Canção Do Mar #2

Um conto erótico de Senhor D.
Categoria: Homossexual
Contém 2049 palavras
Data: 31/01/2014 22:17:50

Thomas chegou na sua casa após o colégio e seu pai, Vicente, já havia preparado o almoço. A mesa estava posta com comidas simples e rápidas de fazer já que o horário do mais velho era apertado.

-Como foi o trabalho, pai? -Indagou a aquele homem de cabelos loiros escuros e grande. Seu pai era um contraste enorme consigo. Ele tinha uma fisionomia que mais parecia de um segurança de boate sendo trabalhava numa advocacia todo engravatado. Os olhos eram de um tom bem claro de verde e tinha feições duras amedrontando muito dos pretendentes a namorados de Thomas.

-Foi bem. E o seu primeiro dia de aula, como foi? -fez sinal com a mão e Thomas largou a mochila no sofá e rumou até a mesa para se sentar e comer. A mesa era pequena e então sentou a frente do mais velho.

-Foi bem. -Mentiu, servindo bem pouca comida como era de seu costume. Logo estava mastigando sentindo sal ali presente.

Xavier, Pierre e Homero ainda rodeavam os cantos mais obscuros da sua mente e podia ainda sentir os olhos daquele trio na sua pessoa. Podia passar quanto tempo fosse, mas sentia de uma maneira bem viva a sensação de mal que tinha deles.

A beleza neles era divina em proporções enloquecedoras. Eles eram admiráveis e ao mesmo tempo passavam um pressentimento ruim para si. Parecia que foi o único que pode notar esse contrate deles.

Seu pai e ele comeram em silêncio e tentou afastar aqueles pensamentos que despertavam uma irritação enorme dentro de si.

"Estou sendo feito de palhaço por aqueles palhaços?!" se indagou sorvendo uns goles da água que havia no seu copo de vidro. Homero e Xavier confirmaram que queriam algo com ele... mas porque? Como? Qual a razão de quererem algo com ele?

Nada fazia sentido quando se trata daqueles três. Tinha duas certezas apenas: eles queriam algo com ele e que eles tinham algo errado... talvez um segredo. Voltou a mastigar seu almoço e prestar atenção em seu pai.

Ele estava em estilo todo social o que realçava e muito o corpo grande que ele tinha. Era um homem lindo, Thomas admitia. Seu pai logo teria que voltar ao escritório já que era a pessoa mais competente de lá. Raramente tirava uma folga e vivia com preça. Não tinha marcações com ele e o deixava bem livre para fazer o que quisesse, pois confiava muito nele.

Com um sorriso divertido lembrou-se das palavras de seu pai quando contou sobre sua homossexualidade. "Eu compro camisinha ou quer que eu te dê dinheiro e você mesmo compra?" Mastigou mais da comida sorrindo para ele e logo o celular de seu pai tocava para titar o sossego dele.

Terminou o seu almoço sozinho e despediu-se do seu pai com um abraço apertado desejando uma boa tarde de trabalho.

Arrumou a mesa, colocou as panelas de comida na geladeira e lavou, secou e guardou a louça.

Eram movimentos quase mecânicos considerando que fazia isso quase todo dia salvando finais de semana, os quais comia fora com seu pai.

A casa era fácil de limpar. Não era pequena e nem grande, era na medida certa. Tinha três quartos sendo que um era dele e o outro do seu pai. Cozinha, dois banheiros e sala de star. "Chique" em toda simplicidade da decoração feita por ele próprio.

Jogou-se em sua cama com o fone-de-ouvidos no último volume depois de ter deixado tudo limpo. Nada mais justo que arrumar a casa sendo que era sustentado por seu pai... não fazia nada mesmo, então isso não lhe custaria.

Rihanna cantava "RockStar 101" uma maneira toda obscura e 'dark' enquanto ele voltava a pensar nos seus novos colegas de classe. Por uma razão estranha foi Xavier que prendeu seus pensamentos naqueles momentos. Os olhos esverdeados, a maneira sexy e todo "sinistrão" dele eram muito irresistíveis.

Tratou de parar de pensar, pois algo em seus baixo ventre começava a despertar pensando em cenas com aquele moreno. Virou na cama e tentou dormir um pouco. Pelo menos dormindo estaria um pouco a salvo daqueles três. Grande engano.

...

Despertou de um sonho onde estava fazendo um sexo bem quente com Xavier e viu que quase ia morrer enforcado. O fone de ouvido estava todo enrolado no seu pescoço. Pela luz fraca e trêmula que entrava na sua janela ele deduziu que estava na hora do seu mergulho notorno.

Demorou alguns segundos pra sua ereção baixar. Seu sonho havia sido bem real e então parecia que conseguia sentir o sexo do outro dentro de si, pulsando e latejando. Balançou a cabeça algumas vezes para livrar-se daqueles pensamentos pervertidos.

Foi até o banheiro e fez sua higiene. Vestiu um calção de mergulho e só. Trancou a casa e colocou a chave onde sempre a colocava em situações como aquela: debaixo de um vaso de flores que havia no jardim perto da casa.

O portão era apenas para bonito, pois não havia trancas nem nada do tipo. Logo trancar a casa era motivo de precaução. Seu pai sabia onde a chave estaria caso chegasse primeiro que ele em casa. Ele continha o portão da garagem, porém nunca havia mandado fazer uma cópia da chave da casa.

Caminhou com seus pés descalços no paralelepípedo da rua. Sentia o vento trazendo a brisa do mar batendo em seu peito desnudo e fazendo seu cabelo loiro e grande ondular. Apesar de morar na praia não saía muito durante o dia, por isso sua pele era tão branca. Seus mergulhos e suas saídas era normalmente noturnos.

Sentiu um conforto enorme quando seus pés pisaram sobre a areia da praia que ainda estava quente pelo calor do sol. Seus olhos correram por toda imensidão azulada e esverdeada do oceano ali presente. Havia pequenas pedras um pouco afastadas da praia e outras um pouco perto.

Caminhou até a água e sentiu-se verdadeiramente em casa quando a pequena onda bateu em seus pés.

Fechou os olhos e sorriu confortando todo seu corpo a cada passo que dava em direção a água salgada. Deixou que todo ele resfriasse pela temperatura levemente baixa que a água tinha.

Mergulhou e então emergiu satisfeito pela maneira que ficava calmo na água salgada. As ondas vinham e ele mergulhava. Nadou rapidamente até uma pedra mais a frente e sentou-se nela deixando seus pés na água.

Pelo horário e pelo sol já ter abaixado não havia mais ninguém na praia quem dirá no mar... apenas Thomas.

Bateu seus pés de um lado pro outro na água e fechou os olhos. Passou a mão pelo seus cabelos molhados e os arrumou.

Não soube exatamente o tempo que permaneceu ali na pedra vendo a água ondular ao seu redor e as estrelas preencherem o céu escuro. Ouviu ao longe o som de algo crepitando e seu instinto todo foi apurado. Sentiu uma necessidade enorme de ir até onde aquele som de crepitação vinha e no impulso saltou novamente a água e nadou de maneira lenta guiando-se na escuridão pelo som.

A lua não havia aparecido aquela noite, logo a praia estava em uma escuridão leve. Mas Thomas logo viu algo brilhar ao longe e seguiu aquele brilho juntamente com o som.

Era uma fogueira que foi acendida e o som da crepitação partia dalí. Vários pedaços de madeiras em chamas iluminavam aquele pedaço da praia e davam origem aos sons. Uma enorme pedra era o palco daquela fogueira e Thomas nadou para mais parto franzindo o cenho com a sombra de três pessoas projetadas na luz das chamas.

"Xavier? Pierre? Homero?" pensou surpreso e um tanto curioso quando viu que aquele trio estava provocando a cena. Estavam vestidos com uma espécie de cueca deixando boa parte dos seus corpos muito bem formados e belos a mostra... para o deleite de Thomas que prestou a devida atenção aos atributos daqueles homens.

O loiro nadou até atrás de uma pedra para melhor ver o que eles faziam sem que eles o vissem. Espantou-se quando viu que eles dançavam... dançavam ao redor da fogueira como se comemorasse algo... parecia que estavam agradecendo ou pedindo ajuda a algo ou alguém. Era uma dança cheia de pulos e requebros de uma maneira não sensual, mas sim bonita.

-Eu lhe invoco! -ouviu da onde estava assistindo a voz de Homero num tom elevado e assustou-se. Não era mais a voz doce, serena que ele tinha ouvido mais cedo naquele dia. A voz do ruivo estava dualizada... como se estivesse possuido ou estivesse dias sem falar.

Um vento cortante soprou por toda a praia fazendo com que o som parecesse de uma risada maligna e derrepente a fogueira acendida pelo trio extinguiu-se mergulhando a praia novamente na escuridão.

Thomas precisou aproximar-se muito mais perto para ver os movimentos daqueles três. Pode sentir uma energia pesada e densa, quase palpável, ao se aproximar da praia onde eles estavam. Seu coração estava acelerado... não deveria estar ali. Estava espionando homens que havia conhecido algumas horas atrás e que lhe causaram uma primeira impressão péssima. Sua curiosidade falou mais alto.

Continuou avançando e pode ver os três perto um do outro. Aproximou-se, deu alguns passos na areia e parou quando já podia distinguir quem era quem. Apesar de estar perto algumas pedras o camuflavam e a leve escuridão o disfarçava. Seus corpo estava todo arrepiado e jurou que conseguia ouvir vozes... mas não eram nem de Xavier, nem de Pierre e muito menos de Homero.

Homero estava de joelhos no chão e Pierre sentado ao lado dele como se o incentivassr a algo. Xavier estava em pé e parecia esperar algo ou algum acontecimento.

Então derrepente Homero começou a tremer-se todo chacoalhando seus cabelos ruivos e pronunciar frases com a mesma voz dualizada de antes e em uma língua estranha... uma língua que parecia ser muito antiga e que apenas Xavier e ele conheciam.

Ele gesticulava e ofegava de maneira assustadora como se alguém o estivesse sufocando. Voltava a falar naquela maneira que arrepiou mais ainda o corpo de Thomas.

Então o loiro pode ouvir seu nome ser pronunciado... "Thomas" foi falado nitidamente no meio daquele linguajar antigo e não passou despercebido... tanto pra ele quanto para os outros. Era mais como se Homero desse uma pausa naquele jeito diabólico, pronuncisse seu nome normalmente e logo voltasse a falar estranho.

-Porque não se aproxima, Thomas!? -a voz grossa e grave de Xavier quase fez seu coração parar de susto. O outro agora estava virado para ele e a sua voz estava imprignada de fúria. Pode sentir seu corpo esquentar de uma maneira sobrenatural, como se ele estivesse realmente perto de chamas. -Venha até aqui! -aquele comando correu por todo seu corpo e antes que pudesse se dar conta já havia dado dois passos na direção dele. Parou e recuou três passos com seu corpo tremendo de medo.

"Como eles sabiam que eu estava aqui?" pensou vendo o vulto do outro partindo em sua direção. Não registrou seus movimentos, mas soube que estava correndo para longe de Xavier. Queria por a maior distância que podia entre eles, pois seu medo estava no ápice... o moreno em especial lhe assustava mais que Pierre e Homero. Ainda estava confuso e temeroso do que acabara de ver naquela pedra.

As imagens daqueles três dançando e o som da voz de Homero estavam nítidos em sua mente enquanto ele corria. Seus pés estavam machucados por causa do paralelepípedo e só parou de correr quando estava a salvo em sua casa. Trancou a porta e deu graças aos céus que seu pai ainda não estava ali.

"Eles... eles... invocaram alguma coisa!" o loiro pensou assustado indo cambaleando até o chuveiro e sentando dentro do box do banheiro enquanto a água caia em cascata sobre ele. Seu corpo ainda tinha leves tremores e suas pupilas estavam dilatadas de medo.

De alguma maneira sabiam que ele estava os espiando na fogueira. As imagens de Homero falando e agindo com certeza iriam o assombrar a noite.

"Eles são do mal." deduziu colocando sua cabeça no meio das suas pernas enquanto voltava analisar a cena. Soltou um grunhido de medo e a dança que eles faziam a volta da fogueira voltou a sua mente.

"Mas... mas o que querem comigo?" abraçou seu corpo e tentou confortar-se daquele frio que o consumiu.

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