Em Uma Noite Qualquer

Um conto erótico de The Lovers
Categoria: Heterossexual
Contém 2376 palavras
Data: 26/04/2014 02:30:23

Acordei em meu quarto, sozinho na cama.

A única prova de que a noite fora real era seu perfume, de toques cítricos, espalhado no travesseiro ao meu lado e o sutiã, preto e rendando, que ela deixara para trás. Mas ainda que fosse uma espécie de sonho vívido e lúcido, eu não poderia reclamar de como ele ocorrera.

Era sábado à noite — e eu estava disposto a sair para caçar naquele dia. Já havia algum tempo em que não me envolvia com ninguém afetivamente, e tão pouco no aspecto sexual. Meu último relacionamento acabara não muito bem para os dois lados, mas acredito que eu tenha tido uma parcela maior de dano. Ao menos minha ex ainda estava transando com seu orientador de tese.

Escolhi uma boate próxima de onde eu morava. Não estava disposto a ter que dirigir muito e caso acabasse por procurar consolo em destilados ficaria mais fácil o retorno a pé. Tomei um banho, coloquei uma roupa que pudesse mostrar que eu era um indivíduo descolado e um perfume que fosse atraente.

Uma vez pronto peguei o carro e dirigi por alguns minutos até alcançar a boate. Devia ser por volta de onze horas e havia muitas pessoas paradas em sua porta, esperando sua vez de entrarem. Passei devagar com o carro, admirando a vista das mulheres com seus microvestidos, minissaias e outras vestimentas mínimas e provocantes.

Estacionei em uma vaga que encontrei um pouco mais a frente. Desci do carro e caminhei até o começo da fila, aproveitando para tentar algum contato visual com as frequentadoras do lugar. Algumas me encaravam de volta, medindo-o me talvez, e depois comentavam algo com suas acompanhantes. Mais opções são sempre bem-vindas.

Depois de uns minutos de pé na fila, chegou a minha vez de entrar. Passei pelos processos todos e em seguida mergulhei no ambiente principal da boate. Em meio a fumaça, luzes multicoloridas e os estrobos que acompanhavam a música comecei minha caçada.

Não sou exatamente o estereótipo do pegador, mas tão pouco ganharia a alcunha de fracasso. Só precisava mesmo encontrar alguém que estivesse na mesma sintonia que eu naquela noite. Eu me aproximava, iniciava uma conversa, tentava ganhar a atenção delas. Algumas até retribuíam meu esforço, mas não parecia exatamente haver aquela reação que eu procurava.

Depois de um tempo nessa infrutífera busca, decidi ir até o bar e pegar algo para beber. Foi quando a encontrei, bem por acaso. Eu estava esperando pela minha dose de uísque quando uma morena ocupou o espaço do meu lado esquerdo. Minha atenção foi capturada quando ela fez seu pedido, a voz conseguindo vencer por pouco o som remixado pelo DJ.

— Um Russian Kiss, por favor — disse ela, estendendo seu cartão para o barman. Sua voz, ao mesmo tempo doce e atraente, chamou me atenção no mesmo momento.

— Por minha conta — emendei, voltando-me para ela. E surpreendendo-me com a visão.

Ela era linda. Morena, como eu já disse, com os cabelos que caiam sobre seus ombros nus em ondas. Eles emolduravam o rosto que não parecia ter nenhuma imperfeição visível e cujos olhos claros, azuis ou verdes, davam um aspecto dicotômico: sereno e lânguido ao mesmo tempo.

Ela usava um vestido dourado, com alguns pontos de tecido transparente, que revelava mais algumas partes de sua pele alva. Ele também era bem justo, valorizando suas curvas e acentuando o tamanho dos seios. Não eram exagerados em seu volume, combinando perfeitamente com seu corpo. Uma proporção bem equilibrada, mas que jamais ganharia as passarelas de algum desfile de moda.

— Bem é uma grande gentileza — comentou ela em resposta. Um sorriso abriu-se no canto do seu rosto.

— E uma forma mais honesta de começar uma conversa do que perguntando se você vem sempre aqui — completei recebendo meu uísque e ela seu drinque.

— Causa mais impacto — disse, dando um gole na bebida. — Disso tenho certeza.

— Bem, se deseja agradecer — não que precise, meu nome é Gabriel.

— Agatha — disse ela de volta, dando-me alguns beijos no rosto. Momento no qual senti seu perfume pela primeira vez, juntamente da delicadeza de seus lábios. — E obrigada pela bebida, Gabriel.

— Se você não estiver acompanhada, Agatha, gostaria de um pouco de companhia?

— Não vejo motivos para recusar sua oferta.

E dito isso, estendi-lhe minha mão. Agatha a pegou e nos embrenhamos no meio dos corpos que dançavam na pista, procurando um lugar melhor para conversamos. Ela contou-me um pouco da sua vida, eu fiz minha parte falando também. Pegamos outra dose de bebidas um tempo depois. E ela ainda teve a oportunidade de ver que eu não sabia dançar de forma alguma.

Quando senti que estávamos os dois a vontade um com o outro, aproximei meu rosto do dela e a beijei. Não houve um momento de resistência por parte de Agatha, o que me motivou a trazê-la para mais perto de mim. Eu sentia seus seios se comprimindo contra meu peito, deslizava minha mão por suas costas e ficava cada vez mais excitado. Eu notava que Agatha também parecia estar sentindo a mesma progressão que eu e isso me encorajava.

De forma súbita veio-me o desejo de tocar-lhe debaixo do vestido. Em minhas calças meu pênis já experimentava uma ereção parcial e vinha a mim a curiosidade se ela já estaria molhada. Contudo acabei me contendo por ser um lugar público, mas não deixei de descer minha mão até sua bunda e apertar-lhe com vontade.

Estávamos próximos da parede então ninguém notaria esse gesto, pelo menos foi o que pensei. Agatha, porém, parou de me beijar no mesmo momento. Seus olhos, azuis como eu percebera um pouco antes, me encararam sem trair qualquer reação — o que era confirmado por seu rosto inexpressivo. Por um instante pensei que havia atravessado uma barreira proibida — nossas conversas não chegaram a revelar se ela era uma libertina ou conservadora.

— Bem — disse, abrindo um sorriso malicioso no rosto. — Se nós vamos partir para esse nível — fez uma pequena pausa e em um piscar de olhos senti sua mão pressionar meu pênis por um momento. — Que tal irmos para um local mais reservado?

— Eu moro há alguns quarteirões daqui apenas — respondi, mais que entusiasmado.

— Então para que perder mais tempo aqui, não é?

Dei-lhe um novo beijo, sentindo como se meu coração pulsasse na mesma sintonia que o beat proporcionado pelo DJ. Tomei-a pela mão mais uma vez, segui em direção a saída para fazermos o checkout e podermos ir embora.

Devo confessar que me arrisquei a dirigir, contrariando minhas diretrizes primárias. Mas no banco ao lado estava uma espécie de Vênus vestida em ouro. E eu queria muito provar daquela divindade em todo seu potencial.

Não demoramos muito a chegar ao meu prédio e menos ainda para alcançarmos meu apartamento no segundo andar. Quando abri a porta, meu primeiro pensamento fora segurar Agatha novamente em meus braços e beijá-la. E foi isso que fiz assim que ela passou e isolei-nos do mundo externo. Foi mais um dos beijos ardentes e dessa vez molhados, tanto em sua boca quanto em sua calcinha.

Guiando-me por meu senso natural de direção dentro do apartamento, a levei até o quarto. Trocávamos toques e beijos e mordidas enquanto caminhávamos, mas não nos separávamos por motivo algum. Ao alcançar o quarto, deixei-lhe cair sobre a cama e depois mergulhei ao lado dela — continuando a consumi-la com a mesma gula.

— Acho que há mais diversão sem as roupas — disse ela em um momento.

— Realmente está meio que apertado aqui dentro — respondi, sentindo minha ereção comprimir-se contra a calça.

Nesse instante, Agatha colocou-se sobre mim e arrancou minha camisa rapidamente. Distribuiu uma série de beijos, mordidas e arranhões por todo o meu tronco enquanto desci em direção a minha pélvis. Com habilidade ela retirou o cinto e depois minha calça e cueca de uma só vez, revelando meu membro ereto.

Mesmo não sendo exagerado em seu tamanho, ele pulsava com vigor naquele momento. Logo sua boca envolveu a glande e sua língua começou a massageá-la por dentro. Devagar e profundamente, Agatha me sugava proporcionando sensações que eram quase de um prazer indescritível. Próximo de gozar dentro de sua boca, ela parou.

Em um ato reflexo, tentei levantar-me da cama, mas seus dedos, com as longas unhas pintadas de preto, me empurraram de volta. Não ofereci qualquer tipo de resistência, apenas ergui um pouco meu pescoço para que pudesse vê-la.

Agatha afastou-se da cama e começou a despir-se. De forma lenta deixou cair uma alça do vestido, depois outra. Movendo-se como uma serpente que responde ao seu encantador, ela começou uma dança enquanto deixava o vestido descer. Logo o sutiã rendado que valorizava seus seios ficou a mostra, depois seu ventre e o piercing que havia ali. Quando o vestido passou pela cintura, ganhou mais velocidade, revelando a calcinha que combinava com a peça superior.

Nesses momentos, eu me punhetava lentamente, também. Sentia meu pênis até doer por conta da ereção forte que o deixava rígido e erguido, convidando Agatha a saciá-lo. Aquele modelo de perdição então virou-se de costas para mim, mostrando sua bunda redonda destacada por um fio dental. Também deu-me a visão da tatuagem que lhe cobria da parte interna da coxa direita até metade de suas costas. Eram galhos e flores de cerejeira, estas de um vermelho vívido, que reforçavam seu aspecto dicotômico: serena e sensual.

Com movimentos rápidos e provocantes, ela terminou de tirar minha calça e os sapatos. Não me contendo mais, me levantei um pouco e a puxei para junto de mim na cama. Comecei a beijá-la dos pés à cabeça, mergulhando meus lábios na sua pele macia. Arranquei-lhe suspiros e gemidos e calafrios.

Tirei seu sutiã e deixei cair em algum lugar próximo a cama. Os seios se encaixavam perfeitamente em minhas mãos e por uns breves momentos os massageei, deixando-a com mais tesão. Parei logo depois para beijar-lhe os mamilos entumecidos e sua aureola um pouco mais morena. No mesmo instante suas unhas se cravaram em minhas costas, deixando-me mais excitado ainda. Retroalimentando o processo, eu comecei a mordiscar-lhe os seios enquanto começava a remover sua calcinha, completamente molhada.

Desci com ânsia para aquela área. Primeiro a instiguei, penetrando-lhe com meus dedos e provando-a em seu ponto mais íntimo. Mergulhava um ou dois, depois leva-os até sua boca para que ela sentisse como era saborosa. Passei a sugar-lhe enquanto metia-lhe os dedos e em alguns momentos até mordia delicadamente o clitóris, resultando em verdadeiros urros de prazer.

— Eu não aguento mais, Gabriel — disse após derramar seu gozo em minha boca. — Eu quero que você me foda logo. E com força.

Não disse nada. Coloquei-me sobre ela, beijando-lhe e compartilhando com ela seu gozo, e estoquei em sua vagina o mais rápido e forte que consegui. Um grito involuntário veio de sua garganta enquanto seus outros lábios aceitavam meu membro entre eles. Tão macios e suaves como os de sua boca, fiquei por um instante imóvel, deixando-lhe se acostumar a minha presença dentro de si. Cobria-lhe de beijos enquanto isso.

— Vai, me fode com força... — disse ela, fazendo-me voltar minha atenção para seu rosto. Sob a luz que vinha do lado de fora, seus olhos brilhavam com tesão e expectativa. Dando um sorriso safado, completou. — Acaba comigo.

Não foi preciso que ela me pedisse novamente. Comecei o movimento de ir e vir dentro de sua buceta, aumentando a força e a frequência o máximo que eu podia. Nós dois gritávamos, suspirávamos e suávamos juntos. A cada estocada, suas unhas me arranhavam no peito, nos braços ou nas costas. E com isso me dava mais vontade de perfurá-la com mais força.

Coloquei-a de quatro um pouco depois. Nossos quadris movimentam-se juntos em um vai e vem ritmado enquanto eu contemplava sua tatuagem. Puxei-a pelos cabelos, dei-lhe bons tapas na bunda e em um momento, a seu pedido, enfiei um dos meus dedos em seu cu enquanto a fodia.

Agatha gozou em meu pênis e pediu para trocarmos mais uma vez de posição. Começamos um sessenta e nove maravilhoso, comigo praticamente penetrando-lhe a boca enquanto saboreava e sugava os resquícios de seu gozo. E sentia que mais deles estavam prestes a vir.

Eu também estava mais que desejando gozar. Era o que faltava para que eu completasse minha noite. Coloquei então Agatha sobre meu colo, e senti cada centímetro do meu pênis ser engolido por ela. Em seguida ela começou a cavalgar-me, acelerando seus movimentos cada vez mais. Ora eu admirava seus peitos perfeitos subindo e descendo, ora não me continha apenas com isso e tocava-os, estimulando-a ainda mais.

— Eu vou gozar — disse de alguma forma que parecia ao mesmo tempo um grito e um suspiro.

— Vem em mim então — emendou Agatha, dando uma última descida sobre meu pênis, com mais força e mais vontade. Também veio o seu terceiro orgasmo, acompanhando de um urro de prazer.

Ela então levantou-se da cama e ficou de joelhos. Eu a segui e logo foi apanhado por sua língua e os lábios vorazes. Sua mão macia me masturbava também, aumentando exponencialmente meu tesão. Prestes a gozar, tirei meu pênis de sua boca e veio meu gozo. Espalhei porra por seu rosto e seios enquanto os jatos saiam em pulsações que pareciam reverberar por todo meu corpo.

— Você é linda... de qualquer forma...

— E você é um bom mentiroso — comentou ela, levantando-se e me empurrando de volta para a cama. — Vou me limpar e depois podemos repetir tudo isso.

Eu expliquei para ela onde ficava o banheiro e fiquei ali, deitado. Um pouco depois ouvi o som da ducha e não consegui resistir. Logo estava junto dela, sob a água quente e seus beijos e seios.

Continuamos a nos consumir mutuamente até que caímos exaustos, cada um de um lado da cama. Ganhei um boquete de boa noite e fomos dormir, abraçados enquanto os primeiros raios de sol já deviam estar a caminho nos próximos minutos.

Depois de me masturbar relembrando essa noite, acabei me levantando. Fui até o banheiro e, por mais clichê que seja, ela havia deixado seu número marcado no espelho. Fiquei por um momento encarando a marca de seus lábios que havia sido deixada ali, sentindo sua falta. Em seguida voltei ao quarto, peguei meu celular e anotei o número.

Em breve ligaria para ela.

Com toda a certeza.

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