Vida de universitário é foda 20

Um conto erótico de Fael
Categoria: Homossexual
Contém 2334 palavras
Data: 26/03/2014 02:24:27

Galera, podem continuar comentando ou mandando e-mail para rafael_hanchuka@outlook.com , pois estou adorando interagir com vocês.

Pelo sábado de manhã, parti rumo a minha cidade natal. Uma viajem tranquila, em que fui ouvindo minhas músicas e pensando no Luiz. Ele sempre mandava uma mensagem, perguntando como estava meu dia e eu sempre fazia a mesma pergunta. Estávamos na fase de nos conhecermos, mas ele já estava sempre presente em meus pensamentos.

Chegando em casa, minha mãe como sempre fez um discurso de como eu não dava notícias, do quanto estava com saudades etc. Meu pai, sempre na dele, apenas disse estar com saudades. Estranhei o fato do meu irmão não estar me esperando, mas minha mãe disse que ele chegaria em breve, que estava na casa de um amigo. Assim foi, um pouco antes do almoço ele chegou, me abraçou como sempre e disse que estava com saudades. Minha mãe precisava de alguns ingredientes para terminar o almoço, então fui com o meu irmão até o mercado. No caminho ele me disse que estava namorando.

_Tá zuando? Caralho, que demais, e quem é?

_Uma menina da minha sala. A Aninha, prima do Júlio, seu amigo.

_Ah, sei quem é. Ela é bonitinha mesmo. Faz tempo?

_Algumas semanas. Mas a mãe nem sonha com isso. Hahahahahah

_É, se ela descobre, você está com problemas.

_Não tantos como você.

__Como é que estão as coisas por lá?

_Ele foi embora, eu tô sozinho.

_Ah, você está fazendo valer o apelido de lerdão. Hahahahahahah parte pra outra, ué!!

_Se fosse fácil.... mas não quero falar disso. Quando é que você vai contar em casa?

_Não sei.... mas eu já tive que ir na casa dela. O pai dela me deu um sabão hauahuahauhauah, mas depois aceitou numa boa.

_Essa eu queria ter visto.

_Rafa, eu sinto falta de você. Eu queria ter te contado, mas não queria fazer isso por telefone ou pelo facebook.

_Relaxa. Eu também sinto sua falta.

_Mas é sério, você faz falta. A mãe e o pai não querem nem ir pro sítio mais, porque eles falam que sem você não tem graça.

_Olha, quando você for pro cursinho, quero que você vá morar comigo. Mas isso é pro futuro, então vamos parar de baboseira e comprar logo as coisas que a mãe pediu.

No supermercado encontrei alguns conhecidos, e conversando um pouco com um ou com outro acabei me atrasando para levar as coisas. Durante o almoço eu era o centro das atenções, em que me faziam tantas perguntas que eu quase não tinha tempo de comer. Mas eu sentia falta disso, do calor da minha família, das coisas simples que sempre me fizeram feliz.

No domingo seria a festa do Higor, na casa dele. Mas eu não iria ver ele ou qualquer outro dos meus amigos até lá, pois queria ficar em casa e curtir minha família. Enquanto eu tomava um banho depois do almoço, deixei meu celular no quarto, e quando saí peguei meu irmão vendo as fotos dele no PC.

_Ei, isso é invasão de privacidade, sabia?

_Ah, queria ver suas fotos. Você apagou as fotos com o Murilo?

_Sim, já estava na hora, né?!

_Foi estranho saber que você era espada que corta pros dois lados, mas depois, percebi que vocês formavam um casal bacana kkkkkkkkk.

_Isso não tem graça.

_Mas é sério, eu gostei dele. Ainda não acredito que ele fez o que fez, mas estou ansioso para saber quem é o próximo kkkkkkkk

_Idiota.

_Ein, eu posso ir junto amanhã, na festa?

_Pode sim, só não me faça passar vergonha hahahahahah.

Durante a noite, meus pais me levaram pra jantar em um dos restaurantes que eu mais gostava. Eles estavam me mimando muito, e eu estava achando ótimo. Porém eu ficava sempre pensando no que meu irmão tinha falado, que meus pais não iriam levar numa boa caso descobrissem sobre mim. Vê-los rindo comigo me trazia felicidade, mas ao mesmo tempo tristeza, porque eu sabia o quão difícil seria para eles entenderem que eu não escolhi ser o que sou, eu simplesmente não sou “normal”.

De volta em casa, fui assistir um seriado que meu irmão gostava, e assim passamos madrugada a dentro vendo TV. Era legal ver meu irmão querendo passar a cada segundo do meu lado. Desde que ele era pequeno ele sempre foi um grude, e por isso eu nunca tive coragem de ficar brigando com ele. E agora que eu ficava fora a maior parte do tempo, ele aproveitava mesmo cada gesto meu.

Mesmo morrendo de sono, aguentei firme até que ele dormiu, com a cabeça no meu colo. Quase ri pela cena. Tive que carregar ele pra cama.

No outro dia, levantei disposto a ir logo para a casa do Higor, pois o churras iria rolar solto, e a saudade de todos era muito grande. O Matheus foi comigo, e chegando lá encontrei todos sentados em volta da piscina. O Higor estava abrindo um presente, e quando me viu veio correndo me abraçar.

_Caralheo, achei que tú não iria vir! Saudades brother!!

_Hey, eu disse que vinha. Trouxe o Matheus comigo.

O restante dos meus amigos foram se aproximando.

Isabela: Oi Rafa, que saudades? Como vai?

_Oi Isa, tudo certo e com você? Também estava com saudades!!

Marcela: Nem acredito que você veio mesmo!! Oi amigo, saudades!!

_Eu disse que viria! Gente de pouca fé hahahahahahah

Júlio: Eae brow!! Saudades meu velho!!

E assim ficamos por algum tempo conversando, relembrando os velhos tempos e compartilhando as novidades. Teve uma hora que fui pegar uma bebida e a Isabela foi atrás.

_E o gatinho do seu namorado? Cadê?

_Hã.... terminamos.

_Ein? Como assim? Você bebeu? Kkk

_Talvez tenha sido ele.... kkkkkk ganhei um belo enfeite pra por na testa!

_Tá zuando? Kkkkkkkkkkkk cara tapado!! Você não anda de se jogar fora assim kkkkk

_Vou considerar isso um elogio.

_Ótimo. Mas é sério, é uma pena, tinha gostado dele.

_É, mas aconteceu. Não quero falar muito disso. Mas e você, como vai a vida amorosa?

.....

Estava sendo um domingo ótimo, o que me incomodava é que os veria só naquele dia, pois segunda de manhã já estaria retornando pra universidade.

O meu irmão aproveitou para ir ver a namoradinha, que também tinha ido. Assim, pude conversar livremente com meus amigos, e toda vez que alguém perguntava se eu estava namorando eu disfarçava e mudava de assunto.

O Murilo ainda fazia falta, ainda que eu não quisesse admitir. A saudade do sexo com ele era tamanha, e a cada pensamento sexual meu ele estava lá pra me deixar confuso. As vezes eu queria poder passar uma borracha na situação, mas meu orgulho não permitia. A lembrança do Manoel, e de todas as coisas ridículas que ele me falou tentando me provocar..... eu não merecia isso. Eu sempre tentei ser um bom amigo, para os dois, e depois um bom namorado, mas o Murilo pareceu não ter se sentido satisfeito. Paciência, até porque agora eu estava disposto a seguir adiante, e se fosse com o Luiz, melhor ainda.

Passei a tarde toda me divertindo, mas quando chegou a noite resolvi ir pra casa, afinal meus pais também queriam ficar um tempo comigo. Então me despedi de todos, fazendo promessas de um retorno breve, o qual eu realmente queria cumprir.

Chegando em casa, meus pais estavam nos esperando para o jantar, e minha mãe estava eufórica porque se lembrou que minha avó tinha deixado um presente para mim. Fiquei surpreso, pois minha avó mora muito longe, fazia quase um ano que eu a vira pela última vez, e além do mais ela não era de dar um presente sem uma razão.

Quando minha mãe trouxe, estava em uma caixinha de madeira antiga, e dentro estava um anel. Junto, havia um bilhete com a sua caligrafia. O bilhete dizia algo assim: “Meu querido, já faz muito tempo que não posso lhe dar um abraço. Recentemente me bateu uma saudade imensa de você, então quis deixar com você algo que lhe faça lembrar de mim. Era de seu avô, e fora um presente meu também, e agora lhe estou entregando. Sinto que deveria estar mais presente em sua vida, mas agora você é homem e deve seguir com as ambições da família. Cuidado, a vida pode tentar algo contra você.”

Não sou uma pessoa supersticiosa, mas as últimas palavras dela me deram arrepios. Mas eu estava feliz pelo presente. O anel era lindo, com certeza eu iria usar.

No jantar minha mãe me fez prometer voltar logo, o que eu fiz prontamente. Meu pai disse que iria dar um aumento considerável na minha mesada, porque achava que eu estava merecendo. Todos estavam, de seu modo me dizendo o quanto me amavam. Por isso na hora de partir, fiquei com o coração na mão.

Uma manhã chuvosa de segunda feira. Uma manhã da qual me lembrarei eternamente. Na despedida, todos me abraçaram forte, e minha mãe pra não perder o costume chorou. Tive a impressão de ver meu pai com os olhos marejados enquanto ele me dizia adeus.

Mas meu irmão foi pior, ele estava quieto, cabisbaixo, e quando fui lhe dar um abraço ele me apertou muito forte. Deixá-los foi uma missão difícil, mas minhas obrigações me chamavam, então parti.

Não sou e nunca fui um motorista imprudente, portanto sempre dirigi de forma cautelosa. Enquanto estava dirigindo por uma curta reta, sob uma chuva considerável, uma carreta tentou me ultrapassar, mas a falta de visibilidade enganou o motorista, que logo se viu diante de outra carreta, e sendo assim o que estava tentando ultrapassar se jogou contra mim, que como última saída, me joguei para fora da estrada. Me lembro desses instantes quase todos os dias até hoje, do momento em que meu carro chocou-se contra uma árvore.

Depois, só me lembro de acordar dois dias depois em um hospital. Minha família estava toda lá, tios, minha avó, meus pais e irmão, meus amigos da festa de aniversário de domingo, meus amigos da universidade, e claro, ele, Murilo em pessoa.

Fiquei sabendo que com o impacto da minha cabeça contra o airbag, mesmo de cinto, acabei fraturando o nariz. Quando souberam que eu acordei, todos, principalmente meus pais ficaram chorando feito crianças fora do quarto. Ouvi-los me deixou atordoado, eu estava em choque ainda. Quando me viram pela primeira vez desde que acordei todos correram até mim, me enchendo de carinho e atenção. Contra a vontade e regimento do hospital, entraram todos de uma vez em meu quarto, e o último a entrar foi o Murilo. Ele estava com um olhar abatido, com olheiras e olhos vermelhos. Vê-lo naquele estado me deixou triste, mesmo lembrando de todas as suas atitudes.

Ficaram todos um bom tempo comigo, e quando saíram, ele ficou por último, para me dizer algumas coisas.

_Quando eu soube..... fiquei sem chão. Ninguém sabia informar qual era o seu estado de saúde, e até mesmo se ainda estava vivo. Corremos pra cá, e quando soube que você estava vivo, eu fiquei tão feliz..... eu não queira perder você.

_Eu....ainda estou aqui.

_Descansa, eu vou lá fora ficar com o povo. Só queria que você soubesse que eu ainda me preocupo com você, mais do que eu deveria, já que nós..... enfim, vou ficar aqui o quanto for preciso. Trate de melhorar logo.

Quando ele ia saindo, meu coração falou mais alto.

_Murilo, obrigado. É sério, fico feliz que você esteja aqui. É uma pena não estarmos mais junto.

_Eu sei. Mas agora descanse, depois eu volto.

Fiquei ali sozinho, pensando em tudo o que me acontecera. É nessas horas que você dá valor a vida e as coisas que ela lhe oferece. Ver o sofrimento de todos comigo naquela situação já era sofrível, e imaginar os danos de minha morte me deixou com um nó no coração.

Por mais duas semanas permaneci internado, e por mais uma fiquei em casa, sob cuidados diretos da minha família. Meus amigos voltaram a rotina de suas vidas, inclusive o Murilo. Como eram muitos dias de aula perdidos, teria que ralar em estudar para fazer a segunda chamada das avaliações, porque eu ainda estava determinado a seguir adiante. Meu pai conseguiu através do seguro um novo carro para mim. Mas eu ainda não queria dirigir, então fui embora de ônibus.

Na despedida meus pais disseram o quanto me amavam, e o quanto sofreram me vendo naquele estado. Meu irmão disse que iria pra lá no próximo final de semana, pra ver se eu estava me cuidando.

Já em casa, de volta a rotina, todos os meus amigos demonstraram estar muito preocupados comigo. O Murilo e o Victor estavam sempre lá em casa, me enchendo de recomendações (que deviam vir da minha mãe) e também me dando apoio.

Ter o Murilo tão perto me fez ver o quanto ele fazia falta. Como fiquei por um tempo fora, o Luiz demorou a saber o que tinha acontecido, e quando soube fez questão de me visitar. Ainda bem que quando ele apareceu eu estava só em casa.

_Cara eu fiquei muito preocupado. Como você está agora?

_Bem, mas foi um grande susto.

Conversamos por mais um bom tempo, e na hora em que ele estava indo embora, quando ele me abraçou, antes de me soltar ele me deu um selinho rápido.

_Vou voltar em breve.

_Ok, vou esperar.

_Até mais Rafa, se cuida!

Depois que ele se foi, fiquei encostado na porta, sorrindo feito criança. Nem tinha sido um beijo de verdade, mas já representava muita coisa.

E depois, uma mensagem dele dizendo que sentia muito, mas que não conseguiu resistir.

Ele realmente estava ofuscando um pouco a minha relação com o Murilo.

Era disso que eu necessitava, de um recomeço....

Galera, eu sei que esse capítulo ficou super chato, mas eu senti a necessidade de escrever ele para as coisas não ficarem fora de ordem cronológica. Obrigado pelo carinho de vocês, e não esqueçam de comentar a vontade. Abração!!

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Comentários

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Não aguento mais essa demora..... o que aconteceu com você rafa pq nunca mais postou nenhum capitulo

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Mto bom

rafa eu tentei te mandar uma mensagem pelo email q vc deixou no conto mais n consegui

se vc ler esse comentario so si der me manda um email porfavor

wyllia.paes@outlook.com

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Nada de Murilo haha Continua logo, ótimo!

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NÃO volte com o Murilo!! Tomara q de certo com o Luiz.

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Ótimo conto, esse superou!

Tá na hora de dar a segunda e última chance pro Murilo. Ele precisa provar que merece essa segunda chance, só depois disso você parte pra outra se caso for necessário. Todos merecem uma segunda chance, se põe no lugar dele, se fosse você a pisar na bola, e visse a burrada que fez, não iria quer outra chance?

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Que chato que nada...Muito bom!

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Da uma chance pro luis o murilo pisou feio na bola

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Quando vc falou que esse cap seria complicado fiquei pensando que mais alguém tinha descoberto, ainda bem que não. E em momentos assim a gente realmente repensa em tudo que vivemos, o filme da vida passa diante dos olhos, mágoas são deixadas de lado, etc. Bom, como eu disse no comentário do conto anterior, acho que agora vc vai ficar bem dividido entre os dois. Não vou dizer pra quem torço pq o Luiz pouco apareceu ainda mas que ele ta fazendo tudo certinho por enquanto, isso tá. Rsrs. Resta saber se não vai pisar na bola. E o Murilo quando souber dele vai virar uma onça. Hahahaha. Abraço cara

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DÁ UM CHANCE PARA O.MURILO VA!!!!! MUITO BOM.

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Que maná chato, ficou ótimo. É bom ver que o Rafa está seguindo enfrente, é disso que ele precisa uma novo amor, quem sabe possa ser o Luiz, mas ao menos ele está tentando esquecer o Murilo.

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Agora fiquei com pena do Murilo!

Mais vc tem que dar uma chanse para o Luiz!

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