A descoberta do verdadeiro amor - Cap. 24

Um conto erótico de Léo
Categoria: Homossexual
Contém 5201 palavras
Data: 07/01/2014 19:12:30
Assuntos: Gay, Homossexual, Romance

Fiquei em estado de choque. Desliguei o telefone e cai na minha cama. As lagrimas foram inevitáveis naquele momento. Chorei muito. Por que ele estava fazendo aquilo comigo? Eu não tinha feito nada de errado. Ao contrario, deixei de fazer pensando nele. Única e exclusivamente nele.

Aos poucos eu fui me acalmando. Parei o choro e fui tomar um banho. Demorei bastante para me aliviar, mas não resolveu muita coisa. A essa altura nem sentia mais fome tamanho a minha angustia e duvida sobre aquela situação toda.

Pensei em ligar de novo, mas eu sabia que ele não ia atender. Fiquei sem tomar atitude. Não tinha nada a ser feito a não ser esperar.

O dia passou simplesmente lento aquele dia. Eu ficava da TV pra cama, da cama para o computador e as vezes chorava de raiva e medo de perder ele.

Em todo o caso, seja qual fosse a situação, eu não tinha sido culpado, estava com a minha consciência limpa. Ele que era o errado e creio eu, que ele acabaria acordando e percebendo o erro.

Quando finalmente anoiteceu eu resolvi mandar uma mensagem que ficou mais ou menos assim: “As vezes nós ficamos tão cegos e obcecados por um fato ou algo que nos foi dito que não enxergamos a verdade. Não entendo por que você esta fazendo isso, quando tiver disposto a falar comigo me procura. Tchau”

Como era de se esperar ele não me respondeu. Aquilo me matava por dentro, era como se tivessem feito uma ferida no meu coração e ela não quisesse fechar. Mas como já disse, não tive culpa.

Adormeci pensativo aquela noite. Pensei em tudo que eu tinha feito nos últimos dias para tentar achar o motivo daquele desprezo que ele estava me dando.

O único fato que eu encontrei foi o Fernando. Mas ele não sabia que o Fê tinha dado em cima de mim. Ou sabia? Será que ele notou algum interesse do Fê por mim? Ou será que ele fantasiou algo em sua cabeça?

Não adiantava tentar achar soluções, o jeito era esperar.

O dia seguinte foi mais ameno. Levantei cedo, tomei café e fiquei assistindo televisão até a Aline chegar em casa pra me pegar. Por volta das onze ela me ligou e disse que a reunião ia ser naquele dia mesmo, só que as seis da tarde, e disse que passava na minha casa umas cinco e meia.

O resto da tarde foi a mesma coisa do dia anterior. Aproveitei a oportunidade de estar sozinho e lavei a alma de novo. Chorei ate não aguentar mais.

Como eu amava aquele menino. Mais do que tudo na vida. Nunca tinha descoberto algo assim antes. Aquilo pra mim era a descoberta do verdadeiro amor.

Um amor puro.

As cinco horas levantei e tomei um banho para limpar o rosto e melhorar a minha aparência. Coloquei uma roupa apresentável visto que iria ver o empresário da nossa futura banda.

A Aline chegou pontualmente em minha casa. Abri a porta e ela entrou.

- Tudo bem Aline? – Disse com a voz meio triste.

- Comigo sim, mas com você não. O que houve?

- Nada não. Só to meio cansado e pra baixo hoje, mas nada de anormal.

- Eu conheço você Léo. O que aconteceu?

- Nada Line. To cansado só.

- Cansado de que? Você não faz nada! Ta de férias...

- Deixa isso pra lá Aline, não é nada. Vai passar.

- Pensei que confiasse em mim Léo!

- Eu confio em você Aline. – Nesse momento eu não aguentei e comecei a chorar. – Mas não é nada.

- Se não fosse nada você não estaria chorando Léo – Ela me abraçou – Fala pra mim o que aconteceu? Eu vou te ajudar.

- Agora não. Não temos tempo. Mas eu conto, já que insiste tanto.

- Insisto. Insisto porque sou sua amiga e não quero te ver triste. Mas realmente estamos sem tempo. Vem, vamos pegar o Daniel agora.

- O Daniel? – Tinha me esquecido desse detalhe, ele estava na banda e eu ia vê-lo logo mais.

- É por quê? – Ela me olhou.

- Não nada – Sequei minhas lagrimas – Vamos então.

- Você vai ter que me explicar tim-tim por tim-tim disso tudo!

- Pode deixar – Forcei um sorriso.

Nós saímos e subimos a rua da casa dele. Chegamos lá rapidamente. Fiquei na esquina esperando, não queria que ele me visse na casa dele. A Aline achou estranho mas eu disse que explicaria tudo. Ela foi até lá e em três minutos eles estavam vindo.

Olhei pra ele e ele pra mim. De imediato desviei o olhar. Não queria que ele percebesse a minha cara de choro por causa dele.

- Pronto, agora vamos pegar a Claudia e o resto do pessoal que já está na casa dela.

Nem eu nem o Dani dissemos nada, apenas aceitamos com a cabeça. Olhei de novo pra ele, ele estava olhando pra mim com um rosto também triste. Abaixei os olhos e uma lagrima caiu.

Ficamos quietos o caminho todo, acho que a Aline tinha entendido o que aconteceu pois ela também não disse nada e não quis interferiu entre eu e ele.

Chegamos na casa da Claudia e o resto do pessoal já estava nos esperando. Cumprimentamos a todos e saímos. Pegamos um ônibus que nos levou ate o destino onde iríamos. Chegamos la as seis e vinte.

Entramos no local que parecia um escritório. E realmente era. O Carlos não estava lá e tivemos que esperar um pouco. Ele chegou só por volta das sete horas. Nos levou ate a sala dele e disse:

- Bom, vejo que formaram um grupo diferente. Mas que bom que decidiram. O que eu tenho a propor é que vocês façam shows por aqui e pelas cidades vizinhas. Não vai ser difícil de conseguir isso para vocês. Estão de acordo?

- Sim – Todos disseram.

- Ótimo. Vou providenciar um contrato de exclusividade para vocês, quem for menor de idade peço que tragam os pais para assinar.

O único maior de idade era o Daniel.

Ele terminou de explicar como ia funcionar e a gente só prestou atenção. Antes mesmo das sete e meia ele já nos liberou e fomos embora.

Quase perto da minha casa a Aline me puxou pelo braço e disse:

- Você parece pior. Vem dormir lá em casa? Assim a gente conversa!

- Não tem problema se eu for?

- Claro que não né Léo. Eu vou com você na sua casa e falo com sua mãe.

Assim fizemos. Aline foi ate minha casa e pediu pra minha mãe que deixou numa boa. Não ficou preocupada, pra nossa sorte. Subi em meu quarto peguei uma roupa limpa, minha escova de dentes, meu perfume e coloquei em uma mochila. Saímos e a primeira coisa que ela fez foi perguntar:

- O que aconteceu entre você e o Daniel?

- Longa historia Aline, longa historia.

- Então conta!

- Se você não se importar prefiro te contar de noite, quando a gente tiver deitado.

- Ta, tudo bem. Mas to preocupada com você.

- Não fique. Mas brigado pela força que você esta me dando!

- Não tem que agradecer, amigos são pra essas coisas mesmo.

- É verdade.

O caminho ate a casa dela não era demorado, chegamos la em quinze minutos. Ela perguntou se eu queria jantar e eu disse que não, que estava sem fome. Mas ela insistiu tanto que acabei comendo. Ou melhor, tentei comer.

Já por volta das dez nos fomos nos deitar. Ela colocou um colchão próximo a cama dela, me deu um edredom e um travesseiro e nos deitamos.

- Pronto, agora começa.

Suspirei e comecei.

- Primeiro, antes de mais nada, promete uma coisa?

- Claro.

- Nada, absolutamente nada do que eu vou te contar agora você pode falar pra ninguém. Nada, nem um A da conversa. Promete?

- Ai Léo, claro que sim né!

- E outra coisa. Promete que não vai me julgar?

- Te julgar? Por que eu faria isso?

--- Promete?

- Ta prometo, mas agora me conta que eu to angustiada.

- Aline... Eu nem sei como te contar isso... – Disse pra começar. – Mas eu preciso me abrir se não eu acho que morro por dentro...

- Fala logo criatura.

- Li, eu sou gay.

Silêncio.

- Como é? – Disse ela.

- Isso que você ouviu. – falei. – Eu sou gay.

- Sério mesmo?

- É sim. Fazem sete meses que eu me aceitei.

- Nossa que lindo Léo! Ai que emoção! Meu melhor amigo é gay! Que tudo!

Por que será que as amigas sempre têm essa reação?

- Que bom que você gostou Li.

- Adorei. Nossa que legal... Mas continua...

- Então, vou te contar tudo desde o inicio ta?

- Que bom que é desde o inicio e não do fim, mas anda, fala que eu to em cólicas de curiosidade.

- Lá vamos nós – Disse eu.

- To pronta pra ouvir tudo. – A Aline disse isso se sentando.

- Tudo começou em janeiro quando eu me mudei pra cá. Lá na outra cidade onde eu morava eu tinha uma namorada, Fabíola o nome dela. Sempre amei aquela garota. Não sabia viver sem ela, mas fazer o que, tive que me mudar por causa da promoção do meu pai no serviço. Enfim, nos mudamos e eu, no principio, odiei esse lugar, odiei o bairro e a minha casa, mas com o tempo tudo foi mudando.

“No segundo dia que eu estava nessa cidade eu fui conhecer a vizinhança. Fazia muito calor aquele dia. Enfim, saí, andei pelas ruas próximas a minha casa, até que achei uma pracinha na rua de cima, onde eu me sentei em baixo de uma sombra de árvore pra descansar.”

“Depois de ficar um tempo sob a sombra eu resolvi continuar andando. Foi quando eu percebi um campinho de futebol, onde tinham três garotos jogando uma bolinha. Me aproximei da grade e fiquei olhando eles jogando, foi aí que tudo começou. Dentre os meninos tinha um que me chamou muito a atenção. Lindo, corpo escultural, bronzeado de sol, alto... enfim, perfeito”

“Eu nunca tinha sentido atração por outros homens, aquela era a primeira vez e não nego, fiquei realmente muito confuso.”

- Fala mais que ta ficando bom!

- Durante um mês mais ou menos eu esqueci aquele fato, bom na verdade, não dei tanta atenção. Eu pensava que era só um caso passageiro, que eu só tinha achado o menino bonito e que tudo logo passaria. Mas me enganei.

“Quando as aulas começaram eu tive uma surpresa, sala nova, tudo novo, amigos novos... Adivinha quem eu encontro na sala?”

- O menino?

- Exato.

- Hum, então ele era da nossa sala... Hum, acho que já sem quem é, mas prossegue.

- Então, levei um susto ao ver ele na sala, mas me contive. Durante os primeiros meses foi tudo mais difícil, aceitar a minha orientação e me entender não estava sendo fácil. Mas como eh te disse, em julho, nas férias eu me aceitei. Mais precisamente em agosto.

“Mas, voltando de onde eu parei. Vi ele e me assustei. Tantas salas naquela escola e eu tenho que cair justo na dele! Era muita sorte, ou muito azar. Mas enfim... Aguentei né.“

“O tempo foi passando e eu me aproximei dele. Viramos amigos. Mas até então eu não sabia que ia rolar nada entre a gente, e nem ele é claro. O tempo foi passando e chegamos nas férias. E ate então não tinha rolado nada entre nós, a não ser olhares provocantes.”

“Minhas férias como você sabe foram bem legais. Encontrei a minha ex-namorada e ficamos de novo, o que me fez muito bem, porque assim eu pude pensar que o que eu sentia pelo garoto era só coisa momentânea. Mas mais uma vez eu me enganei.”

- Que lindo! Já tenho certeza de quem é ele!

- Quem é? Vamos ver se você sabe?

- É o Dani não é?

Fiquei hiper vermelho, mas prossegui.

- É ele sim.

- Nossa que lindo! Ai que tudo! Amei.

- Que bom... – Eu estava muito sem graça.

- Vocês são tão fofos, nunca pensei que tivessem nada, vocês não demonstram.

- Graças a Deus né – Eu dei risada.

- Mas continua.

- Então, como eu dizia, as férias foram muito legais. Quando voltei pra cá no fim de julho ou começo de agosto, não lembro ao certo, eu e o Dani nos encontramos e colocamos a fofoca em dia. Até que a avó dele começou a passar mal e ela teve que ir pros EUA com os pais dele para poder se tratar e fazer alguns exames. Essa foi a deixa pra gente começar a se relacionar.

“Como você sabe, eu fiquei na casa dele até a avó dele retornar pro Brasil, e foi nisso que nós começamos a ficar. Certo dia a gente tava lá na casa dele e começamos a brincar. Era evidente que estávamos um a fim do outro, mas nenhum dos dois queria confirmar essa situação.”

“A gente tava na cama dos pais dele, e eu comecei a zoar ele, comecei a fazer cócegas e ele começou a rir. Até que ele me imobilizou e fez a mesma coisa que eu.”

- Que lindo! – A Aline estava muito empolgada. – Continua!

- Eu não aguentava mais ele me fazendo cócegas e pedi pra ele parar. Mas ele não parou. Ate que eu falei a famosa frase: “Para Dani, pára, eu faço qualquer coisa!”. Aí ele disse: “Qualquer coisa mesmo?”. Aí eu respondi: “Bom, depende né? Eu não tenho dinheiro!”. Aí ele disse: “Mas o que eu quero não é dinheiro!”. Aí eu disse: “O que você quer então?”. Aí ele respondeu: “Isso”. E me beijou.

- Noooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooossa! Não acredito! Que legaaal!

- É, imagina como que eu fiquei né. Nos beijamos um bom tempo, aos poucos eu retribui e me entreguei por completo. Nossa, nunca vou esquecer daquele beijo. Que beijo bom! Ficamos mais de meia hora sem nos desgrudar, e quando o beijo acabou a gente ficou lá deitado olhando pro teto.

- Amei!

- No dia seguinte a gente ficou meio envergonhado mas decidimos deixar rolar. Em poucos dias ele me pediu em namoro e eu aceitei. E estamos juntos até hoje. Bom, acho que estamos na verdade.

- Ai que romântico! Mas me conta, como que ele pediu você em namoro?

- Foi assim, a gente tava conversando sobre a gente, de contar ou não pra vocês e pra família ou se ia ficar tudo como estava, decidimos depois de muito pensar não abrir o jogo pra ninguém. Foi então que ele perguntou se eu namoraria com ele, e eu respondi que não sabia, que não tinha pensado no assunto ainda. Aí ele fez a pergunta: “Léo, quer namorar comigo?”

- E você aceitou?

- Não de imediato. Fiquei uns dois minutos pasmando. E depois fiz ele repetir a pergunta. Ai ele repetiu. Aí eu disse: “Preciso responder se quero ou não?”. E ele: “Precisa”. Aí, como eu não era besta, falei: “Acho que isso responde né?” e dei um baita beijo nele.

- Oh meu Deus, que perfeito!!!

- Ai desde esse dia ate hoje a gente ta junto, nunca brigamos nem discutimos, mas desde o aniversario dele ele ta me tratando mal. Não quer me atender e pediu pra mim não ligar mais na casa dele.

Nesse momento eu não aguentei e comecei a chorar.

- Ai Léo, não chora. – Ela disse descendo da cama dela e me abraçando. – Vai tudo se resolver você vai ver.

- O problema Aline, é que eu não fiz nada. Nadinha. Ao contrario, deixei de fazer pra não magoar ele.

- Como assim?

- Ontem na casa do Fê ele deu em cima de mim. Mas eu não fiz nada pensando no Daniel. Porque eu amo ele muito. E não quero magoá-lo, jamais faria isso com ele.

- O Fê? Deu em cima de você? Como?

- Ah, aquelas coisas idiotas né. Ficou pelado na minha frente e ficou se insinuando. Não sabia que ele curtia também.

- Nossa, todos os meus amigos são gays! Que lindo!

- Pois é Aline. O mundo ta virando gay.

- Verdade. Mas então, se você não fez nada não tem que ficar assim né Léo?

- Mas como eu vou ficar? Vendo o meu amor longe de mim sem me dar bola? Não é legal!

- Eu sei, mas você tem que conversar com ele!

- Como? Se ele não quer falar comigo?!

- Mas ele tem que falar, você tem o direito de se explicar, sei lá. Se você quiser eu falo com ele.

- Você faria isso?

- Claro que sim Léo! Tanto você quanto ele são meus amigos, e eu só quero ver vocês bem.

- Muito obrigado Li! Você ta me ajudando muito só pelo fato de você me ouvir. Eu precisava desabafar. Mas o que pretende fazer?

- Você verá.

Ela pegou o celular e ligou pro Dani, deixando o celular no viva voz.

- Oi Dani tudo bem?

- Oi Aline, tudo e você? – Ele disse fungando o nariz e com voz de choro.

- Também. Aconteceu alguma coisa Dani?

- Não, nada por quê? – Outra fungada.

- Parece que você esta chorando! – Ela disse olhando pra mim com uma cara de “viu só?”

- Eu, chorando? – ele começou a chorar – Impressão sua. – Outra fungada.

- Não é impressão, da pra perceber. O que aconteceu.

- Não é nada demais, outra hora eu te conto. O que aconteceu pra você estar me ligando a meia noite?

- Ah, não é nada, só queria conversar com alguém... Mas já que você esta meio tristinho eu ligo pro Léo.

Ele tossiu.

- Ah ta entendi. – outra fungada dessa vez maior.

- Precisando de alguma coisa pode contar comigo ta? Eu to aqui do seu lado pra te ajudar.

- Valeu Li. Agora se não se importa eu preciso desligar, vou tentar dormir.

- Tudo bem, vou ligar pro Léo – Ela marcou bem o meu nome pra ver se ele tinha alguma reação.

- Ta, liga sim, aposto que ele deve estar feliz e vai te atender melhor do que eu. Beijo, tchau. – E desligou.

- Eu feliz? Se ele soubesse o quão triste eu estou ele não falaria isso.

- Viu, ele também ta que nem você. Vocês precisam conversar. Manda uma mensagem pra ele!

- Não adianta. Ele não responde!

- Mas mesmo assim, manda! Ele vai ver que você não ta errado. E que ele é que está.

- Vou mandar.

Peguei meu celular e mandei uma mensagem pra ele que dizia mais ou menos assim: “Vão completar sete meses que a gente ta junto, e jamais pensei que isso fosse acontecer. Você é a única pessoa nesse mundo que importa pra mim e eu te amo, não entendo o que passa em sua cabeça, mas como disse anteriormente, quando se sentir preparado me procura, sei que não estou errado, afinal eu não fiz nada, mas você deve ter os seus motivos. Beijo, amo você muito. Não esquece isso”.

Não foi uma única mensagem, foram três ao total para poder caber tudo o que eu queria dizer. Eu e a Aline fomos deitar, mas por volta da uma hora meu celular vibra e eu vejo uma mensagem dele dizendo mais ou menos assim: “Posso ter me enganado, mas tenho motivos sim para estar desse jeito. Te amo muito. Espero que um dia você me entenda. Não sei se conversar vai resolver a minha dor, mas podemos nos encontrar. Fica com Deus, eu te amo, Dani.”

Achei estranho. Mas não respondi. Acabei adormecendo e acordando no outro dia bem cedo.

Eu e a Aline levantamos juntos, tomamos banho e tomamos café, depois fomos pro shopping pra mim espairecer um pouco, o que não adiantou muito.

Ficamos andando em círculos procurando algo pra fazer, mas não achamos nenhum programa que valesse a pena.

Acabamos comendo mac e indo embora. Fui pra minha casa e não pra dela. Ela disse que ia falar com o Dani pra mim, mas eu pedi que ela fosse precavida e não contasse que ela sabia da gente, que deixasse ele se abrir assim como eu fiz com ela. Só assim ela saberia o que ele estava pensando e depois ela me contaria tudo.

Assim foi feito. Ao sairmos do shopping ela foi pra casa dele e eu pra minha. Pedi que ela contasse que me encontrou no shopping por acaso e que eu estava com uma cara horrível, um drama não iria fazer mal não é verdade?

Cheguei e fui pra internet, aproveitando que o Lucas estava trabalhando e o quarto era só meu. Fiquei lá o dia inteiro, só saí a noite pra tomar outro banho e jantar. Quando subi ao meu quarto depois da refeição, notei três chamadas não atendidas da Aline. De imediato liguei pra ela pra saber o que eles tinham conversado:

- Alô Li sou eu, me conta tudo!

- Oi! Então, melhor a gente conversar pessoalmente, por que se não você vai gastar muito telefone.

- Ta, vem aqui em casa, meu irmão não está, da pra gente conversar aqui no meu quarto.

- To indo ai então.

- OK.

Em menos de vinte minutos a campainha tocou. Minha mãe atendeu e pediu pra ela subir ate meu quarto. Me cumprimentou e foi logo ao ponto.

- Falei com ele. Ele ta péssimo. Pior que você. Como era de se imaginar ele se abriu, contou tudo como você fez comigo ontem. Não escondeu nenhum fato.

- Mas ele disse por que esta me tratando assim?

- Disse. Perguntei se você tinha feito algo pra ele e ele disse que você não. Mas que o Fernando tinha.

- O Fernando? Como assim?

- Ele disse que no dia que a gente foi lá na casa do Fernando pra decidir sobre a banda – Começou – Disse que o Fê ficou dando em cima de você e que você não fez nada.

- Mas eu não percebi isso.

- Pois é. Ele disse também que quando você olhava pra ele o Fernando sorria discretamente e tentava se aproximar mais de você.

- Mas eu não percebi isso! Ele deve ter fantasiado isso. Não é possível! Tudo bem, não nego que o Fernando ta me perseguindo de certa forma, mas eu não dei bola pra ele!

- Pois é, mas você tem que dizer isso a ele.

- É o que eu vou fazer. Pô que injustiça meu, eu sabia que eu era inocente! Não fiz nada!

- Procura ele. Ele chorou muito. Soluçou até.

- Nossa! Ai que cabeça dura!

- Verdade. Eu disse que ia falar com você pra ele. E ele mandou dizer, que independente, ainda gosta de você.

- Como assim ainda gosta de mim? Jesus, não mudou nada entre a gente! Ele tem alguma coisa não é possível meu.

- Vai lá, fala com ele. Ele vai gostar e vocês vão fazer as pazes.

- Ah, eu vou ir sim. Mas vou me fazer de difícil, só vou ir amanhã.

- Por quê?

- Porque ele também esta se fazendo de difícil, eu não fiz nada! Ele vai ter que esperar agora!

- Bom, você deve saber o que está fazendo. Agora que já fiz a minha parte eu vou embora ta? Preciso ligar pro Carlos e ver como ficou o negocio da banda. Te mantenho informada e me liga pra dizer como foi ta?

- Pode deixar! Li muito obrigado viu!

- Não agradeça. Apenas fique feliz que eu também ficarei.

Nos abraçamos e ela foi embora.

Fiquei o resto da noite pensando nisso. O que estava passando na cabeça do meu namorado pra pensar que eu estava dando bola pro Fernando? Nunca que eu ia fazer aquilo com ele!

O dia amanheceu e eu acordei cedo. Tomei banho, café e fui andar com meu irmão. Ele percebeu que algo estava errado e quis conversar comigo:

- O que aconteceu? Faz uns dias que você ta todo calado e não conversa mais comigo. Algum problema?

- Nada demais, briguei com o Dani. Mas hoje vou conversar com ele.

- O que houve entre vocês?

- Nada demais, briga de amigos. Se você não se importar eu prefiro não tocar nesse assunto!

- Tudo bem, só queria ajudar. Sabe que pode contar comigo não sabe?

- Sei sim mano, brigado pela preocupação!

- Irmãos são pra essas coisas.

A gente sentou na pracinha perto da casa do Dani e ficamos conversando. Ele me contou que estava passando por um momento complexo na vida dele mas que não era o momento pra me contar ainda, mas que não me preocupasse que logo logo ele me contaria.

Fiquei curioso mas não insisti no assunto. Falou que o trampo estava bem legal e que o pessoal de la era muito maneiro. Aproveitou a folga dele e me contou tudo o que aconteceu na vida dele. Eu disse que também estava num momento complexo mas que não era a hora de contar. Fomos embora as quatro horas.

Fiquei em casa ate as oito, sem nem ao menos ligar avisando eu fui pra casa do Dani pra gente conversar um pouco e esclarecer a situação. Cheguei, toquei a campainha e a tia Elvira atendeu.

- Oi Léo tudo bem?

- Mais ou menos tia Elvira! O Daniel está?

- Sim, trancado no quarto como tem feito nos últimos dias.

- Posso vê-lo? Preciso falar com ele.

- Vocês brigaram?

- Sim. Preciso vê-lo tia, posso entrar?

- Claro que sim. Fica a vontade. Vou chamá-lo...

- Tia, se não se importar eu prefiro falar com ele no quarto dele. É melhor. O assunto é longo.

- Tudo bem, pode subir então! Fique a vontade.

- Obrigado tia!

Subi e bati na porta três vezes.

Não obtive resposta.

Bati mais três vezes.

Novamente sem resposta.

Peguei no trinco da porta e girei. Ela abriu e eu suavemente entrei. Vi-o deitado de costas pra porta. Entrei e fechei com a chave. Aproximei-me e vi que ele estava dormindo. Sentei no chão ao seu lado e fiquei la ate ele acordar. Não demorou muito para que isso acontecesse.

Ele se mexeu e virou, abriu os olhos e ao me ver levou um susto.

- O que você ta fazendo aqui?

- Precisamos conversar.

- Não tenho nada pra falar com você.

- Você não tem nada pra falar comigo, mas eu tenho algo pra falar com você e você vai me ouvir.

Não sei como, mas falei aquilo.

Ele se sentou e falou:

- Já que você veio, fala logo.

- Primeiro, não me trata como um cachorro, eu sou gente e tenho sentimentos mesmo que você pense o contrario.

Ele arregalou os olhos quando disse isso.

- Segundo, me explica, mas me explica bem direitinho porque você ta fazendo isso comigo!

- Olha, não se faz de idiota que você sabe porque eu estou assim!

- Idiota não, por favor mais respeito! Eu não te tratei mal então por favor...

- Enfim, você sabe porque eu estou assim com você.

- Se eu soubesse eu não tinha perguntado concorda?

- Sabe sim! Se não sabe pergunta pro seu “amiguinho” Fernando que ele te explica.

- Ah lá vêm. O que ele tem haver com isso?

- Tudo Leonardo, tudo! Caso você não tenha percebido esse idiota esta apaixonado por você! E você não faz nada pra ele sair de perto de você! Pelo contrario – Ele começou a chorar – Pelo contrario, enquanto ele fica jogando charme pra você, você não faz nada! Nada!

- Calma, calma! A gente precisa colocar os pingos nos is. Eu não fiz nada Dani, nada! Se ele ta afim de mim o problema é dele! Eu não quero nada com ele e você sabe disso!

- Não tenho tanta certeza assim!

- E por que não? Que provas você quer que eu dê? Que mais que você quer que eu faça pra dizer que eu amo você?

- Nada. Mas é obvio Léo, é obvio! Ele ta se aproximando de você pra roubar você de mim!

- E você facilita né?

- Eu facilitar como assim?

- Sim, facilita sim senhor. Me deixa sozinho, não me atende, me deixa preocupado querendo saber o que aconteceu... Poxa Dani, um pouco de compreensão não faria mal sabe! Eu já disse isso mil vezes, eu amo você e é você que eu quero! Podem vir mil homens atrás de mim que eu não vou querer ninguém a não ser você! Entendeu?

Ele ficou calado apenas me olhando. As lagrimas caiam uma atrás da outra.

- Agora meu querido, se você se afasta de mim, me deixa sem uma simples explicação, pede pra mim não ligar mais, não responde as minhas mensagens, me bloqueia ou sai do MSN quando eu entro você facilita pra que eu fique com raiva de você e tente te esquecer nos braços de outro.

Ele começou a soluçar.

- Agora, se você quer assim Daniel é assim que vai ser. O que eu tinha pra falar eu falei. Agora tchau. Vou deixar você sozinho, assim como você fez comigo!

Me levantei e fui rumo a porta.

- Espera! – Disse ele. – Volta! Por favor...

Ele chorava desesperadamente.

- O que é? – Disse olhando nos seus olhos.

- Me perdoa!

- Você acha que um pedido de desculpas vai mudar tudo o que você fez?

- Não, claro que não. Vem aqui! Eu preciso de você!

- Se você precisasse não tinha feito isso!

- Léo por favor, vem aqui!

Eu fui ate ele e fiquei em pé na frente da cama. Subitamente ele se levantou e me abraçou com toda a força que tinha. Soluçando em meus ouvidos ele disse:

- Eu te amo! Eu não sei viver sem você, eu preciso de você! Me perdoa! Não sei o que será de mim sem você Léo!

Suspirei e começando a chorar eu disse:

- Poxa seu cabeça dura, eu também te amo! E não quero perder você. Mas você me magoou profundamente com tudo isso!

- Eu não queria fazer isso! Eu juro! Me desculpa por favor!

- Claro que eu perdoou você né! Mas vê se não faz mais um show desse!

Sem nem pensar duas vezes ele me deu um beijo maravilhoso. Um beijo apaixonado, como se fosse o ultimo que a gente fosse dar um no outro. Achei aquilo magnífico e fui me entregando ao momento.

Em dez minutos estávamos pelados e entrelaçados na cama dele, nos beijando, nos entregando, nos amando como nunca tínhamos feito antes. Foi tudo perfeito. Conexão total naquele dia.

Quando terminamos de fazer amor ele se deitou em meu peito e eu comecei a fazer carinho na cabeça dele. Eu senti, realmente senti o arrependimento e o erro dele. Tudo estava como antes a partir dali, alias, melhor do que antes.

Eu fui ate ele e fiquei em pé na frente da cama. Subitamente ele se levantou e me abraçou com toda a força que tinha. Soluçando em meus ouvidos ele disse:

- Eu te amo! Eu não sei viver sem você, eu preciso de você! Me perdoa! Não sei o que será de mim sem você Léo!

Suspirei e começando a chorar eu disse:

- Poxa seu cabeça dura, eu também te amo! E não quero perder você. Mas você me magoou profundamente com tudo isso!

- Eu não queria fazer isso! Eu juro! Me desculpa por favor!

- Claro que eu perdoou você né! Mas vê se não faz mais um show desse!

Sem nem pensar duas vezes ele me deu um beijo maravilhoso. Um beijo apaixonado, como se fosse o ultimo que a gente fosse dar um no outro. Achei aquilo magnífico e fui me entregando ao momento.

Em dez minutos estávamos pelados e entrelaçados na cama dele, nos beijando, nos entregando, nos amando como nunca tínhamos feito antes. Foi tudo perfeito. Conexão total naquele dia.

Quando terminamos de fazer amor ele se deitou em meu peito e eu comecei a fazer carinho na cabeça dele. Eu senti, realmente senti o arrependimento e o erro dele. Tudo estava como antes a partir dali, alias, melhor do que antes. Pelo menos eu pensava isso!

Votem e Comentem!!!!!

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 0 estrelas.
Incentive R.Kenderik a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários

Este comentário não está disponível
Foto de perfil genérica

Magnifico, nossa como uma conversa resolve tantos problemas, otima historia.

0 0
Foto de perfil genérica

Tá, você me fez fazer o login na CDC depois de não sei quanto tempo pra comentar. Peerfeito. Vou te sequestrar e te fazer escrever pra mim dia e noite sem parar UAHuhauHAUhauha

Esperando pelo próximo já.

bjão

0 0