Canção Do Mar #4

Um conto erótico de Senhor D.
Categoria: Homossexual
Contém 2659 palavras
Data: 06/02/2014 11:33:31

Antes de começar com o conto quero agradecer a você que leu e me incentivou a continuar. Obrigado por gostarem. Obrigado mesmo.

Creio que esse capítulo esclareça muitas dúvidas que sei que a maioria de vocês tem. Acho que ele ficou pequeno e quero que comentem se gostaram.

Senhor D.

...

-Acho melhor você ficar um tempo sem ir nadar a noite. -Thomas ouvia seu pai falar enquanto almoçavam naquela terça. Prepararam uma comida e sentaram-se a mesa. Temia que precisasse chegar a esse ponto.

-Estava pensando isso também. -disse com tristeza. Não iria arriscar, mesmo amando seus mergulhos noturnos. Uma menina foi morta por andar sozinha a noite e ainda tinha medo de cruzar com Xavier e cia na metade de uma invocação. Já havia cansado de tanto pensar sobre aqueles três. Estava criando uma irritação de si mesmo.

Então foi o que fez... na verdade o que não fez. Não foi mergulhar a noite daquele dia levando em conta sua segurança. Pra tentar recompensar ficou vários minutos debaixo do chuveiro deixando que a água levasse qualquer coisa de ruim que pudesse ter provocado acontecimentos na cidade... sabia que tudo tinha, de uma maneira ou outra, uma conexão consigo.

Os dias passaram arrastando-se. Na vida de Thomas tudo foi muito difícil pela falta que seus mergulhos noturnos faziam. Contentou-se a mergulhar um pouco antes do sol se por e novamente voltar pra segurança da sua casa.

Mas o que mais estranhou naquele dias foi que Xavier, Pierre e Homero simplesmente pararam de comparecer as aulas. Matérias didática já estavam sendo aplicadas por todos os professores na segunda semana de aula e nada, nenhum vestígio dos três.

Thomas não podia negar que sentiu-se muito mais aliviado com o sumisso daqueles três. Mas mesmo estando tranquilo sentiu pontadas de curiosidade querendo saber mais a respeito... o beijo que deu em Xavier vinha todas as noites "alegrar" seus pensamentos.

Novamente estava vivendo sua vida sem a interrupção nem a sombra de problemas. Seu ex namorado nem deu sinal de vida e ficou totalmente agradecido por isso... pode finalmente respirar em paz.

Samuel e Mário cada vez mais determinados a fazer nem que uma pequena comemoração pra o décimo oitavo aniversário do loiro.

Apesar de muito dizer que não queria nada, foi ignorado. Uma festa enorme na casa de Mário foi marcada. Todos os alunos do segundo ao terceiro ano do Ensino Médio foram convidados. Os pais dele não estariam e a casa de Mário cobria quase um quarteirão inteiro... aquela festa não seria boa coisa, preveu Thomas quando soube dos planos dos seus melhores amigos.

...

-Feliz aniversário. -seu próprio pai o acordou na manhã de sábado desejando saúde e milhões de anos de vida. Abraçou o enorme corpo dele e ele o pegou no colo o embalando como um pequeno bebê.

Os dias na vida do loiro ultimamente estavam estranhos. Sentia uma mudança radical no seu ser... não sabia explicar, mas apenas sentia.

Fez o que fazia sempre pela manhã. Sua higiene. Logo depois soprou velas de um pequeno bolo que seu pai havia comprado.

Ria dele contando que ia ficar com o coração partido por não poder entrar na festa de comemoração enquanto comiam seus pedaços. Mário especificou: "mais de dezoito? Não entra."

Logo que seu pai partiu para o trabalho o loiro tratou de fazer algo para ocupar sua mente e seu tempo... não havia nada pra fazer. A festa seria aquela noite e podia sentir que, de alguma forma, as coisas mudariam na sua vida.

...

-CADÊ VOCÊ?! -esse era Mário gritando com Thomas por celular. A festa havia começado meio hora e o convidado principal ainda não estava lá.

-Não quero ir. -Thomas negou. Olhou para o relógio de parede na sala o qual marcava onze horas e meia da noite. Estava pronto para sair. Roupa apertada, provocante e descolada. Deixou seu cabelo solto e ficou impressionado do quanto havia ficado bonito com uma calça jeans, tênis cano médio e uma camiseta.

-Por que não?! -novamente Mário gritava. Podia ouvir o DJ contratado tocando um remix da música da Adele ao fundo.

-Não me sinto bem. -revelou. Queria e muito estar lá se divertindo. Mas o relógio havia marcado alguns minutos antes da onze e seu organismo começou a trabalhar em algo para ferrar com sua noite. Ânsias, dor de cabeça, febre, dor de estômago e uma série de coisas que fariam uma pessoa endoidar.

-Isso é desculpa!

-Não! Vêm cá pra ver! -mal terminou de falar e virou seu rosto pra privada do banheiro e vomitou pela quinta vez naquela noite. Nem se deu o trabalho de sair do banheiro da casa. Pegou um cobertor pra tentar apartar o frio que tomou conta do seu corpo e sentou-se numa cadeira todo enrolado no forro. Sabia que aquela sessão não havia acabado.

-Onde está seu pai?! -Mário gritava, porém sem nenhum vestígio de fúria. Preocupação era o que ele tinha.

-Saiu com os amigos.

Mário insistiu pra cancelar a festa e faze-la outro dia, porém Thomas recusou-se estragar a diversão dos outros. Pediu que ele avisar que não se sentia bem e que todos continuassem a festa sem ele. Depois de desligar o celular o tempo simplesmente voou.

Claro que estava bravo por não poder ir se divertir. Fez dezoito anos e no dia do seu aniversário, quando deveria estar comemorando, algum parasita ou alguma coisa fez com que tudo de ruim acontecesse. Estava sofrendo uma série de doenças, tudo de uma vez.

Alguns minutos antes da meia noite que aconteceu. Ele estava deitado apenas com uma cueca na sua cama. Seus forros estavam molhados com seu suor e o quarto parecia girar a volta dele... então tudo parou. Tudo. A ânsia, as dores, a febre. Tudo. Tanto que ele ficou impressionando com essa mudança radical.

Levantou-se da sua cama, sentindo-se revigorado. Quando pensou em tomar um banho e ir pra sua festa foi que ouviu algo... um claro e sonoro "Vem"... cantado pela mais bela voz que ele podia ouvir em toda sua vida. Um "vem" tão hipnótico e doce que ele saiu a seguir aquela voz sem ao menos se dar conta disso. Era um chamado pra ele e não iria deixar esse chamado de lado... aquela espécie de canção.

De cueca mesmo caminhava pela rua a seguir aquele comando. A noite estava com uma lua cheia e repleta de estrelas. O loiro sentia o vento frio do mar bagunçar seus cabelos loiros quando ele pisou na areia da praia. Não pensou em mortes, mistérios, medo. Nada. Não era seguro estar na praia a noite... mas não importava-se. Foi chamado por alguém.

Nada ali que desse origem a voz. Nenhuma pessoa ou qualquer coisa. A lua estava bem acima das águas do mar iluminando toda a praia com uma luz prateada deixando tudo com um ar mágico e aquele foi o convite para entrar na água. Sentia-se necessitado de ter seu corpo envolto na água... como se dependesse disso pra viver.

Passo a passo a água alcançava cada parte do seu corpo. Entrou numa espécie de formigamento e ouviu novamente a voz o chamando.

Parou quieto na água tentando achar o som original do seu chamado e nada. Tudo estava como ele. Parado e quieto como se esperasse algo.

Aquele formigamento que havia começado de uma maneira pequena, aumentou... expandindo-se pra todo seu corpo. Tudo nele começou a pinicar e coçar... estava se coçando! Suas mãos que antes passavam com as unhas de uma maneira fraca por seus braços e pernas começaram a mover-se rapidamente e cravar as unhas com força que o machucariam se não fosse o desejo de livrar-se daquele formigamento. Era algo doloroso e incômodo! Soltou um grito de agonia quando uma dor enorme tomou conta dos seus olhos quase dando a impressão de estar cego. Não conseguiu manter-se boiando. Afundou mais na água deixando que ela o cobrisse todo e de uma maneira estranha sabia o que tinha que fazer.

Respirou com força puxando o máximo de água que conseguiu pros seus pulmões mesmo sabendo que se arrependeria. A recusa deles foi imediata. Começou a perder as forças e a formigação localizou-se nas suas pernas.

Algo o obrigou a juntar suas pernas e a água em seus pulmões o estava sufocando. Tocou com suas mãos seu pescoço num claro sinal de desespero e se não fosse pela água a onda sonora que sairia da sua boca seria tosse. Tosse para tentar expulsar aquela água respirada por ele mesmo.

Tentou mover suas pernas para emergir na água, mas não conseguia! Estava se afogando... podia ver fleshes dele em toda sua vida e teria rido de si mesmo se não estivesse prestes a morrer.

A dor que se originou nos seus olhos expandiu-se também para uma parte do seu peito e desceu até as suas pernas que pareciam estar sendo envoltas num casulo... como se várias teias tivessem sendo transadas a volta delas de uma maneira forte e firme.

Com um estalo parou todos os seus movimentos e desejou algo que fizesse aquelas dores e incômodos parassem. Qualquer coisa. Seu corpo foi puxado por uma correntesa até o fundo o mar e sentiu quando seu corpo alcançou uma parte obsecura no fundo.

A pressão da água não era esmagadora pra ele como ele achava que seria. Seus pulmões estavam cheios de água e estava pronto para dar adeus a tudo que conhecia.

Seus olhos fechados tornaram-se a abrir quando as dores e o formigamento aliviaram-se pouco a pouco. Pode respirar normalmente de uma maneira suave e tranquila e arregalou os olhos de surpresa... estava respirando e não era oxigênio... era água! A água salgada entrava em seus pulmões e eles de alguma maneira faziam a respiração ou seja lá a maneira que se chamava aquilo.

Estava debaixo d'água ainda e pode sentir o oceano por inteiro... como se estivesse realmente conectado com ele de alguma maneira. Como se fosse uma extensão daquele infinito de água. O sal não irritava seus olhos e a água que entrava em seu corpo pela sua respiração era tão bem recebida como oxigênio. Podia enxergar! Enxergar na escuridão do mar. Sorriu com aqueles acontecimentos. Algo ocorreu com ele, mas pouco importava. Estava surpreso demais, no bom sentido.

Tentou mover suas pernas para emergir da água e elas não moveram-se. Olhou pra baixo e fez um "Ah!" abafado pela água de susto e incredulidade. Não eram mais suas pernas que estavam ali... era um rabo de peixe, com escamas e tudo! Sua cueca que antes cobria suas partes íntimas mais parecia uma saia a volta daquele rabo.

"Sou uma sereia?" pensou incrédulo apalpando aquele rabo de peixe e sentindo o seu próprio toque em cada escama colorida.

"SOU UMA SEREIA!!"

Moveu suas pernas na mesma sincronia e o rabo de peixe moveu-se. "Uma sereia... ou um mutante!" essa frase ficava ecoando em seus pensamentos enquanto ele descobria mais daquele "novo eu".

Estava assustado e surpreso, mas sua admiração pela sua nova forma surpriu tudo. Enfim tinha o que tanto sonhava quando era menor! Podia respirar debaixo d'água... claro que tinha o adicional da cauda de peixe, mas a cauda era linda... colorida e chamativa na medida certa. As escamas pareciam ter uma espécie de brilho próprio.

Bamboleou a cauda e aos poucos locomoveu-se vendo a maneira que cortava o fluxo de água facilmente e sem esforço. Batia a calda de peixe como se batesse suas pernas juntas e alcançava velocidades incríveis num ritmo cada vez mais alto. Ria numa satisfação plena. Ele era uma sereia. Era uma criatura maravilhosa. Quase que um milagre.

Podia sentir todo o oceano o convidado para explora-lo. Imaginava tudo que descobriria. Os lugares que poderia conhecer nas profundezas do mar. Os animais que veria... a ideia o deixou maravilhado enquanto fazia movimentos circulares criando um pequeno redemoinho na água. Nunca iria se cansar de nadar naquela forma... sentia-se mais vivo... como se pertencesse ao mar.

Nadou até emergir da água observando que tanto o oxigênio, como a água serviam para sua respiração. Soltou uma risada de puro contentamento. Nadou rapidamente até uma pedra e arrastou até por metade da sua calda em cima da pedra. O final ainda continuava na água e a lua reluzia mais as escamas coloridas.

Thomas aproximou-se de um lado onde a água estava mais calma e fitou seu reflexo na água. Arregalou os olhos com o que viu.

Seus olhos estavam amarelos e sua íris estava azulada numa mistura linda... parecia que sua íris era na vertical lhe dando um ar de gato. Seu tom de pele continuava o mesmo, porém seus cabelos estavam longos ultrapassando sua cintura e estavam brancos... realmente brancos. Se colocasse qualquer ponto levemente escuro em seus fios ele seria facilmente reconhecido pela tonalidade esbranquissada do seu cabelo.

De alguma maneira não havia ficado feio naquela forma... pelo contrário. Havia ficado irresistível em proporções sobrenaturais. Seria impossível resistir a ele se alguém o visse naquela forma. Estava divino... realmente perfeito.

Tirou toda a sua nova calda da água para ajeitar-se melhor em cima da pedra e soltou um gritinho bem afeminado quando suas pernas retornaram a forma original rapidamente. Tocou as duas várias vezes com as mãos e as separou uma da outra vendo realmente se não estava delirando. Aproximou-se novamente da água e era o velho Thomas de sempre. Cabelos dourados e na linha da cintura, olhos azuis e pernas. Era humano novamente. Ficou feliz de ver sua forma antiga... mas ainda queria sua forma de sereia. Por mais bizarro que fosse, gostou demais daquela forma.

Ousou por o pé na água e nada. Não transformou-se em uma sereia... quase chorou de decepção. Então pos os dois pés na água e contou exatamente dez segundos. Suas pernas se juntaram sobrenaturalmente e rapidamente da sua pele brotou uma espécie de casulo envolvendo as duas e criando sua calda de sereia. Pode sentir seu cabelo crescendo e seus olhos mudando... soltou um suspiro de alívio por ver que não havia sofrido nenhuma dor e que não havia perdido aquela nova forma divina.

Gargalhou de alegria. Dentro da água era uma sereia e fora era o velho Thomas de sempre. Sua risada cessou quando uma explosão de questões o arrebataram.

"Porque? Como? Quando?" eram o que mais se passavam em sua mente. Como havia do nada se transformado numa sereia? Porque justamente naquele dia, no dia do seu aniversário? Como aconteceu? Foi contaminado? Passado por alguma lenda? Foi escolhido? Isso tinha algo a ver com Xavier e cia?

Não soube responder nenhuma questão. Ainda estava admirado demais, porém agora estava assustado. Será que havia efeitos colaterais ou consequências?

Olhou a volta pra se certificar que não havia nada e nem ninguém a sua volta e depois jogou-se novamente na água. Nadou até a praia e ao alcançar a areia suas pernas retornaram. Pos-se em pé e demorou um pouco para acostumar novamente com sua forma humana. Cobriu suas partes íntimas com o que havia sobrado da sua cueca.

Logo que se afastou um pouco da água conseguiu ouvir uma espécie de lamento. Como se alguém chorasse, porém eram apenas onda sonoras e sentiu uma enorme vontade de retornar a água. Mas não o fez. Tinha que ir pra casa. Apesar de ainda querer nadar até que o mar secasse tinha a sombra de medos rondando sua mente.

Ao girar seu corpo na direção da rua que dava acesso a sua casa ouviu movimentos na água e sentiu um frio na sua espinha. Paralisou seu corpo de medo quando passos vieram na sua direção e sentiu mãos na sua cintura.

-Porque não fica mais um pouco, meu anjo? -uma voz grave e grossa indagou bem perto ao seu ouvido. -Precisamos conversar.

"Xavier." pensou de olhos arregalados. A única cena que passou na sua mente era de Larrisa sendo morta pelo moreno... seu corpo fraquejou e a cena dele sendo morto pelo moreno não foi ignorada em sua mente.

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Comentários

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Nossa amei o TRITÃO HEHEHE pensei q era aquela coisa q usa barquinhos na praia pra matar pessoas oferecidas hahaha

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Seu conto é PERFEITOOOOOO! FABULOSO como o AUTOR.

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Seu conto é PERFEITOOOOOO! FABULOSO como o AUTOR.

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Enfim comecei a gostar do seu conto. Novidade um conto sobre tritoes! Adoreiiii

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Olha nunca fui muito fã de contos assim, mas o seu está bom continua.

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