Cap.12
NARRADO POR RYU
Sim, ele havia me beijado mais uma vez. Bem mais calmo e carinhoso. Apertou seu corpo contra o meu. Logo ele se soltou de mim. Ficou de olhos fechados. Não vi nenhum sorriso em seu rosto. Parecia que ele não gostava de fazer aquilo. Encostei minha cabeça em seu ombro. E por algum motivo fiquei triste.
- Porque você está fazendo isso comigo ?- falei, suspirando.
- O que ?
- Me deixando assim, besta. Será se tá difícil de você perceber que eu gosto de você ?- falei, agora olhando para os seus olhos.
- Mas... Ryu...- tapei sua boca com minha mão.
- Por favor, você está me deixando cada vez mais confuso. Eu não estou acostumado a gostar de alguém, e do nada você me beija duas vezes, mas parece não se importar. Parece que está sendo obrigado a fazer isso !- falei, com um pouco de raiva.
- O que você quer dizer com isso ?
- Quero que me diga realmente o que quer comigo. Se vai ficar nesse joguinho de beija e só, prefiro que não faça mais isso. Você vai me machucar assim !- imediatamente me levantei e segui meu caminho.
- Não, Ryu, espera !!!- ele correu e segurou meu braço.
- Me deixa ir- eu já chorava- por favor- me soltei dele e continuei andando. Entrei no carro e parti, com muita dor no coração.
NARRADO POR LUCAS
Eu não fazia isso por mal. Meu corpo, minha mente, meu coração, estavam fazendo uma completa bagunça, me deixando confuso. Peguei um táxi e voltei pra casa. Ryu era um fofo. Ele era tudo o que eu sonhei pra mim durante toda a minha adolescência. Sabia ser maduro nos momentos certos, era inteligente, romântico e muito atrativo. Ele fazia muito bem pra mim. Mas ao mesmo tempo eu ficava incrivelmente atraído por Marcos. Mesmo ele tendo feito toda aquela besteira comigo. Ele me atraia de um jeito incrível. Com seus cabelos cacheados e seu jeito meigo de ser, me deixava hiper confuso. E agora ? O que eu faço. Não queria fazer o Ryu chorar, sei que ele não merece isso.
DIAS DEPOIS
Era o último dia de Marcos na cidade. Sim, ele havia sido aceito no CREAP, e iria fazer o tratamento.
FLASHBACK
Estava fazendo uma sopa, quando a porta da sala se abriu de repente.
- Lucas, você está em casa ?- era Marcos.
- Sim, tô aqui na cozinha- ele olhou e sorriu ao me ver- tá tudo bem ?
- Tudo ótimo. Vim te contar uma coisa que aconteceu agora.
- O que foi ? É coisa boa ?- seu sorriso entregava tudo.
- Ótima. Eu... eu fui aceito no CREAP- ao ouvir aquilo, uma sensação de êxtase invadiu meu corpo. Soltei a colher e o abracei fortemente.
- Você está brincando né ?
- Não. Eu não estou. Eu vou me livrar desse mal, você vai ver !- tinha que me abaixar para abraça-lo. Estava muito feliz por ele.
- Eu tenho certeza que sim- podia sentir seu perfume, mexia comigo.
- Você promete que vai me visitar sempre que der ?- sorri
- Claro que sim. Prometo te acompanhar durante esses 6 meses de tratamento, e sempre irei mandar cartas pra você
FIM DO FLASHBACK
E como eu havia prometido acompanhar ele em todos os momentos, iria com ele até lá. Havia me arrumado e logo parti para a casa dele. Juliana havia me emprestado seu carro, para que eu pudesse leva-lo até lá. Parti em direção a sua casa. Não demorou muito pra eu chegar. Ele já esperava, no portão. Sorri ao vê-lo. Desci do carro e fui em sua direção. O abracei.
- Você está preparado ?- olhei para o seu rosto, ele sorria.
- Sim, estou- pegamos suas coisas e colocamos no carro. Logo partimos. Coloquei algumas músicas internacionais para tocar.
- Tem certeza que você pegou tudo ?- perguntei, olhando o trânsito.
- Sim. Tudo o que irei precisar está aí- olhei pra ele, estava incrivelmente sorridente.
- Já tô começando a sentir sua falta- sorri, mordi os lábios.
- Eu também- sutilmente ele pegou na minha mão, assim como tinha feito naquele dia, no sofá. A entrelaçou com a dele. A beijou. Fiquei nervoso. Cada toque dele me fazia tremer. Fomos assim até chegar na frente do CREAP. As vezes ele me mostrava as paisagens, não soltando minha mão. Logo chegamos lá. Era sim, um lugar super amistoso. Abri as portas, e tiramos as coisas dele. Logo uma mulher apareceu.
- Olá- ela disse, sorrindo- você deve ser Marcos Davi né ?- ele sorriu.
- Sim, sou eu.
- Seja bem vindo ao CREAP. Venha comigo pra conhecer o seu quarto e o resto do local.
- Sim, já estou indo, vou apenas me despedir dele- disse ele, vindo em minha direção. Senti novamente seus braços envolverem o meu corpo, fortemente. Retribui o abraço- sentirei falta do seu perfume- olhou seriamente para o meu rosto, em seguida sorriu. E pra minha surpresa, me beijou.
Continua
Gostaram ??? Obrigado pelos comentários.
