NAQUELE ANO DE 1993

Um conto erótico de Gleison
Categoria: Homossexual
Contém 2486 palavras
Data: 31/01/2014 00:53:00

"Naquela época, eu e Emerson já

éramos muito amigos. Uma

amizade que já durava 6 anos.

Víamos nossos corpos mudarem,

víamos nossos interesses mudarem

também. Ele demonstrava interesse

cada vez maior nas meninas; falava

safadezas envolvendo suas

fantasias com elas; ficava de pau

duro na minha frente; pegava no

pau por baixo do short enquanto

delirava com suas histórias

eróticas. Eu também me excitava.

Não era por compartilhar da

fantasia, que eu confesso que não

dava a mínima e as ouvia por alto,

mas era pela contemplação do seu

tesão, do seu fogo em narrar as

hipotéticas histórias envolvendo

suas paquerinhas. O que eu sentia

pelo Emerson era muito mais que

amizade. Era uma mistura de

carinho fraterno e tesão. Quanto

mais os dias passavam, mais ardia

em mim a vontade de fazer coisas

com ele que eu mesmo nem sabia

dizer ao certo o que eram. Mas

desejava pegá-lo, palpá-lo,

masturbá-lo; cheirar seu peito,

suas axilas, seu pescoço, seu pau,

seu saco e mais abaixo. Enquanto

ele delirava contando suas

histórias, eu delirava me

imaginando no lugar das

piriguetes que ele citava.

"Mas éramos muito unidos, como

eu dizia. Fazíamos coisas juntos

que - sem maldade, juro! -

qualquer um diria que havia algo

mais entre nós. Íamos à praia, e

na volta, tomávamos banho juntos

no meu quarto. Trocávamos de

roupa um na frente do outro. Não

tínhamos pudor. Era assim desde

que nos conhecemos, ainda

crianças. Dormíamos um na casa

do outro. Ele gostava mais de

dormir na minha casa, pois minha

mãe era muito acolhedora. Meu pai

falecera quando eu tinha 4 anos.

Desde então, éramos eu e ela. Por

isso, ela sempre preferia que meus

amigos viessem para casa do que

eu estar na casa deles. E pra

tanto, ela criou o quarto que toda

criança adoraria ter, com

brinquedos, videogame,

computador, TV, videocassete - na

época, né - e etc. E apesar de eu

ter outros amiguinhos, o Emerson

sempre foi meu preferido. Quem é

gay sabe do que eu tô falando:

desde aquela época, eu já tinha

por ele um sentimento que era

diferente do que tinha pelos meus

outros amigos. Eu gostava de tocá-

lo. Eu percebia que com o Emerson

havia uma reciprocidade naquilo.

Ele mantinha contato físico comigo

que ia além de brincar de briga,

como crianças fazem. Se

estivéssemos assistindo TV, ele

deitava no meu colo. Às vezes,

quando fazia frio, dormíamos na

mesma cama, mesmo havendo

duas camas no meu quarto. Sei

que minha mãe já devia ter visto

aquilo diversas vezes, mas crianças

são assim mesmo, ela devia

pensar. Não havia mesmo

maldade.

"Entretanto, todo aquele contato

me intoxicara de sensações,

sentimentos e pensamentos que

entraram em combustão na

adolescência. Pra minha sorte,

Emerson continuava sendo o

mesmo Emerson carinhoso de

sempre. Mantínhamos os mesmos

hábitos de nossa infância. Ríamos

das mudanças bizarras que iam

acontecendo conosco sem um

pingo de vergonha da nudez um do

outro. E o calor do seu abraço

ainda era o mesmo. E então,

haviam as histórias fantásticas que

ele contava. E ali extravasávamos

nosso tesão. Foi com essas

histórias que nos masturbamos

juntos a primeira vez. Ele pôs o

pau pra fora, duro - e assim eu

ainda não tinha visto - e começou

a se masturbar, dizendo que tinha

visto um vídeo na casa de um

primo em que o homem fazia

aquele movimento com o pênis. Me

incentivou a fazer o mesmo, e ali

ficamos friccionando nossos pênis

com nossas mãos. De primeira, não

havia interesse em prosseguir

naquilo por muito tempo. Até que

um dia ele teve seu primeiro

orgasmo. Já sabíamos o que era

esperma, mas do pênis dele só saiu

um líquido viscoso transparente.

Meu primeiro orgasmo aconteceu

na mesma noite, enquanto eu me

masturbava olhando pra ele

dormindo na cama ao lado. A

partir dali, a masturbação passou a

ser uma atividade mútua

sistemática. Mas não nos

tocávamos. Curtíamos apenas o ato

solitário compartilhado um com o

outro. Ele com seus devaneios, às

vezes olhando as revistas de

putaria que o primo safado

emprestava pra ele, e eu olhando

fixo pro seu pênis, que crescia a

cada dia, ficando realmente muito

bonito. Da noite do primeiro

orgasmo, transcorreram-se alguns

meses em que percebi um certo

afastamento do Emerson. Seu

interesse particular por uma garota

do colégio em que estudávamos

nos afastou um pouco. Ele fazia de

tudo pra ir falar com ela no recreio

- ela estudava em outra turma.

Pagava lanche pra ela, e eu

percebia que da parte dela havia

um parco interesse. Mas ele,

apaixonado como estava, não

enxergava. Só tinha olhos pra

Camila.

Experimentei uma gradativa e

dolorosa solidão. Os finais de

semana sozinho no meu quarto

ficavam cada vez mais longos e

cinzentos. Minha mãe percebia

meu desalento. Me acolhia talvez

sabendo que algo acontecia

comigo, porque eu era diferente

dos outros meninos. Não precisava

dar uma palavra. Seu colo era tudo

de que eu precisava.

"Foi em novembro daquele ano,

que algo imprevisível ocorreu.

Emerson ligou pra mim depois de

uns 10 dias sem contato - antes

nosso contato era diário. Perguntou

o que eu tava fazendo, perguntou

se podia vir aqui em casa. Depois

de umas duas horas ele veio. Aqui

em casa, já fazia no mínimo umas

3 semanas que ele não aparecia, e

da última vez esteve praticamente

só de passagem. Dormir aqui?

Tinha sido em Agosto! Eu o recebi

calorosamente, dizendo claramente

a ele que estava com saudades. Me

emocionei quando ele disse que

também tinha saudades. Eu o

percebi muito abatido, de olhos

vermelhos e inchados. Ele tinha

chorado muito. Ao chegarmos ao

quarto, ele sentou na cama que

era "a dele", e eu na minha. Ao

que perguntei o que houve, ele se

atirou na minha direção chorando,

deitando a cabeça no meu colo. Só

pude afagá-lo e esperar que se

recompusesse. Foi quando mais

uma vez perguntei o que acontecia

e ele explicou que ele e Camila já

vinham ficando havia algum tempo.

Mas que misteriosamente a família

dela resolveu mudar de cidade.

Não havia explicação, não vazava

nenhuma informação. Camila foi

proibida de falar com ele, e em 6

dias eles foram embora da cidade -

naquele mesmo sábado de chuva.

Eles não chegaram a se despedir.

Doeu como se fosse em mim.

Imaginei de repente Emerson indo

embora pra outro lugar sem se

despedir de mim, e tive vontade de

chorar também. Sim, eu podia

imaginar o que ele estava

sentindo. Mesmo que corroído pelo

ciúme, eu o amava mais, e por isso

fui solidário com sua dor. Tentei

durante a noite alegrá-lo. Mas

nada lhe tirava um sorrisinho que

fosse. Então achei melhor deixar

pra lá. Fiquei deitado na minha

cama, com ele a meu lado. Não

falávamos uma palavra.

Às vezes ele contava alguma

situação vivida entre ele e Camila.

Eu me perguntava se eles

chegaram a transar, mas não tinha

coragem de lhe perguntar aquilo.

"O sono chegou, e como estava

frio, e ele muito triste, não me

importei que dormisse comigo. O

edredom era grande pra nós dois.

Virei pra parede e sentia minhas

costas em contato com seu braço

gelado. No meio das minhas

fantasias eróticas, fiquei de pau

duro mas fui vencido pelo sono.

Devo ter cochilado alguns minutos,

quando senti Emerson mudar de

posição. Dessa vez senti seu braço

me envolvendo. Ele me abraçou e

colou seu tórax nas minhas costas.

A sensação de aconchego naquela

posição de conchinha foi

gratificante, principalmente por

causa do frio. Estávamos os dois de

short de dormir e não usávamos

cueca nenhum dos dois. Eu o ouvi

sussurrar que eu era o melhor

amigo que ele tinha. Me deu um

nó na garganta, mas fiquei quieto.

Achei que ele pudesse estar

pensando que eu estava dormindo.

De fato eu estava com sono, mas

meu coração palpitava com aquele

contato tão íntimo. Eu antes nunca

vira maldade naquela posição em

que dormimos tantas vezes, mas

daquela vez minha mente suja

pecava horrorosamente, eheheh...

Mesmo assim, eu estava uma

pedra, e tentando controlar minha

respiração que insistia em ficar

ofegante. Me concentrei no contato

com o corpo do Emerson. Seu

coração palpitava. O que será que

estaria provocando aquilo? Alguns

minutos se passaram e sua mão

em volta de mim, passou a alisar

minha barriga. Ele se mexeu pra

mais próximo, colando dessa vez

seus quadris nos meus. Caralho,

como o pau dele tava duro! Meu

coração tava quase saindo pela

boca. Tava muito complicado

respirar com controle. Eu sentia

vez ou outra os espasmos do pênis

dele contra minhas nádegas.

Estávamos separados por duas

camadas finas de tecido, eu

pensava... E esses pensamentos só

pioravam as coisas. Meu pau já

tinha ensopado meu short e ele

não parava de alisar os pelinhos da

minha barriga, subindo até meus

mamilos. Eu sentia a respiração

forte dele na minha nuca.

"O safado começou a fazer

movimentos de vai-e-vem muito

lentos e suaves, pressionando o

pau contra minha bunda ainda

mais. Ele tinha tomado uma

dimensão que eu nem imaginara.

Ele criou coragem e levantou

cuidadosamente a mão que me

acariciava, e pegou na lateral do

meu quadril. Sutilmente deslizou

para baixo, palpando meu traseiro.

Como eu não manifestava reação,

percebi que ele mexeu em algo

nele mesmo, e depois tentou

baixar meu short. Como não

conseguiu, voltou à mesma posição,

esfregando mais uma vez o pau na

minha bunda. Dessa vez tive

certeza que ele havia tirado pra

fora do calção. Ele começava a

transpirar, e embaixo do edredom,

onde antes estava frio, começara a

fazer um calor filho da puta. Meu

corpo ardia também. Não sei se ele

ainda acreditava que eu estivesse

dormindo. Só sei que não aguentei

mais e lentamente repousei minha

mão esquerda, que estava livre, em

cima do meu quadril esquerdo e

baixei meu calção. Eu morri de

medo que ele descobrisse que eu

estava acordado e parasse. Mas

não. Facilitei as coisas. Estávamos

conscientes do que estava

acontecendo. Estávamos acordados

e sabíamos o que queríamos

daquele momento. Agora era só

pele! O pau dele mais quente

ainda do que seu corpo, se é que

era possível, escorregava no meu

rego sem pêlos, lubrificado pelo

nosso suor e pelo líquido seminal

que vertia abundantemente a cada

esfolada que a glande intumescida

dava através do seu prepúcio.

Emerson, num gesto de

curiosidade, voltou a me abraçar e

deslizou a mão até meu pau.

Quando ao tocar, sentiu-o duro

como pedra e todo babado

também, respondeu apertando o

corpo ainda mais contra o meu.

Sua respiração era forte na minha

nuca. Não falávamos uma palavra

sequer, pois a cumplicidade

tagarelava sozinha. Naquela dança

de vai e vem, depois de tanta

lubrificação natural debaixo da

sauna que tinha se transformado o

espaço abaixo do nosso edredom,

Emerson pegou o próprio pau e

tateou meu ânus. Após localizá-lo,

colocou sua glande em contato com

ele.

Esfregava com carinho sua borda,

me fazendo querer morrer de tanto

tesão. Minha mão esquerda, que

minutos atrás estava ociosa, agora

cuidava de envolver meu pênis com

vigor. Eu batia uma punheta

calma, mas deliciosa com aquele

estímulo que recebia atrás.

Emerson tentou numa primeira vez

me penetrar, mas mesmo com todo

aquele lubrificante natural, estava

difícil. Senti uma dor desgraçada

quando aquela cabeçona

atravessou meu orifício anal e

deixei escapar um gemido muito

baixo. Ele percebeu e parou. Ficou

ali parado, com a cabeça do seu

pau dentro do meu reto enquanto

eu me recuperava. Ele podia sentir

a contração de dor que oferecia

resistência ao seu pau, apertando-

o forte. Voltou a me abraçar, e

envolvido naquele carinho todo,

aos poucos fui relaxando, e o que

aconteceu depois foi uma

sequência natural a tudo o que

veio antes. Seu pênis deslizou pra

dentro do meu reto que o recebia

úmido, quente e macio de uma

maneira que eu no fundo sabia

que ele jamais voltaria a provar

com outra pessoa. Acho que a

sensação foi tão boa pra ele, que

demorou a começar a socar. Queria

aproveitar cada segundo dentro de

mim. Eu me masturbava com

cuidado porque sabia que estava a

um passo de gozar. As estocadas

começaram suaves, e foram se

intensificando até que ele parou e

gemeu no meu ouvido. Ele gozara.

Gozei imediatamente após,

mirando contra a parede e

tentando ao máximo proteger com

a outra mão para que não caísse

esperma no lençol da cama.

Estávamos num êxtase tão

profundo que ele nem tirou o pau

de dentro de mim. Só após alguns

minutos seu pênis perdeu volume

com a flacidez e foi expulso do

meu reto.

"Ficamos ali, ensopados de suor,

incapazes de nos mexermos,

esperando nossa respiração

normalizar e nossos corações se

recuperarem. Eu queria ficar um

pouco mais curtindo o momento,

mas minhas mãos estavam

meladas, e eu precisava ir ao

banheiro. Criei coragem e saí

daquela fornalha e fui em direção

ao banheiro do meu quarto.

Aproveitei e tomei um banho.

Enquanto a água escorria pelo meu

corpo realizado, minha cabeça

estava a mil. O que seria da gente

depois daquilo? Ao sair do

banheiro, Emerson já estava

esperando na beira da cama, já de

short. Levantou e entrou no

banheiro sem olhar pra mim.

Fiquei super mal e deitei na cama

com lágrimas nos olhos. Sabia que

ele sairia do banheiro e deitaria

em sua cama sem falar comigo.

Fiquei ali, de cara pra parede

perdido em pensamentos, já

arrependido em ter manchado a

amizade com minutos de prazer.

Mas ao sair do banheiro, foi pra

minha cama que ele veio, deitou e

me abraçou. Falou baixinho

próximo ao meu ouvido: "Você é o

melhor amigo que alguém pode

ter." E aquelas palavras me

encheram de alívio. Eu não sabia

exatamente o que significavam,

mas ao menos serviram pra me

mostrar que nada mudara. E assim

abraçados, finalmente dormimos.

No dia seguinte, acordamos quase

juntos. Reatamos a nossa rotina de

final de semana: jogamos

videogame, assistimos TV,

almoçamos, e no fim da tarde

saímos ao encontro de outros

amigos.

"Muitas outras noites como aquela

se sucederam. Meses depois, já

completamente despidos de

qualquer culpa ou pudor,

explorávamos o corpo um do outro

com naturalidade e cumplicidade.

E os anos que se seguiram nos

foram repletos de experiências

mútuas. Fomos o grande

acontecimento da vida um do outro

naquela época. Mas era natural

que uma hora as pulsões

heterossexuais do Emerson

voltariam a clamar por serem

saciadas. Ao mesmo tempo, eu

necessitava de outras experiências,

e o afastamento dessa vez foi

compreensível e consensual. Enfim,

o que antes chegou a ser rotina,

tornou-se lembranças, memórias

secretas no íntimo meu e dele, de

que jamais voltamos a conversar.

Hoje continuamos melhores

amigos. Sou padrinho da filha mais

velha dele, e ele é uma presença

constante na minha vida. Meu

namorado o adora. Mesmo assim,

vez ou outra, nos momentos de

solidão, ou antes de dormir, meus

pensamentos viajam no tempo e

revivem o que aconteceu naquele

ano de 1993."

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Comentários

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Terminei a leitura com um sorriso bobo no rosto. Muito linda a história. E a forma de narrar foi simples mas incrivelmente agradável... Adorei =)

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Muito lindo e cheio de cumplicidade, tu arrasa na escrita.

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