Canção Do Mar #1

Um conto erótico de Senhor D.
Categoria: Homossexual
Contém 4153 palavras
Data: 30/01/2014 12:11:58

Ele abriu os olhos bem devagar sentindo que seus membros todos estavam dormentes. Flashes muito rápidos de imagens embasadas iam e vinham em sua mente. Sentia-se de uma maneira incrivelmente estranha, satisfeito e feliz mesmo sabendo que não deveria.

"O que...?" começou a indagar-se no susto ao ver seu corpo todo manchado de sangue. E não era seu. Depois de ter se dado conta do que havia feito o remorso bateu em seu peito como uma grande bola de ferro. Suas mãos tremiam e a muito tempo não sentia-se tão vivo... várias contrariedades ocorriam consigo.

Levantou-se cambaleante e seus cabelos longos e loiros chicoteavam ao vento do oceano. A luz prateada da lua em contato com a água iluminava toda a praia. A areia havia grudado em todo seu corpo coberto de sangue. Aquele cheiro estava entorpecendo seu âmago. Havia matado... nasceu pra fazer isso.

Cambaleou até o corpo do homem que ele mesmo havia tirado a vida. Seu estômago quase devolveu o que ele havia ingerido ao ver o estado do homem... e esse era o problema. Ele havia devorado o homem. Literalmente o devorado. O tórax dele estava dilacerado e seu interior exposto completamente. Mas a face dele exibia um sorriso enorme... morreu satisfeito.

...

O que poderiamos falar sobre Thomas Fligt? Adolescente estranho e rebelde. Típico e clichê levando em conta que foi criado apenas por seu pai, Vicente Fligt. A mãe, Helena, de acordo com seu pai, foi morta num tiroteio e a cidade toda foi convencida disso, apesar de ninguém ter realmente ouvido o tiroteio.

Nunca foi sociável. Desde pequeno chocava todos com sua enorme beleza e com seus olhos azuis bebê. Mas por dentro era explosivo e vivia com raiva. Sempre. Não entendia esse lado raivoso e irracional.

Certa vez um menino da sua turma de fundamental sem querer havia tropeçado nele. Nem mesmo as desculpas do pobre impediram os vários pontos em sua testa depois que foi jogado no chão e socado.

Ele e seu pai viviam numa casa a algumas quadras do mar e estar perto da água salgada era a única coisa que deixava Thomas em paz. O burulho das ondas era música para seus ouvidos. Nada era melhor que nadar a noite no mar e poder compartilhar seus segredos com as águas.

Sempre foi homossexual desde que podia lembrar-se. Passivo, lindo de morrer, desejado, perseguido... sua virgindade não durou muito. A coisa toda foi praticamente forçada. De alguma forma o tal menino enlouqueceu quando o ouviu cantando uma música qualquer... não podia queixar-se já que estava na vontade e o menino que o "desvirginou" era incrivelmente bonito.

A cidade toda era medieval num ponto crítico. Lendas assombravam as noites das pessoas que iam acampar na mata. E todos acreditavam... menos Thomas. Vampiros? Bruxas? Lobisomens? Idiotice, na sua opinião rebelde.

Seus 17 anos e a natação fizeram do seu corpo algo divino. Tudo nele era convidativo de uma maneira sobrenatural. Desde seus cabelos loiros, até seus pés médios. Tudo nele exalava beleza. Sua voz era ouvida e atendida por cada homem com quem ele falasse.

Coisas que não faziam sentido. Mas na adolescência nada faz muito sentido, não é mesmo?

...

Thomas jogou longe seu despertador assim que ele buzinou em seus ouvidos pela manhã. Era muito cedo e o primeiro dia de aula... havia reprovado no terceiro ano por um acidente de carro quando voltava da casa dos seus amigos e por isso faltou mais da metade do ano.

Seus olhos azuis fitaram no teto o poster das ilhas do Hawaí e sorriu exibindo seus dentes totalmente brancos e perfeitamente alinhados. Até mesmo sério e de cara fechada ele era o deus da beleza, quem dirá sorrindo.

Afastou seus cobertores e ajeitou sua cueca boxer. Rumou para fora do quarto e foi em direção ao banheiro. Fez sua higiene, tomou um banho gelado e bem demorado. Apesar de não ser a água do mar... era água. Lhe acalmava e relaxava seus músculos melhor que qualquer coisa. Seu corpo todo entrava numa espécie de felicidade absoluta quando estava na água, principalmente a salgada.

Seus cabelos eram muito grandes e loiros vivos, chegando a cintura. Sua face angelical e delicada. Seus olhos azuis bem vivos, mas ficavam azuis fraco quando estava ardendo em raiva. Seu corpo era definido e resistente, pois a natação e os alimentos certos foram a chave pra tudo.

Esfregou seus enormes cabelos com shampoo fazendo bastante espuma e pensando na sua vida.

Morava com seu pai. Amava-o e seu pai também o amava. Já tinha planos de fazer faculdades que envolvessem o mar... tinha uma "queda" pela água salgada. Não pretendia morar na cidade e queria mudar-se o quanto antes. O tom antiquado de tudo era tedioso e lhe dava uma espécie de sufoco.

Eram planos que quem sabe nunca realizasse. Mas estaria disposto a tentar. Quando realmente queria algo não desistia fácil.

Saiu do banheiro com uma toalha enrolada na cintura e rumou de volta ao seu quarto.

Secou-se melhor e saiu a procura do que vestir tentando não fazer barulho demais, pois seu pai ainda dormia no quarto ao lado do seu.

Escolheu algo simples: Bermuda jeans, camiseta vermelha e chinelo. O dia estava agradável e não seria problema sair assim. Considerando que morava na praia era absolutamente normal sair até semi nú na rua.

Pegou sua mochila contendo seus pertences e saiu para encarar o começo do ano letivo.

"Grande merda." pensou com indiferença, prendendo seu cabelo em uma transa bem feita deixando apenas uma franja pequena na frente. Começou a caminhar de maneira lenta entre as casas rumo a escola.

Suspirou. Ia fazer dezoito anos dali a duas semanas. Estava tentando convencer aos seus melhores amigos que não queria nada. Mas era difícil fazer Samuel e Mário mudarem de ideia quando eles tinham uma.

Os dois haviam reprovado também. Samuel porque era um dos amigos que estava no carro no dia do acidente e Mário... por não ser inteligente o suficiente para aprovar.

Thomas ajeitou melhor sua mochila nas costas e apressou o passo quando ouviu ao longe o sinal da escola avisando que ele estava atrasado. Mesmo sendo o primeiro dia de aula, por alguma razão, queria chegar no horário determinado.

Adentrou os portões de ferro e também as portas do prédio, verificou seu nome no mural onde indicava cada aluno a sua determinada sala e saiu a procura da sua.

Todos no colégio da cidade pararam seus afazeres para fitar aquele ser loiro enquanto ele passava. Não estavam acostumados a sempre poder apreciar tal beleza. Thomas sempre era recluso demais e raramente podia vê-lo, como acontecia nos anos passados.

O loiro continuou a passar por entre os adolescentes naquele tumulto de começo de aula e ao subir as escadas encontrou com com Samuel. Ele era uma espécime diferente de adolescente... o santo, como Thomas o classificava. Certinho em todo o seu corpo médio e moreno. Transbordava alegria em seus olhos negros e conseguia deixar todos a sua volta de bem com a vida. Sempre sorria com seus dentes pequenos, despertando uma alegria interna nos outros.

-Você deveria deixar seu cabelo solto. Ele é lindo. -Samuel deu bateu com o ombro no de Thomas. Vestia uma blusa estampada, um calção leve e folgado e uma sandália. Seus cabelos castanho avermelhados caíam charmosamente por seus olhos.

-Eu gosto dele amarrado. Incômoda quando tá calor se ele estiver solto. -a sua voz como sempre saía leve, hipnótica, doce, convidativa assim como tudo nele. Puxou a transa pra frente e a tirou das mãos do moreno que tentava desfaze-la.

-Eu sei. -Samuel e ele começaram a caminhar. -Mas deveria deixar solto.

Por alguma razão, a voz de Thomas, a aparência, nada fazia efeito em Samuel e Mário, apesar dos dois serem homossexuais como ele. Seu palpite é porque o consideravam um grande amigo.

Encontraram Mário, com seu enorme corpo parecendo um armário, perto da sala que iriam cursar o terceiro ano. Ele estava escorado na parede jogando seu charme para um menino do segundo ano e Thomas não ficou nem um pouco impressionado quando o menino se derreteu todo aos toques de Mário. Ele era muito bonito e simpático. A aparência rude e grossa era apenas pelo seu porte físico avantajado. Tinha cabelos curtos e negros assim como seus olhos. Vestia um calção bem folgado, um tenis de amortecedor e uma camiseta "mamãe! Tô fortinho!".

Os dois aproximaram-se mais do casal que agora começavam a se tocar de maneira bem íntima.

-Vocês deveriam ir para um quarto. -Thomas debochou encostando suas costas na parede e fitando os alunos no andar de baixo. Jogou sua mochila no chão e dali tirou um chiclete. Mascava discretamente enquanto via o fluxo de alunos diminuir. Apesar de ser o primeiro dia de aula ninguém realmente estudava.

-Oi pra você também, mau-humarado. -Mário fez sinal pro menino e ele saiu piscando um olho.

-Mário. Arrumando namorado justo no primeiro dia? -Samuel repreendeu quando o outro estava próximo deles. Os dois ficaram perto de Thomas, a "abelha rainha" como ironizava Samuel.

-Só vou comer ele. -revirou os olhos e começou a baturicar com as mãos na parede da escola.

Samuel começou a dar uma lição de moral sobre usar camisinhas e de como "DST's" podem destruir com a vida de uma pessoas. Derrepente parou seu discurso ao ver que seu amigo não estava rindo ou fazendo comentários maldosos.

-Porque está tão quieto, Thom? -Samuel indagou fitando o que seu amigo fitava em silêncio. Parou, pois via que ele fitava o nada. Não era costume do loiro ficar tão quieto e acuado em seu canto. "Espontâneo" era uma das qualidades que ele possuía.

-Estou com um presentimento ruim. -confessou baixinho desarumando a sua transa e deixando seu cabelo solto. Botou uma mechas atrás da orelha e forçou seus dentes a continuar a ação de mascar o chiclete. O gosto de morango preenchia seu paladar enquanto ele sentia novamente o presentimento.

Um sinal de perigo para ele mesmo. Um sinal de alerta. Como se alguém estivesse sussurrando em seu ouvido que ele estava em apuros.

-Que tipo de presentimento? -Mário virou seu rosto com feições preocupadas para encarar a face carregada do amigo.

Então foi que Thomas viu. Três meninos (adultos?) entraram por entre as portas do colégio. Três meninos que fizeram todos pararem tudo e qualquer coisa para olharem para eles. Beleza divina era pouco para classifica-los. Um moreno que parecia ser uma espécie de lider e mais bombado, um ruivo o que parecia ser o mais delicado e um mulato. Eles vestiam roupas confortáveis e tinham feições fechadas e transbordavam masculinidade em cada passo. Não olhavam para ninguém e sim encaravam a sua frente. Ninguém ousou se por no caminho deles.

Thomas parecia ser o que menos se impressionou com os novos alunos. Por algum motivo, sabia que eles eram sinal claro de problema. Concordava que eram deuses gregos? Mas é óbvio. Até um louco poderia afirmar que era simplesmente divino a beleza neles. Mas ele parecia que podia enxergar algo podre por debaixo daquela aparência angelical.

-O mais baixinho é muito gostoso! -Mário exclamou aproximando-se do corre-mão para fitar os três alunos novos. O mais baixinho era o ruivo e os cabelos dele era longos e bem vivos.

-Aquele negro é um deus! -e agora era Samuel que revelava-se. O mulato parecia ser o mais fechado.

Então seu orbes azuis caíram sobre o moreno. Ele era sinistro em toda aquela beleza. Era amedrontador e convidativo ao mesmo tempo. Algo especificamente nele não lhe agradou.

Todos pareceram sair do seu estado de apreciação quando os três desconhecidos adentraram a secretaria da escola.

-Preciso conhecer eles. -a voz de Mário aderiu um tom necessitado.

-Me poupe! -Thomas bufou. Parecia que era só ele que sentia algo de ruim naqueles alunos novos.

Foram até a sala de aula deles. Encararam alguns conhecidos e entraram naquele auê que estava a sala, pois o professor não havia chegado ainda. Sentaram em um lugar mais centralizado, onde pudessem escapar das bolinhas de papel e das colas que voavam. Thomas sentou em cima da mesa de Samuel e Mário sentou ao lado dele. O loiro suspirou pensando que espécie de terceiro ano estavam quando um menino jogava bolinhas de papel nos outros.

-E o Rafael? -Mário bateu com a mão na perna de Thomas. O loiro fitou o sorriso cínico nos lábios grossos dele. Suspirou de maneira teatral e depois o empurrou pelo ombro.

-Tivemos essa conversa ontem, Mário. Não se faça de idiota! -fechou sua face. Rafael era seu "ex". Ficou um tempo namorando com ele e terminou o namoro quando o ciúme e a obsessão dele estavam no ápice. Foi uma tortura total... precisou mudar o número do celular, fugir dele em lugares como lojas, cinema, festas e foi até a policiai dar queixa sobre perseguição. Seu pai quase atirou nele certo dia que tentou invadir a casa.

-Ele ainda procura você? -Samuel ajeitou sua mochila atrás da cadeira e se recostou na mesma fitando seu amigo.

-Não. E dou graças a Deus por isso. -sorriu. Quem ia gostar de ser perseguido?

Thomas sentiu um frio na sua espinha e novamente aquela sensação. A turma toda havia silenciado e todos pareciam no mais puro estupor. Virou seu corpo lentamente para onde todos estavam com os olhos fixos e deu de cara com três pares de olhos lhe encarando.

O moreno, que parecia ser o lider dos desconhecidos, distorceu seus lábios num sorriso repleto de dentes ficando divinamente irresistível. Os ruivo também sorriu de maneira espontânea, porém a diferença do sorriso do ruivo para o do moreno era que o sorriso do ruivo não o amedrontava.

Todos a volta de Thomas pareciam estar totalmente hipnotizados... e sentia que aqueles três homens estavam o apreciando também. O marcando para algo. Ouviu o ruivo soltar um risinho bem baixo.

-Achamos! -a voz dele era de fazer extremecer. Aquelas notas saíram meio cantadas fazendo com que todos nem piscassem e quase implorassem para ouvir novamente o som da voz dele.

De uma maneira todo animado ele foi até o moreno a frente e cochichou algo no ouvido dele.

Os dois conversavam discretamente enquanto Thomas observava que o mulato atrás não havia gostado dele. Por mais inacreditável que podia parecer, conseguiu forçar um sorriso e acenar para ele. Não entendeu, mas sabia que precisava mostrar que o tal "encanto" deles não funcionava consigo.

O ruivo animou-se mais ainda ao ver as ações dele. Sorriu largamente para o moreno que também estava sorrindo.

-É ele. -Thomas ouviu ele murmurar. Seus olhos cinzas pareciam no mais puro contentamento.

-Sou eu? -agora estava claramente confuso. Apontou pra si mesmo e o moreno limitou-se a acenar bem brevemente.

Deu um passo a frente e bateu uma palma fazendo com que o som parecesse algo estourando. Thomas olhou para seus colegas e eles pareciam estar saindo de uma espécie de sonho, transe, hipnoze. Os três meninos adentraram a sala e sentaram-se bem no fundo. A turma continuou com as palhaçadas e brincadeiras como se nada tivesse acontecido.

Thomas tentava processar aquela loucura toda. Aqueles três homens eram sim muito estranhos, porém dotados de beleza enlouquecedora. E eles o estavam sim marcando...

"Que porra é essa de 'é ele'?" se indagou por pensamento seguindo com os olhos os alunos novos e limitando-se a voltar sua posição anterior quando eles sentaram-se.

O ruivo não lhe incomodava, o mulato era indiferente em relação a si, mas o moreno... ele parecia ter gostado "realmente" do que tinha visto nele. Eles tinham algo errado! Não sabia o que era, mas sentia.

Endireitou-se melhor em cima da mesa e pode sentir o olhar dos três fixos nas suas costas. "O que eles querem comigo?" Essa indagação não lhe saía da cabeça.

Seus amigos, assim como toda a sala, voltaram a olhar para o trio, porém de uma maneira mais discreta e não tão hipnótica. Olhavam apenas por acharem aquele desconhecidos bonitos.

Sentou na sua cadeira que era ao lado de Samuel e Mário e observou o professor de Geográfica adentrar a sala.

-Eles gostaram de você. -Samuel comentou virando seu rosto para trás e suspirando. Thomas lhe lançou um olhar assassino e ele levantou as mãos em sinal de rendição.

O professor de Geográfica era um homem velho e muito gordo. Mal aguentava-se naquela camisa fechada e naquela calça estilo social.

-Bom início de ano. -desejou com sua voz anasalada e super esquisita.

Começou a escrever algumas programações de aula no quadro e depois virou para encarar a turma.

-Não vou fazer nenhuma droga de apresentação. -avisou em tom de deboche. -Mas a direção me avisou que temos três alunos novos. -E moveu sua cabeça pro trio atrás. -Podem apresentar-se, por favor?

A sala de aula toda, inclusive Thomas, viraram seus corpos ao final da frase do professor.

O ruivo levantou-se e sorriu. Jogou seus cabelos cor de fogo para trás de maneira confortável e encarou Thomas nos olhos como se tivesse fazendo a apresentação apenas pra ele.

-Meu nome é Homero. -apontou para si mesmo. Sua voz era doce e no mesmo teor cantado de antes, porém a diferença é que não deixou todos em uma hipnoze. -Esse é Pierre. -apontou para o mulato que mantinha uma face fechada. -E esse é Xavier. -apontou para o moreno, que encarava Thome novamente sentou-se. Thomas sentiu os olhos do trio em sua pessoa. Encarou os olhos cor de mel do mulato, os cor de cinza do ruivo e os esverdeados do moreno.

-Sejam bem-vindos. -o professor de geográfica desejou e a turma tuda voltou seus olhos para frente.

-Eles são muito lindos. -Mário se pronunciava. O loiro suspirou e acentiu concordando. Eles eram... nunca havia visto alguém daquele estilo na cidade.

Por todos os três primeiros períodos ele sentiu os olhos de Xavier, Pierre e Homero fixos nas suas costas. Deu graças aos céus por ser o primeiro dia de aula e não haver matérias didática, pois a presença daquele trio o deixou abalado. Não conseguiu concentrar-se em nada. Depois de dois períodos de geográfica, tiveram mais um de sociologia e então o sinal do intervalo interrompeu a aula.

Thomas saiu em disparada para o bebedor sem ao menos esperar seus dois amigos e enxeu seu corpo de água. Deixou que ela preenchesse todo o seu organismo e tentou afastar a imagem daqueles três de sua mente.

"O que eles querem comigo?!" Se indagou pela milésima vez secando seus lábios molhados com as costas das mãos. Eles próprios admitiram que queriam algo com ele com a frase "é ele".

-Qual é o seu nome, anjo? -uma voz maquiavélicamente grossa revertebrou por todo seu corpo o fez virar para encarar o dono dela. Novamente três pares de olhos lhe encaravam. Estavam perigosamente perto dele e estavam o provocando com sorrisos cheios de promessas.

Xavier abriu a boca para falar algo mais, mas ele adiantou-se. Deu um passo a frente e bateu com a mão no ombro do outro o fazendo recuar com uma face divertida ameaçando abrir-se em seu rosto agora impassível. Xavier era tão lindo quanto parecia ser perigoso.

-O que querem comigo?! -indagou finalmente em voz alta o que estava martelando em sua mente. Estava farto daqueles olhares e de senti-los. Que dissessem de uma vez o que queriam, ou que lhe deixassem em paz.

-O gatinho tem garras? -e novamente a voz grossa do moreno veio até seus ouvidos. Era de arrepiar como soou incrivelmente sexy e provocativa. O mulato parecia ter aprovado como desafiou o "lider" e o ruivo tinha um sorriso de "seremos melhores amigos".

-O que quer comigo? -forçou sua voz a sair o mais persuasiva e mais tentadora que conseguia. Aqueles três homens o estavam perseguindo. Já não bastava seu ex namorado?

-Na hora exata você saberá. Mas você ainda não respondeu a minha pergunta.

-Thomas. -Respondeu franzindo o cenho de irritação com a informação inicial. "Na hora certa você saberá" soava super ridículo aos seus ouvidos.

"Que coisa mais filme de fim de noite!" quase suspirou de tédio.

Os três agora sorriam em uma espécie de boas-vindas para ele. Parecia que ele havia passado em de teste e agora era aceito em algum grupo ou instituição.

-Quer comer algo conosco, Thomas? -Homero convidou indo até a frente e esticando a mão num cumprimento formal. Ele era o único no trio que transpassava confiança nele de uma maneira bem estranha.

-Não sei se é uma boa ideia. -olhou hesitante a mão do outro. Estava um pouco atordoado com a mudança de comportamento daquele trio. A abordagem deles foi bem rápida.

-Nós insistimos.

E então pegou simplesmente a mão do loiro e saiu caminhando a frente dos outros e o puxando.

-Sabia que seu cabelo é lindo? -Homero indagou olhando de canto de olho para a face constrangida de Thomas. Afinal, estava de mãos dadas sendo puxado por outro homem num mundo onde o preconceito reinava... todos olhavam... mas parecia que eram olhares de admiração e cobiça, não de preconceito.

-O seu também é lindo. -Devolveu o elogiou. Os cabelos cor de fogo balançavam aos movimentos precisos e determinador dele. O simples caminhar daquele quarteto era admirável.

-Obrigado. O Pierre não gosta de cabelos grandes. -Homero comentou descendo as escadas e Thomas acompanhou seus paços para não machucar-se.

-Não gosto mesmo. -Thomas ouviu a voz de Pierre atrás dele que era uma mistura da voz doce de Homero com a voz grossa de Xavier. Virou seu rosto para trás e viu que o cabelo do mulato era bem baixo e com pequenos "repiques". Era um corte bem moderno e acentava com ele. Já Xavier tinha cabelos médios e rebeldes, deixando-o com uma aura sexy e sempre de "pós-foda"... Thomas sorriu com divertimento ao pensar isso.

Adentraram o refeitório e Homero puxava Thomas para todos os lugares enquanto falava que não iria comer coisas que continham tantas calorias. Thomas se viu gostando daquele ruivo... apesar de poder sentir algo bem ruim exalando daquele trio.

Depois do ruivo ver que não iria comer o prato do dia, saíram para o pátio da escola. Sentaram-se na grama perto de uma árvore velha que fazia um pouco de sombra.

As pessoas a volta olhavam admiradas pro grupo e pareciam ter uma vontade enorme de aproximar-se... mas não o faziam.

-Vocês são novos na cidade? -Thomas indagou o óbvio depois de acentar-se numa espécie de círculo que fizeram a volta dele. A cidade era pequena e todos sabiam da vida de todos... se não fossem novos ele saberia até qual a cor da cueca deles.

-Somos. -Pierre respondeu com a voz aderindo um tom mais rouco. Ele esticou suas longas pernas e fitou o céu acima.

-Vocês moram aonde?

-Boa pergunta. -a voz dele dançava entre o divertido, debochado e magoado.

-Quantos anos tem?

-Eu tenho 23. -Homero respondeu sorrindo e recebeu um olhar de Xavier que fez até mesmo Thomas extremer de medo... ele sabia sim ser ameaçador em limites críticos.

-Digamos que nosso anos como estudantes já passaram. -respondeu com sua voz grave e grossa. Seus olhos esverdeados não deixavam transpassar, mas Thomas sabia que ali havia algo de ruim.

O loiro fitou de maneira discreta todos os três e viu que eles realmente eram mais velhos. Porém eram mais velhos numa maneira de se portar, pois na aparencia ele daria vinte para o mais velho. Eles realmente pareciam ter dezenove ou vinte anos... os três.

-Então o que fazem aqui? -indagou curioso.

-Estudando. -Pierre debochou e Homero torceu o nariz numa cena hilária.

-Você vai fazer dezoito anos não é? -Xavier perguntou depois de um silêncio incômodo entre eles.

-Sim. Daqui a duas semanas. -nao entendeu o porque complementou com aquela informação, mas o fez e pareceu apenas uma confirmação para Xavier.

O moreno sorriu e os quatro levantaram-se para voltar a sala de aula quando o sinal apitou.

Logo que separou-se dos alunos novos sentiu que eles tinham uma áurea mais carregada... pareceu que pode respirar normalmente quando estava longe deles, pois quando esteve perto deles seu corpo todo estava tenso e nervoso.

Thomas foi bombardeado de perguntas pelos seus amigos sobre o trio. Samuel encenou de maneira engraçada um desmaio quando soube pelos lábios do loiro que eles não eram mais do colégio.

"Mas o que querem comigo?" Thomas apertou o lápis em sua mão. Estava andando com eles e pela confirmação deles eles queriam sim algo com ele. Mas não sabia o que era e parecia que só iria saber quando quisessem. Novamente sentiu o olhar deles as suas costas.

Recostou-se na cadeira e passou a ouvir o que a professora de biologia planejava pro ano.

"Que tal esquecer isso?" indagou pra si mesmo em pensamento.

Soube que era impossível esquecer, pois o sinal para o término da aula chegou e durante todo esse tempo sentiu novamente aquele presentimento e a marcação deles.

"Tem algo de muito errado com esses três."

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Comentários

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promete e concerteza trara suspiro e então se for vampiros para de ler mais se for LYCANs ai sim vai prometer(Sobre vampiros tava brincando mais no fundo estou falando serioo mais se for vampiro vou continua lendo ne fazer oque)Muito bom

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