltou como por encanto.

Jorge nunca soube, ela jamais teria coragem de falar que tinha visto a negrinha gemendo sentada em seu colo, e nem que tinha visto ele chupando os peitos pontiagudos da garota, mas essa imagem passou a povoar seus pensamentos. Não era mais criança e sabia muito bem o que os dois faziam quando escapavam pelas capoeiras do lugar.

As pedras negras tomavam boa parte da réstia de areia que chamavam de praia da pipoca onde desde criança aprenderam a mariscar e tomar banho nas cacimbas dos olhos d’água que pipocavam grãos de areia alva durante as seis horas de maré baixa.

O sol já tinha descambado mar adentro e uma brisa meio fria arrepiava os cabelinhos dos braços.

- Guinho... – tinham parado perto da pedra do peixe – Tu tá comendo a Das Dores, não tá?

Tinha sido difícil resolver falar, mas a curiosidade mexia e não se conteve. Jorge olhou para ela, no rosto um que de seriedade embolado com uma espécie de sorriso faceiro.

- Não... – tentou desviar o olhar – A gente gosta de passear e conversar...

- Mas lá nos macacos... É.. Sabe... – sentiu o rosto queimar – Vi vocês juntos...

- Tu não viu nada...

- Vi sim... Ela tava pelada sentada no teu colo e... E tu... Tu tava chupando o peito dela...

Jorge respirou quase que agoniado, mas não teve coragem de olhar no rosto da irmã. Tirou as sandálias e ficou mexendo a água com a ponta dos pés.

- Tu gosta dela?

Não era gostar de querer namorar, sentia uma simpatia gostosa pela negrinha desde quando eram crianças e, aos poucos, de conversa em conversa passou de conselheiro a amante, só que não queria que isso caísse no conhecer da mãe e muito menos da irmã.

- Ela... Ela gosta de... De... – suspirou forte, os pintos intumescido estrebuchou – De fazer isso... Er.. De.. De fu.. Fuder contigo?

Aquele frio de medo continuava passeando na espinha, mas sabia que não tinha mais como esconder.

- Tu falou pra alguém?

- Tu tá doido mano, claro que não... – piscou ainda mais nervosa – É bom?

- O que piquena?

- Fazer isso?

- Fazer o que? – finalmente firmou olhar no rosto da irmã que abaixou a cabeça.

- Tu sabe... O que tu tava fazendo com ela... É bom?

Mas ele não respondeu, apenas levantou, tirou a camisa e mergulhou na cacimba que começava encher de água salgada. Maria Clara olhou para ele, gostava de ver o irmão, gostava de ver o corpo meio magro demais, mas nem por isso feio.

- Tu falou que não ia banhar... – atirou um seixo em direção do irmão – Tu devia ter dito...

- Vem! A água tá quentinha... – aspergiu água na direção da irmã – Vem Clarinha!

- Não tô de maiô...

- Precisa não, vem!

Tava doidinha pra ir e ficou em pé olhando para trás vendo se não tinha alguém mais no lugar. A fileira de pés de cajueiro que o avô havia plantado parecia esconder figuras, bem dentro sentia um pouco de medo daquelas sombras um tanto fantasmagóricas.

- Não vou molhar minha calça...

- Tira! Vem!

Novamente olhou para trás, sabia que a barreiras de pedras não deixava olhar que estava na cacimba, mas lá no fundo sentia uma mistura de medo e de vergonha. Não seria a primeira vez que tomava banho sem roupa, mas naquele dia era diferente. Não mais via sua nudez como algo natural, principalmente depois do que vira. Suspirou forte e tirou a camisa, sentiu um roçar de vento nos pequenos seios alvos com aréolas quase da cor da pele e estremeceu. Olhou para o irmão que parecia não notar antes de tirar a calça jeans um tanto colada no corpo.

Era engano pensar que Jorge não a tinha notado, cada vez a irmã estava mais bonita, cada vez mais cópia da mãe. Tambem para ele não era fácil esconder a admiração por ela, não poucas vezes teve a noite arada por sonhos carnais.

- Clarinha! Clarinha!

Maria Clara sentiu o corpo gelar ao ouvir Tatiana chamar por elaPróximo Capítulo: Casinha de Sapê

(Jorge reencontra sua primeira namoradinha e entre muito desejo recordam a primeira vez e se entregam nas águas frias da Cachoeira do Cipó)

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Comentários

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Na melhor parte acaba? É isso mesmo produção ?

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Nota mil.

Mas por favor, poderia republicar os contos (MANINHA, DOCE E PURA MANINHA - I, II e III) mencionado em outro conto seu?

Já procurei muito, mas não os encontrei.

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Senti falta dos seus contos, mestre.Como sempre, sua obra é maravilhosa.Nota mil!

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