Minha louca vida - 16

Um conto erótico de cookie
Categoria: Heterossexual
Contém 2020 palavras
Data: 05/03/2014 23:39:18

A tarde daquele dia, assim como a manhã, não passava, e tudo o que aconteceu no dia anterior estava me matando. Que diabos Marie está escondendo de mim? Por que Gisele me beijou justo nesse dia? Por que Marie foi tão passiva em relação a isso? O que Aninha queria falar comigo que não poderia ser dito em qualquer lugar? E por que tudo isso me parece orbitar o mesmo problema? Talvez fosse isso que estava acontecendo. Tudo era por um só motivo, mas o que poderia ser tão grave?

Todas essas perguntas estavam começando a me deixar louco. Já está na hora de receber algumas respostas. Por volta das 5 da tarde consegui sair do trabalho, nem parecia que tinha ido na verdade, minha cabeça estava em outro lugar. Logo peguei o carro e fui pra casa de Aninha, provavelmente HP não estaria lá, mas talvez Samantha estivesse.

Depois de meia hora cheguei lá, Aninha veio me receber. Guardei o carro, nos comprimentamos e entramos.

-O que você queria conversar comigo, Aninha?

-Eu não acho aqui um bom lugar pra falar...

-Como não? Já estamos em sua casa.

-Mas HP e Samantha podem chegar a qualquer momento. Vamos subir pro meu quarto.

-Tudo bem, então.-Aninha foi na frente, parecia muito nervosa.

-Aqui estamos.-disse quando entramos no quarto.

-Pois é...-ela diz trancando a porta.

-Pra que tanto segredo?

-Por que você não se senta?-eu me sentei na cama e ela sentou ao meu lado.

-O que aconteceu, Aninha? Você tá muito estranha...

-Aconteceu uma coisa muito grave... Não vai ser fácil pra você saber disso, e nem pra mim te contar...

-O que pode ser assim tão ruim?

-Eu vou começar do começo... Há algum tempo, o HP começou a agir estranho, não parecia ele mesmo...

-Pois é, foi assim que eu me senti quando ele te conheceu...

-Não, não é isso, ele... ela tava, mesmo, estranho...

-Como assim?

-Ele não estava mais nos dando muita atenção, saia em horários estranhos, tinha conversas fora de hora, e eu... eu comecei a desconfiar que ele tivesse me traindo...

-Bom... ele...

-Deixa eu terminar, por favor, antes que eu perca a coragem...

-Tudo bem...

-Eu fiquei muito desconfiada, mas ele não me dizia nada, e então eu coloquei um detetive particular atrás dele...

-O quê? Como assim??

-É, eu sei que é errado, mas o que eu descobri foi muito pior...

-O que você descobriu?

-Ele estava me traindo... NOS traindo...

-Não entendi.

-Ele estava me traindo com... com a Marie...-ela começa a chorar.

-Não... Não é verdade... Não pode ser verdade... Me diz. Me diz que você tá mentindo. Me diz!-eu não pude acreditar no que ouvi, comecei a andar de um lado pro outro, com as mãos na cabeça, sem saber o que fazer.

-Eu queria que fosse mentira, Marcos. Eu juro que era o que eu mais queria...

-Provas... provas. Cadê as provas??-Aninha se levantou, foi até o guarda-roupas, revirou algumas coisas e voltou.

-Aqui...-ela disse me entregando.

-Não. Não... não pode ser...-

Eu abri a pasta, havia um relatório que não li, fui direto pras fotos. Eram várias, a maioria de HP e Marie sentados juntos, em algum restaurante afastado. Mas as três últimas quase me mataram. O carro de HP entrando num motel, em outra, o carro de Marie entrando no mesmo motel. A última, duas horas depois, uma foto dos dois se despedindo, com um beijo. Eu cai de joelhos, quase chorando de raiva.

-Quando foi isso?-perguntei.

-Semana passada...

-E já faz quanto tempo? Que eles...

-Pelo menos 5 meses, segundo o dono do motel da foto...

-5 meses? Como eu não percebi nada??

-Acho que Marie é uma mentirosa muito melhor que HP...

-Meu Deus... eu... eu vou embora...

-O que você vai fazer?

-Eu...

-Aninha?? Samantha?? Já cheguei!- era HP acabando de entrar em casa.

-Filho da puta...-destranquei a porta e sai correndo.

Desci as escadas como se elas não existissem. Gritei por HP, e ele respondeu da cozinha, eu fui até lá como um vulcão.

-Fala, Marcos. Tudo bem, amigo?-ele disse com um sorriso amarelo.

-Amigo...-dei o soco mais forte que eu consegui na sua cara, ele caiu no chão, acho que já estava desacordado.

Eu montei em cima dele, e comecei a descarregar a minha fúria, foram socos e mais socos. Eu não via nada na minha frente, a fúria ne chegou, só batia a esmo, a única que me dizia que eu estava acertando era o barulho, e a dor na minha mão. Alguns segundos, e eu voltei a mim. Minhas mãos estavam pintadas de vermelho, assim como a cara de HP.

-Para, Marcos!! Você vai matar ele!!-era a voz de Samantha, ela acabara de chegar.

Eu me levantei, olhando minhas mãos e o estrago que elas tinham feito, HP desacordado no chão, com a cara destruída. Aninha só olhava para HP no chão, encostada numa parede, sua face não mostrava qualquer emoção.

-O que você fez?? Por que??-Samantha gritava enquanto tentava acordar o pai.-Mãe?!? Você não vai falar nada??

-Vou...-ela disse olhando pra mim.- Obrigada, Marcos...

-Obrigada?? O que você tem na cabeça??-Samanthe gritava em prantos.

-Obrigado, Aninha. Por abrir os meus olhos...-eu abracei ela.

-O que vocês estão falando?? Meu pai tá quase morto aqui!

-Ele não é seu pai!-Aninha gritou, parecia se libertar da inercia.

-É seu marido!

-Muito menos!!-Samantha começa a chorar ainda mais.

-Acho que eu vou levar ele pra algum hospital...-Aninha disse, se virando pra mim.

-Leve... só não deixa ele sozinho com a Samantha... senão ele pode comer ela também...-Samantha se virou pra mim, com um olhar como se implorasse.-Denovo...

Eu fui saindo dela, Samantha correu e ficou dando socos em minhas costas, quase sem forças, ela só chorava, Aninha voltou a ficar sem expressão. Eu sai fui até meu carro, fui o mais rápido até minha casa, só queria falar com Marie, acabar tudo de uma vez.

Eu cheguei em casa, não tinha mais noção alguma de tempo. Gritei, berrei chamando por Marie, mas ela não estava. Eu sentei no sofá, e comecei a chorar. Gisele logo apareceu e sentou do meu lado, me abraçou e ficou me consolando, ela soube na hora o que havia acontecido. Pareceram horas, mas foram alguns minutos até Marie chegar em casa, e se deparar com a cena, eu em prantos nos braços de Gisele.

-O que aconteceu?-Marie perguntou um pouco assustada.

-O que aconteceu? Aconteceu que você conseguiu fuder com tudo, Marie...- eu respondi me recuperando um pouco.

-Não. Não... você contou pra ele... você contou. Você contou pra ele, Gisele!-Marie só não bateu em Gisele por que eu a segurei.

-Ela não contou. Quem me contou foi a Aninha.

-A Aninha? Como assim?

-Ela contratou um detetive. Ele tirou várias fotos de vocês dois...

-E agora?

-Bom, você vai embora, ficar com o HP ou pra quem mais você tenha dado.

-Não fala assim comigo, Marcos! Eu sou sua mulher!!

-Não. Você era a minha mulher. Agora você é a pessoa que me golpeou pelas costas.

-Não... não fala isso... por favor...-Marie começa a chorar muito.

-Eu não fiz nada. Foi você quem fez.

-Não, não... por favor não me deixa...-ela me abraça, apertando com si.

-Não sou eu que estou te deixando. Foi você que me deixou.-eu a empurrei pro sofá.- No momento em que você começou a me trair, que vocês começaram a me trair. As duas pessoas em que eu mais confiava, se uniram pra me esfaquear pelas costas.

-Não... eu não fiz por querer... ele me seduziu! Ele me obrigou!!

-Ele te obrigou a ir com o seu carro pra um motel? A me trair a pelo menos 5 meses? Te obrigou a gostar do que estava fazendo?? Não minta, Marie... só está piorando a situação...

-Por favor, Marcos não me deixa. Eu faço tudo o que você quiser. Por favor, não me deixa!

- A única coisa que você poderia fazer seria voltar no tempo, mas acho que isso tá fora de cogitação...

-Marcos, por favor, me perdoa! Me da outra chance! Eu te amo mais do que tudo, me perdoa!!- Marie se jogou e agarrou minha perna.

-Te perdoar? Perdoar pelo quê? Por ter me traído com meu melhor amigo?? Por ter destruído meu coração?? Por ter destruído a nossa família??

-Me perdoa... me perdoa... me perdoa...

-Como eu posso te perdoar, Marie? Se eu não consigo nem olhar na sua cara sem sentir... sem sentir nojo...-eu me soltei e fui em direção a porta.

-Não! Por favor, Marcos, me perdoa!! Não me deixa! Eu te amo mais que tudo! Você é o amor da minha vida!!

-Não... o amor da sua vida tá no hospital, junto com as outras duas vidas que você destruiu...

Eu sai de casa e entrei no carro, Gisele veio atrás. Entramos no carro e saimos de lá. Não conseguia ficar nem mais um segundo.

Rodei com o carro por alguns minutos, mas parei em uma esquina, bati a cabeça no voltante, e comecei a chorar. Gisele logo me abraçou, me consolando. Eu não sabia o que fazer dali pra frente. Ficamos abraçados, chorando, por um eternidade.

-Você viu, não foi? Você viu os dois...-eu disse quebrando o silêncio.

-Sim... eu vi...

-Como?

-Eu entrei em um bar, procurando por uma bebida. E eu achei os dois, se... se beijando.

-E depois?

-Você quer mesmo ouvir?

-Sim...

-Eu gritei e sai correndo, e Marie veio atrás... só nos encontramos em casa... e ela me contou, e a única coisa de que ela parecia arrependida, era de ter escolido aquele bar pra encontrar com ele...

-Isso só piora...

-Eu comecei a xinga-la e a amaldiçoa-la, mas ela disse algo que me abalou muito...

-O quê?

-Ela... me pediu pra... pra transar com você...

-O quê?? Não... não, não!

-Na cabeça dela, isso ia igualar as coisas... compensar... ou sei lá, e então eu dei um tapa nela...

-Então foi por isso. Foi por isso que você me beijou.

-Não, mano! Eu nunca faria o que ela pediu!

-Então por que?

-Eu não sei, só me deu vontade de te beijar... eu... eu nunca te esqueci, Marcos... eu te amo, mais ainda do que amava quando nós ficamos pela primeira vez...

-Eu... eu...-ela me beijou denovo, não por muito tempo, eu não correspondi.

-Me desculpa, eu não devia... não depois de tudo...

-Tudo bem...

-O que você vai fazer agora?

-Vamos pra casa do pai, buscar Lídia. Eu não posso perder ela também...

E assim o fiz, dirigi até nossa cidade o mais rápido que pude, rápido até demais. Cheguei lá já passava das 11 da noite. Sai do carro e corri até a casa, chamei por meu pai, mas quem atendeu foi Lídia, me abraçando e chorando muito. Entramos na casa, e ficamos os três sentados nos abraçando e chorando, por um bom tempo, meu pai não estava.

-O que aconteceu, pai?-Lídia perguntou soluçando.

-O pior, filha...

-A mamãe ligou, chorando, falando que vocês tinham brigado...

-Nós não só brigamos... eu vou me separar dela...

-O quê?? Não pai!

-Me desculpa, filha... mas eu não posso continuar com ela, não depois do que ela fez...

-Mas o que ela fez?-eu não consegui responder, Gisele contou pra ela, falando ao pé do ouvido.-Meu Deus, pai... como a mamãe pode...

-Eu também queria saber filha...

-E o que nós vamos fazer? O que vai ser da nossa família agora??

-Eu vou me mudar daquela casa, não quero ficar no mesmo lugar em que nós dois já estivemos... dormir na mesma cama em que dormiamos... Vamos começar um nova família, filha. Eu, sua tia, e se você aceitar, você...

-É lógico que eu aceito, eu não vou ficar mais nem um segundo longe de você agora.

Nos abraçamos os três novamente. Ficamos assim até a hora de dormir, no outro dia, Lídia arrumou suas coisas e voltamos pra Curitiba.

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Comentários

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Também aguardo a continuação (se tiver) com curiosidade, pois é quase inusitado o marido ter uma reação deste tipo apos descobrir que foi traído.

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