Os meios justificam os fins

Um conto erótico de danv
Categoria: Homossexual
Contém 920 palavras
Data: 18/05/2014 18:24:33

A conheci na faculdade. Era um presença constante nas aulas. A observava ao longe e mesmo sem trocar uma palavra se quer seu carisma criou em mim afeto e respeito. As mãos delicadas, de dedos finos e compridos, nunca apontaram o dedo para ninguém e de sua boca rósea palavras de difamação não saiu. Sua ajuda à todos, uma sacola de mercado aqui, uma ajuda na sua matéria de sua facilidade ali, atividades que mesmo com suas moderadas força e inteligência não negava a alguém. Ao lado de seu namorado de boa aparência. Uma idealizada heroína romântica se vista nesse contexto. Mas horas e horas de observação me levaram a ver seus cabelos bagunçados logo de manhã, todo desalinhado, suas cochiladas em determinadas aulas, seus olhos castanhos todos vermelhos e marejados nos dias ruins, seu temperamento dócil se tornar tóxico em momento de raiva.

Sempre assim, ao longe analiso a sua pessoa. Seus olhos miravam o meu a observando vez ou outra. Meu olhar rapidamente desviava e mais rápido ainda voltavam à vislumbrar-lhe.

Entre desvios de olhar se passou um ano. Nossa primeira comunicação ocorreu da maneira mais improvável possível.

As férias chegaram e com isso minha oportunidade de rever a família. Minha afeição sempre foi muito grande a eles, minha mãe, avó e irmão. Sai da capital do estado e voltei para o interior, malas prontas. Assim que cheguei fui recebida com muito carinho, abraços sufocantes e uma festa modesta para amigos e familiares. Mesma conversa, novidades da faculdade, "casinhos" amorosos, vida na cidade grande. Estou cotando para Paul, meu irmão, sobre acontecimentos engraçados no metro quando sou interrompida pela mulher que me gerou.

- Filha, essa é a Manuella, filha da Marta, minha amiga, ela disse que vocês se conhecem da capital. - empolgação na sua voz nitidamente percebida.

Direciono meu olhar e a vejo ali, em minha frente. Fico em estado de estupor a olhando. Minha mãe é chamada por alguém e nos deixa.

- Vou deixar vocês aqui. Minha filha cuidará bem de você Manuella. - sai piscando o olho para mim.

Nos encaramos por um tempo até que meu irmão no interrompe cobrando mais historias. Retomo meu relato animadamente e logo Manuella entra na conversa contando seus relatos próprios. Rimos da confusão da cidade e vejo admiração nos olhos de meu irmão, um menino de 12 anos que almeja grandes feitos. Depois de longo tempo conversando somos chamados para nos juntarmos à mesa.

Nos fundos da casa, envolto ao jardim, existe uma enorme mesa de jantar herdada de minha bisavó mãe de 15 filhos. A mesa comprida e de madeira com várias outras menores e improvisadas de plástico a rodeando. Nossos lugares estão reservados. Espanto-me ao notar que o lugar de Manuella jaz ao lado do meu. Nos sentamos e a comida é servida. Estou mastigando preguiçosamente minha comida quando sou surpreendida.

- Beatriz né? - ficou esperando minha resposta e acenei positivamente estranhando o fato de saber meu nome - Ta gostando do curso?

- To, acho que fiz realmente a escolha certa e você?

Ela pareceu ficar em duvida de sua resposta.

- Para ser sincera, não sei. Não é o que realmente queria, fiz pela minha família.

- Serio que a Dona Marta não te deixou escolher?

A mãe dela sempre me pareceu liberal e mesmo não conhecendo sua relação com a filha, pois nem sabia que tinha, julgava que ela seria da mesma forma com a escolha profissional da filha.

- Não foi a Marta, ela sempre me apoiou em tudo. Foi meu pai.

Eu já havia acabado de comer enquanto ela apenas remexia na comida distraidamente.

- Acho que nunca o conheci.

- Ele não mora aqui. Moro com ele na capital.

Assenti.

- Desculpa a intromissão, mas acho que você tem que ver se vale a pena se privar de fazer o curso que quer para agradá-lo. É sua vida que ta em jogo.

- Sim, eu sei. Estou pensando seriamente nisso.

Com o encerramento da refeição sentamos no banco debaixo da árvore do jardim e conversamos. O sol descia e mal percebíamos. Falamos sobre todos assuntos que nos via na cabeça, desde musica à politica.

Com o fim do dia ela foi embora deixando claro que nos veríamos no dia seguinte.

Assim acabou-se as férias e uma forte amizade havia se criado. Na faculdade já não a observava de longe mas agora de perto enquanto seus lábios se moviam proferindo frases de nossa conversa. Fui apresentada como uma grande amiga ao namorado Matheus que apesar de belo e simpático não dominava sobre vários assuntos e nossas conversas ficavam falhas, com silêncios constrangedores postos ao fim pela Manuella.

Manuella que fui instruída pela mesma a usar apenas o diminutivo Manu.

Saíamos de noite em algumas festas. Ela, eu, seu namorado e dois ou três amigos de melhor papo. Nos divertíamos e depois de duas caipirinhas ja me soltava o suficiente. Vez ou outra os dois se afastavam para ter um momento a sós, vez ou outra alguma menina me agarra (ou vice-versa).

Minha sexualidade não era segredo a ela desde o nosso primeiro contado. Lésbica assumida minha família ao contrário de preconceito me dava apoio. Manu e Matheus, junto com nossos amigos respeitavam minha escolha.

Todo feriado retornávamos para visitar nossas mães. Ela que visitava sua mãe uma vez a cada dois anos desde que foi morar com o pai aos 4 anos, passou a vê-la quase mensalmente. Nossa amizade era forte e de nossa família também se tornou assim. Como não nos separávamos nem la, almoços juntando as duas famílias eram de praxe.

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Comentários

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A linguagem deve ser ou popular ou gramatical. A CONHECI, A OBSERVAVA não é nem um nem outro. Ninguém fala assim e é errado gramaticalmente. Basta colocar o pronome EU antes: eu a conheci, eu a observava. Ah, "à todos" está errado. TODOS é palavra masculina e, ainda por cima, plural. Aí não ocorre crase (que só ocorre com palavras do gênero feminino). Vou dar dez se você prometer editar o relato. Visite meu blog: quiquinha12.blogspot.com.br

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Muito bom, mas cadê a continuação ou final da outra história?

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Muito bom início de história,continua...

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