O valor de uma lição - Pt. IV

Um conto erótico de JPedro
Categoria: Heterossexual
Contém 3515 palavras
Data: 17/07/2014 00:22:58

Juliana me olhou por uns segundos, abriu um sorriso e se aproximou mais de mim. Segurou meu rosto entre suas mãos e me deu um beijo e se afastou.

Eu: Mais isso não foi um beijo.

Rindo, ela disse: Você pediu um beijo na boca. Eu dei.

Eu:Não, você me deu um selinho. Agora, isso aqui, é um beijo!

Segurei sua cintura com uma mão e com a outra sua nuca. Comecei lento, acariciando seus lábios com os meus até que ela foi cedendo e abrindo a boca. Nossa, quando nossas línguas se encontraram, foi como uma explosão. Nunca tinha provado uma boca tão gostosa como a dela. O beijo foi ficando mais ardente. Nem me lembrava que estávamos praticamente no meio do calçadão. Até que ouvimos umas risadinhas e um garoto gritou: Vão pra um quarto!

Nessa hora, a Juliana se afastou de mim e eu rindo disse: Pronto. Ganhei meu premio.

Juliana: rsrs

Eu: Que foi? Ficou sem graça. Você perdeu a aposta, eu só exigi meu prêmio.

Juliana ficou toda tímida e não falou nada e eu disse: Ei, qual é? Foi tão ruim assim?

Juliana: Não, foi ótimo. É só que eu não esperava.

Eu: Bom, eu já esperava...Faz um tempinho que eu estava querendo te beijar.

Juliana: Eu também.

Eu: Sério?

Juliana: Sim.

Eu: Então vem cá...

Puxei ela pra mais uns beijos. Fomos caminhando mais devagar pra casa. Ainda era cedo, por volta das 8 da manhã. Não tínhamos muito o que fazer. Chegamos em casa e minha avó estava nos esperando pra tomar café e nos viu de mãos dadas.

Vó: Hummmm... To vendo que a raia fez bem pra vocÊs hein.

Eu: Como assim, vó?

Vó: Ahhh... não se faz de desentendido... Essas mãos dadas e o lábios de ambos inchados me dizem muita coisa.

Juliana e eu nos olhamos e caímos na gargalhada.

Juliana: Então, Dona Fátima, a Senhora quer ajuda pra alguma coisa?

Vó: Ohh Minha filha, não precisa ficar sem graça. To sentindo algo ao redor de vocês desde que chegaram aqui. Sabia que ia acontecer mais cedo ou mais tarde.

Eu: Ei vó, vamos com calma, assim a senhora vai assustar a menina. Ela vai acabar pensando que isso é algum compromisso e nós acabamos de nos beijar e...

Juliana: HAHAH... Calma, JP, não precisa ficar nervoso. Eu sei o que a sua vó está querendo dizer e também sei o que nós somos. Relaxa.

Eu fiquei sem jeito e fui até a geladeira pra pegar alguma coisa e me esconder um pouco.

Tia Mariana entrou na cozinha e disse: Noooossa que calor! Bom dia,Juliana, Mãe, Pedrinho!

Todos dissemos bom dia!

Mariana: To perdendo alguma coisa? Ta um clima meio tenso aqui.

Vó: Não, só esses dois que estavam se beijando,mais nada de mais.

Mariana: AAAHHHHH... Só por isso? Me poupem.

Tia Mariana se sentou na mesa e começamos a comer. Fomos conversando e o clima ficou relado de novo. Meu avô se sentou à mesa e começou a ler o jornal. Depois que terminamos eu fui ao escritório pegar uma roupa e depois tomar banho. Juliana veio logo atrás de mim e disse: Ei, o que aconteceu lá na praia...não precisa ficar esse clima. Eu sei que foi coisa de momento. Estamos de férias, sozinho um com o outro. Relaxa.

Eu: Bom, não sei se foi só de momento.

Juliana: Não?

Eu: Não. Eu queria saber se você topa de a gente continuar assim, como estamos, de boa, nos beijando... deixar rolar....

Juliana: Quer que a gente fique?

Eu: Bem...Quer dizer...Sim...Se você quiser, mas se não quiser, eu....

Juliana: Quero, sim! Tudo bem. Nossa, você fica muito bonitinho quando fica nervoso. Fica até vermelho.

Rindo ela se aproximou e me deu outro beijo. Passamos o resto do dia arrumando o resto das nossas coisas e de vez em quando parávamos pra ficar de bobeira no sofá,, conversar e beijar. À noite, o Tio Ricardo, marido da tia Juliana foi nos visitar.

Ricardo: Faaaala moleque! Cadê sua tia?

Eu: Tá lá no quarto. Pode ir lá.

Ricardo: Que horas sai seu vôo?

Eu: às 4 da manhã.

Ricardo: Pow, cara! Vou sentir saudades de você menino. Vê se vem mais visitar a gente. Na próxima vez, com certeza seu priminho já vai estar aqui.

Eu: Claro. Venho sim. Preciso conhecer o pouca coisa.

Tia Juliana apareceu na sala e eles se beijaram. Minha avó veio da cozinha dizendo que tinha pedido pizza pra nossa despedida. Quando as pizzas chegaram eu fui chamar a Juliana no quarto e ela estava linda. Usava um vestido branco soltinho acima dos joelhos. Como ela estava bronzeada, seus cabelos naturalmente claros estavam dourados e o verde de seus olhos se destacava com o tom rosada de suas bochechas.

Juliana: que foi?

Eu: é, nada... Só que...é...UAU,você ta linda!

Juliana rindo: Obrigada.

Eu: Vamos lá pra sala, chegaram as pizzas.

Fomos pra sala. Todos estavam conversando. Meu ao levantou e logo voltou com meu violão.

Vô: Esse daqui foi seu primeiro violão,lembra?

Eu: Lembro, sim! Eu tinha uns 7, o senhor quem me deu... Não acredito que você guarda isso!

Vô: Claro que eu guardo. Toca alguma coisa pra gente.

Eu: Não sei se dá...Olha como as cordas estão velhas...

Toquei uma e arrebentou.

Eu: Viu?

Meu avô tirou do bolso da bermuda um pacote e disse: Por isso que eu passei hoje na loja e comprei esse jogo de cordas aqui!

Eu: Então eu não tenho escapatória. Só um minutinho enquanto eu dou um jeito nisso aqui e afino.

Juliana: Você sabe mesmo tocar?

Eu: Só um pouquinho...quase nada...

Vó: Ele é muito bom.

Eu: Isso é papo de avó coruja, não liga pra ela, não. Peraí que eu já volto. Vou lá dentro arrumar isso.

Fazia um bom tempo que eu não tocava pra todo mundo. De vez em quando eu arranhava algumas notas no meu quarto, mas nos últimos anos não sentia vontade. Esperava que não tocasse tão ruim na frente deles. Comecei a arrumas as cordas novas e afiná-las. Arranhei algumas notas e pronto. O violão estava afinado. Voltei pra sala com o violão e um boné.

Eu: Bom, pessoal. Atendendo à pedidos, vou tocar...

Meu avô: e cantar!

Eu: Certo! Vou tocar e cantar uma música pra vocês.

Tia Mariana: Pra que você botou o boné,menino, ta com vergonha?

Eu: Não. Isso? – pus o boné na mesa de centro – é para os próximos pedidos. Se vocÊs gostarem do que eu for tocar agora, posso continuar depois com mais musicas, desde que vocês pagam pelo trabalho do musico aqui!

Ricardo: Xiiiii...COMEÇOU A EXTORSÃO

Todos riram.

Eu: Ei, em minha defesa, eu preciso fazer algum dinheiro aqui. Como todos sabem eu estou zerado, então... Por favor, qualquer 1 real é bem-vindo...

Todos riram e a Juliana disse: Então, vai começar ou não?

Eu: Claro, é pra já.

Comecei a melodia de quase sem querer, do legião urbana e comecei a cantar olhando pra Juliana: “Tenho andado distraído Impaciente e indeciso/E ainda estou confuso/Só que agora é diferente/ Estou tão tranquilo e tão contente/Me fiz em mil pedaços/Pra você juntar/E queria sempre achar/Explicação pro que eu sentia/Como um anjo caído/Fiz questão de esquecer/Que mentir pra si mesmo/É sempre a pior mentira/Mas não sou mais/Tão criança a ponto de saber tudo....

– No último refrão olhei nos olhos da Juliana e cantei: Me disseram que você/Estava chorando/E foi então que eu percebi/Como lhe quero tanto/Já não me preocupo se eu não sei por que/Às vezes o que eu vejo quase ninguém vê/E eu sei que você sabe quase sem querer/Que eu quero o mesmo que você...”

Todos bateram palmas e eu olhando pra Juliana disse: E aí? Gostou?

Juliana: é... até que você toca bem.

Eu: é...arranho algumas notas.

Nós dois rimos. Tio Ricardo jogou uma nota no boné e disse: Vamos ver se você é bom mesmo. Toca primeiros erro do capital inicial.

Comecei a tocar. Todos começaram a cantar comigo. Em seguida, tia Mariana também pediu uma música, meu avô, minha avó, todos colocando dinheiro no boné. Quando a Juliana levantou eu perguntei: Onde você vai?

Juliana: Buscar dinheiro na minha bolsa. Quero fazer o meu pedido.

Eu: Você não é pagante. Eles são!

Meus avós e tios começaram a xingar dizendo que não era justo.

Eu: Ei! Três motivos pra ela não pagar: 1. Visita, 2. Ela é universitária, não trabalha como vocês e 3, e o mais importante, ela está me pagando com beijos.

Todos riram e eu puxei a Juliana pra um beijo. Ela ficou mais vermelha ainda. Eu estava muito feliz, fazia muito tempo que eu não me sentia assim.

Eu: Pede qualquer música, vai!

Juliana: Qualquer música? Isso não é muito pro seu ego saber tocar qualquer uma?

Tio Ricardo: UUUUHHHH Agora ele encontrou alguém pra baixar a crista dele. Isso ta ficando interessante. Mais 10 reais aqui que você não vai saber a próxima música. Escolhe uma boa Juliana.

Eu fiquei tocando notas aleatórias enquanto a Juliana pensava.

Juliana: Hey Jude!

Eu: Beatles?

Juliana: Com medo?

Eu: nenhum pouco.

Comecei a tocar o inicio e só porque eu queria que ela soubesse o quão bom eu era, fiz uma versão acústica mais elabora. Na verdade, eu amava essa música. Sabia ela muito bem. Cantei e fiquei vendo sua reação. Quando terminei disse: Acho que mereço um beijo?

Juliana: Vários.

E me beijou. Ouvimos risos e minha avó disse: Ei, depois vocÊs continuam. O show ta bom aqui. Toma aqui meu ultimo centavo. Quero outra.

Continuei tocando até umas 11 horas da noite. Meus avós foram dormir e tia Mariana também. Tio Ricardo se despediu e voltou pro apartamento deles. Fiquei mais um pouco com a Juliana na sala conversando e tocando alguma coisa aleatoriamente.

Juliana: Você toca muito bem.

Eu: Obrigado.

Juliana: Tem uma bela voz também.

Eu: Obrigado também. Rsrs

Juliana: Eu vou descansar um pouco, daqui a pouco temos que ir pro aeroporto.

Eu: Vai lá! Eu vou ficar aqui na sala. Se eu pegar no sono, você me acorda quando você acordar?

Juliana: Por que você não vem comigo pro quarto?

Eu: Hummmm...mas aí acho que a gente não vai dormir.

Juliana: Deixa de ser safado. Não quis dizer isso.

Eu: Hahah calma. Eu sei. Relaxa. Quer mesmo que eu vá com você?

Juliana: Claro.Mas sem gracinhas!

Eu: Nem beijo?

Juliana: Só de boa noite!

Eu: Hummm...tá bom, então.

Fomos pro quarto. Conversamos mais um pouco e dormimos. Acordamos às 1:30 da manhã e às 2:45 meu avô nos deixou no Galeão. O vôo saiu às 4 em ponto, horário do Rio. Chegamos em Manaus, por volta das 7.

Quando estávamos saindo do avião eu disse pra Juliana: Quero continuar vendo você.

Juliana: Eu também.

Eu: Você tem meu número. Sabe onde eu moro. Pode me ligar e aparecer quando quiser. Eu não vou ter como sair pra te ver, porque você já sabe como estou, então a bola está com você.

Juliana: Certo. Eu vou te ligar.

Eu: Eu vou esperar!

Juliana me deu mais um beijo e segurou minha mão. Saímos demão dadas e fomos pegar nossas malas na esteira. Peguei um carrinho pra cada um e, depois que pegamos nossas malas, peguei sua mão de novo. Saímos pra encontrar nossas famílias. Minha mãe me esperava junto com a tia da Juliana. As duas se entreolharam quando viram nossas mãos unidas e abriram um sorriso. Cumprimentamos as duas, nos despedimos e cada um foi pro seu lado. No carro,minha mãe perguntou: E então,como foi a semana?

Eu: Foi ótima.

Mãe: Mamãe me disse que você não deu nenhum trabalho. Estou orgulhosa de vocÊ.

Eu: Hummmm...obrigado, eu acho.

Mãe: Sim. Então, vocÊ e a Juliana...

Eu: Estamos nos conhecendo...

Mãe: Fico feliz por vocÊ. Tenho um pressentimento bom sobre essa menina.

Eu: não vamos nos precipitar... vamos deixar acontecer,ok?

Mãe: Certo. Mas Pedro?

Eu: Sim?

Mãe: camisinha hein?

Eu: ta muito cedo pra isso mãe. E eu já aprendi minha lição.

Mãe: Espero mesmo.

Fiquei nervoso. 7 dias sem nenhuma preocupação e apenas 20 minutos com minha mãe e tudo estava de volta.

Eu: E eu espero que a senhora também tenha aprendido com seus erros.

Mãe: Já chega!

Eu: O QUE? Você pode falar as coisas e eu não?

Mãe: olha, Pedro. Eu estou tentando ter uma boa relação com seu pai de novo. Me esforçando pra VOCÊ ficar bem. Eu gostaria que você tentasse também.

Eu: Mãe, eu mais do que ninguém quero esquecer o que aconteceu e seguir em frente, mas eu não vejo o seu marido fazer nenhum esforço, aí fica difícil...

Mãe: Ele está tentando. Mas você sabe que seu pai é mais fechado e que custa a reconhecer os erros.

Eu: Pelo amor de Deus! Esse é o problema! VocÊ sempre passa a mão na cabeça da gente! A MERDA tem que ser jogada no ventilador pra gente poder seguir em frente!

Mãe: Já chega dessa conversa!

Eu: tudo bem. tudo bem! Mas eu pensei muito essa viagem mãe e decidi que as coisas na minha vida vão ter um rumo diferente. Não se preocupe que eu não vou me autodestruir. Entendi que bebida só me fazia mal.

Mãe: Bom saber disso.

Eu: Sim. Mas não é só a bebida que vai sair da minha vida.

Mãe: O que mais?

Eu: Tudo de ruim.

Minha mãe ficou em silêncio e eu também não falei mais nada. Chegamos em casa e aLaura estava me esperando na sala: E aí? Saudades!

Nos abraçamos e eu disse: Saudades de você também,pentelha! E aí? Como foi essa semana sem mim?

Laura: Entediante. Nada de interessante.

Eu: Claaaaaro. Sabia que o garoto problema aqui trazia uma diversão pra vocês, mas me conta, como foi a festa de ano novo?

Laura: Foi linda, como todos os anos. Todo mundo de branco. O papai contratou um pessoal pra soltar fogos. Foi muito legal.

Eu: Os fogos eram por eu não estar presente. Rsrs.

Laura: Sem graça. Ele sentiu sua falta.

Eu: Sei.

Laura: Sério. Ele me perguntava todo dia se eu tinha falado com você e como você tava.

Eu: Era só pra saber se eu não tinha me metido em confusão.Mas mudando de assunto. Sabe aquela menina, Juliana?

Laura: Sim. O que você fez?

Eu: To ficando com ela.

Laura: Eu sabiaaaa! AAAAI que tudo! Tão namorando? Me conta detalhes!

Eu: Eiiiii amiguinha! Calmaaí, não sou como vocês e suas amiguinhas que dão esse showzinho. Ficamos ontem e vamos ver como vai ser aqui.

Laura: OWNNNN tenho certeza que vocês vão se dar bem. São lindos juntos!

Conversei mais um pouco com a Laura e depois fui pro meu quarto dormir. Lá pelas 13hrs meu celular tocou. Era a Juliana. Nós conversamos um bom tempo e depois acertamos de nos ver à noite. Ela viria aqui em casa.

Desci pra comer alguma coisa e meu pai estava entrando em casa quando me viu.

Pai: Olá!

Eu: Oi!

Pai: Foi bem de viagem?

Eu: Sim.

Pai: Bom. Sem problemas com nada?

Eu: Não!

Pai: Melhor ainda. Depois, com mais calma quero conversar com você sobre umas coisas.

Eu: Pode ser agora, se quiser.

Pai: Certo. É o seguinte: seu avô me ligou do Rio e só falou coisas boas de você.

Eu: Que bom.

Pai: E por isso eu estou te devolvendo seu carro,mesada e cartão de crédito.

Eu: Hummm...Assim? Tão fácil? Não parecia tão benevolente há uma semana atrás.

Pai: Você também não parecia uma pessoa uma semana atrás. E seu avô me garantiu que vocÊ não pôs uma gota de álcool enquanto esteve lá.

Eu: Não mesmo.

Pai: Então, como eu disse,você tinha que provar pros outros que vocÊ estava bem e nada melhor do que a opinião do seu avô pra demonstrar que você está bem. E se eu avô acha isso, todo mundo vai acreditar. Por isso, aqui estão suas chaves.

Eu: Entendi. Meu avô foi tipo um termômetro pra você né?

Pai: em tese, sim.

Eu: Certo, obrigado pelo voto de confiança. Mas quero dizer que vou aceitar o carro por enquanto e a mesada só por mais dois meses. O cartão de crédito eu não quero.

Pai: Como?

Eu: Isso mesmo. Vou ficar com o carro até eu poder comprar um outro. Um mais barato, é claro, talvez até usado, mas vou te devolver esse. E a mesada só por mais dois meses. Esse período eu começo a estagiar e antes de viajar já tinha tido propostas mas recusei. Durante esses dias eu repensei e resolvi aceitar. Liguei ontem pra empresa e o convite ainda está de pé.

Pai: ESTAGIAR? Você mal entrou no quinto período! E em qual empresa?

Eu: Uma no distrito.

Pai: Distrito. NEGATIVO. O combinado era que você ia estudar e quando você estivesse no sétimo período você ia estagiar no escritório comigo.

Eu: Não, vocÊ decidiu isso quando eu passei no vestibular. Eu nunca disse que eu queria trabalhar com você.

Pai: Você é burro? Meu escritório é renomado. Sou o melhor aqui na minha área de atuação. Você vai aprender mais comigo,do que num jurídico de uma empresa qualquer.

Eu: Olha pai. Está decidido.

Pai: Certo. Veremos. 2 meses mais de mesada certo?

Eu: Sim.

Pai: e quando vocÊ me devolve mesmo o carro?

Eu: Assim que eu puder.

Pai: vamos por um prazo. 6 meses?

Eu: ok!

Pai: em 6 meses eu quero as chaves do carro.

Saiu da sala e bateu a porta do escritório. Fui pra cozinha, comi um lanche e depois subi. Me encontrei com a Juliana naquela noite. Ela veio aqui em casa, ficamos conversando. Foi ela quem me deu força pra aceitar o estágio enquanto estávamos no RJ. Não sei se eu comentei, mas a Juliana é estudante de Administração. E por sorte minha, ela é estagiária do RH da empresa que me ofereceu estágio. Me disse que era uma boa empresa. Que estava lá há 8 meses. No dia seguinte eu me apresentei. Fiz um teste de conhecimentos específicos em Direito. No final da entrevista, e após obter a nota do teste, o Advogado que seria meu tutor perguntou: Você é Filho do Felipe Queiroz?

Eu: Sim, senhor!

Advogado: Sei pai deve ter muito orgulho de ter um filho inteligente como você. Você acertou todas as perguntas. Sua entrevista foi impecável.

Eu: Obrigado.

Advogado: Posso te fazer mais uma pergunta?

Eu: Sim.

Advogado: Por que você vem estagiar conosco e não com o seu pai. Não que estejamos lhe rejeitando,porque com o seu currículo isso seria burrice nossa. Mas seu pai é tubarão,cara! Ele sabe muito!

Eu: Então, é que eu queria crescer por mim mesmo, entende?

Advogado: Ahhh sim...Muito bom. Admiro isso. Mas você sabe que aqui a bolsa é de 900 reais,certo?

Eu: Sim, senhor.

Advogado: e que com seu pai você ganharia bem mais,certo?

Eu: Sim.

Advogado: Bom. O estágio é seu.

Agradeci e combinei de passar no RH pra entregar meus documentos e outras coisas. Uma bolsa de 900 reais não era tão ruim pra trabalhar 6 hrs por dias toda a semana. Tá certo que minha mesada era mais que o dobro disso e que o cartão de crédito era pago pelos meus pais, mas eu ia ter que aprender a me virar.

Comecei a estagiar. Os dias foram passando e eu e a Juliana já estávamos ficando cada vez mais firmes. Já ia fazer um mês que estávamos ficando. Então eu decidi que já estava na hora de pedir ela em namoro. Exatamente no dia 6 de fevereiro, quando fizemos um mês de ficada eu chamei ela pra vir aqui em casa à noite. Queria fazer uma coisa bonita pra ela e como eu vi que ela gostou quando eu toquei violão no RJ, decidi tocar uma música pra ela. Preparei um lanche à beira da piscina, com umas velas ao redor e pedi pra que ninguém fosse lá atrás e que quando a Juliana chegasse, mandassem ela direto pra lá. Ouvi o carro estacionando. Era ela. Demorou uns minutinho e eu a vi caminhando em direção a piscina. Quando ela me viu eu levantei com o violão e fui caminhando em direção dela tocando e cantando “you and me do lifehouse”. Terminei o ultimo verso e disse: Então, faz exatamente um mês desde aquela manhã em que nos beijamos. Faz exatamente um mês que eu encontrei uma pessoa que me faz querer ser uma pessoa melhor e que vem me fazendo sorrir durante esses 30 dias. Assim, eu gostaria de saber se você não queria me fazer mais completo e deixar fazer parte da sua vida de uma forma mais séria. Namora comigo?

Por hoje é isso, gente! Amanhã tem o penúltimo capítulo.

Boa noite! Abração.

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Comentários

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Não cara penultimo não, seu conto é super bom alongue mais.

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Não cara penultimo não, seu conto é super bom alongue mais.

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penúltimo? Poxa, mas é cedo. Estou curtindo muito esta história. Fique a vontade para alongá-la o quanto quiser.

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