Café com Leite 2

Um conto erótico de Danny
Categoria: Homossexual
Contém 1350 palavras
Data: 04/01/2014 05:41:53
Assuntos: Gay, Homossexual, jantar

Cumprimentei-o apenas para não pagar uma de mal educado na frente da Tábata, ele apertou minha mão com uma certa força e deu mais uma risada de canto de boca. Nisso a Tábata ia explicando que ele se dispôs a nos ajudar com o nosso trabalho.

- Então tá tudo certo, a gente marca de se encontrar, sábado de manhã, lá na minha casa. – disse ela toda empolgada.

- Por mim, tudo bem. – falou o Henrique.

Apenas acenei que por mim também estava tudo acertado e fui pra casa. Logo que cheguei no meu quarto, vi que tinha mensagem em meu celular, era o Luiz. Retornei ligando pra ele.

- Alô.

- Oi, Daniel. Tudo bom?

- Tudo, é que você me ligou.

- Sim, queria saber se você tem algum programa pro sábado.

Quando estava pronto para responder...

- Sábado à noite, eu digo. – disse ele, interrompendo meus pensamentos.

- Não não.

- Ok. Você topa ir numa festa comigo? Numa boate aqui perto de casa.

- Aceito sim.

- Nossa, pensei que teria que me esforçar mais pra conseguir um “sim”.

- Olha que eu ainda posso recusar.

- Não faça isso rsrsrsrs. Então tá marcado, 21 h a gente se encontra lá perto.

- Ok.

- Beijos.

- Tchau.

Desde a minha ida à São Paulo eu não havia tido nenhum relacionamento sério, apenas casos isolados de curtíssima duração e por Luiz ser um cara até legal, acabei por aceitar dar uma chance a ele.

Chegou sábado de manhã e fui à casa da Tábata para fazer o trabalho, quando cheguei lá o Henrique já se encontrava acertando alguns detalhes com ela.

- Oi, atrasado. Chega aí que o Henrique e eu já tomamos café. Vai lá na cozinha que eu deixei tudo preparado. – disse Tábata.

- Obrigado, mas eu tô sem fome.

Dei um “bom dia” seco ao Henrique e botamos a mão na massa. Foram três horas ininterruptas de puro trabalho. Tábata não parava de agradecer ao Henrique por nos ter ajudado.

- Não tem o que agradecer não.

Ela ainda tentou convencer a gente a ficar para almoçar mais ambos decidimos ir embora. Coincidentemente fomos andando pelo mesmo caminho. Ele se mostrava ser um cara muito legal, extrovertido mas a imagem dele me ignorando quando o pedi ajuda ainda teimava em reinar em minha mente.

- Você ainda vai continuar por aqui? – perguntou ele indicando o caminho a frente.

- Não, o meu ponto é mais ali.

- Ok, então. Boa tarde.

- Boa.

Ele seguiu em frente e eu fui pra casa. Já a noite, me arrumei e fui ao encontro do Luiz e por milagre cheguei primeiro que ele, e esperei por uns 20 minutos e resolvi andar até à entrada da boate. Ainda esperando ele, sinto me abraçarem por trás e um beijo no pescoço.

- O que você faz aqui? Tá gatão – perguntou a Tábata.

- Vai matar outro de susto. Eu que te pergunto.

- Rsrsrs Olha quem eu arrastei pra cá. – disse ela no meu ouvido.

Quando eu olho para onde ela indicou, estava um cara alto, forte, usando gola polo, muito bem produzido, resumindo. Ele estava conversando com alguém na fila e logo terminou o papo e veio ao nosso encontro e ao me ver:

- Oi, Daniel.

Era a primeira vez que ele falava o meu nome, e ali eu percebi mais ainda o quanto Henrique era bonito.

- Oi.

- Sim, tu veio com quem? – perguntou Tábata.

- Tô esperando o Luiz.

- Aaa sim. Então, vou entrando e qualquer coisa a gente se esbarra. – disse ela.

- Não quer entrar com a gente, Daniel?

Fiquei pensativo, se fosse outra pessoa e eu soubesse que ele curtia homens, teria até aceitado, mas preferi esperar o Luiz.

- Obrigado, mas eu vou esperar aqui mais um pouquinho.

Eu ainda esperei o Luiz por uns 10 minutos.

- Nossa, pensei que você fosse me dar um bolo.

- Jamais. Uma tia minha apareceu lá em casa e eu me ocupei. Desculpa.

- Ok, vamos entrar que eu estou com sede.

Lá dentro eu fiquei mais uma vez com o Luiz e ele ainda tentou me arrastar para o motel mas eu recusei, preferia deixar rolar por mais um tempo.

Na semana seguinte foi a entrega do nosso trabalho e eu só aguardava o resultado dele para poder ir a um congresso em São Paulo mesmo. Era um evento nacional, o qual eu já havia me inscrito e seria ainda naquela semana. E graças a ajuda do Henrique, tivemos uma boa nota e estava mais tranquilo. O congresso se iniciou na sexta-feira, e se iniciaria com um coquetel em um hotel um tanto distante da república.

- Ai, Lu. Eu disse que isso seria ruim. Não vai não. – dizia Tábata enquanto me ajudava a me vestir socialmente.

- Poxa, valeu.

- Oo amigo, eu te falei há dias que não iria a esse coquetel porque é muito longe, nem sei que horas isso vai acabar.

- Ok, mas eu paguei caro nisso e eu vou sim. Depois eu dou meu jeito.

- Você quem sabe. Pronto, tá gato.

- Nossa, tô mesmo.

- Deixa de ser exibido. – disse ela me socando o ombro.

Me despedi dela e parti para o hotel, mais de uma hora de percurso, finalmente havia chegado. O evento era bem chique e eu me sentia perdido, ainda mais por não ter nenhum amigo ali por perto. Em um grande auditório, foram feitas as apresentações e tudo mais. Após todo o falatório, fomos encaminhados à área externa, onde havia piscina, bar e restaurante tudo sob a luz do luar. Ainda meio perdido continuei ali olhando todo mundo se encaixar em um lugar, formarem rodas de conversa e eu isolado, até puxarem assunto comigo:

- Juro que não estou te seguindo.

Olhei pra trás e confirmei o que teimava em não assumir: eu tava caidinho pelo Henrique. Ele tava lindo vestido daquele jeito, parece que o corpo dele fora esculpido justamente para aquele ambiente, aquela roupa social. Ele passava a impressão de um verdadeiro “homem de negócios”. Mais alto que eu, barba por fazer e um belo porte que denunciava seu gosto por academia, eu daria uns 30 anos pra ele, belos e saudáveis 30 anos.

- Oi, Henrique.

- Estás sozinho?

- Na verdade, sim rsrsrs

- Se importa se eu te acompanhar?

- De jeito nenhum.

A gente engatou uma boa conversa e bebíamos entre uma história.

Mas e aí, não veio ninguém da sua turma? – perguntei.

- Como assim?

- Da sua turma, ora. Aliás, em que semestre você está?

- Rsrsrs Não não, eu já me formei.

- Sério, mas você não é monitor de Planejamento e Controle de Marketing?

- Sim, mas ainda não comecei minha monitoria.

Eu estava confuso, ele não era monitor.

- Nossa, e o que você fazia na sala dos monitores naquele dia?

- Eu procurava meu orientador. O professor Samuel.

- Uau, fiz mil confusões.

- Agora entendi o porquê você ficou grilado comigo. Pensou que fosse monitor né?

- Aham.

- rsrsrs Ainda não, só no próximo semestre.

- Faz mestrado em que área.

Eu acabei de perguntar e notei que ele ficou um pouco sem graça.

- Eu já terminei o mestrado, agora tô no doutorado.

- Poxa, não acerto uma rsrsrs

Ele sorria lindamente e eu me encantava mais por ele.

- Posso fazer uma pergunta? – disse eu.

- Claro.

- Quantos anos você tem?Ainda bem que eu perguntei rsrsrs

- Por que? Pensou que eu tivesse mais? Normal.

- Bem mais, achava que tivesse uns 30. Desculpa.

- Poxa, tudo isso? Ainda nem tenho meus cabelos brancos.

Assim, conseguimos manter um ritmo de conversa muito bom. Meu celular teimava em vibrar no bolso, mas nem dei bola.

Também ficamos sabendo que o jantar demoraria a ser servido.

- Poxa, não vou poder ficar. Tenho que ir.

- Mas já?

- Sim, eu moro bem longe.

- Nossa.

Ele ficou um pouco pensativo e disse:

- Aceita sair para jantar, agora?

Meu primeiro pensamento foi recusar, eu tava tendo um rolo muito casual com o Luiz mas lembrei das chances que eu poderia ter conhecido ele mais. Ele tentou me acompanhar depois que saímos da casa da Tábata, me chamou para entrar com eles na boate e agora estava ali me chamando para jantar. Havia recusado dois convites dele e ali estava a terceira. E não quis arriscar, vai que não houvesse a quarta...

- Aceito.

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