liehzinhaa, hahaha, gosto de surpreender vocês, nem tudo é o que parecer ser. Mas você acha mesmo que o Alexandre iria fazer uma super produção dessas e que daria tudo certo? Rsrs. No próximo capítulo o Julio vai na casa do Thiago, será que ficara de frente com o primo?
Tudo Menos Feminina , o conto esta acabando e agora só será fortes emoções. O Julio já esta ficando louco, totalmente desequilibrado. Hahaha, estou adorando essa fase hard do Xande, quem, sabe faço ele se vestir até de palhaço, rsrs. Beijso minha querida.
Geo Mateus, obrigado meu querido.
fabi26, quer parar garota? Você fica dando idéias, desse jeito não termino esse conto nunca. Será que não é a Larissa mesmo? E se for um golpe dela? Calma, o resultado será aberto, mas será apenas um detalhe. Tanto o Alexandre como o Daniel, inspirei um pouco em mim. No meu caso não sou desastrado como o Ale, mas diria que sou azarado. Rsrs. Beijos minha linda e adorei seu e-mail.
Thiago Silva, O Alexandre esta ficando criativo demais, acho que já esta na hora dele parar com essas fantasias, ele não da uma dentro, rs. O André é o pai da Taís sim, no próximo post eles irão se conhecer melhor e quanto a mim, não sou totalmente inspirado no Ale, só um pouquinho só. Rsrs. Obrigado pelo fofo, hahahahha. Beijos meu querido.
Gik, o doutor esta lhe surpreendendo hein. Eu queria era ver a cara do Daniel, com o bumbum pra cima por horas, preso na algema, rsrs. Ele tenta ser sexy, mas só faz o Daniel rir.
Cândido, obrigado meu querido, mas antes dele ser internado, ele sofrera um pouco mais, e terá o grande momento, quando ele irá até a atual casa do primo, será que eles ficarão frente a frente? A Tais nunca precisou de um pai, mas já que tem um sorte dela, será lambida pelo pai e pelos dois tios, sem contar a nova avó. Tadinha da mãe do Dani, rsrs, como você é mal.
diiegoh', obrigado meu querido.
sonhadora19, pois é, qual será a próxima surpresa? Tenho até medo de imaginar. Bom, quem manda as mensagens, esta fazendo tudo certo, sem levantar suspeitas, agindo naturalmente. O Julio recebeu um presente nojento demais, ele não disse que o Thiago estava sendo comido pelas baratas? Então. A Tais ira rejeitar o André, mas aos poucos ira ceder ao carinhos do pai. Já o final desse post e o começo do próximo, será da Suzana e do Roberto.
DanielJB, pois é, tenho que escrever capítulos enormes, estou com tantas idéias, que se for escrever posts pequenos, o conto vai até o capítulo 150, rsrs. Mas que pistas falsas eu lhe dei? Hahha. Antes do Thiago se revelar para Julio, vou dar uma pista de quem é a pessoa, mas a própria já disse que é o Thiago, então não sei porque da duvida, hahha. Beijos querido.
Ru/Ruanito, nossa, que calma é essa? Vc não quis matar ninguém, esta beijando na boca né seu safadinho, rsrs.
kle f., mas será que a Larissa falou a verdade? Mas o Thiago já disse que é ele que esta mandando os e-mails mas só acho estranho uma pessoa viver sem um coração, rsrs. Essa pessoa descobriu sobre o pai do Julio, usando a inteligência, foi ai que ela conseguiu os cadernos e teve a idéia de mandar os e-mails. Hahahaha, tadinho do Dan, preso com o rabao pra cima, rsrs, ele tem boa intensão, mas nunca da uam dentro.
frannnh, obrigado minha querida.
Drikita, ola minha querida, você é nova por aqui né? Seja bem vinda, o prazer é meu a essa altura da história em receber novos leitores. Grande abraço.
Amygah22, esse post será um acerto de contas entre pais e filhos. O André terá que reconquistar a filha, mas acho que com o tempo isso virá. O Ale é um terror, tadinho, mas o Daniel não tem vergonha na cara, sempre entra na dele. Hahaha, pode comentar sobre o sexo sim, quero saber a opinião de vocês. Mas quero um homem dizendo se esta excitando essa parte, mas a mulherada aqui eu entendo que não queira falar sobe isso, quem sabe eu posto uma cena de sexo hetero, rsrs. Beijos.
Drica Telles(ametista), pois é, mas a semana foi difícil, alguns problemas mas nada d tão grave. Mas estou de férias de tudo agora, quem sabe posto todo dia, rs. Pretendo acabar o conto essa semana, ou na outra, antes do meu retorno a faculdade. Hahahaha, os amigos do Daniel são meio malucos né, piscar foi ótimo. Mas fico inspirado sim, nas cenas de sexo, o Ale tenta ser sexy, mas acaba fazendo o Dan cair na gargalhada. Acho que no próximo post, o Julinho irá até a casa de Thiago, quem sabe não seja o encontro dos dois, mas o que irá acontecer com ele, será macabro. Beijos minha querida.
beulfort,hahahaha, você sabe quanto tempo demoro pra escrever cada post?e ainda responder a todos? Adoro escrever mais precisa acabar, antes que vocês enjoem né, rsrs. Acho melhor eles ficarem só no papai e mamãe. O Ale é um perigo ambulante, rs. Hahahaha, mas porque não pode ser a Larissa? A idéia é bagunçar a cabeça de vocês e quanto ao presente, garanto que é algo muito nojento, sinistro. O André ira se aproximar mais da garota, mas de inicio não tem como ela abraçar ele e o chamar de papai. Obrigado pelos seus beijos calientes, rsrs.
stahn, hahahaha, adoro contrariar vocês. O Daniel sofre na mão do doutor, mas não tem vergonha na cara, o Ale é um perigo quando esta com produtos de sex shop, rsrs. Hahaha, fale das suas teorias, quem sabe você não esteja com razão. As provas da Gabriela contra o Dan nunca poderão ser usadas, aqueles bandidos das fotos são parceiros do Julio, e se ele entregar a policia a foto, poderá colocar o dele na reta, a foto tinah como objetivo apenas sujar o Daniel com o Roberto. Ah historia esta acabando sim, mas ainda tem tanta coisa que quero escrever, não se espante se tiver um post aqui com 30 paginas, Beijos a vocês dois.
Jimmy lucas , obrigado meu querido. Mas e se tudo não for uma farsa da Larissa? Adoro sempre deixar vocês na duvida.
Oliveira Dan, hahahaha, você esta cheio de gracinha em muleque, esta saidinho demais, vou cortar seu pinto e jogar pros cachorros. Você não adivinhou sobre o DNA, eu que acatei sua ótima sugestão, mas o DNA será aberto, mas o André não fará questão, ou seja, agrada a todos. Pode parar, outra já pediu ele de bombeiro, assim não da, não venço desse jeito, fazendo o gosto de vocês, vou ter que colocar limites nessa bagaça aqui, ai ai ai. Ah larga a mão de ser preguiçoso e pensar numa pessoa e num motivo pra estar atormentando o Julinho. Mas quando falo em criatividade, você também não precisa ir tão alem né, hahahaha, mandar um pedaço de um corpo? Rsrs. Mas acho que no próximo post algo bem macabro ira acontecer com ele, cena digna de filme de terror. Tadinho do Daniel, só o Xande pode brincar com ele, rs, até me deu uma idéia do Xande vestido de assaltante e pegando ele de jeito, hahahaha. Não faço a mínima idéia desses nomes que você disse no final, mas seus fantasmas são bem xexelentos sim, nem sabem mandar e-mail, enviar anexos, credo. Estou de férias e vou postar bastante ta? Chorão.
Eddeusemais, obrigado pelo carinho meu querido. Hahahaha, porque não gozou? O que ficou faltando? Me fale, preciso caprichar na próxima cena. Quais suas suspeitas em cima da Larissa? Será que ela ainda esconde algo ou ela realmente acredita em algo, que não procede? Confundi tudo agora né? Beijos.
Perley, você quis dizer malu ou amu mesmo? E você acha que o doutor consegue ser erótico? Ele até tenta, mas acaba fazendo o Dan rir. A Tais não aceitara numa boa, fica confusa, mas o André vira com jeitinho e ira reconquista-la agora como pai.
Drica Telles(ametista) hahahaha, minha querida, você é um perigo viu, não vou deixar mais você ler os post, vou proibir sua presença, rsrs. Você lê meus pensamentos né? A idéia era justamente essa, atacar a Larissa, mas por um motivo, alias motivo esse que mataria dois coelhos com uma cajadada só, (é assim o ditado, rs?) digamos que um você acertou. Já sua idéia dela ter armado tudo isso contra ela mesmo, é bem interessante, será que se confirma mais pra frente? Agora pensa bem, das coisas que acontecem com o Julio, essa pessoa o conhece de uma forma...., deixa pra la, nem preciso dar dica, você sempre acerta mesmo, rsrs. O Roberto não é trouxa, apenas emocional demais em assuntos que liga o filho dele. Já a Suzana, é muito mais que uma simples dondoca. Mas você esta indo muito bem, darei mais dicas no próximo post. Mas vocês esqueceram um acontecimento que teve a muitos capítulos atrás e que liga esses e-mails do Julio.
luy95, obrigado minha querida.
ze carlos, obrigado meu querido, esse divertimento também é meu, saber que alguém aprecia o que escrevo. Beijos.
nah_16, O André será um paizao, mas vai ter que gladiar com o Daniel. Já a Lucia e o André, se a Taís quiser, eles ficam juntos, ela é danada e isso ela consegue fazer tranqüilamente. Aquela caixa veio com um presente bem nojento, mas o pior esta por vir, quem sabe o Julio não seja enterrado vivo? Ou algo parecido com isso. Hahah, o Daniel com o bumbum pra cima, realmente essa até eu queria ver, por sorte a Malu não fez questão de entrar. Quanto a outro conto, antes de postar, preciso de idéias, e todas se esgotaram nesse conto. E outra, não demoro só 15 minutos pra escrever não, demoro hora, rs. Beijos.
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Daniel e Lucia estavam com Tais no quarto e escutaram Ângela gritando com alguém. Antes mesmo de fazerem algo, André invadiu o quarto da garotinha, deixando todos com os olhos arregalados.
Taís – Oi tio André.
Com os olhos cheios de lágrimas, aquele cara marrento e com pose de durão, ajoelhou-se diante da garotinha, puxando seu corpo frágil para um abraço.
André – Minha filha!!!
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Capítulo 63
André apertou o corpinho de Taís contra seu peito e fechando os olhos deixou as lágrimas caírem, sentindo aquele cheirinho de bebe.
Taís esticou os braços, tentando abraçar as costas largas dele, repousando sua cabeça em seu peito.
Taís – Estava com saudade de mim tio?
Taís desfez o abraço, olhando para aquele homem ajoelhado a sua frente. André estava com os olhos vermelhos e visivelmente emocionado acariciou o rosto da garota.
Taís – Não chore tio.
Taís passou as mãozinhas no rosto do pai, limpando suas lágrimas. André segurou seus bracinhos e beijou as mãos da filha, num gesto de carinho.
André – Minha filha.
André – Você é minha filha.
Alexandre que vinha atrás do irmão se juntou a Daniel, Lucia e Ângela, assistindo toda aquela cena.
Taís – Você é meu papai?
André – Sim, eu sou seu papai.
Lucia – Não André.
Alexandre – Não faz assim meu irmão.
André voltou a abraçar Tais, beijando seu rosto, mas a garota agora parecia fria, séria.
Taís – Você não é meu papai. Meu papai foi embora.
Taís correu para Lucia, agarrando sua perna, olhando assustada. Daniel a puxou para seu colo, a tranqüilizando.
Ângela – Qual o resultado do teste?
André – Não preciso de resultado algum.
Alexandre – Não é o melhor momento pra discutirmos isso.
Ângela levou a neta para outro quarto, Taís estava assustada e muito confusa.
Alexandre – Acho que vocês dois precisam conversar.
Daniel e Alexandre deixaram os dois a sós. Antes de colocarem Taís na história, era necessário os dois conversarem e resolverem algumas pendências do passado.
André – Porque você me escondeu isso?
Lucia – Você não tem o direito de me cobrar nada.
Enquanto isso Daniel e Alexandre conversavam na sala.
Daniel – O que esta acontecendo aqui? O teste esta com você?
Alexandre – Esta sim, mas o André se quer abriu, veio correndo pra cá.
Daniel – E qual o resultado?
Com o sorriso aberto e os olhos brilhando, Alexandre respondeu ao seu amor.
Alexandre – O teste afirma com 99,9% de certeza a paternidade do meu irmão.
Alexandre – O André é o pai da Taís.
Daniel – O pai dela?
Daniel ficou pensativo, um pouco chocado, embora no seu intimo já tivesse certeza desse resultado.
Alexandre – Ela também é minha sobrinha, minha sobrinha duas vezes.
Lucia – Foi só uma noite André. Eu vi você de longe, me senti muito atraída e você também correspondeu.
Lucia – Eu nem sabia de quem era aquela festa, estava com uma amiga e fui me empolgando, bebi demais, quando vi, estávamos conversando.
André – Claro que me lembro disso.
Lucia – Eu já estava fora de mim e quando vi já estávamos nos beijando e indo para aquele quarto com você.
Lucia – Nunca fui promiscua, mas naquele dia tinha bebido demais, estava fora de mim e você também estava assim.
André – Não nos protegemos.
Lucia – Passamos aquela noite juntos e quando acordei no meio da madrugada que me dei conta que tinha transado com um desconhecido e sem camisinha.
André – Mas porque não me disse que estava grávida?
Lucia – Nunca me comportei assim, até pensei em te procurar, te conhecer melhor, mas daí fui passando mal, tendo enjôos e quando fui ao médico descobri que estava grávida.
Lucia – Fiquei em choque, não sou nenhuma vagabunda e na única vez que me descuidei engravido.
Lucia – Fiquei desesperada, minha mãe sempre foi rígida, tentei esconder o quanto pude, mas antes de contar em casa fui te procurar, eu sempre soube que você era o pai.
André – Você nunca me procurou Lucia, eu também quis te achar, aquela noite foi bem louca.
Lucia – Uma amiga me ajudou e consegui saber onde você morava, onde trabalhava e quando resolvi te procurar descobri que você estava prestes a casar e sua noiva estava grávida.
André – Mas e daí?
Lucia – Ah André, você engravidou e é o garanhão, eu seria o que? Seria vista como a vagabunda, como a destruidora de lares.
Lucia – O que eu poderia esperar de um cara com quem passei uma única noite e que estava se casando com outra, grávida?
André – Você tem idéia do que fez Lucia? Você me privou de conviver com minha filha.
Lucia – Não pense que pra mim foi fácil André. Agüentei minha gravidez inteira minha mãe me jogando na cara a falta de um pai pra Taís.
Lucia – E me responda com sinceridade. Você iria gostar de ter seu casamento desfeito, com a descoberta de uma filha que você nunca esperou?
André – Meu casamento não durou nada. Ela perdeu o bebe e meses depois rompemos.
Lucia – Eu nunca mais soube de você e pra evitar aporrinhações, inventei que o pai da Taís nunca quis assumi-la e que sumiu no mundo.
Lucia – Com o tempo minha mãe parou de me perturbar e o Daniel tomou o papel de pai pra ele.
Lucia – Aos poucos as coisas foram se ajeitando e fui tocando minha vida. Poucas vezes a Taís perguntou pelo pai, acho que pela presença constante do meu irmão, ela não sentiu tanta essa falta.
André – Você errou Lucia.
Lucia – Minha filha esta sempre em primeiro lugar André.
Lucia – Essa história ficaria assim pra sempre, mas quando vi a Taís no seu colo naquela festa de Natal, fiquei desesperada. Você não me reconheceu, mas sabia que era questão de tempo até você se recordar.
Lucia – Nunca imaginei que você e o Alexandre eram irmãos, embora vocês se pareçam muito, nunca liguei essa história.
André – Eu quero assumir a Taís, dar meu nome a ela, dar todo amparo que ela precisa.
Lucia – Eu agradeço, mas ela não precisa de nada André.
Lucia – Ela esta assustada, por favor, cuidado pra não deixar a cabecinha dela confusa.
André – Ela é minha filha Lucia, eu quero recuperar esse tempo perdido, quero dar a ela o amor de pai.
Daniel e Alexandre entraram no quarto e para evitar atritos, Ângela deixou o filho e o genro as sós.
Alexandre – Posso conversar contigo princesa?
Taís – Cadê o tio André?
Daniel – Esta conversando com a mamãe.
Taís – Eu não quero ver ele.
Taís – Ele não é meu papai.
Alexandre – Fique calma, nós vamos explicar tudo pra você.
Daniel – O tio Xande tem razão. Você não confia em mim?
Daniel explicou tudo a sobrinha, que apesar de esperta, não iria entender de maneira tão rápida um assunto tão complexo como aquele, mas sua intenção era apenas tranqüiliza-la.
Enquanto isso, Julio abria seu presente misterioso, gritando apavorado.
Ao rasgar o plástico daquele enorme embrulho, puxou com as mãos para cada lado e imediatamente centenas de baratas pularam daquela caixa, subindo em suas mãos, braços, se espalhando pelo chão da sala.
Julio – Para com isso.
Julio deu um pulo no sofá, se debatendo todo, tirando aqueles insetos do seu corpo, pisando nas baratas que começavam a subir no sofá.
Julio – Saia daqui, morra!!!
Gritando como um louco, começou a pisar pelo chão, tentando esmagar todos aqueles insetos, sentindo muito nojo.
Era praticamente impossível vencer aquela situação e se dando por vencido, subiu novamente no sofá, olhando desesperado para todos os lados, com muito medo que um inseto daquele voltasse a se aproximar de si.
Julio – Porque esta fazendo isso comigo??????????
Julio – Por favor, pare!!!!!!!!
Aos poucos aquelas baratas foram sumindo, se escondendo por debaixo dos móveis, deixando um cheiro forte por todo apartamento, mas ainda faltava o golpe final.
Julio desceu do sofá e puxando o resto daquele plástico com o cabo de uma vassoura, ficou em pânico ao ver o seu presente.
Julio – Não, não, não.
Dentro do plástico havia uma coroa de flores e uma faixa com os dizeres: “Você nunca terá paz”.
Julio – Me deixe em paz, desgraçado.
Julio pegou as chaves do carro e saiu correndo do apartamento, indo para o estacionamento do prédio. Entrou no carro e trancou todas as portas, vidros, olhando o tempo todo para o chão do carro e para os lados, certificando que estava seguro.
André acertou suas pendências com Lucia e apesar de ficar chateado por não ter acompanhado o crescimento da filha, conseguiu entender o ponto de vista dela e aceitar suas atitudes.
André – Oi. Posso dar tchau pra você?
André se aproximou de Tais, ajoelhando-se de frente a ela.
Taís – Porque me abandonou? Porque você não quis ser meu papai?
André – Eu não te abandonei não minha filha.
André – Eu nunca iria fazer isso, ainda mais com você.
André – Posso te dar um abraço?
Ainda tímida, Taís consentiu com a cabeça e recebeu um abraço bem apertado do seu pai
André – Eu te amo muito viu? Filha.
André e Alexandre foram embora e Daniel ficou com a sobrinha. Lucia teve uma longa conversa com a filha, que só ouvia tudo atenta, segurando a mão do tio.
André entrou em casa gritando pela mãe, desesperado, rindo, como se tivesse ganhado o maior dos prêmios.
André – Mãe!!!
Inês – Que gritaria é essa?
André – Mãe....
Alexandre nem teve tempo de começar a falar. Inês tirou o chinelo que usava e partiu pra cima do filho, acertando várias chineladas.
André – Que isso mãe?
Inês – Você é um safado, sem vergonha.
André saia correndo, pulando pelo sofá, correndo atrás da mesa, mas Inês parecia possuída.
André – Para mãe.
Inês – La na sua delegacia você é que manda, mas aqui você vai entrar no couro.
Alexandre entrou na casa e André jogou o irmão no meio, tentando desviar das chineladas da mãe.
Alexandre – O que esta acontecendo?
Inês – Seu irmão já me contou da ultima sua André.
Inês – Como você faz uma coisa dessas? Deixar uma filha perdida por ai.
André – Eu não sabia mãe.
Alexandre ficou no meio e mesmo sem querer, também levou umas chineladas da mãe, até que Inês foi perdendo o fôlego.
Alexandre – Calma mãe.
Inês – Como você pode deixar uma filha jogada no mundo?
Inês – Seu safado, será que não da pra manter essa coisa dentro da cueca?
Alexandre – Não é bem assim mãe.
André – Eu não sabia que ela existia mãe.
Inês – Primeiro foi aquela sua namorada, agora a irmã do Daniel, quantos filhos mais você tem por ai André?
Inês – Será que não tenho mais netos nesse mundo? Passando por alguma dificuldade, fome, frio, doente?
André – Não mãe, eu lhe garanto.
Mesmo com os braços e os lombos ardendo das chineladas, André abriu um sorriso.
André – Mãe, minha filha é linda.
Inês – Minha delicinha, minha neta.
André abraçou a mãe, que agora lhe beijava todo.
Inês – Quero ver ela.
Alexandre – Calma mãe, ela esta meio confusa, é informação demais pra cabecinha dela, mas a senhora vai abraçar sua neta.
André parecia uma criança, deitou no colo da mãe e ficou falando sem parar da filha.
Inês – Vou fazer um almoço aqui em casa, quero a família toda reunida.
André – Boa idéia mãe.
André – Vamos fazer uma festa pra ela.
Alexandre ficou vendo aquela cena e também estava muito feliz. Embora amasse de paixão Taís, a descoberta que era tio de sangue da garotinha só servia para contemplar ainda mais seu amor por ela e por Daniel.
Alexandre – Acho que vou dar um calmante pra ele. Ele esta eufórico demais.
Alexandre aproveitou que o irmão foi para o quarto e pegou o colo da mãe pra ele.
Inês – Filho, seu irmão é meio descabeçado. Essa menina precisa de alguma coisa? A mãe dela precisa de algo?
Alexandre – Sossega Dona Inês, a Taís sempre teve de tudo, desde as bonecas que ela ama até o carinho do Daniel.
Alexandre – Mãe, não queria estragar esse momento, mas queria falar algo com a senhora.
Inês – O que foi?
Alexandre – Não brigue comigo e se a senhora não quiser que eu vá, eu vou te obedecer.
Inês – Fale, estou ficando nervosa.
Alexandre – Mãe, ontem encontrei um amigo do pai, na rua. Ele me contou onde o pai esta morando.
Ao ouvir o filho falando sobre o ex marido, Inês mudou o semblante, ficando séria.
Alexandre – Mãe, eu quero ir visitar ele.
Alexandre – Mas se a senhora se opor, eu deixo pra lá.
Inês – Não meu filho, isso é uma decisão sua.
Inês – Apesar de tudo ele sempre será seu pai, nunca iria te pedir pra não vê-lo.
Inês – Apenas queria evitar que você sofresse.
Alexandre – Não vou sofrer mãe, só vou ver como ele esta. Eu sei que a senhora e o André não aprovam isso mas...
Inês – Alexandre, o que você decidir, estarei sempre te apoiando.
Alexandre deu um beijo na mãe, mas nem conseguiu se despedir do irmão, que estava falando no telefone com alguns amigos, contando todo feliz que era pai.
Alexandre – Que noite hein!!!
Daniel – Pois é, essa história mexeu muito comigo.
Alexandre puxou Daniel para seu peito, acariciando sua barriga.
Alexandre – Agora não estou mais em desvantagem, aquela baixinha também é minha sobrinha.
Daniel – Bobo, isso não muda nada, ela sempre te adorou. O tio macaco dela.
Daniel – Amor, agora que ela tem um pai, será que ela irá deixar de gostar de mim.
Alexandre – Então é por isso que esta com essa carinha de preocupado?
Alexandre – Claro que não, meu irmão é um cara fantástico, apesar daquele jeito bravo dele.
Alexandre – Sortuda é ela em ter dois tios como nós e um pai como ele, ah e uma avó como Dona Inês.
Alexandre – Alias, minha mãe quer fazer um almoço lá em casa pra todos nós.
Daniel – Acho uma boa idéia.
Alexandre – Agora para de mimi e vem dar carinho pro seu maridão.
Julio passou a noite dentro do carro, no estacionamento. Logo de manhã, mandou o porteiro chamar uma empresa detetizadora e fazer uma limpa em seu apartamento.
Secretária – Bom dia seu Julio. Nossa aconteceu alguma coisa?
Julio – Porque aconteceria alguma coisa?
Lucia – Pela sua cara..., longe de mim saber o que você anda fazendo, mas ultimamente você anda num estado deplorável.
Julio – Eu fico me perguntando o que você ainda faz aqui? Já não esta na hora de você começar a cumprir seu aviso?
Lucia – Eu pedi um tempo a mais para seu tio, até arranjar outro emprego.
Julio – Que por sinal esta demorando demais né?
Lucia – Bom, mas acho que você também deveria começar a procurar outra coisa, nunca se sabe o dia de amanhã.
Julio – Como ousa falar assim...
Roberto – Algum problema?
Julio – Nenhum, com licença.
Daniel havia marcado de almoçar com os amigos, mas como chegou mais cedo, resolveu pedir algo pra tomar, enquanto esperava, ate notar a presença de uma velha conhecida em outra mesa.
Daniel – Posso lhe fazer companhia?
Larissa – Daniel!!!!
Larissa – Claro que sim.
Aproveitando o encontro inesperado, Daniel não deixou por menos.
Daniel – Você não me contou tudo não é Larissa?
Larissa – Não sei do que esta falando.
Daniel – Porque o Julio bateu em você? Porque você ainda esta fazendo esse jogo?
Daniel – Você esta com os cadernos do Thiago?
Larissa – Não Daniel, se estivesse comigo teria entregado a você ou ao seu Roberto.
Daniel – Então porque ele agrediu você?
Larissa – Esses cadernos sempre estiveram com ele, mas alguém descobriu onde estava e pegou. Acredito que ele esteja sendo chantageado ou algo do tipo.
Daniel – Perai, da outra vez você disse que estava nessa, pois alguém próximo a mim e ao Thiago, tinha nos traído e você sempre soube que era o Julio.
Larissa – Aonde você quer chegar?
Julio – Existe mais alguma coisa nessa história que eu não saiba? Existe mais alguma pessoa que você esta tentando esconder?
Larissa ficou branca com aquele comentário e totalmente desconcertada desconversou o quanto pode até achar uma brecha e escapar.
Malu – Demoramos?
Daniel – Não, estava aqui conversando com uma pessoa.
Pablo – Mas que história essa hein, da sua irmã e o André.
Malu – Eu já sabia. A Lucia me contou.
Daniel – E porque você não me contou?
Malu – Coisas de mulher né Daniel.
Daniel – O André quer fazer uma festa na casa da Dona Inês, queria que vocês dois fossem.
Pablo – Claro parceiro, festa é com nós mesmo.
Malu – O Seu Roberto vai? Ele e o Alexandre ainda estão rompidos?
Daniel – Estão sim, o Alexandre não toca no assunto, mas sei que ele sente muita falta do tio.
Daniel – Antes de vocês chegarem, encontrei com a Larissa aqui.
Daniel – Ela disse que o Julio descobriu tudo sobre ela e que alguém esta chantageando ele.
Pablo – Mas a troco de que?
Malu – O que ela disse?
Daniel – Disse que os cadernos estavam com ele esses anos todos, mas alguém roubou.
Pablo – Mas e se tudo for uma mentira dela. Daniel, e se ela inventou tudo isso?
Pablo – E se tudo for um plano dela pra fazer o Julio pensar que é outra pessoa que esta com os cadernos?
Daniel – Sem querer, ela deixou escapar que ainda esconde algo de mim. Será que esse traidor realmente era o Julio? Ou será que ainda tem mais alguma coisa que eu não sei?
Malu – Vamos mudar de assunto, isso tira meu apetite. Essa Larissa não me desce, acho-a muito escorregadia.
Daniel – Você esta certa, o Alexandre também pediu para esquecer toda essa história e viver nossas vidas.
Todo dia quando saia do trabalho, André ia visitar Taís, mas aquela amizade que os dois tinham, esfriou um pouco, mas seguindo os conselhos do irmão, resolveu que conquistaria novamente a garotinha. Taís falava poucas palavras, parecendo um pouco travada, mas a cada dia se soltava um pouco.
André – Vou nessa.
Lucia – André, acho melhor você não aparecer todo dia aqui.
André – Que isso Lucia.
Lucia – Acho que você tem que ir com calma, tentando impor sua presença, só ira afasta-la ainda mais.
André – Acho que você esta certa, é que eu queria correr atrás do tempo perdido.
Lucia – Eu lhe entendo.
André – Eu vou reconquistar essa baixinha.
Daniel estava deitado no colo de Inês, recebendo cafuné da sogra, enquanto Alexandre jantava.
Inês – É amanha que ele vai visitar o pai?
Daniel – Sim Dona Inês, eu me ofereci pra ir junto, mas ele não quer, disse que prefere ir sozinho.
Inês – Só espero que ele não se decepcione.
Daniel – Mas o pai dele vai ficar feliz em vê-lo, não vai?
Inês – Sinceramente, eu torço que seja assim. A ultima coisa que quero é ver meu menino sofrendo.
Daniel – Ele não vai sofrer, a senhora vale por uma mãe e um pai juntos.
André – Mas que grude é esse?
Daniel – Esta com ciúme da mamãezinha, cunhadinho.
Inês – Calma meninos, tem colo pra todos.
No dia seguinte Alexandre acordou todo entusiasmado, rindo, cantando.
Daniel estava um pouco calado, por um motivo muito especial, mas preferiu esconder seus sentimentos.
Alexandre – Será que vou com essa camisa amor?
Daniel – Esta bonita. Tem certeza que não quer que eu vá contigo?
Alexandre – Tenho sim.
Alexandre tomou um bom banho, se perfumou todo e colocou uma roupa bem bonita para visitar o pai.
Daniel – Boa sorte, fico feliz demais em lhe ver assim, todo feliz.
Alexandre – Eu te amo.
Alexandre se despediu e Daniel voltou a seus pensamentos. Abriu sua gaveta e pegou uma foto do seu primeiro amor.
Daniel – Feliz aniversário, meu anjo.
Roberto estava em casa, no seu escritório particular com o pensamento bem distante.
Suzana – Roberto!!!!
Roberto – Você sabe que dia é hoje?
Suzana – Claro, nunca vou esquecer. Foi um dos dias mais felizes da minha vida.
Roberto – Eu queria dormir nesse dia do ano e acordar só no dia seguinte.
Roberto – Sinto tanta saudade dele, do sorriso dele, do cheiro, da voz.
Roberto – Que mundo injusto, perdi meu filho, perdi o Alexandre.
Suzana se abaixou, segurando as mãos do marido.
Suzana – Temos que ser fortes.
Roberto – Suzana, o Thiago se foi, me odiando.
Suzana – Pare com isso Roberto.
Roberto – Eu sou mesmo um homem detestável assim?
Suzana – Você tem a chance de consertar seus erros do presente.
Roberto olhou no fundo dos olhos da esposa e entendeu muito bem o recado.
Alexandre dirigiu por horas, indo para o local mais afastado da cidade, uma região muito pobre, com varias favelas, casas construídas sem a menor infra-estrutura. Estacionou seu carro e caminhou por algumas vielas, pedindo informação para algumas pessoas até parar em frente a uma casa muito pobre.
Bateu palma algumas vezes até uma mulher toda desarrumada atender a porta.
Alexandre – Boa tarde, por favor, aqui é a casa do Seu Eduardo?
Antes que a mulher falasse alguma coisa, um senhor apareceu na porta.
Eduardo – Quem esta me chamando?
Alexandre ficou sério e com os olhos marejados, se atirou sobre aquele senhor, dando-lhe um forte abraço.
Alexandre – Pai, é você pai.
A mulher e o homem trocaram olhares, sem entender nada, enquanto Alexandre permanecia abraçado a ele, muito emocionado.
Eduardo – Você é?
Alexandre desfez o abraço, olhando no rosto daquele velho que só então o reconheceu.
Eduardo – Ale..Alexandre??
Alexandre – Sim, sou eu pai, seu filho.
Como fazia todos os anos nas datas especiais, Daniel se arrumou e foi até o cemitério onde Thiago estava enterrado.
A primeira coisa que fazia era colocar flores novas sobre o tumulo e depois ajoelhar-se, fazendo sua oração de olhos fechados.
Diferente de anos anteriores, daquela vez o sentimento era de apenas uma saudade, aquela dor dilacerante havia sumido, mas não que isso diminuísse a enorme importância que Thiago teve e que sempre terá em sua vida.
Alexandre entrou na casa do pai e não teve como não reparar na pobreza em que viviam. Gilda, sua madrasta passou um café enquanto pai e filho conversavam.
Eduardo – Não repare na casa, aqui é tudo humilde.
Alexandre – Não importo com isso pai.
Alexandre começou a contar da sua vida, mas não tocou no abandono do pai. Contou sobre a sua profissão, falou da mãe, do irmão, dos seus planos para o futuro, sempre com o sorriso no rosto, feliz demais por estar diante do pai.
Eduardo – Que orgulho, escuta Gilda, meu filho é médico.
Gilda – Que chic hein, um filho bacana.
Alexandre – O André é delegado da policia federal pai. E essa semana descobriu que tem uma filha. O senhor já é avô.
Eduardo – Então você é rico filho, médico e tal.
Alexandre – A pai, ralo pra caramba, da pra ter uma vida confortável.
Alexandre – Tenho meu apartamento, meu carro, ajudo a mamãe.
Eduardo – Filho, na época que você esta internado, eu queria te visitar, mas estava longe, trabalhando, mas rezava por você.
Alexandre – Não esquente com isso pai, já passou.
Gilda – Essa casa aqui anda cheia de problemas.
Eduardo – Também ralamos, mas o dinheiro nunca sobra né? Essa casa esta cheia de goteiras, um monte de conta atrasada.
Gilda – Sem falar seus remédios Edu.
Alexandre – Bom pai, posso ajudar vocês, só me dizer do que precisam.
Eduardo – O que você puder dar filho, o que você tiver ai, pra nos já ajuda.
Alexandre – Aqui?
Alexandre ficou um pouco constrangido, mas abriu a carteira. Eduardo e Gilda cresceram os olhos naquelas cédulas como dois leões pronto para o bote.
Alexandre – Não tenho muito aqui mas..
Eduardo – Isso ai que você tem, já ajuda.
Alexandre tirou tudo o que tinha na carteira, uns 500,00 reais e entregou ao pai, que pegou com certo desespero.
Alexandre nem se importou com o fato e ainda todo feliz, ligou o celular e começou a mostrar fotos da família.
Alexandre – Esse é o André, de policial, a mamãe, essa é a Taís, filha do André.
Eduardo – E esse aqui?
Alexandre – Esse é o Daniel.
Alexandre – Pai, o Daniel é meu parceiro, meu companheiro, estamos juntos.
Eduardo – Juntos?
Alexandre – Sim, o senhor vai gostar dele.
Ficou um clima estranho no ar, mas nenhum deles comentou o assunto.
Gilda – Vou trazer mais um café a vocês.
Alexandre ficou mais um tempo conversando com o pai, mas já estava ficando tarde e precisava ir embora.
Eduardo – É cedo.
Gilda – Venha nos visitar mais vezes.
Alexandre – Venho sim, pai me ligue para o que precisar, a qualquer hora.
Eduardo – Ligo sim filho.
Alexandre abraçou o pai, dando um beijo em seu rosto, se despedindo.
Já estava descendo aquela viela quando sentiu um estalo.
Alexandre – Você é burro hein doutor. Como ele vai ligar pra você, se você nem deixou o seu telefone.
Alexandre deu meia volta, indo novamente para a casa do pai, parando diante da porta, prestes a bater novamente.
Gilda – Mas que filho você arrumou hein, 500 reais só?
Eduardo – Puxou aquela lazarenta da Inês, aquela morta de fome.
Eduardo – Peraí, é o que entendi mesmo? Meu filho é um viadão?
Gilda – Queima rosca, boiola. Que vergonha hein velho.
Eduardo – Tenho um filho médico, mas nem vou poder me gabar na frente dessa pobraiada daqui. De que adianta um filho médico, mas viado?
Eduardo – Eu devia ter pego esses garotos e trazido comigo quando larguei aquela chata da Inês. Iria dar uma coça nele e faria virar macho na porrada.
Gilda – E você acha que eu ia criar seus filhos? Se enxerga velho.
Eduardo – Tenho que dar um jeito de tirar mais algum dele.
Gilda – Acho bom, porque esse quinhentinho mal da pro cigarro.
Eduardo – Só quero a grana. Sou macho demais pra ter filho boiola, vai ver a vaca da Inês deu pros irmãos da igreja dela e me empurrou esse viadinho, só pode.
Alexandre guiou seu carro, sentindo uma profunda tristeza, deixando as lágrimas descer pelo seu rosto.
Ouvir todas aquelas palavras do pai com a madrasta o feriu de uma meneira muito forte. O homem que sempre idealizou na verdade não passava de um mau caráter que não tinha o menor afeto por ele e sua família.
Com muita vergonha, preferiu não ir pra casa, queria ficar sozinho. Agora entendia o porque o irmão e a mãe detestavam Eduardo.
Alexandre foi para seu consultório e se jogou no sofá, chorando como uma criança, sentindo-se um idiota.
Roberto ficou sozinho em casa, no quarto, olhando as fotos de Thiago, folheando um álbum de sua infância. Sentindo o peito apertar e deixando o orgulho para traz, tomou uma atitude que deveria ter tido há tempos.
Daniel perdeu a noção do tempo, orou, ajeitou as flores que levou e antes de ir embora, tirou uma rosa do vaso, beijando, colocando bem perto da foto de Thiago.
Já estava saindo e quando virou-se deu de cara com Suzana, que estava séria, olhando para ele.
Suzana – Dona Suzana!!!.
Roberto foi até o consultório de Alexandre, como não havia ninguém, foi entrando, escutando um choro abafado, vindo de dentro da sala.
Roberto – Alexandre, o que houve?
Alexandre – Tio Roberto, o que faz aqui? Alexandre limpou as lágrimas, olhando para o tio, que se aproximou dele sentando ao seu lado.
Roberto – O que houve com você?
Alexandre – Quero ficar sozinho.
Roberto – Não vou te deixar sozinho desse jeito.
Alexandre abaixou a cabeça, e com a voz abafada começou a falar.
Alexandre – Meu pai me odeia, tem vergonha de mim.
Alexandre – Ele nunca ligou pra nós, minha mãe sempre teve razão.
Roberto – Não fique assim.
Alexandre – Porque esta falando isso?
Alexandre – O senhor também tem vergonha de mim, nojo, abomina o que eu sou. Sentia o mesmo pelo seu filho e sente o mesmo por mim.
Roberto – Isso não é verdade.
Roberto não conseguiu se controlar mais e tocou no médico, segurando sua cabeça.
Roberto – Eu não te odeio, por favor, nunca mais repita isso.
Roberto – Não conheço seu pai, mas ele deve ser um idiota em não querer um filho maravilhoso como você.
Roberto – Esqueça tudo o que lhe disse, todas minhas ofensas.
Alexandre estava triste demais e ainda com os olhos encharcados, olhou para o tio. Roberto acariciou seu rosto e muito emocionado deixou a emoção falar mais alto.
Roberto – Você é o filho que eu sempre sonhei em ter.
Roberto – Me perdoa meu filho.
Roberto – Eu te amo Alexandre.
Alexandre ficou olhando para o tio, sem saber o que dizer. Roberto o abraçou forte, repetindo que o amava, mas felicidade maior foi quando sentiu os braços do médico apertando suas costas, aceitando o seu perdão.
Continua...
