Nem a morte irá nos separar - Parte 3

Um conto erótico de Ric.Pires.
Categoria: Homossexual
Contém 1853 palavras
Data: 28/04/2014 01:10:46

"Mas nada vai conseguir mudar, o que ficou, quando eu penso em alguém só penso em você, e ai então estamos bem, mesmo com tantos motivos pra deixar tudo como está, nem desistir nem tentar agora, tanto faz, estamos indo de volta pra casa". (Renato Russo)

Continuação.

Custei a dormir naquela noite, por a cena que eu havia visto há algumas horas antes, fui dormir já era mais de 02:00 da manhã, acordei tarde no outro dia, a Maria já estava preparando o almoço, papai havia saído, fora resolver umas pendencias na Secretaria da Educação da cidade, pois logo mais as aulas retornariam e seria incluso na nova atribuição de aulas na cidade, e mamãe havia ido a instituição para uma reunião, para fazer a seleção em quais cursos lecionaria.

As aulas logo retornariam, e eu estava ansioso para conhecer minha nova escola, meus novos colegas de classe, meus professores, o Otávio vivia no mundo da lua, apenas estava pensando na namoradinha que ele deixou la Blumenau, era o nosso segundo dia em São Paulo, e ele esperando que ela escrevesse cartas para ele, coitado espera até hoje.

Logo papai e mamãe chegaram, Otávio ainda dormia, sentamos a mesa para almoçar, papai dizia que conseguira 30 aulas, entre elas matemática e física, mamãe Lecionaria para duas turmas, do curso de geriatria e da biologia, e também realizaria pesquisar dentro do laboratório...

Um mês se passou, papai e mamãe já haviam começado a trabalhar, preferiram matricular eu e Otávio em uma escola particular, e no período da manhã, eu estava completando a 5° série e Otávio já estava no 1° ano do ensino médio, era um verdadeiro inferno acordar todos os dias as 06:00 da manhã, no começo foi difícil pois sempre estudamos no período da tarde.

Chegamos na nossa nova escola, papai nos deixou na porta, e nos instruiu a procurar a diretora, levaria mamãe a Instituição, e logo depois iria para sua nova escola, onde daria aula (na época tinha-mos apenas um carro). Procuramos a diretora, levamos Otávio a sua sala, e em seguida fomos a minha, chegamos lá a aula se me recordo bem era de geografia, na sala uma professora já idosa (acho que estava prestes a se aposentar), a diretora a chamou e pediu que me apresentasse.

-(Professora) Pessoal, quero que deem as boas vindas ao Ricardo, ele sera o mais nosso novo colega de classe.

Todos me deram oi, a sala no geral parecia ser bem legal.

-(Professora) Querido pode sentar-se aqui, nesta carteira. Me indicando a primeira da fileira.

Assistimos mais algumas aulas, e logo o sinal apitava para a hora do intervalo, eu ia me levantando, quando uma turma de garotos, os nerd's, chegaram até mim e perguntaram se eu queria andar com eles no recreio, eu prontamente aceitei, ainda não conhecia ninguém. (Os nerd's da minha sala, ao contrário do que mostram nos filmes, não eram feios, muito pelo contrario eram todos bem bonitos).

A partir daquele momento eu já tinha a minha nova turma, eram eu, o Felipe; os pais dele tinham uma doceria no centro da cidade, o Matheus; morava com a mãe que era dentista, o Luís; seus pais eram donos de um posto de gasolina; e um que havia mais me chamado atenção, por ser o mais engraçado de todos, o Daniel; seu pai morava com seus avós seu pais moravam no exterior, e lá trabalhavam e mandavam dinheiro para os avós dele, e assim conseguiriam que o Daniel tivesse uma educação de qualidade, riamos sempre, com as palhaçadas de todos, mas a gente estudava bastante também, as vezes a gente fazia trabalho em grupo, ou em dupla, e eu sempre fazia com o Daniel, eu gostava de todos, mas a gente era mais próximo um do outro.

A partir dai a gente se tornou a turma inseparável, estudamos juntos até a 8° série, mas infelizmente como nem tudo dura pra sempre, o Felipe e o Matheus, foram moram em outra cidade, e o Luís conheceu uma outra turma e não andava mais com a gente nossa amizade era apenas limita em um simples "oi", "tchau", "tudo bem". Restando apenas eu e o Daniel, então nós tornamos amigos inseparáveis.

A gente tinha a mesma idade, eramos da mesma sala, fazíamos aniversario no mesmo mes, morávamos em bairros próximos, jogávamos no mesmo time, eu com 14 anos já media 1,81 e jogava na ponta e ele devia medir 1,70 e jogava como levantador, a gente disputava campeonatos estudantis, viajávamos para outras cidades pra jogar, era muito bom essa época.

Era junho de 1995, já estava próximo das ferias, e nas ferias como já havia dito, iriamos sempre pra Blumenau visitar a parentada toda, minha mãe propôs que eu levasse o Daniel junto:

-(Eu) Dani, o que tu vai fazer nessas ferias?

-(Daniel) Provavelmente ficarei na mesma, esse ano meus pais não poderão vir me visitar.

-(Eu) Minha mãe mandou te chamar pra ir pra Santa Catarina com a gente, vamos visitar os parentes, o que você acha?

-(Daniel) Sério??? Que legal, mas então preciso ver com a minha vó, e tem esse lance de dinheiro também.

-(Eu) Cara quanto à isso tu não precisa se preocupar, la a gente fica na casa que era nossa que meu tio comprou, ele aluga ela pra turistas, mas quando chega no mês de junho a gente vai pra la e fica na casa, e é super legal você vai gostar, vê com a sua vó.

-(Daniel) Eu verei sim, tá sabendo da festa na casa do Caio? Você vai?

-(Eu) Eu estou sabendo sim, vamos? meu irmão leva gente, passo na sua casa as 21:00 pode ser?

-(Daniel) Pode sim, até as 21:00 então.

-(Eu) Até.

Fui pra minha casa, chegando la pedi pro meu irmão me levar, como sempre ele reclamou disse que não era meu motorista, contei pro meu pai, ele na hora foi falar pro meu irmão que ele não trabalha, não quis estudar, já que havia terminado o colegial e não estava nem ai pra fazer uma faculdade decente, então já que ele queria usar o carro, e continuar recebendo sua mesada, ele teria que arcar com o compromisso de na qualidade de irmão mais velho, o minimo que ele poderia fazer era cuidar de mim, ou caso contrário meu pai cortaria tudo. Meu irmão nada falou apenas concordou.

-(Otávio) Tá pronto Ricardo?

-(Eu) Estou sim, vamos que temos que passar na casa do Daniel.

-(Otávio) Vai vamos logo então.

Entramos no carro, em menos de 15 minutos estávamos em frente a casa do Daniel, que já nos esperava no portão. Chegamos na casa do Caio, meu irmão me passou as instruções.

-(Otávio) Seguinte, vou sair com uma gata ai, la pelas 04:00 da manhã passo e pego vocês tudo bem?

-(Eu) Por mim tudo bem, e por você Dani?

-(Daniel) Cara eu não peguei chave de casa, eu posso dormir na sua casa?

-(Eu) Claro que pode, beleza Otávio, caso a gente não esteja mais na casa do Caio estamos na pracinha próxima. Tchau, e eu não quero ser tio hein?

-(Otávio) Vai se ferrar, Chispem daqui, estou atrasado.

Chegamos na casa do Caio, a galera estava toda lá, eram 01:00 da manhã a festa estava muito boa, tinha muita bebida, olhei pro lado e vi o Daniel agarrando uma loirinha com cara de safada da outra sala, joguei um xaveco pra cima da amiga dela e agarrei também, ficou nos 4 na parte dos fundos da casa, em um certo momento, o Caio acendeu a luz, e fez as meninas morrerem de vergonha, e eu e o Daniel morremos de rir, o Caio estava bêbado, eu já estava meio alterado, o Daniel também já estava quase caindo, o Caio sugeriu da gente pegar o resto da bebida e irmos pra praça, e la ele levaria o violão pra gente cantar, na minha época a gente ouvia Legião Urbana, Cazuza, Capital Inicial, Cassia Eller, eram as melhores musicas e todo mundo adorava, diferente de hoje, onde o funk toma conta da cabeça do pessoal (Não critico, gosto é igual cu cada um tem o seu).

Chegamos na praça completamente vazia, estávamos em uma penca de quase 15 pessoas, todo mundo bebendo, uns fumando cigarro, o Caio tocava no violão "há tempos" todo mundo sabia a letra e cantava, a gente sentado no chão o Daniel do meu lado, quando me dei conta que foi naquela praça em que eu vi os rapazes se beijando a 4 anos atrás, mas nem dei bola, continuamos a beber, foi a primeira vez que vi o Daniel realmente bêbado, nas outras vezes que a gente bebeu ele só ficou alegre.

-(Daniel) Cara, vou ter que dormir na sua casa, nem dá pra chegar em casa nesse estado. (e ria muito)

-(Eu) Tudo bem velho, não tem problema, agora tenta dar uma disfarçada, e vê se chupa uma bala, que se pusessem uma vela aqui e você assoprar espalharia fogo.

-(Daniel) HAHAHHAHAHAHAHA... pode crê, vamos comigo fazer xixi ali atrás?

-(Eu) Bora, to apertado também.

Fomos fazer xixi, o Daniel não conseguia se segurar em pé, ficou quase caindo com o pau balançando eu na qualidade de amigo, tive que dar uma força, xingando ele, a nossa sorte, que meu irmão nos viu, colocamos ele no carro, fui me despedir do pessoal, avisar que iriamos embora, e que o Daniel não estava em condições.

Chegamos em casa, o Otávio me ajudou tirar o Daniel do carro, tivemos dificuldades pra ajudar ele subir as escadas, sem fazer barulho pra ninguém acordar, colocamos ele na minha cama, tiramos a roupa dele, deixamos ele só de cueca, puxei a cama debaixo da minha, e deixamos ele lá, o Otávio foi pro quarto dele, mas sem antes me cobrar.

-(Otávio) Porra, você me deve uma.

-(Eu) Valeu, põe na conta.

E saiu do quarto. O Daniel ainda não dormira, ficava resmungando, sussurrando, em dado momento eu ouvi ele dizer:

-(Daniel) "Eu te amo Ricardo, te amo."

-(Eu) Coitado, deve estar sonhando.

Apaguei as luzes, tirei minha roupa fiquei só de cueca, e deitei na minha cama. Em dado momento senti uma mão na minha barriga, era ele tentando se levantar, deitou em cima de mim, antes que falasse alguma coisa, ele colocou alguma coisa, e ele tapou minha boca, e disse:

-(Daniel) Cala a boca!

E me beijou, no começo eu não entendi, mas mesmo não entendendo, correspondi ao beijo, nos agarramos na minha cama mesmo, ficamos nos beijando por alguns minutos, nossos corpos colados, estávamos ambos excitados, continuamos nos beijando por mais algum tempo, terminamos.

-(Daniel) Agora vamos dormir?

E voltou para o colchão, onde estava e apagou. Eu fiquei algum tempo pensando, não acreditando que aquilo aconteceria comigo, só poderia estar sonhando, mas tentei dormir, por essa eu realmente não esperava.

Pessoal, desculpe, pelo tamanho da 3° parte, mas quis enriquecer a historia com mais detalhes, se der tempo posto ainda hoje a parte numero 4, obrigado a todos que leem a história e estão acompanhando, abraços...

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Comentários

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Muito bom! Gostando cada vez mais... Tambem adoro Legiao e odeio com todas as forças funk e sertanojo universitario.

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