O FRUTO Cap. 22

Um conto erótico de Diogenny
Categoria: Homossexual
Contém 1614 palavras
Data: 13/10/2014 23:34:13

O FRUTO Cap. 22

“Por favor, me deixe ficar na cama pra sempre.” Murmurei.

Era segunda-feira e eu ainda não tinha absorvido tudo o que aconteceu nos dias anteriores. Eu virei na cama e não me preocupei em desligar meu rádio relógio, “Darck Horse” tocava em alto e bom som... Eu tinha sonhado com ele... Com aqueles olhos multicoloridos e naquela boca linda, sonhei com ele me envolvendo, com seus lábios roçando em meu pescoço e na sua voz sussurrando um “eu te amo” emocionado e cheio de necessidade.

Suspirei e tentei afastar esses pensamentos. – Lembre-se que você o odeia idiota! – Murmurei contra meu travesseiro.

...

Estava na porta da escola e ainda tentava reunir forças para entrar, eu ainda não acreditava que havia concordado com isso; Igor e Irina seriam meus novos guardas. Era o preço que eu precisei pagar para poder ir à escola. Caius não me deixaria voltar só e eu estava cansado de discutir sobre minha liberdade.

Olhei para minha frente. Igor parecia tão nervoso quanto eu. Sorri e pensei em comentar para ele se acalmar, que a escola não era tão ruim assim, mas suspeitava de que esse nervosismo tinha um motivo; Matheus. Claro que não falei isso, resolvi guardar para mim o comentário. Irina estava tão silenciosa que eu quase tinha esquecido que de que ela estava lá. Ela era linda, tinha acho, que uns 1,70 de altura e seus cabelos eram de um vermelho vibrante que caia em uma trança sobre suas costas, o uniforme branco só acentuava sua pele cor de caramelo, seus olhos eram pequenos e de um castanho lindo, quase amarelo. Ela olhava a tudo como se fosse a primeira vez que via tudo.

-E é sim! – Ela respondeu timidamente

-C... Como é? – Perguntei.

- É minha primeira vez no mundo humano, sempre vivi na mansão e nunca tinha saído de lá. – Sua voz era um sussurro tímido.

Sorri para ela e apertei seu ombro na tentativa de acalma-la. Me senti culpado por arrastar ela para essa confusão que se tornou minha vida.

- Não sinta. – Falou sorrindo – Eu sempre quis conhecer o mundo humano, então na verdade eu lhe devo obrigado.

Minhas bochechas aqueceram e tive a certeza de ter ficado com o rosto corado como um tomate. “Pra variar!”

Só aí que me toquei para algo, eu não falei em voz alta. Eu havia pensado! Olhei para ela incrédulo. Ela sorriu e afirmou para mim, como se falasse “sim, eu leio mentes”.

Antes que eu pudesse falar algo, Marcelle veio de mãos dadas com o Gutto. Ela de cara abriu um sorriso ao nos ver. Deu bom dia e sentou-se ao meu lado. Claro que ela não perderia a oportunidade de alfinetar o novo casal que se formava. Ela havia começado uma campanha para “shippar” o novo casal.

- Igor, acalme-se gato. Matheus já está a caminho. – Falou olhando para ele, com seus grandes olhos questionadores. Senti pena de Igor e quase gritei “Corra Igor, ela vai tentar arrancar informações suas”.

- Ele me confessou que vocês andaram conversando muito por telefone. Oque vocês tanto falam? – Seus olhos brilhavam de curiosidade.

Igor mexeu-se desconfortável e parecia disposto a fazer qualquer coisa do que responder Marcelle. Antes mesmo que ele respondesse, Matheus surgiu com um sorriso, que aumentou ao ver Igor. “Salvo pelo gongo” Expliquei a eles que o dois sobrenaturais estudariam conosco e que de quebra eu tinha dois novos guardas. Claro que Caius havia mexido alguns pausinhos para que ambos entrassem a esta altura do ano...

Já dentro da sala notei que Marcus e Matheo não estavam. Senti um misto de alivio e decepção enorme. Não queria ter que vê-los, eu ainda estava muito magoado pelo que houve nos dias anteriores. Alice também não estava e não queria vê-la, eu tinha certeza de que ela não deixaria a expulsão da mansão assim, tão barato. Sentei-me e fui rodeado pelos meus amigos, Matheus estava sentado ao lado de Igor e Marcelle ao lado de Gutto. Senti um pouco de inveja deles, de repente senti-me solitário e bastante só. Mas estava feliz por ver meus melhores amigos felizes. O professor de historia entrou e deu inicio a aula e quando estava fazendo a chamada foi interrompido por Matheo, ele entrou e desculpou-se, vindo em minha direção... Um suspiro fugiu de meus lábios, nossos olhares se encontraram e ele sustentou o olhar.

Seus olhos eram de uma cor violeta tão linda. Tão claro e límpido, que era como se expressassem um sentimento de culpa. Ele veio em minha direção e foi como se o tempo parasse, ele ficou de frente para mim, ignorando o professor que mandava sentar-se. Matheo o ignorou e abaixou em frente a minha mesa. Nossos olhares ficaram na mesma altura. Seus lábios eram apenas uma linha fina e vermelha. Ele suspirou e falou com uma voz branda;

Precisamos conversar – Falou firme – preciso te explicar o motivo de ser um babaca – um sorriso tímido surgiu.

Apenas assenti.

Não conseguiria falar nem se quisesse.

...

E lá estava eu, cheio de expectativas, “Oque será que ele vai falar?” “Oque será que devo esperar dessa conversa?” “Ah merda! Não crie expectativas, idiota”. Claro que o universo não ia colaborar comigo e o tempo parecia arrastar-se. Matheo havia sido obrigado pelo professor a sair da sala, claro que ele não sairia assim tão fácil. Ele saiu fazendo graça e fazendo a sala toda cair em gargalhadas. Seu ultimo olhar antes de sair foi para mim...

Exatamente dez segundos depois de Matheo sair da sala, um pequeno bilhete aterrissou sobre minha mesa me tirando dos meus pensamentos;

“Oque foi isso?” A incorrigível letra de Marcelle estava no papel.

Olhei e seus olhos, eles exibiam um misto de curiosidade e alegria. Não a respondi. Apenas neguei com a cabeça. E outro bilhete pousou sobre o antigo; “Vá logo!” A escrita firme de Matheus brilhava. O olhei revirando os olhos.

Um terceiro bilhete pousou em minhas coxas, só que no formato de um aviãozinho. Suspirei e o desdobrei para ler. “Se você quiser ir vá, ele não o machucará. Mas em todo caso é só nos chamar”. Igor acenou para mim. Um quarto bilhete veio do meu lado esquerdo, uma bola de papel amassado; “Vai logo!” a caligrafia era desconhecida para mim, olhei na direção de onde a bolinha foi atirada e Gutto sorria para mim.

Por que vocês não cuidam de suas vidas! – Gritei

Claro que isso chamou a atenção de todos na sala. Sim! Eu falei em alto e bom som, antes mesmo de ter a chance de nadar em vergonha por fazer isso o professor voltou-se para mim. “Droga! Mais uma vez eu me envergonho em publico” O professor limpou a garganta e simplesmente escreveu em bilhete “Ótimo, diretoria aí vou eu!” Reuni o resto da minha dignidade e sair de sala com a advertência em mãos. Marcelle moveu os lábios sem um pedido de desculpas silencioso. Arrastei-me pelo corredor sentido o prédio em que se situava a parte administrativa da escola. Antes mesmo que saísse do pavilhão das turmas do terceiro ano senti a temperatura cair, os pelos dos meus braços e pescoços arrepiaram e uma sensação de desconforto alojou-se em meu estomago...

– Darcos – falei.

Olhei ao redor em busca da fonte desse poder, e o encontrei. No primeiro momento pensei que era uma pessoa mais ao olhar com ais atenção eu pude perceber a diferença, O ser tinha mais ou menos 1,90 de altura e seu corpo era de um cinza escuro, como se sua pele estivesse podre, mas o pior eram as cicatrizes. Toda a sua pele era marcada de riscos, como se alguém houvesse riscado a pele cinza com um piloto de quadro, algumas marcas ainda estavam abertas e delas minava um liquido viscoso e negro. O cabelo era uma massa desgrenhada e suja. Seu rosto era bestial como se fosse à mistura de algum animal com um ser humano. Sua boca moveu-se e meu coração afundou em meu peito, fileiras e mais fileiras de dentes enormes e afiados enfeitavam a boca da criatura, seus olhos eram de um vermelho escuro quase alaranjado. Quase desmaiei quando o cheiro da criatura atingiu meu nariz, o cheiro era de carne podre e eu desconfiava de que sim, esse cheiro era da pele dele.

Ele moveu-se e senti que ele me atacaria a qualquer momento. Meu instinto primal era fugir dali o mais rápido que eu podia, até faria isso, mas minhas pernas recusaram-se a obedecer meus comandos.

“Merda”

Respirei fundo e lembrei-me do treinamento que recebi de Caius. – Droga David! Você não pode ficar aterrorizado com qualquer monstro que aparece em sua frente! Essa é a sua nova vida, trate de se acalmar e lembre-se de tudo que Caius o ensinou – Falei para mim mesmo.

Esperei a criatura atacar, a diferença de forças era obvia. Mas eu poderia tirar vantagem disto “Lembre-se. É mais fácil esquivar-se do que atacar”. A voz de Caius soava em minha mente. Mudei meus pés, para me esquivar caso a besta viesse em minha direção. A criatura saltou e antes mesmo que atingisse o chão algo a tingiu e a besta gritou de dor, ao cair ao chão ela tombou como um prédio, caindo para frente. Olhei assustado, vendo a criatura transformar-se em uma poça de lama escura. Olhei atônico para trás e vi Matheo segurando uma espada.

- Nós vamos conversar e não há nada no mundo que vá adiar isso! – Falou

Continua...

Mais uma vez, milhares de desculpas. Mas estou e casa nova e estava esperando a boa vontade do técnico de internet vim me salvar ^^

Agora vou fazer o possível para postar diariamente <3

Os amo, saudades de vocês.

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 0 estrelas.
Incentive diogenny a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários

Foto de perfil genérica

Cada vez melhor. Nota 10. É hipnótico ler seu conto.

0 0