Por Favor... Me Ame! 11

Um conto erótico de Evan
Categoria: Homossexual
Contém 4272 palavras
Data: 28/05/2014 16:19:57

Capítulo 11: Como se tornar um espião emde passos.

Enquanto me embrenhava na mata fechada e os mosquitos causticavam a minha pele, eu me perguntei se estava realmente pronto para entrar nessa de espionar alguém. Estapeei o meu ombro e resmunguei depois de mais uma mordida de inseto. Como eu não tinha percebido aquilo quando eu sai correndo floresta a dentro, a noite, dois meses atrás? Marvo e Lago andavam, altivos, na nossa frente, Lion andava do meu lado e estava com problemas com insetos também. Hoje pela manha depois de um café da manhã bastante reforçado os nossos soldados nos disseram que hoje, domingo, eles dariam inicio ao nosso treino. Galhos e folhas secas estavam e quebravam sob os meus pés cada vez que eu pisava na terra, a unidade ali era enorme, a água se condensava na pele fina da minha nuca, as gotas que desciam depois eram de uma sensação horrível. Ouvi um farfalhar de folhas acima de mim, parei e olhei para onde veio o som, estreitei os meus olhos e voltei a andar, lentamente, ainda olhando para cima. Lion resmungava, irritado, alguma coisa ao meu lado. Cheguei mais perto dele e passei meu braço direito sobre seus ombros e o trouxe para mais perto de mim. Ouvi novamente o barulho farfalhante acima de mim, parei mais uma vez, parando também Lion. Ele olhou para onde eu estava olhando fixamente e depois me olhou com os seus olhos estreitados em confusão. Vi alguma coisa de mexer no alto da árvore e dei alguns passos para trás, Lion acompanhou os meus movimentos, ele também tinha visto. Ouvimos um choramingo bem alto e depois eu estava correndo alucinadamente na direção do meu soldado, alguma coisa peluda e barulhenta tinha se atirado na minha cara, joguei-a no chão e sai em disparada, praticamente arrastando Lion. Choquei-me contra Marvo a uma velocidade enorme, fazendo com que ele se chocasse contra Lago e consequentemente cair, formamos um grande amontoado de membros, roupas e cabelos no chão úmido e fofo da floresta. Me levantei em um pulo e apontei na direção de onde vinha um vulto avermelhado, na nossa direção, guinchei alto quando aquele troço se jogou novamente sobre o meu rosto. Marvo correu atrás de mim quando eu sai em disparada com aquele bicho grudado no meu rosto, gritando para eu parar, mas não parei. Quer dizer, não parei por vontade própria, meu pé direito se enroscou em uma raiz de árvore e eu desmoronei pesadamente.

Marvo me alcançou e tirou o animal do meu pescoço, quando eu cai no chão ele se deslocou do meu rosto para o meu pescoço. O animalzinho peludo começou a fazer um som estranho, que vinha do fundo de sua garganta. Me arrastei pelo chão até que bati com a costa em uma árvore, abracei minhas pernas e fiquei olhando Marvo tentando domar aquela criaturinha. Depois de alguns minutos ele me disse que aquilo era um filhote de raposa, eu arregalei os olhos, depois comecei a vasculhar a área ao meu redor alucinadamente, minha voz saiu tão fina e esganiçada quando eu perguntei para Marvo se ali tinha raposas, suprimi um arquejo espantado quando ele confirmou com um aceno de cabeça. Lion e Lago apareceram minutos depois da minha horrível descoberta, quando meu amigo chegou perto de mim eu comecei logo a falar, disse que aquela floresta era cheia de perigos e que aquele bicho que estava se debatendo nos poderosos braços de Marvo era um monstro sanguinário. Ele olhou para mim como se eu estivesse ficando maluco, se levantou, foi até onde Marvo estava, tentando acalmar aquele bicho, levantou lentamente a mão direita e começou a acariciar o pelo avermelhado do bicho.

— Esse que é o monstro sanguinário, Evan? — Ele olhou para mim, ainda acariciando o bicho. Olhei para Marvo e depois para Lago e vi que eles estavam tentando reprimir os sorrisos divertidos que teimavam em aparecer em suas expressões. — Para mim ele parece um filhotinho fofinho.

— Você diz isso por que ele não pulou na sua cara! — Gritei, depois apontei para o meu rosto, onde eu desconfiava está com alguns aranhões recém-adquiridos – Ele quase arrancava meus olhos!

— Para de drama, Evan – Lion disse. Esticou os braços, falou alguma coisa em um tom baixo para Marvo e depois o bicho serelepe estava nos braços do meu amigo – Vai ver ele pensa que você é a mãe dele.

— O que?! — Guinchei, ultrajado.

— Não é que Lion pode ter razão – Marvo olhou para mim com os olhos pensativos, eu o fitei com a boca aberta em descrença – Esse filhotinho não deve ter nem um mês de vida, e pela sua aparência ele está muito magro e seus pelos estão quebradiços. Sinal que sua mãe não estava por perto para cuidar dele.

— Mas idai?! — Me levantei do chão e fui um pouquinho mais para longe – E o que tem haver um filhote desnutrido e eu?

— Evan – Lago chamou minha atenção, chamando meu nome suavemente. Eu olhei para ele – Você sabe qual é a cor do seu cabelo? Não sabe?

— Claro que sei! — Respondi, eles claramente estavam testando a minha paciência. — Todo dia no espelho e desde que eu nasci.

— Agora olha para os pelos do filhotinho ali – Ele apontou para o monte de pelos nos braços de Lion. Mesmo estando uma confusão, claramente dava para ver que a penugem dele era vermelha. Ia retrucar algumas coisas maldosas para lago quando a ficha caiu. Vermelho?! Seu pelo era vermelho como... como... o meu cabelo!

— Não! — Suguei o ar em espanto.

— Sim! — Lion respondeu, com os olhos brilhando divertidos. Marvo e Lago a muito já estavam rindo da minha expressão espantada – Ele acha que você é a mãe dele.

Dei vários passos para trás quando Lion veio na minha direção com o bicho enrolado em seus braços, cai no chão novamente. Gritei para ele manter aquilo longe de mim, se ele gostava de ter todos os dentes na boca era melhor ele não dar mais nem um passo. Eu falei assim mesmo, não estava nem ai para a ética de amizade, ele não ia me convencer a adotar um bichinho raquítico que vivia na floresta. Como eu cuidaria daquilo? Eu nem conseguia cuidar de mim mesmo! Vai que eu cuido desse animal por bastante tempo, deixando-o forte e saudável, mas ai um dia eu chego em casa, cansado, suado e fraco e ele decide me comer pensado que eu era algum tipo de pássaro magricelo? Não, não mesmo. Recusei-me a ficar perto deles até que eles decidissem soltar o bicho, fiquei sentado em um amontoado de terra que tinha ali. Os outros três conversavam avidamente sobre algo que eu não conseguia ouvir, só sei que eles olhavam bastante na minha direção. Eu estava começando a ficar paranoico, rodeado de folhas e terra eu ficava pensando que a qualquer hora alguma coisa maior e mais mortífera do que aquele filhote de raposa subnutrido sairia do meio daquelas árvores e me atacaria. Mas nada saiu, quando enfim eles fizeram a decisão deles eu já estava começando a ficar com dor no pescoço, por que toda hora eu virara o meu pescoço quando eu escutava algum barulho estranho. Olhando no meu relógio de pulso, que eu quase nunca usava, eu vi que ainda eram 8:12 da manhã. Marvo veio primeiro na minha direção, depois Lago e por último Lion... sem a raposa. Pulei animado e meu amigo me olhou com os olhos estreitos de raiva, mas que coisa, se ele quisesse aquele bicho que ele ficasse com ele, mas ele com toda a certeza teria que voltar para o seu chalé. Não queria parecer um mal amigo com esse pensamento, mas como diz o ditado: amigos, amigos. Bichos de estimação a parte. Ou seria de uma forma diferente? Bom, não sei, não sou bom com matemática mesmo.

Eu estava saltitando na frente do grupo, balançando os braços de um lado para o outro, apenas ouvindo a voz de Marvo me dizendo para onde eu devia ir. Algo cutucou o meu calcanhar e eu olhei para trás, quase dava um chute no bichinho, mas ele foi mais esperto que eu e saiu pululando na direção de Lion. Depois de muitos gritos, ameaças de morte e algumas quedas (da minha parte) eu concordei, de mau-grado, que o bichinho fosse conosco. Ele ficava mordiscando os meus calcanhares e depois ficava saltitando na minha frente, fazia de tudo para chamar a minha atenção. Mas eu era uma pedra, andava confiante por onde Marvo mandava e nem olhava para o animalzinho que tentava chamar minha atenção.

Quando enfim chegamos na clareira onde estavam as barracas de todos os outros soldados e de Marvo e Lago também eu vi Chaves. A mulher loira, alto e maravilhosa já estava a nossa espera, sabe o que eu fiz? Eu sai correndo na direção dela, ouvindo os sons minúsculos que as patas da raposa faziam quando tocavam o chão. Me joguei em seus braços e comecei a dizer tudo o que tinha passado na floresta, parecia uma criancinha, contando algo para um adulto. Apontei para o filhote de raposa e, com uma voz chorosa, eu contei para ela que Marvo, Lago e Lion me obrigaram a ficar com ele, a minha voz ficava mais quebradiça e chorona a medida que eu ia terminando de contar a minha estória. Ela me olhou e eu vi nos seus olhos aceitação e ternura. Depois ela ordenou que dois homens levassem a raposinha para o medico dali. Vibrei por dentro quando vi o bichinho indo embora. Podiam me chamar de insensível e sem coração, mas eu não queria aquele bicho de maneira nenhuma. Ainda fiquei uns minutos abraçado com Chaves, depois ela, gentilmente, tirou meus braços de sua cintura e quase que imediatamente vários homens e mulheres fizeram uma roda ao redor dela. Com um dedo longo e com a unha bem-feita, mesmo ela estando dentro do mato, apontou para o espaço vazio entre Marvo e um outro homem. Fui arrastando os pés, com a cabeça baixa, extremamente consciente das dezenas de olhos que fitavam o meu andar. Quando eu me posicionei do lado do meu soldado eu pensei que ele iria me recepcionar com um sorriso, mas não foi isso que aconteceu. Ele parecia uma parede, olhava fixamente para onde Chaves estava, parada no meio do circulo, estava com os braços na costa, as pernas um pouco distante uma da outra.

Olhei para o meu lado esquerdo e vi que o outro homem estava do mesmo jeito que Marvo. Inclinei minha cabeça para frente e vi que o resto das pessoas também estavam do mesmo modo, só Lion e eu que não estavam assim. E Chaves também não, ela estava linda, mesmo toda de preto e verde vomito, parada sobre o sol escaldante de (olhei novamente para o meu relógio quase nunca usado) 8:58. Ela se empertigou mais um pouco, ficando mais alta do que realmente era e depois começou a falar, no mesmo tom de voz hipnótico de sempre.

— Muito bom soldados! — Sua voz parecia uma coisa viva, ondulava e vibrava ao nosso redor – Hoje vamos fazer um pequeno jogo para marcar a entrada de Lion – Apontou para o meu amigo, nenhuma cabeça se virou na direção que ela apontava, mas dezenas de olhos acompanharam o movimento – E Evan – Aconteceu a mesmo coisa comigo. Aquilo estava me assustando, eles nem pareciam gente de verdade, estavam mais para robores com controle de voz – Daremos inicio ao nosso jogo de celebração assim que os nossos dois mais novos colegas colocarem roupas adequadas.

Olhei para o que eu estava vestido e franzi a sobrancelha, minha roupa estava bastante boa para fazer qualquer tipo de atividade que ela tivesse em mente. Calça bastante maleável, camiseta branca e o meu tênis mais confortável. Mas foi só ela falar aquilo que as pessoas que estavam atrás dela na roda se afastarem e deixar uma mulher pequenina, com um vestido bastante simples andar até onde a Chaves estava, deixou dois sacos de tecido preto aos pés da mulher mais alta e saiu dali tão rápido quanto chegou.

— Evan, Lion. Se aproximem – Chaves disse.

Meu amigo e eu andamos, hesitantes, na direção daquela poderosa mulher. Eu ainda conseguia ver aquelas mesmas emoções que cruzaram seu rosto quando eu a abracei, mas agora eles estavam escondida atrás da mascara de poder que aquela mulher exalava. Ela apontou para o amontoado negro aos seus pés e nos dois nos inclinamos para pegá-los. Tinha um zíper, mesmo sem ela mandar eu o abri e dentro do saco tinha uma roupa preta e verde do mesmo modo que todos os outros, inclusive ela, usavam.

— Agora, vistam! — Ela falou apenas para nos dois, mesmo falando baixo, sua voz soou poderosa e mais encantadora – Não temos o dia todo.

— Mas, senhora – Lion levantou a mão, daquele mesmo modo que um aluno faz para fazer pergunta para o professor – Onde podemos nos trocar?

— Ora essa, Lion – Ela franziu a testa e o nariz, sua voz saiu com um pouquinho de sarcasmo – Aqui mesmo, homem!

— No meio de todo mundo? — Meus olhos vasculharam a multidão que nos cercava e uma súbita onda de vergonha me varreu, fazendo meu rosto ficar quente e vermelho – Será que não podemos ir em um banheiro? — Seus olhos se estreitaram de uma maneira nada amistosa – Ou pode ser ali atrás daquela moita, não tem problema nenhum.

— Não, aqui!

— Mas... – Lion começou a falar, mas ela o interrompeu.

— Nada de mas – As palavras saíram espremidas por entre seus dentes trincados – Agora!

— Tá, tá bom.

Comecei tirando primeiramente os meus tênis, Lion fez o mesmo. Depois tirei a minha camiseta e joguei-a no chão, segundos depois a camiseta de Lion também estava ali. Adiei bastante o momento de ter que tirar a minha calça, mas eu tirei. Fiquei com muita vergonha, eu estava usando uma das minhas cuecas infantis, aquela era cheia de barcos e sois. Olhei rapidamente para o meu lado e vi que Lion não estava com tanta vergonha assim, afinal ele estava usando uma cueca preta normal e sua pele parecia cintilar a luz do sol. Eu não estava bastante consciente de que os outros olhavam para a minha pele branca, minha cueca ridícula e para as minhas cicatrizes horríveis. Lion só tinha ficado com uma cicatriz, no braço, ele tinha tirado o gesso a algumas semanas atrás e seu braço estava perfeito normalmente. Peguei logo a calça preta de dentro do saco e a vesti, foi uma luta, aquele troço era muito apertado! Ela marcava minhas pernas, minha bunda e o mais irreal de todos, a minha cintura. A calça não terminava na cintura, não, ela terminava dois dedos acima do meu umbigo. Minhas poucas curvas ficaram bastantes marcadas com aquela calça. Olhei para o lado e Lion também estava na mesma situação que eu. Depois peguei os coturnos, mesmo sem querer não teve como eu não comparar o tamanho do meu pé com o daquela mulher, o meu era pequenino comparado ao dela. Coloquei uma segunda meia por cima da que eu usava e calcei-os. Amarei os cadarços rapidamente e depois vesti a camisa. Preta e verde vomito, ficou bastante apertada também, mas que coisa, eles só sabiam fazer coisas apertadas?! Depois tinha uma espécie de cinto, mas nesse “cinto” tinha vários bolsos e uma segunda bolsa um pouco mais abaixo. Olhei para Chaves e vi que ela usava um daqueles na cintura e a bolsa era presa na perna. Eu afivelei tudo e depois procurei para ver se não tinha mais nada dentro do saco, não encontrei nada. Me levantei e a encarei. Segundos depois Lion, também já todo vestido, veio até mim e ficou do meu lado.

— Agora que nossos mais novos integrantes terminaram de se vestir, vamos separar os times – A voz de comando de Chaves era impressionante – Berta! Traga a caixa!

A mesma senhorinha que trouxe o saco com as nossas novas roupas, veio andando rapidamente até o centro da roda e ficou parada ao lado de Chaves. A última vasculhou com os olhos a multidão que a cercava e eu notei quando seus olhos brilharam com uma diversão interna.

— Silva, Leite – Ela chamou – Venham aqui.

O soldado saiu de sua posição e veio andando na minha direção, o seu andar era, de certo modo, sexy. Mais atrás um pouco vinha um homem que mais parecia um urso, cheio de músculos e alto pra caramba. O tecido de sua roupa se tencionava e esticava a cada passo que ele dava, não sei como não rasgava. O outro soldado parecia pequeno ao lado da montanha que caminhava. Enquanto eles caminhavam em nossa direção, a senhora que segurava a caixa começou a tirar um disco laminado atrás do outro, de relance eu vi um nome, mas não sabia de quem era. Depois de todos os discos retirados da caixa ela despejou-os novamente dentro da caixa. Notei que ela ficou com dois discos na mão, li os nomes que ali estavam escritos SILVA era um deles e o outro era LEITE. Quando enfim os dois homens chegaram até onde nos estávamos, Lion já estava do meu lado. Chaves esticou a mão e a outra mulher colocou os discos em sua mão estendida. Ainda com o braço estendido ela fez apenas um gesto com a cabeça e o homem, que parecia uma montanha, pegou o disco com o nome Leite e o outro era o tal Silva.

— Agora que temos os lideres de cada time – Chaves começou a falar – Vamos a divisão! Leite você pode começar.

— Sim, senhora! — Até a voz dele era monstruosa, Lion se encolhei e eu também. O resto do pessoal ficou impassível – Eu escolho Marvo.

— Silva – Ela falou, brandamente – Sua vez.

— Amorim – A voz do outro não era tão marcante quanto a do outro, mas até que tinha um certo charme.

— Lago – Leite disse, simultaneamente Lion e eu saímos de perto dele.

E assim foi, nome após nome, até que cada time tivesse vinte e uma pessoas. Lion e eu estávamos no time do Silve e os nossos respectivos companheiros estavam no outro time. Não sei como aquilo tinha acontecido, em um momento Silva chamou meu nome, Marvo ficou eufórico, começou a falar um monte de coisas no ouvido do outro homem, não deu para eu escutar por que eu estava andando na direção oposta. Lago também estava gesticulando muito e falando também para Leite. Mas na vez dele escolher, ele chamou outra pessoa, Silva escolheu Lion e depois disso Marvo e Lago explodiram em protestos. Chamaram tanto palavrões, espernearam e gritaram muito, as veias de Marvo estavam todos saltadas e os punhos de Lago estavam fechados fortemente. Eles começaram a discutir com Chaves, a mulher suspendeu a mão e depois disse, calmamente:

— As equipes estão formandas – Fez uma pausa – Não tem mais volta, os lideres foram quem escolheram cada um de vocês. Se Leite não escolheu Lion e Evan eu não posso fazer nada.

Agora os nossos soldados estavam com as caras amaradas e olhavam para Leite com olhares fulminantes. A nossa equipe ficou equipada com o colete vermelho e a outra, amarelo. Depois um garoto não mais velho que eu, veio arrastando um carrinho com uma enorme caixa preta encima. Depois Chaves andou calmante até lá, Deus! Aquela mulher parecia uma modelo profissional. Abriu a tampa, jogando-a no chão com um baque surdo, poeira subiu ao ar. De dentro da caixa ela tirou uma arma prateada que brilhou e cintilou quando fez contato com o sol.

— O jogo vai ser no estilo perseguição – Engoli em seco quando ela disse aquela palavra – Cada um de vocês vão receber uma arma dessa aqui – Chacoalhou o objeto que tinha na mão – E vão ter que eliminar os outros integrantes do outro time – Jesus! Aquela mulher era louca! - Mas calma, o que tem dentro do cartucho não são balas e sim mini seringas com um liquido que paralisa a pessoa que foi atingida quase instantaneamente, fazendo assim que nenhum participante trapacei mesmo depois de atingido.

— Por quanto tempo dura o efeito desse liquido? — Perguntou uma mulher que estava próximo a mim.

— Em média trinta minutos – Respondeu, calmamente – Para demonstrar o que eu falo, Will por favor, se importaria?

O garoto que trouxe a caixa com as armas foi até Chaves, depois andou até está a alguns passos na frente dela. Ela ia atirar nela para comprovar a sua palavra?! Aquela mulher era louca! Mas não foi isso que aconteceu, o garoto se agachou, pegou uma pedra do chão, se empertigou novamente e arremessou a pedra em uma das árvores que nos rodeavam. Quando a pedra fez contato com o alto frondoso da árvore uma revoada de pássaros coloridos saíram berrando de lá. Passando por sobre todos nos que estavam no solo. Chaves levantou a arma, mirou para o alto e apertou o gatilho, um som parecido com o som de sucção ecoou pelo espaço. O projetil atingiu em um dos pássaros e segundos depois ele parou de bater as assas e caiu. Caiu bem na cabeça de Lion. Não teve como não ri, o grito que ele deu depois que o bicho caiu sobre ele foi mais engraçado ainda. Depois que chaves mandou Will para frente dela Lion pensou que ela ia atirar nele, assim como eu pensei, por isso ele se afastou e andou alguns metros para o lado. Ele viu que eu estava rindo e jogou o pássaro paralisado em mim, o bico do bicho aranhou meu rosto e as garras o meu ombro. Gritei e sai em disparada dali. Comecei a gritar com Lion, ameacei-o dizendo que ia denunciar ele para o Ibama, era proibido usar animais silvestres como bola de basquete. Mas ele me mostrou o dedo do meio e foi para o outro lado.

O garoto que jogou a pedra começou a distribuir as armas especiais, eu vi quando Marvo e Lago pegaram as deles, eles fizeram uma série de manobras com a arma, depois foram até uma outra caixa (que eu não tinha notado que estava ali) e pegaram, cada um, três cartuchos com a seringa com o liquido paralisante. Eu tentei fazer a mesma série de movimentos com a arma que o garoto me deu, do mesmo modo que eu vi Marvo fazendo, mas eu não sei onde que eu erei em um dos movimentos que fiz, só sei que quando vi Will já estava desmoronando, duro feito uma pedra, sobre mim. Fiquei sem ar quando o seu corpo me esmagou assim que eu toquei o solo. Escutei pegadas apressadas, vozes e depois Will foi retirado de cima de mim. Me sentei com a ajuda de Lion e depois eu olhei um dos meus projeteis alojados na coxa esquerda de Will. Olhei para Marvo e vi que ele estava tentando se controlar para não rir muito alto, pois um sorriso enorme cortava seu rosto de orelha a orelha. Chaves deu uma ordem e Will foi levado até a sua tenda, depois a senhora miudinha foi quem distribuiu as armas.

— É para atirar apenas nos adversários – Começou Chaves – Não pode atirar no pessoal do mesmo time, mesmo que tenha um desafeto com as partes envolvidas – Ela olhou significantemente para Marvo e Lago – O rio delimita a área de perseguição ao norte, ao sul é a parede da escola, oeste é a estrada e a leste um de nossos trailers de comando. Se alguém de algum dos dois times conseguir chegar aqui são e salvo e pegar essa bandeira – Não sei de onde foi que ela tirou aquele pedaço de pano dourado preso a um pedaço de madeira. Mas ela o suspendeu até acima de sua cabeça e continuou a falar – Se caso algum de vocês acertarem alguém e esse alguém ficar em uma área muito isolada, ativem o rastreador – A senhorinha já estava distribuindo o tal rastreador, era uma caixinha prateada, ela nem me deixou tocar no objeto. Com um movimento rápido de mão, ela o colocou em um dos compartimentos do meu cinto militar – Vocês só podem atirar após o meu sinal, antes disso, resultara em expulsão do infrator. No mais é isso, boa sorte a todos e que o melhor time vença.

Quando ela terminou de falar uma série de gritos, uivos e outros sons ecoaram naquela clareira. Olhei para o pessoal do outro time e seus olhos brilhavam em desafio, até as mulheres. Ele pareciam touros, e nós eramos a cortina vermelha que os atiçava. Procurei Lion e eu o vi correndo na minha direção, estendi a mão e lentamente fomos mais para trás. Procurei com os olhos Marvo e o encontrei no canto esquerdo acompanhado de Lago, eles também estavam excitados por causa do eminente jogo. Chaves pegou um apito das mãos da senhora baixinha e colocou entre os lábios. A excitação ali era tão grande, várias pessoas já estavam com as armas em punho, menos Lion e eu, o som do apito estridente ecoou e eu sai correndo em direção a densa floresta, com Lion ao meu lado. Embrenhei-me na mata fechada no mesmo estante que o som de sucção encheu o ar.

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Gente, obrigado pelos elogios, serio mesmo. Sei que minha escrita não é boa, mas com as palavras de vocês eu me sinto o próprio George R.R. Martin ( Autor de As Cronicas de Gelo e Fogo) mas enfim, abrigado mesmo. Neto M, valeu mesmo, nem sei o que disser, então pra quebrar o clima, eu digo: Então eu meio que sou seu segundo amor? (kkkkkkk). Então é isso, acho que postarei outro no sábado, ou domingo, não sei ao certo.

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Comentários

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Oi, li o seu conto desde o começo e então achei que era hora de comentar. Seu conto é maravilhoso, bom e com mistério, não é aquelas historias que você lê o 1ºCapitulo e já sabe tudo que vai acontecer, a cada capitulo a historia muda de ângulo, e isso o torna bom demais. A unica coisa que não gostei foi, what? Todos os homens dessa historia são gays?! Não tem um hétero? A escrita também é ótima (Coisa que não se vê nas historias desse site) e também é muito descritivo, o que o torna melhor. Enfim, porque você não cria uma conta fake no Face pro seus fãns? Digamos que, eu sou curioso igual ao Evan mas a raiz cúbica e eu queria te fazer algumas perguntas sobre como você construiu o conto. Eu e seus leitores queremos muito conversar com você, por favor, crie uma rede social fake pra gente conversar com você. Eu tenho 16 anos.

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Adorando a cada capítulo. Já falei e repito você escreve muito bem.

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Hora essa e porque não poderia muito bem ser, mas já aviso que eu sou muito ciumento em (kkk) mentira não sou não, mais em me passa seu contato quem sabe não rola uma química e se não rolar a gente tenta a física mesmo (kkk) é brincadeira em (ou sera que não kkk), mais emfim falando agora do conto este foi mais um capitulo espetacular isso da raposa minha nossa foi genial, estou super ansioso pela continuação o que sera que vai acontecer com esses dois nesse jogo em, mais então por hora é isso até a próxima.

Atenciosamente Neto.

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To amando sua historia e a cada capítulo,mais envolvente fica sua historia e to amando mesmo.

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