O rapaz da guarita - Capítulo 37

Um conto erótico de BrunnoLemme
Categoria: Homossexual
Contém 1265 palavras
Data: 05/02/2014 22:42:20

Capítulo 37

Entramos no carro e fomos de encontro ao acerto final com Ana. Assim eu esperava. O início do percurso foi em silêncio. Eu recostei minha cabeça no banco e ia ouvindo o rádio baixinho. Notava pelo canto dos olhos que de vez em quando ele me olhava de relance.

Sua mão pousada em minha coxa direita se tratava de comunicar sua presença. O silêncio não era proposital. Eu não estava com raiva dele, por incrível que parecesse. Era um misto de decepção, dúvidas e raiva.

Decepção por não ter sido capaz de mostrar a ele que a vinda dela era um erro e que podia nos afetar, e de ter sido mais afetado do que queria com o que ela tinha feito. Eu tinha, sim, ficado muito triste...

Dúvidas em relação ao nosso lance dali prá frente. Mesmo que ele se livrasse da megera em alguns minutos, como ficaria meu relacionamento com ele. Eu conseguiria retomar de onde estávamos, de onde tínhamos conquistado e construído? Apesar de me enxergar diferente, não sei se a realidade me traria resultados tão práticos... Será que ele conseguiria se controlar outras vezes...? Será que eu queria isso ? E ele?

E raiva da vadia... Não por lutar por alguém que ela queria. Isso é direito de qualquer um. Mas pelo jogo sujo. E nem tanto pela sedução e por levá-lo prá cama. Mas pela mentira, que ao meu ver mostrava que aquilo não era amor, era mágoa, vingança e orgulho ferido. Tudo isso era até possível de se entender... mas não era digno.

Enquanto eu pensava, ele se remexia inquieto. E quebrou o silêncio...

- Bruno?

- Oi...

- Tu tá muito bravo comigo né?

- Não Daniel, bravo não... Decepcionado. Não só contigo. Chateado sim...

- Cara... Eu juro que não queria isso contigo.

- Daniel, acho até que acredito. O que não muda muita coisa velho. E o fato de acreditar é que me faz estar contigo agora, aqui do meu lado, tentando resolver essa coisa... Caso contrário, já teria acabado com tudo.

- É só por acreditar... Ou tem sentimento aí?

- Você duvida? Acho que já te dei várias demonstrações que há muito sentimento aqui sim...

- Que bom.

- É...

- A gente vai superar isso, né?

- Eu espero que sim Daniel...

- Me chama de Dani.

Eu até sorri.

- Dani... Depois que resolvermos isso hoje, eu vou querer um papo sério contigo. Prá gente definir algumas coisas, e decidir outras juntos. Prá gente se ajudar, valeu ?

- Valeu... Eu quero também.

- Combinado.

E voltamos ao silêncio.

Uma das coisas que eu adorava nele era essa facilidade que tinha de respeitar momentos e saber exatamente até onde ir. Ele não grudava, não se fazia de vítima, tampouco de sonso. Havia um movimento de defesa, e depois recuava pois se sentia seguro. As palavras eram econômicas. Só quando necessárias. Até os gestos eram contidos, mas não podados. Ele sabia me deixar com saudade. Isso era fundamental para alimentar a vontade de ter de volta, de ter mais, de ter...

Era uma filho da puta, bonito, gostoso, sedutor, inteligente e muito, muito humano.

Acho que isso é o que mais tinha me atraído nele.

Finalmente chegamos, e confesso que tava bem animado e curioso. Duvidava que ela soubesse que ele estava comigo. E duvidava mais ainda que ela acreditasse que eu sabia... Eu queria ver a cara dela.

Entramos. Ela estava cantando na pia da cozinha. Ele me pediu para ficar na sala, iria buscá-la. Estava feliz a garota...

Me sentei no sofá e esperei. Ele foi até a cozinha, ouvi ele dando o bom dia em tom normal e a surpresa dela. Ele a chamou até a sala, e ela veio ainda cantando...

Quando passou pela porta e me viu, sua voz se calou e seu olhar era preocupado.

- Bruno...

- Bom dia Ana.

- Oi... Que surpresa.

- É.

- Ana, senta aqui. A gente precisa conversar.

Ela contornou o sofá e se sentou em frente a mim. Ele veio e se sentou ao meu lado.

- O Bruno já sabe o que aconteceu.

Vi que seu olhar era jocoso mas seu corpo estava tenso. Dúvida.

- Ana, eu não podia esconder isso dele, e nem tinha por que.

- Eu não te pedi nada.

- Eu sei.

Ela olhou prá mim...

- Bruno, desculpa... Foi mais forte que nós. Muita coisa do passado veio à tona e ...

- Ana, calma lá.

- Dani...

- Você sabe o que aconteceu. Você me seduziu, eu não resisti, mas foi só isso. Só sexo.

- Dani... Você pareceu gostar tanto...

- Estaria mentindo se dissesse que não. Eu gozei. Mas foi só. Passado aquilo, ele foi o que veio à minha cabeça...

- E o que você falou comigo enquanto transávamos?

- Eu não falei nada Ana...

- Dani... Você tem noção do que...

- Ana, deixa eu ser claro e direto. Tenho toda a noção, te tudo. Transamos. Foi bom. Depois me arrependi. Eu amo o Bruno. A gente quer ficar e estamos juntos.

Ela olhou prá mim...

- Você vai querer ficar com um cara que sabe que pode te deixar a qualquer momento?

Ela estava se descontrolando, e se revelando prá ele. Eu não precisaria fazer nada.

- Ana ???

Ele reagiu com certa incredulidade.

- Mas é isso Dani. Talvez você não perceba, mas é isso. Você tá enfeitiçado pela vida que ele pode te oferecer e pela aventura, mas não é isso...

Você é homem Daniel ! Homem!

Aí ela mexeu com nósSim! Sou muito homem prá dizer que eu o amo, e não à você. E ele é mais homem ainda ao conseguir aceitar o que aconteceu e me dar uma chance. É só porque somos homens que estamos aqui. E já deu prá ti...

- Como assim ?

- Te dei uma chance Ana, e mesmo sendo alertado por ele, resolvi te aceitar aqui e tentar te ajudar. Bobo que fui. Ele é tão homem que entendeu e mesmo sem concordar, te deixou vir. Você não foi mulher o suficiente prá entender que estávamos juntos, e respeitar isso. Esperava isso de você...

- Esperava o que de mim ? Que desistisse de ti fácil assim ? Eu também te amo, e sei que você gosta de mim ainda. Sinto isso. Senti isso ontem. Duvido que ele seja capaz de te dar o prazer que eu te dei ontem Daniel...

- Ana... Ele me dá muito mais prazer. Quando está comigo na cama e depois disso. Não é o seu caso...

- Mentira. Ele tá te pagando, não é? Tá recebendo salário fixo prá ficar com esse cara...

Não sei de onde tiramos controle prá aguentar aquilo. Ele me olhou fundo, eu retribuí sério e dando apoio.Acho que prá ele estava sendo mais difícil, pois ele não sabia que ela já tinha jogado esse papo prá mim, e que eu já a tinha desmascarado antes.

- Fica tranquilo Dani... Acaba logo com isso.

- Acabar com o quê?

- Simples Ana. Estamos aqui prá te dizer que apesar do que você fez, a gente está junto. E ficaremos juntos. Só que você vaza agora. Fomos bobos e tontos uma vez. Chegou...

- Dani...

- É isso Ana. Arruma suas coisas e vaza.

- Eu não tenho prá onde ir...

- Volta prá Ribeirão...

- Não quero. Não posso, você sabe...

- Então faz como eu, Ana. Seja competente o suficiente prá arranjar um macho prá te pagar um salário fixo e te sustentar. Tenho certeza que você tem potencial para isso...

- Seu filho da puta!

- Dez minutos. De boa.Não quero brigar contigo.A gente espera aqui.

Ela me olhou com ódio. Ardeu. Sustentei o olhar.

- Você me paga seu viado.

Saiu com raiva, pisando alto e sem olhar prá trás.

- Acabou. Vai dar tudo certo.

- Espero Dani! Espero.

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Comentários

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Isso que é sambar na cara da inimiga Kkkkkk! Acho que foram até educados demais...

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mandou bem o daniel, atitude de homem. mas acho q ele se deixou seduzir muito facim. safo....aff...essa mina ainda vai dar problema.

Bruno, tá muito irado teu relato !!!

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