Como é caro te amar II

Um conto erótico de Albert
Categoria: Homossexual
Contém 990 palavras
Data: 03/07/2014 02:12:01

Sentia meus pés recebendo aquele friozinho vindo do ar condicionado, eles haviam escapado da coberta. Os acomodei entre os lençóis e aproveitei para me acomodar mais no colchão quando o celular apita avisando que já são 06 h e o pior de tudo: era uma segunda-feira.

A propósito, me chamo Gabriel Valle e tenho 19 anos. Pra quem acredita em coincidências meu cabelo é um pouco encaracolado e loiro, meus olhos verdes só dão forças para o apelido de “anjinho”. Moro com meus pais e um casal de irmãos, sendo minha mãe dona de casa e meu pai advogado. Minha irmã de 23 cursa medicina, meu irmão de 15 ainda no ensino médio e eu não passei no vestibular no ano que prestei. Acabou que eu fui trabalhar numa lanchonete e com o dinheiro eu pagava meus livros para estudo em casa, queria fazer contábeis.

Nunca fui de viver muito no luxo, mas sempre tive tudo que queria assim como meus irmãos, por meu pai ser advogado a gente dependia do sucesso dos casos que ele resolvia. Hoje eu teria que cobrar a taxa dos condôminos, ah, meu pai é síndico do prédio em que moramos. Depois de levantar da cama a muito custo fui tomar café e me preparar para as cobranças. Decidi começar logo cedo por esperar terminar cedo também, resolvi começar dos andares inferiores. Eu já estava no andar 23 quando senti algo sobre mim e caí, era um homem com uma caixa. Ele me pediu desculpas pelo desastre e soube que era o novo morador do 2305, que estava desocupado há algumas semanas. O nome dele era Giuliano, pareceu ser bem simpático e o informei sobre eu ser o filho do síndico, vai que ele precisasse de ajuda. Despedi-me dele e fui ao elevador até eu observar ele ter dificuldade em abrir a porta do apartamento.

Eu: Quer ajuda? – disse me aproximando.

Ele: Eu não deveria precisar mas aceito.

Eu: Algumas portas desse andar estão com uns probleminhas mesmo, esperamos consertar logo.

Ele: Agradeceria.

Eu: Pronto – disse abrindo a porta.

Ele: Obrigado.

O ajudei a colocar a caixa pra dentro e ele me ofereceu um copo d’água.

Eu: Aceito. Me diz uma coisa: se você já tem esses móveis aqui como não sabia abrir a porta?

Ele: Porque foi um amigo meu que fez certas mudanças, tecnicamente esse é meu primeiro dia aqui. É complicado.

Eu: Entendo se não quiser falar sobre.

Ele: Obrigado.

Eu: Então, não posso demorar muito. Há muitos condôminos a cobrar.

Ele: Não consigo imaginar o quanto deve ser divertido.

Eu: Vai rindo... Então, até mais.

Ele: Até.

Enfim alguém novo e interessante naquele lugar.

Sim, sou gay desde que eu me entendo por gente, por mais que eu tenha ficado com algumas garotas não foram elas que me fizeram ter aquele fogo e desejo pelo corpo de outra pessoa. Nunca fui muito de relacionamentos e o mais próximo que cheguei disso foi com o Kléber, um condômino. Ele tinha 22 anos e eu 18 quando começamos a ficar, isso durou uns 6 meses até eu descobri que ele namorava/tinha um lance com uma garota. Ele surtou um pouquinho quando eu disse que não queria mais e até hoje não aceitava muito bem, me olhava torto por onde eu passava. Trabalhando e focando um pouco nos estudos minha vida social se reduziu a zero, impossibilitando euzinho de conhecer novas pessoas.

O Giuliano havia me chamado a atenção, alto, forte e barba cheia... Tremi um pouco na base, mas se relacionar com morador do prédio não daria muito certo tendo em vista a minha experiência com tal, sem contar que eu notei o anel que ele usava na mão direita. Tentei esquecer um pouco da imagem daquele homem e fui terminar meu trabalho.

{...}

Deixei o Gabriel na porta e fui arrumar as minhas coisas, notei também que meu celular havia trincado na tela. Tentei não me estressar e fui banhar-me. Ao sair do banho me deu fome e não tinha nada em casa e nem sabia andar por aquele bairro, então resolvi fazer a primeira coisa que me veio à cabeça: pedir ajuda.

Eu só conhecia o Gabriel ali, então seria ele mesmo. Por sorte eu havia gravado o número do seu apartamento e logo fui lá. Ele me parecia bem simpático e esperava que ele não se chateasse com o meu abuso. Toquei a campainha e uma moça atendeu.

Eu: Oi, o Gabriel está?

Ela: Não, ele está circulando pelo prédio. Tentou o celular dele?

Eu: É que eu não tenho.

Ela: Um instante.

Ela pegou o celular e ligou para ele e logo começou a falar e perguntou meu nome e o repetiu na linha.

Ela: Ele disse para o encontrar lá perto da garagem.

Eu: Ok, muito obrigado.

Fui até a garagem e lá estava ele conversando com um casal, ao me ver ele se despediu da conversa e veio ao meu encontro.

Ele: Aconteceu algo?

Eu: Um pouco, bateu a fome e não conheço nada por aqui.

Ele: Entendi, fome é complicado mesmo. Aqui perto tem uma panificadora com uns salgados bem bacanas e podemos ir lá, isso se você come essas coisas.

Eu: Como assim?

Ele: Você todo fortão aí, deve fazer dieta.

Eu: Até que faço, mas às vezes eu quebro algumas regras.

Ele sorriu e fomos até à panificadora. Realmente, só de entrar naquele local fui seduzido pelo cheiro que ele exalava, impressionante como gordura parece deixar tudo mais gostoso e atrativo. Fizemos nosso pedido e sentamos para esperar e estaria tudo tranquilo se numa mesa próxima à nossa não estaria um cara que eu conhecia muito bem, ou pelo menos eu achava que conhecia até pouco tempo atrás: FábioOi, gente.

Agradeço a todos que incentivaram a continuação deste conto. Espero agradá-los com minha escrita e que gostem da dupla narrativa sob o ponto de vista dos dois protagonistas.

Beijos e até mais.

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Comentários

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Olá, Albert! Sou escritor e leitor aqui, mais escritor, na verdade. Fui tentar achar histórias boas que estão começando, e a sua é a que mais me chamou a atenção! Li seu primeiro capítulo e adorei a construção da sua história. Você sintetizou muito bem e ainda assim criou um pano de fundo cheio de possibilidades. Creio que vá render umas boas intrigas no decorrer dela. Além de tudo, empresários gatos me atraem de uma forma muito estranha, embora eu nunca tenha ficado com um hahaha! Enfim, acompanharei, certamente. Até a próxima!

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Muito bom.E será que Fábio vai arrumar confusão. Continua.

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Quero ver o barraco kkkkkk continua logo :))

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