Inimigos Naturais - 8

Um conto erótico de Yuri
Categoria: Homossexual
Contém 1062 palavras
Data: 05/05/2014 23:54:59

8. Um assassinato.

Tudo estava acontecendo ao mesmo tempo. Enquanto Nico corria para casa, carros do exercito se posicionavam nos limites da cidade. Três helicópteros pousam sobre o prédio da prefeitura. Homens armados faziam a população voltar para casa. Um homem vestindo calças e blusas com mangas, que cobriam os braços (tudo na cor universal do exercito um mesclo de vários tons de verdes em formatos abstratos), desceu do primeiro helicóptero com ar de ser mais importante que todos. Era o general Hank, o homem mais experiente em criaturas sobrenaturais. Já matara tantos que hoje não saberia o tanto exato.

Logo atrás dele, uma loira de olhos verdes pulou do helicóptero. Esta carregava uma maleta com armas capazes de destruir as criaturas da noite. Balas de prata, águas bentas, amuletos para bruxas e outras coisas que nenhum ser inumano ousaria tocar.

— General Hank, sou Helena a prefeita da cidade — disse à mulher que aparecera a pouco na TV e que foi culpada de todos quererem sair da cidade.

— Essa cidade não é mais sua Senhora Prefeita — lembrou o general sem dar muita atenção para a mulher que ficou de boca aberta.

— Essa cidade ainda está sobre minha proteção e de meus policiais — ela protestou. O General parou subitamente, a mulher loira e outros que estavam com ele também pararam.

Ele se virou para trás e começou falar enquanto caminha para perto da mulher.

— Senhora Prefeita, se seus policias fosse de muita coisa, eu não estaria aqui. Estamos falando da segurança da cidade e não de um jogo patético de poder político. Se quiser continuar viva é bom... Não entrar no meu caminho — a Prefeita e o chefe da polícia — que estava ao lado dela —, estremeceram. O chefe da polícia se afastou quando a mulher falava furiosa para as costas do General que se virou.

— Não vai fazer absolutamente nada na minha cidade — gritou ela ignorando o medo.

— Que seja — o General deu de ombros e se virou. Usando toda a força bateu o punho no nariz da mulher. O exercito pareceu não ter visto nada. Já os policias ficaram agitados olhando para o General. Stevan (o chefe da polícia) correu para pegar o corpo da perfeita que cairá como uma árvore sem vida.

— Escutem todos — gritou o General para a multidão que crescia cada vez mais. — A partir de agora, eu mando nessa cidade — ele alisou o rifle entre os dedos para reforçar a ameaça. — Enquanto a criatura não for presa ninguém dorme, come ou descansa. Qualquer problema venham falar diretamente a mim. Aquele que tentar se engraçar para meu lado — essa mensagem era para Stevan. — Vai acabar com uma bala no meio da testa. Fui claro?

Todos fizeram um grande “SIM” com as cabeças.

Nico quis se transformar, mas havia policiais de mais pelas ruas. Ele demorou mais do que queria para chegar à casa do Tio.

Parando na rua escura o vento passou por sobre sua pele quente ele estremeceu. Ele não suava — fazer muitos exercícios sem derramar uma gota de suor, coisa de Lobo. A porta da casa estava aberta, jurou estar quebrada. Antes de continuar, ele se concentrou em ligar seus instintos naturais, seria em vão entrar sem estar completamente concentrado.

Um novo clarão tomou as ruas, dentro da casa pode se ver um corpo estirado no chão, mas logo sumiu. Julgando pelas roupas era Mike.

— Mike! — disse Nico se esquecendo de todo o resto. O amor era uma arma terrivelmente destruidora nessas situações. Pois Nico se preocupava mais com seu amor do que com ele mesmo, só queria deixa-lo seguro sem se importar com ele mesmo.

Ele entrou como um louco.

As imagens pularam em seus olhos. Na seguinte sequencia: um corpo jogado no chão; a casa destruída; sangue pelas paredes; as sombras que os relâmpagos provocavam; seu tio encostado à parede; uma escrita horrível feita na parede e mais sangue.

Depois de verificar que Mike estava inteiro ele correu para o Tio. Já esse não teve a mesma sorte. O pescoço estava dilacerado, uma veia saia e pingava sangue. O coração fora retirado por trás, os olhos não estavam ali. Ele se transformou em uma imagem traumatizadora e medonha. Na mão havia um pedaço de bolo que certamente ele comia.

Quando Nico precisou esforçar os olhos para ler o que estava na parede, ele percebeu que não havia luz na casa. Apenas na cozinha havia uma pequena iluminação fraca e acendia e apagava. As palavras se misturavam no sangue derramado na parede, mas prestando muita atenção elas ficaram familiar e legível.

Traziam o seguinte recado: “Eu lhe avisei”. Olhando mais para elas ficou claro que era a letra feia de Tio. A assassino o obrigou escrever com seu próprio sangue antes de mata-lo.

Os olhos de Nico perderam o foco. Tomaram-se de um tipo de branco. Sua roupa, suja de sangue, de repente era pequena de mais e se rasgou. Um focinho gigante surgiu do nada. Era o Lobo.

Em um turbilhão de fúria, Nico — ou a Fera —, saiu da casa levanto tudo que estava em seu caminho.

Do lado de fora ele uivou, mesmo com a lua atrás da tempestade, ele uivava como um verdadeiro Lobo. O som era de um sofrer imaginável. Em nossa língua seria gritos de desespero a morte de um ente querido. E ele correu para dentro da floresta sem deixar o uivo parar ou ficar fraco.

De repente ele parou. Estava ouvindo outro uivo, era um lobisomem como ele ali! Há tempos que seus uivos não eram respondidos, mas os de dor e sofrimento foram. Ele tomou a direção dos rugidos ao norte. Andando mais um pouco ele percebeu que estava indo para a pedra verde, que levou Mike há uns meses atrás.

E sem saber que era o assassino quem o respondia e o chamava para a morte, ele apareceu na clareira. De longe observou um vulto se mover nas árvores. E o rugido da fera foi ouvido mais uma vez. As palavras do maluco no manicômio brotaram em sua mente “vocês... vão... morrer”.

— Ao norte! 300 metros da estrada — disse a loira para o General. Eles ouviram cada um dos uivos e já estavam a caminho de Nico.

— São dois — percebeu o General colocando as balas de prata na arma. — Se o tiro no coração não matar, quero que atire com tudo que tivermos. Vamos matar esses desgraçados!

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Comentários

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Sempre o general maluco, como diria o Hulk... Ainda curioso sobre a criatura estranha.

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esse cap está sensacional....adorei demais anjo

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