O Certinho e o Desleixado (Capítulo 20)

Um conto erótico de jsell
Categoria: Homossexual
Contém 1567 palavras
Data: 05/04/2014 22:13:33

Em meio aos meus pensamentos, dormi. Acordei no dia seguinte com uma dor de cabeça desgraçada. Ótima maneira de passar meu natal. - pensei, ainda na cama. Olhei em meu relógio de cabeceira, marcavam 11 da manhã. Fui ao banheiro, fiz minha higiene, vesti uma roupa qualquer e saí do quarto, sem rumo, mas estava indo involuntariamente para a cozinha, já que eu tinha tanta fome que poderia comer um elefante inteiro sem reclamar. Desci as escadas. Eu estava vivo por fora, mas morto por dentro. Ao chegar na cozinha dei de cara com o Eduardo fritando ovos com a sua mania de comer a gema crua. Ele me olhou, apagou o fogo do fogão e veio por trás de mim, me atingindo no meu ponto mais fraco: o meu pescoço.

- Vamo conversar, não é nada do que tu tá pensando - diz ele, cheirando minha nuca e me deixando louco.

Quase me rendi a ele. Estava com tanta sede e fome do corpo e do cheiro dele que quase me rendi, mas felizmente não aconteceu. Sai de seus braços, peguei uma maçã na fruteira e um copo de leite na geladeira calado, sem falar nada. Subi as escadas o deixando completamente ignorado e ele veio atrás de mim. Enquanto subia as escadas, tive uma ideia brilhante: iria tentar parecer forte.

Entrei no quarto e comecei a comer. Ele sentou no chão em frente a mim e ficou calado, me olhando comer.

- Perdeu alguma coisa aqui ou tá tendo aula de como ser retardado? - falei.

- O único retardado nesse quarto aqui é você que tá agindo como criança. - disse o Duda.

- AGINDO COMO CRIANÇA? VAI SE FODER - me exaltei. - eu estou completo de razão, qualquer pessoa em meu lugar faria o mesmo - falei, tentando ser o mais frio e calmo possível.

- Qualquer pessoa em seu lugar perguntaria primeiro como as coisas aconteceram. - rebateu.

- Então me fala - falei, dando uma mordida na maçã. Estava calmo por fora, mas por dentro eu tinha vontade de socar a cara daquele fdp.

- Eu fui numa festa há uns 2 meses atrás e eu tava na seca, desculpa, eu sou homem e não aguento ficar só na punheta - disse ele

- CARALHO E EU? EU NÃO SIGNIFICO NADA? EU ME MATEI DE ESTUDAR NA BOSTA DAQUELE PAÍS, DEIXEI DE IR PROS EVENTOS DO COLÉGIO, DE IR PRAS FESTAS DOS JOGADORES DE FUTEBOL PRA ESTUDAR E FALAR CONTIGO NA PORRA DAQUELE SKYPE.. ENTÃO FOI POR ISSO QUE TU SUMIU - Falei, jogando o resto do leite que ainda restava no copo na cara dele.

Sai do quarto, peguei as chaves do carro e sai sem rumo. Saí sem nenhum documento, sem carteira, menor de idade, mas pouco me importava o que iria acontecer dali pra frente. Peguei meu celular e liguei pro Joaquim.

- Alô? - uma voz de sono fala do outro lado da linha

- Ei, te arruma, to passando ai pra te pegar daqui 20 minutos - falei

- Pra quê? - perguntou, ainda com a voz sonolenta

- Só se arruma. - disse, desligando o telefone.

Voltei pra casa e assim que entro em casa o Eduardo estava sentado na sala assistindo televisão. Subi as escadas, tomei banho, me arrumei e desci as escadas. O Eduardo ainda continuava no mesmo lugar, mas quando me viu, levantou e ficou de frente pra porta.

- Pra onde tu pensa que vai? - falou

- Pra onde haja sol, é pra lá que eu vou - respondi ironicamente.

- Tu não brinca comigo, Enzo - a expressão dele agora havia se tornado de raiva. Sua pele branca virou vermelha.

- O que é, tu vai mandar me matarem de novo? - respondi com o mesmo sorrisinho de antes.

Abri a porta e sai. Entrei no carro, ligo a rádio e uma música no tanto irônica começa a tocar

"Se for embora

Leve um sorriso meu

Guardado no teu peito

Teu coração agora é meu"

Uma lágrima escorreu meu rosto, mas lembrei que tinha que ser forte e que eu iria esquecer o Duda. Cheguei na casa do Joaquim, ele já esperava no muro de sua casa. Ele estava lindo apesar de seu rosto ainda estar um pouco inchado. Ele estava com uma camisa branca sem estampa e uma camisa xadrez por cima, uma bermuda branca que ia até um pouco embaixo de seu joelho e um all star preto. Ele abriu a porta e entrou no carro no banco do carona.

- E aí.. como tá o rosto? - disse, pegando no machucado.

- Já sofri dores piores. E você, como tá o coração? - perguntou ele.

- Já sofri dores piores - respondi. Rimos.

- Posso dizer que fiquei no mínimo curioso com a vossa ligação, o que devo a honra? - perguntou

- Só queria sair de casa, mas queria companhia.. - respondi, olhando pra ele e em seguida pra pista.

- Hum, entendi. Só peço pra que você me deixe almoçar, porque tô sem comer desde ontem - falou ele, rindo.

Paramos em um restaurante e ele almoçou. Eu fiquei só na água tônica. Quando ele terminou, fomos pra um parque e ficamos conversando, sentados na frente de um playground observando algumas crianças.

- Ale, terceiro e último ano - falou o Joaquim, pegando em meu joelho.

- É.. a partir de agora temos que começar a nos preocuparmos com nosso futuro. Você já sabe o que quer fazer? - Perguntei.

- Minha mãe quer que eu seja modelo - ele riu - mas meu pai quer que eu seja médico, como ele. Mas eu quero mesmo é fazer engenharia civil. - falou

- Acho que você tem que seguir seu coração. Aliás, tu é bem gato, devia mesmo ser modelo - falei, rindo com ele.

- Meu pai disse que queria fazer arquitetura quando tinha a minha idade, mas foi pra medicina.. no começo ele não gostava, mas daria um futuro muito melhor pra ele - ele disse. - Eu fico muito agoniado, entre a cruz e a espada. Acho que vou prestar o vestibular pros dois e deixa ver o que vai dar. Mas e você, quer mesmo medicina?

- Sim, quero! Mas eu sinto que não tô estudando o que deveria. Mal pego nos livros de verdade desde quando vim pra SP.

De repente uma menina cai bem na nossa frente. Eu me levantei pra ajudá-la e o Joaquim veio atrás, mas caminhando calmamente. Peguei uma mão da menina e a levantei da areia.

- Imagino você sendo pai - diz o Joaquim. - Com o Duda acho que isso não é muito possível - ele disse, pegando na outra mão da menininha.

- Não sei de nada - respondi. - Nada pra mim parece ter um final, tudo é sempre incerto - continuei.

Voltamos pro banco e nos sentamos de frente pro outro. Nossos olhares se cruzaram, senti minha respiração ficando mais ofegante, meus olhos iam fechando automaticamente e meu coração batia cada segundo mais rápido. Ele chegava mais perto do meu rosto, mas de repente meu telefone toca.

- E aí puta, ta fazendo o que? - Era a Mariana.

- Tô num parque com o Joaquim. - respondi.

- Tem duas primas minhas e uma amiga delas aqui, vocês tão afim de fazer alguma coisa hoje? - ela perguntou.

- Vão lá pra casa. O Papai vai tirar plantão hoje e a Marta viajou, tô só com o Duda lá em casa. Acho que vai até ser bom - respondi.

- Beleza. As 8 estaremos aí. - falou.

Expliquei pro Joaquim e ele disse que por ele tudo bem, mas que teria que passar em casa pra pegar algumas roupas e dar alguma desculpa pro seu pai, que já reclamava da falta do filho em casa. Meia hora depois voltamos pra casa e arrumamos tudo pra chegada das meninas. Fui tomar banho e deixei o Joaquim trancado dentro do quarto, pois não sabia o que os dois fariam caso se encontrassem.

Terminei o banho, o Joaquim foi tomar depois de mim, vesti uma bermuda e uma camisa da hollister e calcei uma sandália, passei perfume e arrumei o cabelo. Depois o Joaquim saiu do banheiro já pronto, ele vestia uma bermuda xadrez, uma sandália e uma camisa verde clara sem estampa. Descemos rindo até que me deparo com o Duda no sofá assistindo tv. Decidi que iria encrencar um pouco.

- Aí, Eduardo, uns amigos meus vem pra cá, será que tu tinha como liberar a casa? Sei la, ir pra boate que tu conheceu a mãe do teu filho ou até mesmo pra casa dela. - falei.

Sua expressão ficou séria e triste. Ele levantou sem falar nada, encarou o Joaquim e subiu pro seu quarto. Confesso que tratá-lo mal me deixava pior do que já estava, mas estava cansado de ser o frágil.

A campainha toca, era a Mariana com suas duas primas e amiga. Uma prima era a Iasmin, ela tinha uns 15 anos, fazia o tipo patricinha, bem gostosa, cabelo preto até um pouco depois do ombro. A outra era a Bruna, ela tinha uns 16 anos, tinha o cabelo preto um pouco mais claro que o da Iasmin, era toda gostosa, pernona, bundona, peitão.. e a amiga era a Alice, ela era mais o tipo da Mariana, magrinha, cabelo preto até o meio das costas liso, era bem calada mas depois que começamos a conversar percebi que ela era muito, muito gente boa. Mal sabia eu que aquela noite prometia e muito...

Obrigado a todos os comentários, um agradecimento especial ao Safadinho Gostoso e ao Gleison Duarte que estão sempre comentando coisas positivas e suas opiniões nos comentários, e Revenger, concordo muito com você, amores difíceis são os melhores mesmo!

Um abraço a todos.

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Comentários

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Hmmmm, não sei, mas acho que to começando a ficar com pena do Duda kkkkkkkkkkk Ele parece ser bem sincero, mas as vezes age como um retardado. Ótimo conto, como sempre.

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Valeu por me mencionar aí. Ah, e desculpa se algum comentário meu já te chateou. Eu tento ser o mínimo crítico possível, mas eu não consigo. Mas meus comentários nem são tão críticos assim (eu acho). Conto 10

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Obrigado por me mencionar . O seu conto é um dos melhores que há li. Não é tão clichê , e vc nos surpreende então contos assim são o máximo. Estarei aqui até o final do conto . Parabéns

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