Antes das seis X

Um conto erótico de Carpenter
Categoria: Homossexual
Contém 569 palavras
Data: 11/09/2014 09:30:31

Preferia nao acordar.A angustiante sensaçao de dor, de raiva, de ter entrado de cabeça num inferno veio como uma pancada violenta em minha consciencia, pior talvez do que a agressao fisica. Chorei, antes mesmo de abrir meus olhos que tremiam, duros pelo inchaço das marcas da surra.

-Pronto, esta tudo bem agora...Nao chora meu filho! -disse a voz apiedada da minha madrinha ao lado.

Aos poucos me acalmei, me situando, vendo que me encontrava deitado debaixo de grossos cobertores,na cama e no quarto dela.Respirava com dor e dificuldade, mal podendo articular as palavras :

-E eles? Onde estao?

Ela rogou para que eu nao falasse muito, estava com algumas costelas quebradas e devia portanto me preservar..Contou em voz baixa que aqueles dois malditos apenas nao me mataram porque o padrinho chegou a tempo de me tirar dali.Mas era essa a intençao deles,como bem o confessaram.Fiquei perplexo com tamanha crueldade, ouvindo ainda dela que os dois infelizes nao me queriam mais aqui, que era apenas o tempo ate que eu pudesse andar de novo e deveria sumir da vista deles ou acabariam fazendo o que pretendiam naquele dia.

Estava de cama fazia cinco dias! Tanto tempo...Perguntei sobre Fernando e vi contrariedade no rosto de minha madrinha ao responder que ele vinha me ver todos os dias na hora em que os outros estavam na roça.Contou que ele chorava de raiva, de pena, que me beijava os cabelos e prometia encontrar uma soluçao e me tirar daqui.

-Ele se mostrou bem respondao, sabia? -disse ela num tom de censura -Discute asperamente comigo porque voce sabe, meu filho, essa relaçao de voces nao esta certa.Desagradam a Deus...

-Achei que Deus se desagradasse com o odio,madrinha - respondi com cansaço -Porque Ele iria querer castigar dois rapazes,dois bobos que se amam e nada de mau fazem para os outros?

Ela tentou argumentar, mas eu a calei com um gesto :

-Basta de censuras agora.Olhe, quando Fernando chegar me acorde...E nao o atormente mais com esse assunto,lhe peço.

Fechei os olhos, exausto, mas nao pareci ter dormido nem por cinco segundos quando acordei com um demorado beijo em meus cabelos e o olhar marejado de Fernando me observando.

-Enfim acordou! -disse rindo entre as lagrimas -Me angustiei tanto esses dias, fiquei como num purgatorio e...Que bom que esta melhorando...meu amor.

Achei que foi a primeira vez que ele me chamou assim.Encarei -o comovido, notando que ele parecia abatido.

-Parece cansado -disse,afundando meus dedos ralados de ferimentos naqueles cachos louros macios.

-Nao se incomode comigo.Trate agora de sarar, Rei -beijou meu rosto com cuidado -Logo vou tirar voce daqui.

--Como? Para onde irei?

-Deixe isso comigo -falou ,me abraçando com o maximo cuidado,ajoelhado no chao em frente à minha cama.

Ele me preocupava.Escondia decerto alguma coisa.Nos proximos quatro dias ainda a mesma coisa, sem responder às minhas pergunta, solicito como nunca comigo.Me beijava na frente da madrinha,como que provocando,deixando minha velha furiosa,mas sem nenhuma censura maior do que um resmungo e muxoxos.

Dois dias apos ter começado a andar pelo quarto, respirando quase que normalmente,Fernando me entra pelo quarto,numa expressao sisuda, uma voz nervosa posto que decidida :

-Arrume suas coisas,Rei.Vamos para a capital agora.

*

*

*

Espero que curtam e desculpem a demora, certo?

Ate a proxima galerinha!

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Comentários

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Sabe Irish, eu não choro mt fácil, mas esse conseguiu, eu odeio ficar triste odeio perceber maldade, e por isso fingo não ver... Mas eu tenho q aprender afinal mais cedo ou mais tarde esse é meu destino.... tenho que abeixar a cabeça e aceitar como o mundo funciona... seu conto é perfeito, muito real e atual!! obrigado por isso!

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