O Cara do aplicativo [7]

Um conto erótico de Fernando
Categoria: Homossexual
Contém 1251 palavras
Data: 29/03/2014 03:14:28

PART 7: "Foda-se ele!"

Já fazia tempo desde a última vez em que abri o aplicativo de encontros no meu celular. Tinha várias notificações, mas me faltava vontade de abrir pra responder. Desde que conheci o Gabriel eu mudei. Eu não sentia prazer assistindo pornôs ou vendo alguma foto. Eu não olhava e nem pensava em outros caras. Pra mim só existia ele! Saber que ele havia voltado pro ex me deixou muito mal.

Tentei dormir após o Neko ter me dado a notícia. Foi difícil, pois eram tantos pensamentos que passavam pela minha cabeça e a imagem do rosto do Gabriel era muito intensa em minha mente.

Acordei cedo. Passei o dia inteiro no meu quarto deitado na minha cama com o celular na mão exibindo na tela fotos do Gabriel enquanto algumas músicas saiam da caixa de som do meu computador. Quando ficou de noite eu liguei pro Neko confirmando que eu iria pra festa com ele. Seria um luau. Neko me buscaria pra irmos juntos e já na praia encontraríamos alguns amigos dele. Eu precisava me distrair e esquecer um pouco a dor que eu estava sentindo. Eu não poderia sofrer eternamente por um cara que conheci e transei no primeiro dia de contato e que ainda voltou pro ex. “Primeiro eu preciso me recompor e melhorar o meu humor.” – pensei. Me levantei da cama e fui até o espelho do meu quarto. Olhei o meu reflexo e percebi que eu estava bem abatido. Fui até meu computador e botei umas músicas agitadas pra tocar enquanto eu procurava uma roupa pra ir ao luau, pois o luau seria naquela noite e eu precisava mostrar a mim mesmo que eu estava bem!

-

O Neko estava bem arrumada. Eu gostava dele. Ele sabia conversar e tinha um nível cultura de se apreciar. No caminho pro luau falamos de tudo um pouco, menos do Gabriel. Quando estávamos chegamos próximo do local ele me falou sobre algumas pessoas que eu conheceria lá e disse que eu ia curtir a galera.

Neko: Pessoal, esse aqui é o Fernando.

Neko me apresentou pra um grupo de pessoas.

Cumprimentei todos com um “oi” e uma menina pulou nas minhas costas.

Menina: Fernando! Que nome bonito!

Ela falou enquanto dava um beijo na minha bochecha ainda pendurada nas minhas costas.

Menina: Prazer, Leticia.

Ela se apresentou enquanto descia de minhas costas e estendia as mãos pra eu cumprimenta-la.

A Leticia tinha o cabelo tingido de vermelho. Ela era um pouco mais baixa que eu e usava uma franja. Branca, magra e com uma risada engraçada. Gostei dela.

Neko: Liga não, ela é meio doidinha mesmo.

Ele dizia enquanto tirava uma garrafa de vodka da mochila.

O pessoal foi ver as bebidas que o Neko trouxe enquanto a Leticia dava inúmeros beijos na bochecha dele dizendo que o amava. Percebi que um cara estava me olhando desde o momento em que me apresentei. Ele mais baixo que eu, cabelos escuros e cacheados. Os cachos caiam bem nele. Ele era bonito, mas não fui pra cima dele.

Nos juntamos com uma outra galera e ficamos conversando e bebendo por horas. Eu estava sentado na areia conversando com a Leticia e uma amiga dela quando comecei a pensar no Gabriel.

Leticia: Nando? Que cara é essa?

Eu: Nada.

Leticia: Nada? Hum...

Ela ficou me encarando.

Leticia: Manda ela pra puta que pariu e siga com sua vida!

Ela gritava essa frase enquanto enchia meu copo de bebida.

Eu ri.

Leticia: Não vale a pena sofrer por ninguém! Mais tarde a gente sempre se arrepende de ter vivido por alguém que não deu valor. Por isso que eu prefiro viver intensamente cada momento, o que tiver de ser será! Se não for dar certo eu sigo adiante.

Eu: Não é ela.

Eu disse e em seguida dei um gole na bebida.

Leticia: Que fofo!

Leticia se levanta e me dá um beijo na bochecha.

Leticia: Manda ele se foder!

Eu e a amiga dela rimos.

Eu: Quer saber? Foda-se ele!

Me levantei e fui até o Neko perguntar se ele tinha maconha. Eu queria experimentar pela segunda vez. Eu precisava sentir aquela energia novamente. Ele tinha.

-

Eu já estava meio chapado quando a alguém me ofereceu um tipo de droga diferente.

Desconhecido: Bota na boca e NÃO MASTIGA! Engole de uma vez!

Assim o fiz!

-

Eu estava em pé na areia conversando quando reparei que o cara dos cachos estava me olhando outra vez. Fiquei encarando por alguns minutos até que decidi ir até ele.

Cara: Oi

Respondi com outro “oi” e agarrei ele logo em seguida. Beijei ele enquanto passava a minha mão por todo corpo dele. Era um beijo de tesão. O beijo dele tinha gosto de maça verde, provavelmente devido a alguma bala. Eu sempre gostei de maça verde. Meu pau ficou duro e o dele também. Ainda continuávamos de pé nos beijando. Eu peguei ele no colo com as pernas envolvendo a minha cintura enquanto todos olhavam gritando “uhul” entre outras coisas. Botei ele deitado sobre uma canga que estava na areia e continuei beijando ele naquela posição. Eu estava em cima dele beijando-o e simulando sexo. Foi quando eu me afastei um pouco e vi o seu rosto. Lembrei de quando eu e Gabriel fizemos sexo. Meu pau começou a ficar mole e eu comecei a lutar pra não pensar nele. Continuei beijando o cara, mas quando me dei conta eu já estava chorando.

Eu: Desculpa.

Falei no pé do ouvido dele enquanto eu me levantava.

Tentei enxugar as lagrimas, mas elas não paravam de escorrer pelo meu rosto. Eu corri. Corri pra longe dali, beirando a água da praia. “Que idiota! Como eu sou um idiota! Sempre fazendo merda!” – pensei enquanto eu corria o mais rápido que eu podia.

Quem dera as coisas fossem sempre como a gente espera ser. Nunca pensei em usar drogas e olha! Eu estava correndo sobre o efeito de álcool, maconha e alguma droga que sequer busquei informação sobre! Também jamais pensei em me apaixonar por alguém do mesmo sexo. Sempre me vi com uma família formada de esposa e um filho. Mas uma coisa sempre achei e continuo achando é que a praia é linda de noite!

“Eu devo ser um fracassado! Consigo ser legal e simpático com todos, muita gente diz gostar de mim, mas a única pessoa com quem me importo está na cama com outro! Será que vou ficar o resto da minha vida sozinho ou terei de me conformar com alguém que eu não gosto só pra não ficar sozinho? Não! Não posso! Não posso desistir do Gabriel! Sempre desisti tão facilmente das coisas na minha vida, mas porque não consigo desistir dele? Porque estou sofrendo tanto por alguém como ele?”

Os meus pensamentos corriam na minha mente mais rápidos do que eu na areia da praia. A minha garganta parecia estar fechando e meu coração doía tanto. As lagrimas pingavam a cada impacto que eu dava com as pernas na areia da praia.

Neko: Nando!

De longe ouvi o Neko gritar o meu nome. Mas eu continuei correndo.

Neko: Fernando!

Na segunda vez que ele me chamou eu parei de correr e olhei pra trás. Ele estava sozinho.

Neko: Nando, o que houve?

Neko se aproximou mais.

Neko: Você tá chor...

Eu: Neko, posso te abraçar?

Meu rosto estava ensopado de lagrimas.

Neko: Claro! Vem cá!

Neko abriu os braços pra receber meu abraço.

Ficamos ali abraçados enquanto eu soluçava de tanto chorar.

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Comentários

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Não curto muito a parte das drogas, mas como faz parte da experiência de cada um, torna-se relevante. Sua história está muito boa, e bora pra frente se o Gabriel não quis tem quem queira!

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