Medicina para inumanos (4) : Os Sinais que Antecedem a Epidemia

Um conto erótico de Victor Voldi
Categoria: Homossexual
Contém 2132 palavras
Data: 07/07/2014 19:17:50
Última revisão: 07/07/2014 19:34:21
Assuntos: Gay, Homossexual, medicina

Olá, leitores e escritores do CdC!

Irish, se você continuar lendo essa história, verá o surgimento de algumas reviravoltas interessantes. Não se preocupe, tentarei não fazer nada de forma óbvia. Nada melhor que uma boa surpresa, não é?

Cintiacenteno, obrigado novamente pela ajuda com a divulgação :D!

Chele, FabioStatz e dieguinho, muito obrigado pelos votos e comentários!

Diminuí um pouquinho o tamanho do capítulo. Espero que gostem! Aqui começam as reais intrigas. Sabe a calmaria que antecede a tempestade? Diga adeus a ela.

Boa leitura!

Contato: contistacronico@hotmail.com

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OS SINAIS QUE ANTECEDEM A EPIDEMIA

Abri meus olhos e acordei na penumbra do meu quarto, em meu apartamento. Eu estava deitado de barriga para baixo, com um deu meus braços por baixo do meu travesseiro. Estava completamente nu, com um lençol que me cobria parcialmente até o começo das minhas costas, deixando uma das minhas pernas e uma das minhas nádegas descobertas.

Eu acordei olhando em direção à janela, que tinha uma cortina opaca e azul, que deixava o quarto na penumbra, mas deixava passar alguns resquícios de luz quando se movia lentamente com o vento de fora. Era de manhã. Olhei meu criado mudo, onde estava meu relógio digital: 6:56. Quatro minutos depois, meu alarme despertaria. Desliguei-o.

Eu sabia que se olhasse para o outro lado da minha cama, veria Gustavo ali. Talvez acordado e olhando para mim. Talvez dormindo. Virei meu rosto delicadamente. Ele estava dormindo. Ufa. Depois das minhas noites com Oliver, eu acordava sempre sozinho, então não tinha experiência em diálogo matinal pós-sexo.

Gustavo estava deitado de costas para a cama, ao contrário de mim. O lençol também cobria apenas metade de seu corpo definido e esguio. Uma de suas mãos estava pousada em minhas costas, e outra estava depositada levemente sobre seu peito com alguns pelos, mas grossos, que erguia-se e abaixava-se lentamente. Seu rosto mostrava uma bela serenidade, seus cabelos pretos estavam bagunçados e sua boca mostrava uma pequena fresta por entre sua barba cheia e sexy. Dando uma analisada nas partes mais baixas... bom... eu só foquei no volume que seu pênis fazia no lençol branco de tecido leve, delineando-o perfeitamente.

Um resumo da noite anterior seria: enquanto eu ficava com Gustavo num cômodo afastado da mansão de Rafael, as coisas foram esquentando demais, até que eu percebi que o sexo era inevitável. Ele me convidou para seu apartamento, mas Hector não podia se distanciar de mim, então teria que ser no meu. Fui até meu segurança e disse a ele que iria levar Gustavo para nosso apartamento. Dessa vez, Hector mostrou verdadeira insatisfação com aquilo. Tentei amenizar as coisas dando um sorrisinho inocente e dizendo: “Se ele for alguém perigoso eu dou um jeito nele”. Hector não era a única pessoa com habilidades físicas excepcionais. De qualquer forma, passei meu endereço para Gustavo e disse para que ele me encontrasse lá, já que eu teria que deixar Aline em seu pensionato.

Durante o tempo restante que passei na festa, conversei e dancei com Gustavo e Aline. Descobri que ele fazia o quarto ano de medicina, tinha 26 anos, sua família controlava diversas fazendas, mexendo com soja e pecuária. Ele começou a fazer agronomia, mas desistiu e passou para medicina.

Quando chegou a hora de ir embora, parti com Hector e Aline, deixando-a em seu pensionato e seguindo para casa. Ao chegarmos, Gustavo estava com seu carro estacionado em frente ao nosso prédio.

E ali estávamos agora.

Levantei-me delicadamente para não acordar Gustavo, o lençol deslizou suave pelo meu corpo. Espreguicei-me de pé e passei as mãos pelo meu corpo nu. Era estranho transar com outra pessoa que não fosse Oliver, que havia sido meu único parceiro sexual até a noite anterior. Tudo havia sido diferente: a pegada, os beijos, os movimentos, as sensações. Não diria que havia sido pior. Somente... diferente. Era estranho, no entanto. Sentia ainda o toque forte de Gustavo. Uma sensação típica e levemente incômoda “lá”, o que era esperado, já que Gustavo só era mediano na altura, porque em outros lugares... Enfim, havia sido bom.

Ainda de pé no meio do quarto, passei as duas mãos nos meus rostos para tirar um peso aparente dos olhos, proveniente do sono. Passei as mãos pelos cabelos olhando em volta, procurando saber o que fazer primeiro, mas me deparei com um Gustavo acordado, utilizando um dos seus braços como apoio para a cabeça e observando-me com um sorrisinho.

_Bom dia. – eu disse retribuindo o sorriso.

_Pode continuar fazendo o que estava fazendo. Tô só admirando a vista. – disse Gustavo com a voz mais grossa e preguiçosa.

Eu ri como se ele houvesse dito uma idiotice.

_É sério! – disse ele – Você é muito gostosinho...

Virei-me para o espelho. Eu me achava relativamente normal. Um corpo levemente definido porque eu gosto de praticar artes marciais, meu corpo tinha uma boa proporcionalidade, minha bunda não era nada especial, mas também não era seca, com uma boa forma arredondada. Eu não cortava meus cabelos pretos lisos havia uns três meses, fazendo com que eles caíssem levemente pela nuca, não curtos mas não muito longos. Minha franja com pontas irregulares já chegava até meus olhos, minhas costeletas com fios longos e desfiados iam até o final da orelha.

_Preciso cortar meu cabelo. – eu disse em voz alta, imerso em pensamentos.

_Eu gosto do seu cabelo assim... – Gustavo disse levantando-se – É estiloso.

Ele me abraçou por trás enquanto eu ainda observava meu corpo no espelho. Senti seu peito e abdome em minhas costas, sua barba em minha nuca, seu nariz cheirava meu cabelo, um certo corpo encaixando-se entre minhas nádegas, suas mãos segurando minha cintura.

_Vamos mais uma? – ele disse no meu ouvido.

Fechei meus olhos, eu estava ficando excitado, admito. Mas meu autocontrole era impecável.

_Não posso, tenho aula daqui a uma hora. – eu disse virando-me de frente para ele.

Seu rosto não deu sinais de desistência. Suas mãos ainda seguravam minha cintura me deram um puxão, apertando-me contra ele.

_Esquece a aula... – ele disse enquanto beijava meu pescoço e suas mãos desciam para minha bunda, apalpando-a.

_É sério, Gustavo, não posso. Vamos tomar um banho, eu devo estar cheirando a suor e sêmen. – eu disse já dando um empurrãozinho em seu peito.

Gustavo continuou grudado em mim, com seu nariz em meu pescoço.

_Seu cheiro tá ótimo. – ele disse.

Eu ri e puxei-o pela mão até o banheiro. Tomei um banho rápido por entre as tentativas sexuais de Gustavo, mas sem ceder à sacanagem, dizendo a toda hora coisas como “eu vou me atrasar”. Veja bem, eu até achava atraente perder aula e ficar com Gustavo na cama, mas eu sempre era muito pragmático quando o assunto era aula.

Saí um pouco antes do banheiro, sequei-me, passei desodorante e me vesti: cueca boxer, calça preta e uma camiseta branca com as escritas “Medicina ESOM Turma 68”. Quando saí do meu quarto, senti um cheiro de torradas. Ao chegar na cozinha, deparei-me com Hector já de calça jeans azul, camisa regata preta justa e tênis, seu cabelo já estava arrumado... digo, ajeitado com as mãos, mas que dava um ar livre e bonito ao meu segurança. Ele estava segurando uma forma com duas torradas de pão de forma torrados com queijo derretido e orégano por cima. Sobre a mesa na divisão entre cozinha e sala de estar, havia suco de laranja recém feito, leite, chocolate em pó, nutella, manteiga, mel e outras coisas.

_Já comeu? – perguntei a Hector.

_Não. – respondeu.

Olhei para as duas torradas.

_Você fez só duas torradas?

_Uma minha, uma sua. – ele disse com uma neutralidade que dava um ar óbvio para a coisa.

_E o Gustavo? – perguntei para Hector com uma cara indignada.

Hector não demonstrou culpa. Pelo contrário, pude perceber uma expressão milimétrica que dizia: “Você acha que eu vou cozinhar para seu companheiro sexual desconhecido da noite?”.

Gustavo chegou na cozinha apenas de calça, sem camiseta. Seu cabelo estava úmido e bagunçado, semi-secado com a toalha. Havia algumas gotas de água em seu peito, ombros e braços. Ele estacou ao ver Hector.

_Bom dia. – cumprimentou, finalmente.

Hector apenas olhou para ele, fez um leve cumprimento com a cabeça e se sentou.

_Hum... eu vou... pegar minha camiseta. – disse Gustavo, meio incerto.

E foi. Esperei um instante até que eu disse com pressa:

_Hector, pare de intimidar ele!

Hector olhou-me preguiçosamente. Pegou sua torrada e apoiou seu cotovelo na mesa. Sua regata preta ajustava-se ao seu corpo delineando cada músculo de seu peitoral e abdome. Seus braços a mostra eram tão bem definidos que pareciam produzidos artificialmente. Eram claramente mais fortes que os de Gustavo. Além disso, havia uma diferença admirável de altura e tamanho geral.

_Você colocou essa regata só para intimidá-lo, não é? – eu perguntei olhando-o com um rosto investigador.

Hector olhou para o nada e disse:

_Não.

Então eu soube que ele estava se divertindo com aquilo. Hector era um maníaco. Senti vontade de rir. Digo... Senti-me mal por Gustavo. Mas era um pouco engraçado ver Hector agir dessa maneira.

Gustavo voltou totalmente vestido. Levantei-me e fui para o balcão da cozinha.

_Vou preparar uma coisa para você, Gustavo. O Hector... hum... achou que você não estaria aqui. – eu disse lançando um olhar de repreensão para meu segurança.

_Ah... Obrigado. – disse Gustavo sentando-se na mesa, frente a frente com Hector, enquanto este olhava para ele mordendo sua torrada lentamente, com cada mordida fazendo um lento barulho de quebra que era, no mínimo, anormalDIAS DEPOIS

Eram quase seis da tarde, Hector e eu estávamos indo para um centro de aulas da ESOM para termos nossa primeira aula de núcleo livre. Eu e Hector entramos num consenso sobre as matérias, e eu sabia que ele havia sido tendencioso, dando um jeito de as minhas preferências serem atendidas. A aula que teríamos naquele dia seria da disciplina de Entomologia. Eu estava bastante intrigado. Aline estava conosco.

_Hum... Victor, e o Gustavo, falou com ele depois do dia da festa? – ela perguntou.

_Ele ligou para mim nos últimos dias. Queria marcar alguma coisa só nós dois. – olhei para Hector como se o reprovasse – Dando foco para não levar o meu “segurança estranho”.

Hector mostrou um raro sorriso enquanto continuava a olhar para frente. Aline deu um risinho também.

_Só que ele não me ligou ontem, nem hoje. – eu acrescentei.

_E você acha que vai dar em alguma coisa? – ela perguntou com um olhar intrigado.

Olhei para cima, pensando naquela pergunta.

_Não sei.- eu disse por fim.

_Mas você gosta dele? – perguntou ela.

_Bom... eu não conheço ele bem. – e era verdade, não tive tempo para conversar com Gustavo direito – Mas quem sabe...

Não vou dizer que, de cara, apaixonei-me por Gustavo. Na verdade, eu considerava o que fizemos como sexo casual, apenas. Entretanto, Gustavo parecia querer algo mais, já que demonstrava muito interesse. Talvez eu devesse dar uma chance.

Entramos no centro de aulas e chegou a hora de nos separarmos. Hector e eu iríamos para nossa aula, enquanto Aline iria assistir sua aula de Medicina Homeopática. Nos despedimos e fomos para nossas salas.

Ao entrarmos na sala, encontrei uns quinze alunos. Supus que eram de cursos bem variados. Depois de um tempo na faculdade, você percebe que existem estereótipos que são bem aplicáveis. Sentei lado a lado com Hector. A aula começaria a qualquer momento, mas o professor ainda não estava lá.

Após um tempo, entrou na sala um garoto que chamou um pouco minha atenção. Você pode achar que foi pela roupa, pelo corpo, pelo rosto. Mas não. Era apenas ele. Depois de tantas aulas de habilidades investigativas, como leitura corporal e facial, você passa a perceber coisas interessantes nas pessoas. Aquele garoto passava, em tudo, uma liberdade muito peculiar. Parecia quase selvagem, algo arisco. Ele vestia uma camiseta cinza com estampa de caveira formada por arabescos brancos. Usava uma calça de tecido marrom e tênis casual preto. Na cabeça, tinha um gorro cinza. Sua pele era bem clara, quase como a minha. Uma barba bem leve e castanho clara dava a ele um ar jovial. Seus olhos eram de um castanho claro brilhosos, parecia mel. Não tinha um rosto quadrado e másculo como o de Leonardo ou Hector, mas sim anguloso, não delicado demais, porém. Seu corpo era esguio, magro, não demais, mas nem forte. Parecia-se com a minha constituição corpórea, mas o cara era mais alto, com 1,80, aproximadamente. Basicamente, ele possuía uma beleza diferente da que eu tive contato íntimo até então. Oliver e Gustavo eram mais hirsutos, calorosos e fortes. Aquele garoto apresentava leveza e uma fugacidade gelada. Era intrigante, no mínimo.

Ele se sentou em um canto, sem pessoas por perto. O professor chegou logo depois e começou fazendo a chamada. Então, assim, descobri o nome daquele homem interessante:

Eduardo Brenner.

<Continua>

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Comentários

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Ah,Hector...Amando este homem como se o conhecesse,sério.Instigante o conto,e espero mesmo por surpresas bem surpreendentes!Vamos aguardar.

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Otimo como sempre, e ne por nada n mas eu adoro o Hector rsrsrs ,continue logo ansiosa pelo proximo q promete...bjssss

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como sempre uma escrita impecavel...amei! vee se não demora pra postar o proximo pois to anciosa beijo grande amado

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