Da Água pro Vinho: PARTE CINCO

Um conto erótico de Victor
Categoria: Homossexual
Contém 1045 palavras
Data: 26/06/2014 19:51:30
Assuntos: Gay, Homossexual

PARTE CINCO

- Aconteceu alguma coisa com ele? – falei com medo.

- Aconteceu sim, mas não é nada grave.

- Me dê o endereço, estou indo praí agora.

Ele me passou o endereço, eu estava bem perto. Desci do ônibus, peguei um taxi e fui. Eu pensei que era uma casa, mas não. Era um restaurante, que tinha um endereço de uma casa. Ele estava sentado, chorando desesperado e eu fui lá correndo saber o que tinha acontecido. Eu o abracei e começamos a conversar. E o homem que tinha me ligado era o tio dele. O que tinha acontecido, era que sua mãe, a Vera, tinha o expulsado de casa, pois no final de semana ele saiu e não disse pra onde ia. E cá entre nós, que mulherzinha chata, eu a odeio. Ele começou a dizer que não tinha pra onde ir, que ia ter que se mudar pra bem longe e tudo mais. Eu disse:

- Cara, o problema todo é esse? Você não quer se mudar?

- Você ta falando isso como não se fosse nada demais.

- Mas não é. Você pode morar comigo. O meu apartamento é enorme, eu fico sozinho lá e você é o meu melhor amigo, quase um irmão pra mim, por que não?

O tio dele deu a maior força, dizendo que era pra ele ir, e tudo mais. Ele aceitou, mas com algumas condições que não era nada demais. As malas dele já estavam no carro do tio dele, pois ele ia pra lá. O tio dele nos levou pra casa. Ele até ajudou agente a subir com as malas. Eu levei-o até a porta e ele me pediu pra cuidar do Vini. Eu fiquei muito feliz com a mudança dele lá pra casa, eu já estava querendo chamá-lo para ir morar comigo mesmo, pois eu sabia das suas confusões com a Vera, e eu também estava me sentindo sozinho. Ele foi à cozinha, tomou uma água e parou de chorar, pois ainda estava chorando, pouco, mas tava. Eu o avisei que os quartos ainda não estavam prontos e ele falou que não tinha problema, ele disse que queria dormir no sofá. Eu disse que tudo bem, mas se ele quisesse, podia dormir comigo na minha cama, mas ele recusou. Eu arrumei suas coisas no meu guarda-roupa, junto com as minhas roupas. Fomos pra varanda. Sentamos nas cadeiras e começamos a conversar olhando praquela vista maravilhosa pro mar. Eu disse:

- Olha cara, não se preocupa, ta? Amanhã mesmo eu vou à loja com meu pai e vou comprar um quarto. E vou aproveitar pra ir ao DETRAN tirar minha carteira.

- Não precisa não, cara, sério. Eu estou bem no sofá.

- Claro que não, eu faço questão.

- Escuta cara, foi verdade que você encontrou com a Lúcia?

- Foi. Ela te contou?

- Sim. Ela disse que te encontrou, falou contigo e sentou lá trás.

- Foi isso mesmo.

- Vocês nem conversaram nem nada?

- Não, pois ela subiu bem perto da escola, ai eu resolvi ir a pé mesmo.

- Ah, pra mim vocês tinha conversado.

- Não, não.

- Victor, eu tava aqui pensando...

- Pera ai, cara. Vou pegar umas bebidas pra gente.

Fui à cozinha, liguei pra Lúcia, pois eu resolvi não contar ao Vini que ela queria terminar o namoro. Eu liguei, liguei e ela não atendia. Eu mandei uma mensagem pra ela, dizendo:

“Lucinha, olha, o Vini se meteu numa confusão com a mãe dele e ta morando comigo aqui no meu apê. Eu resolvi não contar a ele que você quer terminar o namoro, pois achei muito feio da minha parte, você tem que dizer. Também falei a ele que nós não nos falamos no ônibus, não sei por que, mas achei melhor.”

Eu escrevi isso e mandei pra ela. Peguei um Uísque pra nós. Quando voltei, ele disse que eu tinha demorado muito e tal, mas não liguei. Eu servi a bebida para nós e eu disse:

- Continua.

- Continuar o que?

- Você disse: “Victor, eu estava aqui pensando...”

- Ahhh. Eu tava aqui pensando em nós dois. Nos conhecemos a três anos e já nos metemos em tantas coisas.

- Né cara, eu tava pensando nisso também. Nós só temos 18 anos e já temos uma vida de adulto, não acha?

- É mesmo. Você já tem um apartamento, faz feira de mercado, já cuida da sua própria vida...

- É, e agora eu tenho você aqui morando comigo, não precisa mais eu fazer isso tudo sozinho.

- Pois é eu acho que...

O celular do Vini tocou e era a sua mãe. Ele discutiu muito com ela. Eu não lembro muito, só sei que foi mais ou menos assim:

- Eu estou bem, mãe. Não precisa se preocupar comigo, afinal, você me colocou pra fora de casa, sua louca.

Ele disse também:

- Não interessa onde eu to, se você gostasse de mim, não teria me expulsado de casa. Tchau, não liga mais pra mim!

Ele desligou o telefone na cara dela. Ele olhou pra mim e disse:

- Victor, eu preferia que minha mãe fosse morta. Eu sei que ela é minha mãe, mas eu a odeio. Odeio mesmo. Desde que meu pai morreu, eu me sinto muito só. Só tenho você e meu tio. Meus avôs, todos, já morreram, meu pai era filho único e minha mãe só tem um irmão, que é aquele tio.

- Não fala isso, cara. Eu sei que sua mãe é meio chata, mas você não pode dizer isso. Vai que acontece...

- Eu prefiro.

- Eu não queria ter uma mãe, e eu não tenho, graças a Deus.

- Viu?

- É, mas o meu pai já vale por minha mãe, meu avô, minha avó, meu tio, minha tia, tudo. Meu pai é o meu tudo. Acho que eu não seria nada sem ele.

- Eu preferia ter um pai a ter uma mãe, mas ninguém pode escolher.

- É verdade. Mais você tem que dar graças a Deus por ter uma mãe que te dá comida, casa, roupa lavada e você ainda estuda na melhor escola do Rio de Janeiro.

- Eu sei, mas eu não queria ter uma mãe, ou melhor, não queria que minha mãe fosse a que é.

- Não diz isso, no dia que acontecer algo com ela você vai sofrer.

- Eu acho que...

O celular dele apitou, era uma mensagem que tinha chegado.

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Comentários

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É eu tbm não queria que minha mãe fosse do jeito que ela é mas ñ podemos escolhe mãe

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Espero que ele se resolva com ela e não fique com ódio dela.

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CARAI VEI, A MÃE DE CARA SÓ TÁ ASSIM PORQUE "FOI MAU COMIDA"! rsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrssrsrsrsrsr.

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Hum, fico triste por isso, espero que ele encontre uma solução para a mãe e que não fique com ódio dela.

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