Mudanças!

Um conto erótico de Fred L.
Categoria: Homossexual
Contém 1383 palavras
Data: 20/08/2014 23:38:38
Assuntos: Gay, Homossexual, Romance

Não é muito fácil escrever. Digo, contar, narrar uma história. Meu nome é Frederico, Fred, moro em Alagoas, tenho 27 anos... A história que vos conto iniciou-se em dezembro de 2009, eu tinha então 22 anos, tinha pouco tempo de formado, no entanto eu já era independente.

Voltando um pouco no tempo, aos 19 anos de idade, véspera de meu aniversário, meus pais descobriram que eu era gay e meu pai me expulsou de casa. Lembro-me até os dias de hoje daquela noite em que ele, após eu chegar a casa, sequer me deixou cruzar o jardim e, me esperando na varanda, entregou-me minhas malas e tudo o que ele dizia me pertencer, e me colocou para fora de casa. Minha mãe, que até hoje é casada com ele apenas por conveniência, juíza, não permitiu que ele encostasse um dedo em mim, ameaçando-o de separação.

Para vocês estenderem um pouco sobre minha família, minha mãe casou-se aos 20 anos, estava terminando a faculdade de direito, porque engravidou de meu pai. Meus avós obrigaram os dois a se casarem, mesmo que vivessem sob a assistência deles. Assim eles fizeram e meses depois eu nasci. Meus avós maternos eram afortunados, por assim dizer, pois meu avô fora Juiz Federal. Meus avós paternos haviam falecido cerca de um ano antes e deixaram tudo para meu pai, então com 23 anos, que conseguiu acabar com tudo. Hoje meu pai vive as custas de minha mãe, e seu maior medo é que ela se separe dele, e ela, por pena e por convicções religiosas, não o abandona, mas o sustenta.

Eu passei a morar com minha avó, que já era viúva. Apesar da idade, ela foi a primeira pessoa a quem eu me assumi e sempre me apoiou muito e me acolheu de braços abertos e condenou veementemente minha mãe por ter permitido que meu pai me expulsasse de casa, da casa que era dela, visto que ele não tinha condições de comprar uma meia senão fosse por causa dela.

Tudo isso aconteceu em março. Como se tudo o que tinha me acontecido fosse pouco, meses depois, novembro de 2006, minha avó faleceu em um acidente de carro, junto a seu motorista. Ela voltava, a noite, do interior onde havia ido visitar uma irmã que é freira, quando um caminhão invadiu a contramão e se chocou com o carro onde estava minha avó e seu motorista. Ambos morreram na hora...

Pelo testamento, minha avó deixou o mínimo para minha mãe, visto que ela já tinha conquistado muitas coisas ao longo da vida e não precisava, e deixou todo o “resto” para mim. Foi a maior raiva de meu pai, superando a de minha avó ter me acolhido em sua casa e condenado a atitude de minha mãe. A partir daí eu estava sozinho. Eu ainda tinha contato com minha mãe, mas eu estava, na época, muito sentido por ela apesar de tudo ter cedido a meu pai e permitido que ele me expulsasse. Sei que ela nunca me desampararia, mas a humilhação de ser expulso de casa aos gritos de “Saia daqui, seu viado. Você desonrou minha casa, você colocou meu nome no lixo, seu monte de merda” naquela época ainda era maior que qualquer sentimento de afeto e colocava uma barreira ao amor que eu sentia por ela.

Um mês se passou. A casa em que eu morava com minha avó foi passada para mim e eu continuei nela, apesar da imensidão e de morar sozinho. No pouco contato que até então tinha com minha mãe, ela me pedia para ir morar num apartamento, para não ficar tão só, devido a imensidão daquela casa, mas eu não aceitei. Aquela casa tinha o perfume de meus avós, naquelas paredes estavam contidas as lembranças da minha infância, de cada fim de semana e feriado que eu, o primeiro neto por um longo tempo, passava lá, correndo pela casa, pelo jardim, brincando com os cachorros de meus avós, nadando naquela piscina... cada tijolo daquela casa estava mergulhado o suor do meu avô. Um homem que saiu do campo e venceu na vida. Aquela casa representava o amor de meus avós, representava o esforço de um homem, a união de um casal, que viveu e morreu ali, sempre se respeitando, e mostrando pra sociedade que existe sim amor e que, quando verdadeiro, dura toda uma vida... Moro nela até hoje.

Chegou dezembro... no dia do Natal faria um mês que minha avó havia falecido (também era aniversário de casamento de meus avós) e eu estava bastante deprimido... Pela primeira vez eu ia passar o Natal sozinho. Estava muito triste e não queria companhia. Durante a manhã da véspera de Natal foi realizada uma missa ali mesmo, na minha casa, inclusive fui surpreendido pela presença de meu pai, mas recebi a todos, apenas ignorei a presença dele, mas conhecendo a pessoa dele, mandei que um segurança ficasse em seu encalço...

Sim, eu tinha seguranças em casa. Como disse, meu avô foi juiz e minha mãe era juíza, então isso sempre pediu de nós alguns cuidados. Como a casa em que eu morava era muito grande, o terreno, etc, sendo de família ligada à justiça e sendo o herdeiro da minha vó, o que me tornava agora um jovem rico, isso me obrigava a zelar pela minha segurança e a tomar certas medidas... Pra vocês verem que dinheiro nem sempre significa tranquilidade e privacidade...

Como vinha dizendo, a missa naquela manhã de Natal (considero a véspera já Natal, rs) me deixou bastante abatido, a saudade de minha avó estava quase que insuportável. Precisei me controlar e muito, pois gostaria de me isolar, mas tinha que receber as pessoas que se fizeram presentes ali.

Antes de ir embora, minha mãe veio ter comigo, desejando-me um Feliz Natal , querendo saber como eu estava, e me pedindo para ir passar o Natal com ela, meu pai e meu irmão, o que eu, claro, não aceitei. Ela e meu irmão passaram a tarde comigo, e depois foram embora.

Aqui cabe uma explicação. Sim, eu tenho um irmão. Ao longo de todo o casamento, meu pai sempre foi infiel, o que foi motivo de muitas brigas entre ele e minha mãe. Ela só não se separou dele até hoje porque para ela, ela tem um compromisso com ele firmado diante de Deus e que os une até a morte. Quando eu tinha dez anos, meu pai engravidou uma de suas amantes, o que desestabilizou completamente minha mãe, que teve inclusive início de depressão. Ele já estava falido, e teria de sustentar a mãe e o filho, melhor, minha mãe teve de sustentar mãe e filho. Por ser uma boa pessoa, minha mãe nunca proibiu a criança de frequentar nossa casa, ele conviveu conosco desde sempre, e veio morar conosco quando fez 12 anos...

Aquela noite de Natal foi extremamente triste. Eu não consegui dormir, os empregados estavam dispensados, por ser Natal, só restando alguns poucos seguranças que estavam se revezando por ser Natal. Passei a noite em claro a base de vinho e filme, e a embriagues foi inevitável. Pela manhã eu estava completamente apagado no sofá da sala. Os dias passaram e o Réveillon estava chegando. Eu estava determinado a ficar em casa, ainda em luto, mas fui convencido pelo meu melhor amigo a viajar com ele.

Eu fazia faculdade de Arquitetura e na faculdade conheci uma bicha chamada Ramon e logo ficamos amigas, ops, amigos, melhores amigos. O Ramon era de família humilde, e sempre fora uma excelente pessoa, que lutava para crescer na vida. Depois de tanto brigar comigo para passar o Réveillon com ele, resolvi surpreender a bicha e fazer uma surpresa. Minha avó tinha um apartamento em Nova York, onde costumávamos ir em alguns períodos do ano. O Ramon já tinha ido comigo e minha avó para lá. Então dei um jeito de comprar as passagens de avião e surpreendi a bicha, quando a chamei a minha casa, entramos no carro e fomos pro Aeroporto. A bicha não fazia ideia de onde iriamos, pois nem mala estávamos levando, e não sabia que eu estava com os documentos dele (peguei com a mãe dele). Fomo para São Paulo e de lá embarcarmos rumo a Nova York onde passaríamos a virada do ano de

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Comentários

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Maravilhoso continua logo eu to apaixonado pela sua historia

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Maravilhoso continua logo eu to apaixonado pela sua historia

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Bem interessante esse inicio, cara. Fiquei com vontade de ler mais , rs.

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