Como o último sol de verão (11)

Um conto erótico de liahbook
Categoria: Homossexual
Contém 1746 palavras
Data: 14/07/2014 13:55:20

(Nossa me deu uma gripe tão forte que eu não conseguia terminar o conto, agora estou me recuperando. Boa leitura)

Capítulo 11

Seo Zé estava prestes a colocar o CD dentro do rádio, seu celular tocou, assustando-o. Deixou o CD em cima da mesinha, atendendo:

- Alô.

- Seo Zé é a Rafa. Uma amiga vai deixar um CD com o Senhor, guarda pra mim que amanhã cedo eu pego.

- Já está voltando? Resolveu o problema?

- Sim. Era uma moradora de rua, dei um dinheiro pra ela beber e ela se foi. Não há mais necessidade de ficar aqui, não entendo nada do trabalho no campo e o Osvaldo sai muito pra beber e fica com gracinhas.

- Sei. Te espero para o trabalho amanhã, tenha uma boa noite.

- Obrigado, tchau.

- E agora Rafa, o quê vamos fazer?

- Estou pensando, agora entre na caminhonete, vamos sair daqui.

Anna obedeceu, Rafaela dirigiu de volta para a cidade.______________________________________________________________________

Paula assistia um programa de entretenimento quando informaram a situação do novo socialite Dyoxe Rottler.

- Droga! Cacete! Mas que filha da puta! E agora o quê eu faço com essa invalida miserável? - Quebrou o copo de cerveja na parede.

Michele se encolheu no canto da cama, Paula bebia demais e a maltratava com palavras ofensivas, algumas vezes a deixava sem comer, sem beber água por dias, trancada no quarto.

- Seu pai tá morrendo, não tem mais ninguém pra te defender agora. - Levantou Michele da cama puxando pelos cabelos. - Vai toma a surra que nunca levou, sua imprestável!

Michele levou um tapa no rosto, seguido de chutes em sua barriga.

- Pára, não faz isso... - Chorava Michele.

Paula pegou uma cinta de couro, bateu em Michele até seus braços doerem. A jovem desmaiou na última pancada em sua cabeça, Paula sorrindo, saiu para a rua com a última nota de cem reais na mão, iria usar drogas por toda a madrugada.

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Rafaela alugou um quarto em um motel de beira de estrada, Anna entrou escondida na carroceria da caminhonete. Naquela noite não houve clima amoroso, dormiram abraçadas, cúmplice uma da outra.

- Acabou, esqueça Anna. Vamos dormir, amanhã é outro dia. Se beijaram, aninhando os corpos.

Anna foi a primeira a dormir, Rafaela levantou, olhou pela janela o céu laranjado de um novo amanhecer. Infelizmente Osvaldo não teria esta chance, nunca mais veria o sol raiar ou o luar. Não o matou porque quis, foi legítima defesa, Rafaela queria acreditar em si própria pensando isso, o fato é que ela podia ter dominado aquele bêbado facilmente.

No banheiro, lavou o rosto, encarou sua face no espelho, seu olhar estava sombrio, seu rosto mais sério, este semblante de assassina a denunciaria para qualquer um. Rafaela se sentia mais forte, capaz de tudo, então estava na hora de acabar com a vida do homem que acabou com a vida de toda sua família, com a sua própria vida afinal.

- Dyoxe, você vai sofrer muito antes de morrer, eu te garanto.

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Ao amanhecer Anna foi acordada por policiais no quarto do motel. Rafaela chegou para trabalhar às 05:45 horas e minutos, seu horário habitual.

- Seo Zé, o Senhor guardou o que eu te pedi?

- Está na minha casa, vê na hora do almoço, logo a padaria vai lotar de clientes.

- Tudo bem. Bom dia.

- Um sanduíche natural e um suco de laranja com adoçante.

- Só um instante.

Rafaela viu falar no noticiário da manhã, a volta para casa da filha da Victoria Rottler. Augusto dava a entrevista para a repórter:

- Uma ligação anônima informou o paradeiro de Anna Rottler.

- Ela foi encontrada em um motel... Como uma menor de idade conseguiu se hospedar nesse lugar?

- Investigações ainda estão sendo feitas, vamos manter em sigilo as informações por enquanto. O importante é que a moça voltou pra casa, está sobre o cuidado da família.

"Me perdoa Anna, não preciso envolver você em uma luta minha."

- Aqui está, bom apetite.

- Obrigada.

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Anna foi levada para o hospital para realizar exames, depois foi levada ao quarto onde sua mãe está internada. Victoria estava com o semblante péssimo, os cabelos despenteados, sem maquiagem, olheiras horríveis, mas Anna não se compadeceu de primeira impressão.

- Anna, minha filha querida. Que bom te ver! Venha até aqui, me deixa te abraçar.

- Victoria, pára com isso. Não voltei por vontade própria, a policia me encontrou e me obrigou a voltar.

- Anna, eu estou doente, câncer de Mama. Os médicos vão me operar em breve, mas não sei se vou conseguir sobreviver.

- Sinto muito, mãe.

- Anna, eu não quero sua pena, quero que demonstre seu amor por mim.

- Vou pra casa, estou cansada.

- Vai me abandonar mais uma vez?

- Não sou médica, a minha presença aqui ou não, não irá fazer sumir o caroço no seu seio. Desculpa a grosseria, período pré-menstrual. Tchau.

Victoria chorou ao ver a porta se fechar e Anna sair com sua imensa indiferença à possibilidade de sua morte.

- Hahahahahahaha, você vai acabar sozinha e louca.

- Markun... Vai embora! Você está morto... Vai embora! Sai daqui! Sai! Sai! Sai...

A gritaria no quarto de Victoria chamou a atenção de enfermeiros, ela foi encontrada com as mãos tampando os ouvidos, sentada encolhida no canto da cama, gritando para Markun ir embora e chorando de olhos fechados.

Sedaram imediatamente, o psicólogo foi avisado sobre este novo surto psicótico. Se a situação piorasse Victoria seria mudada de ala no hospital, a ala psiquiátrica trataria de seu caso psicológico, juntamente com o Mastologista.

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Rafaela almoçou na casa de Seo Zé junto com ele, depois pediu licença, se trancou no quarto com o CD até ouvir as duas horas de gravação.

- Então você tem uma filha, seu desgraçado. Vamos ver se você vai gostar do que eu vou fazer com ela.

Quebrou o CD, jogou no lixo, voltou à cozinha, disse para Seo Zé que precisa do restante do dia de folga. Sem objeção, partiu com a caminhonete emprestada.

Passou em sua casa, colocou um punhal e um revólver calibre 38 no coldre pendurado em sua cintura, na costa, cobrindo com a jaqueta.

Não foi difícil achar o bairro, muito menos a casa de Michele, filha de Dyoxe Saturno. A casa estava bagunçada, a porta aberta, isso não era bom sinal.

Fez barulho andando pela casa, chutou um copo quebrado, no quarto alguém se levantou do chão tateando os objetos ao redor. O rosto estava bem machucado, os olhos inchados, Rafaela deduziu ser por estar com os olhos machucados que a mulher se apoiava nos móveis para se locomover.

- Calma, eu vou limpar a bagunça, não fique brava. - Michele falou achando que era Paula.

Rafaela puxou o punhal lentamente, atacou Michele pelas costas. Com a lâmina do punhal no pescoço de Michele, sentiu o toque no braço dela, as mãos para trás inocentemente tocando seu rosto.

- Você não é a Paula.

- Não sou, sou pior. Foi ela que te machucou?

- Não.

- Fala a verdade.

- Foi. Olha, não me machuca mais, por favor. Sou cega, acabei de fazer 15 anos, o Dyoxe é meu pai, sei que ele é mal, mas eu não devo pagar por crimes que ele cometeu. Aí.. - A lâmina cortou um pouco do pescoço. - Eu sabia que cedo ou tarde alguém viria aqui pra me matar, só pra atingir o Dyoxe, acho até que demorou.

- Ah, não chora. Ei, calma. Sério que você é cega?

- Desde que nasci. Dyoxe prometeu pagar a cirurgia assim que se casasse, mas agora ele está no hospital, morrendo. Paula me bateu quando descobriu que Dyoxe pode morrer e não pagar mais pra ela cuidar de mim.

- Não sei o que fazer agora, você estava certa, eu iria vir aqui, te matar de uma forma cruel pra atingí-lo, mas não sei se você merece esse fim. Paula é sua mãe?

- Sim.

- É a primeira vez que ela te espanca?

- Ela não me bate, raramente ofende com palavras, castigos, nunca com violência. Dessa vez ela surtou com a ideia de perder sua única fonte de renda vinda do Dyoxe, já que a cada visita dava ao menos 5 mil reais para ela.

- Sua mãe também está merecendo um corretivo, pode deixar que eu vou cuidar disso. Agora você vai para um hospital comigo para você cuidar desses ferimentos, depois vou te levar para minha casa.

- Vai matar meus pais?

- Você ainda tem qualquer tipo de sentimento afetivo por eles?

- Não. Como se chama?

- Rafaela. Vamos, Michele.

Michele entrou no carro com a ajuda de Rafaela, colocou o sinto nela, depois foram para um hospital público. Devido à gravidade e à condição de deficiente física, Michele teve prioridade no atendimento.

Por ser menor de idade precisou de uma assinatura para internar Michele, Rafaela usou uma identidade falsa para assinar o formulário.

- Michele, você vai ficar internada para observação, talvez amanhã seja liberada. Vou avisar sua mãe que você está bem, depois volto para passar a noite contigo. Tudo bem?

- Sim.

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Paula não fazia programas com mulheres, pensou melhor quando viu a caminhonete parando na esquina onde ela estava parada vestida em trages mínimos.

- Quanto por hora?

- Duzentos.

- Sobe no carro.

Rafaela abriu a porta da caminhonete, Paula entrou.

- Pagamento adiantado.

Rafaela tirou duas notas de cem reais da carteira, entregou para Paula. Ligou o carro, dirigiu até uma estrada de terra, próximo à linha férrea, parou.

Rafaela saiu do carro, estendeu um tapete no chão, chamou por Paula. Paula desceu da caminhonete, se distraiu tirando a roupa, não percebeu o perigo vindo em forma de coronhada.

A nuca ensaguentada, cabeça doendo, tonta, Paula nada pôde fazer para se defender quando sentiu a lâmina fria da ponta do punhal tocar a carne perto do olho direito.

- Paula, você machucou uma mulher cega? Sua filha. Como você foi capaz de a espancar daquele jeito?! Ela está mal internada no hospital, mas fique tranquila, vou levar uma coisa sua para animá-la.

- O quê vai fazer comigo? Não, aí meu olho... Pára...

Rafaela furou os dois olhos de Paula com o punhal, após, filmou com o celular a agonia de Paula tendo emorragia externa.

- Pede perdão pra sua filha, daí eu te dou um tiro de misericórdia, do contrário vai sangrar dolorosamente até a morte.

- Perdão, Michele. Perdão por tudo... Perdão... Por favor, acaba com isso...

O som seco de um tiro foi a última coisa a ser ouvida por Michele no hospital. Apesar de todo o mal sofrido nas mãos de Paula, Michele não deixou de sofrer por saber que sua mãe morreu. Derramou sua última lágrima por ela.

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