Prisão sem grade 4

Um conto erótico de Allana Prado
Categoria: Homossexual
Contém 1706 palavras
Data: 09/10/2014 11:02:16
Assuntos: Amor, Beijo, Gay, Homossexual, Sexo

Prensei-o na porta para que seu corpo ficasse mais entregue ao meu e em fração de segundos minha boca invadia a sua num delicioso beijo. Minha língua percorria todo o interior de sua boca como um sinal de reconhecimento. O gosto da bebida estava presente em seus lábios, mas ainda sim seu beijo era doce, tinha um gosto bom. Eram macios, mas a contra ponto sua barba arranhava minha face, provocando em mim sensações jamais sentidas. Confesso que não sei o que aconteceu. Talvez a bebida, mas não poderia botar toda a culpa nela, eu queria aquilo, eu realmente queria aquilo.

Á algumas horas atrás, estávamos naquele mesmo local terminando nosso projeto da facul. Aquele que na semana passada não conseguimos terminar, foi fácil, terminamos rápido. Então em comemoração decidimos sair para beber. Bebemos. Trocamos olhares. Foi estranho, mas mesmo assim continuamos. Na volta até sua casa, o clima de tensão estava presente em cada parte do carro. Ele me chamou pra subir, embora não houvesse razão pra isso, fiz mesmo assim. No elevador o clima continuava igualmente tenso, não falávamos nada, mas os olhares...Ah, os olhares esses estavam presentes. Chegamos à porta do seu apartamento e ele me deixou entrar primeiro. Entrei e assim que ele fechou a porta o puxei para o que estávamos fazendo agora.

Os beijos continuavam sem cessar, o seu cheiro já invadia as minhas narinas me deixando mais ávido em fazer aquilo. Ele passou a me corresponder no beijo, o que tornou aquilo tão mais intenso. Comecei a descer minha boca para a região de seu pescoço para que eu pudesse respirar um pouco e depositar uns beijos naquela região. Ouço um gemido de puro prazer escapar da sua boca. Ele estava gostando tanto quanto eu, a prova disso era que suas mãos agarravam minha cintura e me puxavam para mais perto dele. Realmente estava muito bom aquilo, mas em um momento a minha ficha caiu: Eu estava beijando um cara, um cara que até segundos atrás era meu amigo.

De repente ele colocou a mão em meu peito e me afastou de forma brusca que até me fez cair no chão

-Que isso cara. Tá maluco? – Ele perguntou passando a mão na boca que estava meio avermelhada

Me levantei do chão e me recompus, não sabia o que responder a ele. Não tinha palavras para aquilo que acabara de acontecer, tinha sido mais forte que eu. Sabia que não deveria ter deixado rolar, confesso que senti uma atração forte por ele desde o começo, mas chegar a esse ponto? Ele ainda esperava uma responda minha, o que eu achava estranho é que ele estava tão bravo com minha atitude, mas tinha correspondido o beijo. Olhei pra ele e não falei nada. Ele saiu da frente da porta e eu simplesmente passei por ela sem ao menos olhá-lo.

Duas semanas. Duas semanas tinham se passado desde aquele ocorrido na casa do Victor. Ele num ato mais que esperado parou totalmente de falar comigo, na faculdade sumiu nos primeiros dias. Quando apareceu procurou sentar-se o mais distante possível de mim, como se eu fosse atacá-lo. Me evitou o máximo que pode, só teve que baixar a guarda no dia da apresentação do trabalho. Precisávamos nos reunir para resolver alguns detalhes pendentes e ali conversamos naturalmente, sem mencionar ocorrido é claro. Passado este período voltou à tempestade de gelo da parte dele. Não forcei a barra, afinal até eu precisava de um tempo pra pensar em tudo que tinha acontecido. Sinceramente eu não sabia o que tinha acontecido comigo, sempre gostei de mulheres, mas vou confessar que o Victor mexia comigo de uma forma que nenhuma mulher mexeu. Não sei se era seu jeito de falar, seu sorriso, seus olhos, a maneira que ele conduzia uma conversa, ou se era uma mistura de tudo isso que me fazia ficar em total estado de êxtase quando estava do lado dele.

Ao final de toda essa reflexão, cheguei a conclusão que eu precisava sair com mulher, muitas mulheres para falar a verdade. Descaradamente coloquei toda a culpa na carência que estava sentindo, se eu saísse com mulheres, aquele sentimento que começava a crescer dentro de mim passaria. Doce ilusão. Descobri isso quando sai com a Bianca, ela já havia dando em cima de mim a algum tempo, então resolvi ceder ao seus encantos. Apesar de ser muito bonita, não acusou nenhuma emoção em mim, era como se depois de ter experimentado o mais maravilhoso elixir do prazer voltar a beber água. Nada se comparava a boca que eu tinha solvido á duas semanas atrás. Tava ferrado, eu sei. Sozinho e meu quarto, toda noite parava pra pensar em tudo aquilo que estava acontecendo comigo. Viado? Logo eu? Não que eu tivesse algum preconceito com eles, mas era diferente quando é com você .

Depois de tanto pensar, cheguei á conclusão que teria que falar com ele primeiro, afinal se ele tinha correspondido o maldito beijo ele também sentia algo. Na sexta-feira no intervalo da aula fui até ele que estava sentado em uma das mesas comendo seu costumeiro lanche e me sentei

-Preciso falar com você

- A gente não tem nada pra falar

-Você realmente acha que não? – Questionei

- Você me beijou – Ele falou olhando para os lados se certificando que ninguém estava nos olhando

- Mas você correspondeu – Indaguei

Ele baixou a guarda nessa hora, era como se eu tivesse descoberto seu ponto fraco.

-O que você quer Bernardo?

Essa era pergunta chave, eu não sabia o que queria. Não sabia o real motivo de ter ido falar com ele. De repente me veio o desejo de tudo voltar a ser como era antes do beijo.

-Eu quero que a gente volte a ser amigos, só isso. Poxa você deixou de falar comigo, sinto saudades das nossas conversas.

-Você acha que depois de tudo ainda dá pra gente volta a ser como era antes? – Ele bufou

-Se a gente for adulto sim. Eu sou maduro o suficiente para passar por cima disso e você?

-Tá Bernardo – Sabia que ele iria aceitar

-Amigos de novo? – Perguntei estendendo a mão pra ele

Ele pegou em minha mão apertou e repetiu com um sorriso

-Amigos de novo

-Então já que hoje é sexta-feira, o que você acha dá gente sair pra algum lugar?

Ele pareceu refletir sobre a proposta. Talvez achasse que não era uma boa idéia voltarmos a sair juntos já naquele momento.

-Na verdade hoje eu vou ao cinema assistir aquele filme de ação que estreou essa semana.

Fiquei decepcionado por ele já ter compromisso. Não acreditaria na idéia de que ele inventou essa desculpa para fugir de mim, ele não faria isso. Talvez já tivesse marcado com alguém, só dessa hipótese passar pela minha cabeça me incomodou um pouco.

-Então fica pra próxima – Falei meio decepcionado me levantando

-Se você quiser pode ir também – Ele falou meio alto já que eu tinha começado a me afastar.

-Claro – Voltei a me sentar na cadeira

-A gente sai mais cedo pra dar tempo de pegar a sessão das dez. Pode ser?

-Pode sim – Estava tão animado. Animado demais pro meu gosto

Fomos assistir mais um pouco da aula e na hora combinada saímos. O caminho pra o cinema passava pela casa dele. Então resolvemos parar lá para deixar seu carro e seguir nós dois no meu.O cinema já estava parcialmente cheio, mas foi fácil comprar os ingressos já que a maioria ali eram casais e estavam a procura de filme romântico. Compramos nossa pipoca e refrigerante e entramos, os lugares do fundo sempre eram os melhores pra quem estava afim de ter uma boa visão. Evitamos um casal que já estavam ali sentados e nos sentados no lado oposto deles. Certamente não iam assistir a filme nenhum e só iam nos atrapalhar com barulho de beijos. E definitivamente eu não poderia nem pensar na hipótese de beijo perto do Victor.

Foram mais de duas horas de explosões, tiros, saltos sobre carros e nenhum ferimento no mocinho. Mas que homem não gosta disso? Estava tão entretido com o filme que me assustei quando o Victor enfiou a mão no meu saco de pipoca e pegou um punhado, olhei pra ele e estava com um sorriso maroto, típico de moleque que acabou de fazer bobagem.

-Come a sua – O repreendi em tom baixo

-A minha acabou

- Se vira, mas deixa a minha pipoca em paz

O filme acabou e partimos para casa. Eu ainda teria que o deixar em casa. No caminho até a casa dele percebi que ele estava quieto,evidente que pensava em algo e pela cara dele era sério. Cheguei em frente ao seu prédio e estacionei o carro. Fiquei esperando ele se despedir e sair, mas ao invés disso ele ficou parado olhando pra suas mãos que estavam em seu colo. Quando me olhou tinha em seu rosto um olhar de aflição.

-Sobre aquele beijo...

-Esquece aquele beijo – Interrompi

-Você esqueceu?

O que eu ia falar pra ele? Se fosse totalmente sincero e dissesse que desde que o beijei não o tirava da cabeça, talvez perderia sua amizade pra sempre. Mesmo correndo todos os ricos, resolvi ser sincero com ele e comigo mesmo.

-Não, não esqueci. – O olhei

Um minuto de total silêncio se passou dentro do carro. Ele matinha seus olhos nos meus. Me olhando tentando enxergar algo que eu não sei.

-Ah droga! Quer saber?Foda-se – E voou em minha direção

Foi muito rápido, quando vi ele já estava com a mão em minha nuca me puxando pra si e me dando um beijo. No começo era suave, somente nossos lábios se tocavam com calma. Depois ele começou a enfiar sua língua, retribui o beijo, era tudo que eu mais queria. Sentir sua boca na minha de novo. Fui com minha a mão até sua nuca e passei a controlar aquele beijo. Estava melhor que dá primeira vez, nossa vontade era maior. Ele se separou de mim e ficou me olhando.

-Sobe no meu AP ?

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Bom dia amores...mais um capítulo. Obrigada pelos comentários que só me incentivam a continuar

Anônimos

juh#juh

Geomateus

samusam- ri alto com seu comentário kkkk rolou a troca de saliva que vc estava ansioso.

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Comentários

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Meus lindos venho acompanhado vários. Escritores e to com vontade de escrever um pouco sobre o início. Do meu casamento 💒 o que vcs acha devo ou não?

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Comecei a acompanhar agora e estou adorando, parabéns você escreve muito bem e tem uma ótima leitura das emoções dos personagens.

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